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ONA completa 25 anos e apresenta projeto inédito no Brasil: acreditação de mais da metade das UBSs de

Organização é responsável pela certificação da qualidade dos serviços de saúde; projeto realizado em parceria com a secretaria municipal de Saúde de São Paulo também é considerado o maior do mundo em acreditação
São Paulo, 27 de novembro – Jornalistas de diversas regiões do Brasil, estiveram reunidos nesta quarta-feira, dia 27, na sede da Organização Nacional de Acreditação (ONA), em São Paulo, para uma entrevista coletiva. Durante o evento, que faz parte das comemorações dos 25 anos de atuação da organização na promoção da segurança da saúde primária no Brasil, foram divulgadas informações relevantes sobre o cenário da acreditação e o impacto da acreditação ONA nos estabelecimentos de saúde. Um dos destaques foi a apresentação de um projeto inovador e inédito no país e que também é considerado o maior em acreditação no mundo: o avanço da acreditação através do Projeto Avança Saúde da Secretaria de Saúde da cidade de São Paulo, responsável pela acreditação de 276 das 465 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) existentes na capital. O trabalho contou com um investimento de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
A ONA é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços, com foco na segurança do paciente. A organização é a terceira maior certificadora do mundo em termos de volume, com mais de 5 mil certificados emitidos e mais de 50 mil pessoas capacitadas.
No Brasil, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), existem 380 mil organizações de saúde, das quais 2003 são acreditadas. A ONA é responsável por 72,1% desse mercado, totalizando 1.459 organizações de saúde acreditadas, incluindo mais de 430 hospitais, um crescimento de 17% ao ano. Atualmente, são 432.208 leitos cadastrados no Brasil e somente 71.860 são acreditados, ou seja, 16,6% dos leitos brasileiros. Regionalmente, 62% das instituições acreditadas pela ONA estão concentradas na região Sudeste. O Sul é responsável por 13%; Nordeste 11,1%; Centro-Oeste, 11% e Norte por 3%. A distribuição das organizações acreditadas pela ONA é diversificada: 68,4% (917) são de gestão privada, 22,2% (298) são públicas, 8,3% (111) de gestão filantrópica, e 0,1% militar.
Para o CEO da ONA, Dr. Fábio Gastal entre os grandes desafios da expansão da acreditação no Brasil, estão a logística, devido ao número de localidades, áreas e pessoas envolvidas e a duração do projeto e o número de visitas que precisam ser feitas. Ele citou ainda, a dificuldade que muitos municípios enfrentam na elaboração de projetos relacionados à saúde. “Os financiamentos são acessíveis aos municípios. O problema é que alguns municípios têm dificuldade na formulação de propostas que serão aprovadas pelo próprio governo. O Estado pode colaborar ajudando-os a formular os projetos e encaminhá-los para que sejam bem sucedidos. A metodologia é acessível. A gente pode colaborar e ajudar com este caminho. São Paulo mostrou que a acreditação é para todos”, destacou.
Projeto Acreditações São Paulo- Com o objetivo de avaliar e reconhecer a qualidade dos serviços nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) implementou um abrangente processo de acreditação. O Projeto Avança Saúde SP que conta com um investimento de US$ 100 milhões, sendo o maior investimento individual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em saúde municipal desenvolvido para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) está em finalização e a previsão é certificar todas as 465 UBSs da capital. Somente este ano, 276 unidades de saúde foram acreditadas pela ONA. Todo este processo contou com o trabalho da Fundação Vanzolini, como instituição acreditadora contratada.
As UBSs acreditadas alcançaram o Nível 1, que enfatiza a segurança do paciente e a qualidade na assistência prestada. O processo está em finalização e a previsão é certificar todas as 465 UBSs da capital. As 465 UBS escolhidas pela Atenção Básica para processo de certificação da ONA – distribuídas por todo o território municipal – receberam visitas de equipes de avaliadores indicados pela IAC (Instituições Acreditadoras Credenciadas), os quais avaliaram padrões e requisitos relacionados com a qualidade e segurança do paciente, tanto na área assistencial quanto a aspectos relacionados à infraestrutura do serviço.
Cerca de 1.200 profissionais da rede municipal, envolvidos no processo de acreditação, foram capacitados na metodologia ONA. As UBSs acreditadas passaram a operar com processos mais estruturados, gestão integrada e foco contínuo na melhoria da qualidade. Isso resultou em maior eficiência operacional, melhor organização dos serviços e reconhecimento pela excelência no atendimento. Um projeto inédito e inovador que segundo o coordenador do Programa Avança Saúde da Secretaria da Saúde Municipal de SP, Dr. Marcelo Takano, deve servir de modelo para todo o Brasil. “A iniciativa da secretaria é inovadora. É o maior projeto de acreditação do mundo. Em plena pandemia fomos protagonistas em buscar a certificação em atenção primária. A gente tinha o orçamento aprovado e a oportunidade de melhorias. Ampliamos, e no marco final, conseguimos as 276 unidades acreditadas. Hoje é um exemplo a ser lembrando pelo resto do país”, ressaltou.
Para o Superintendente Técnico da ONA, Dr. Péricles Góes da Cruz ,“a iniciativa de São Paulo quebra barreiras, pois mostra que a acreditação é para todos. Que os recursos são escassos e por isto os requisitos para a acreditação ajudam e são imprescindíveis pois o setor de saúde representa uma despesa alta para os municípios brasileiros”.
ONA Premia 74 instituições- Como reconhecimento pelo compromisso com a segurança do paciente, amanhã, dia 28, serão homenageadas pela ONA, com o “Prêmio Destaque da Acreditação”, 74 instituições brasileiras de saúde no país que mantêm mais de 15 anos de acreditação ininterrupta, beneficiando pacientes com processos organizados, redução de erros nos atendimentos e fortalecimento da segurança ao paciente. A festa de premiação contará com a presença do Secretário Municipal da Saúde, Dr. Luiz Carlos Zamarco.
Prêmio Destaque de Acreditação | |
Cidade | Instituicao Premiada |
Diadema | Hospital Estadual de Diadema |
São Bernardo | Tecnolab – matriz |
Campinas | Hospital Beneficência Portuguesa |
Fundação Centro Médico | |
Hospital Maternidade de Campinas | |
Hospita Madre Theodora Campinas | |
Valinhos | Santa Casa de Misericórdia |
Jundiaí | Colsan |
Hospital Pitangueiras | |
Nova Imagem Diagnóstico Médico | |
Laboratório de Análises Clínicas Anchieta | |
Sorocaba | BOS – Hospital Oftalmológico e Otorrinolaringologia |
Intermédica Sistema de Saúde | |
Limeira | Hospital Unimed |
Barueri | Cientificalab Prods.Laboratoriais e Sistema |
Mogi das Cruzes | Hospital de Clínicas Luzia Pinho Melo |
Sancet Lab. Médico | |
Itapecerica da Serra | Hospital Geral de Itapecerica da Serra |
São José dos Campos | Santa Casa de Misericórdia |
LabVivalle | |
Ribeirão Preto | Lab. De Patologia Dr. Prates |
Botucatu | Lab. De Patologia Bacchi |
Belo Horizonte | Hospital Madre Teresa |
Hospital Lifecenter | |
Oculare Hospital de Oftalmologia | |
Sermig 198 | |
Sermig 90 | |
Axial Bernardo Monteiro | |
Lab Rede | |
Anatomia Patólogica e Citologia | |
Biovisao | |
Hospital Felício Rocho | |
Oncomed BH | |
Contagem – MG | Hospital Santa Rita |
Ipatinga – MG | Hospital Márcio cunha |
Juiz de Fora – MG | Hospital Monte Sinai |
Lavras – MG | Lab. Santa Cecília |
Muriaé – MG | Hospital do Câncer |
Passos – MG | Santa Casa de Misericórdia |
Uberlândia – MG | Check-Up Laboratório |
Curitiba – PR | Hospital Santa Cruz |
Hospital Nossa Senhora das Graças | |
Instituto de Neurologia de Curitiba | |
Foz do Iguaçu – PR | Hospital Ministro Costa Cavalcanti |
Rio de Janeiro | Hospital Dr. Badim |
Santa Catarina | Centro de Diagnóstico Anátomo e Patológico |
Cariacica – ES | Hospital Meridional |
Vitória – ES | Hospital Unimed |
São Mateus – ES | Laboratório Maia |
Serra – ES | Vitoria Apart Hospital |
Caxias do Sul – RS | Hospital Pompeia |
Hospital Unimed | |
Banco de Sangue | |
Bento Goncalves | Hospital Tacchini |
Belém | Consaúde |
Hospital Porto Dias | |
Hospital Saúde da Mulher | |
Lab. Ruth Brazão | |
Bahia | Hospital Jorge Valente |
Núcleo de Terapia Oncologógica | |
Fortaleza | Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara |
São Paulo | Centro de Combate ao Câncer |
COLSAN | |
FEMME – Lab. Da Mulher | |
Hospital do Rim e Hipertensão | |
Hospital Edmundo Vasconcelos | |
Hospital Estadual Sumaré | |
Hospital Santa Maria | |
Santa Marcelina (Cidade Tiradentes) | |
Hospital e Maternidade São Cristóvao | |
Lab. Patologia Cir. Ferdinando Costa | |
Lab. Locus | |
Diagnostika Unidade Diagnóstica, Patológica e Citologia | |
Hospital São Luiz |
Pesquisa inédita sobre impacto da acreditação- No Brasil, o Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar, publicado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revela que, a cada minuto, cinco pessoas morrem devido a erros médicos, totalizando quase 55 mil mortes por ano. Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos essenciais para garantir a segurança dos cuidadosa. A ONA realizou uma pesquisa com as instituições premiadas. Das 74 entidades, 49 responderam, trazendo resultados significativos sobre a relação entre acreditação e segurança do paciente. Através da pesquisa soube o quanto a acreditação ajudou as instituições a agilizarem e melhorarem a qualidade dos seus processos. “A pesquisa foi voltada para estas instituições porque queríamos ouvir delas qual o impacto das acreditações. Nós consideramos que foi uma mostra bastante positiva. Através da pesquisa soubemos o quanto a acreditação ajudou as instituições a agilizarem e melhorarem a qualidade dos seus processos”, explicou a gerente de operações da ONA, Gilvane Lolato.
Confira alguns dados da pesquisa:
Preenchimento de prontuário. De acordo com a pesquisa realizada pela ONA, 38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria superior a 31% nesse aspecto, após a implementação da acreditação.
Falhas na cadeia medicamentosa e de suprimentos – A pesquisa também revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma redução superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia medicamentosa. Apenas 4,76% informaram uma diminuição inferior a 5%. Já no que diz respeito às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes afirmaram ter conseguido uma redução superior a 31%. Enquanto 14,29% relataram uma contenção de falhas de 21% a 25%.
Falhas de higienização – Com a implementação da acreditação, 38,1% das instituições relataram uma melhoria superior a 31% nos serviços de higienização. Cerca de 15% dos respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.
Infecções hospitalares – Com a acreditação, para 41,86% das instituições que participaram da pesquisa, os processos implementados com a acreditação melhoraram mais de 31%. Quase 12%, relatou que os níveis de infecções melhoraram de 26 a 30% e 2,33% dos entrevistados comentaram que tiveram menos de 5% de seus índices reduzidos.
Erros de diagnóstico – A pesquisa aponta que, com acreditação, os erros de diagnóstico reduziram em mais de 31% para quase 33% dos entrevistados.
Queda do paciente no leito– Segundo dados apresentados, com a metodologia ONA, para 32,56% dos entrevistados, os índices de queda reduziram mais de 31%.
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A complexidade e a liderança por trás dos grandes projetos submarinos

O setor de óleo e gás permanece como um dos pilares estratégicos da economia mundial, responsável por movimentar trilhões de dólares e impulsionar a inovação tecnológica em escala global.Nesse cenário, a exploração offshore, especialmente em águas profundas e ultraprofundas, tornou-se fundamental, exigindo o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais complexas e seguras.
Empresas que atuam com tecnologia submarina têm papel decisivo nesse ecossistema. Elas desenvolvem sistemas integrados de produção submarina, válvulas, bombas, compressores, árvores de natal molhadas e equipamentos de controle de fluxo capazes de operar sob condições extremas de pressão e temperatura. O objetivo é aumentar a eficiência da produção, reduzir custos operacionais e garantir a segurança ambiental das operações.
Nos últimos anos, a digitalização e a automação transformaram profundamente o setor. Sensores inteligentes, sistemas de monitoramento remoto e análise de dados em tempo real permitem prever falhas, otimizar a produção e aumentar a vida útil dos equipamentos. Essa integração entre engenharia, automação e inteligência artificial redefiniu o conceito de eficiência operacional no fundo do mar.
Liderança e Estratégia em Projetos Submarinos
Nesse ambiente altamente técnico e competitivo, profissionais de liderança exercem papel essencial para o sucesso de cada operação. À frente de projetos complexos está Bruno Rompkovski, executivo com sólida trajetória internacional no setor, que atua como responsável pelas áreas de Licitações, Propostas, Operações Comerciais e Projetos em uma das maiores empresas globais de tecnologia submarina.
Rompkovski liderou projetos submarinos de grande porte em diversas regiões do mundo, unindo conhecimento técnico e visão estratégica. Em sua função como Western Hemisphere Tender Manager, ele supervisiona o portfólio de propostas para produtos, sistemas e serviços submarinos no Hemisfério Ocidental, assegurando consistência global, conformidade e alinhamento com os objetivos corporativos.
Sua atuação envolve definir e implementar estratégias de licitação, gerenciar propostas complexas e desenvolver soluções competitivas que impulsionam receitas e destravam casos de negócios desafiadores junto a grandes operadores do setor. O papel que desempenha exemplifica a importância de uma liderança técnica e comercial integrada, capaz de conectar engenharia de ponta, inovação e resultados financeiros sustentáveis.
Os desafios enfrentados por gerentes comerciais e diretores de projetos nesse setor são notáveis. “O ciclo de vendas de soluções submarinas é longo, técnico e envolve contratos de alto valor, frequentemente em múltiplas jurisdições, exigindo uma combinação rara de visão estratégica, domínio técnico e capacidade de negociação”, afirma Bruno.
Atuando em posições que exigem tanto visão comercial quanto conhecimento técnico aprofundado, Bruno gerencia negociações complexas e coordena equipes multidisciplinares. A experiência de Rompkovski ilustra como o sucesso no setor depende de uma atuação integrada, em que gestão, engenharia e estratégia comercial caminham lado a lado para garantir resultados sustentáveis e inovadores.
O futuro do mercado de óleo e gás, em especial no segmento de tecnologia submarina, aponta para uma integração cada vez maior entre inovação, sustentabilidade e automação. A busca por operações mais seguras, eficientes e com menor impacto ambiental orienta novos investimentos em inteligência artificial, robótica submarina e soluções energéticas híbridas.
Assim, o setor continua sendo um dos mais desafiadores e fascinantes do mundo industrial. Profissionais como Bruno Rompkovski exemplificam o perfil de liderança que impulsiona essa transformação — combinando excelência técnica, gestão estratégica e visão global em um ambiente onde inovação e resiliência são essenciais para o sucesso.
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Zurich Seguros anuncia Thales Amaral como novo diretor comercial regional RJ/ES/N/NE

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Parecer do Senado reconhece que o homeschooling é o direito de educar nasce na família

Autoria: Zizi Martins
A luta pelo reconhecimento da liberdade educacional no Brasil tem raízes que remontam a 1994, quando o Projeto de Lei 4.657 propôs, pela primeira vez, a regulamentação do ensino domiciliar. Desde então, milhares de famílias têm enfrentado perseguições judiciais e administrativas por exercerem o direito mais básico: educar seus filhos conforme seus valores, crenças e convicções. O homeschooling não é uma moda, mas uma expressão legítima de um direito natural dos pais educarem seus filhos, que, além de tudo, lhes permite o desenvolvimento pleno de seu potencial em um ambiente personalizado, seguro e alinhado aos princípios familiares.
Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade do ensino domiciliar ao decidir que sua ausência de regulamentação não o torna ilegal, mas sim um vácuo legislativo a ser preenchido. Ministros como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso foram claros: a educação é dever conjunto da família e do Estado, e os pais têm liberdade para escolher a forma de ensino, desde que respeitados os princípios constitucionais Esse marco abriu caminho para a esperança de uma regulamentação justa e equilibrada.
Essa esperança ganhou corpo com a aprovação, em maio de 2022, do PL 1338/2022 pela Câmara dos Deputados. O projeto, que altera a LDB e o ECA para permitir o ensino domiciliar com supervisão estatal, foi aprovado com 264 votos favoráveis, demonstrando amadurecimento político e reconhecimento do direito das famílias. Hoje, tramita no Senado, sob a relatoria da senadora Professora Dorinha, que apresentou parecer, reforçando a necessidade de segurança jurídica para os pais.
O parecer favorável da senadora Professora Dorinha, apresentado em 6 de outubro de 2025, é o fato novo que confirma a necessidade de mudar o rumo do Estado brasileiro em relação ao ensino domiciliar. Como relatora do PL 1338/2022 na Comissão de Educação do Senado, Dorinha não apenas endossou o projeto, mas o fez com um relatório claro, técnico e profundamente alinhado com os princípios da liberdade familiar e da autonomia pedagógica. Ela, que também é especialista em Educação, reconhece que o ensino domiciliar é uma escolha legítima, respaldada por valores constitucionais, e que o Estado tem o dever de regulamentar sem dificultar ou proibir. Esse posicionamento político e jurídico ratifica o que há décadas famílias educadoras buscam em termos de reconhecimento. E que mais de 60 países também já consagraram.
Apesar disso, a perseguição persiste. Em Manhuaçu (MG), o Ministério Público processou cinco famílias por praticarem homeschooling, exigindo matrícula compulsória e ameaçando multas e desobediência. Casos semelhantes ocorrem em diversos estados, revelando um padrão de hostilidade institucional contra pais que buscam apenas o melhor para seus filhos. Essa criminalização da parentalidade é incompatível com uma sociedade democrática e não se sustenta frente às evidências sociais e científicas.
O direito à educação domiciliar é natural, anterior ao Estado, e está protegido por tratados internacionais como o Pacto de San José da Costa Rica, que tem hierarquia constitucional no Brasil. A UNESCO, agência da ONU, em relatório recente, também reconheceu o homeschooling como uma alternativa válida para garantir ambientes educativos seguros, personalizados e inclusivos, alinhados ao direito universal à educação. O mundo avança; o Brasil insiste em punir quem ousa escolher.
A regulamentação do PL 1338/2022 não é um favor, mas uma obrigação. Ela traz regras claras: matrícula em instituições para acompanhamento, avaliações periódicas e qualificação dos responsáveis. Nada disso representa ameaça à sociedade, mas sim responsabilidade e transparência. O que está em jogo é a liberdade educacional: o direito de cada família escolher a melhor forma de ensino, com base em evidências de excelência acadêmica, desenvolvimento integral e valores éticos. O ensino domiciliar tem demonstrado resultados superiores em aprendizagem, formação cívica e preparação para a vida adulta, com alunos mais autônomos, críticos e bem-sucedidos na vida civil.
As famílias que educam em casa não fogem da sociedade. Ao contrário, preparam cidadãos mais autônomos, críticos e resilientes. Estudos internacionais mostram que alunos homeschoolers têm desempenho superior em avaliações e maior taxa de sucesso no ensino superior. No Brasil, a comunidade cresce com eventos, plataformas e materiais didáticos, provando que é possível construir um ecossistema educacional paralelo, plural e eficaz.
É hora de o Brasil reconhecer que a liberdade educacional não é privilégio, mas direito fundamental. O PL 1338/2022 é o caminho para garantir proteção estatal àqueles que já a exercem sob risco. Regular não é permitir, é reconhecer. E proteger não é favorecer, é cumprir a Constituição. A família, não o Estado, é o primeiro e mais importante espaço de formação humana. E esse direito natural merece, finalmente, ser respeitado.
*Zizi Martins é ativista pela liberdade. Vice-presidente do Conselho Administrativo da ANED, membro fundadora e diretora da Lexum, Presidente do Instituto Solidez e membro do IBDR. Procuradora do Estado da Bahia, Advogada. Com mestrado em direito público e especialização em Direito Religioso, Doutora em Educação, Pós-Doutora em Política, Comportamento e Mídia.