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Economia

“Oriente Médio é geograficamente estratégico para o comércio global”, diz especialista sobre os impactos da guerra na economia

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Photo by joelfotos on Pixabay

O economista, especialista em macroeconomia e mercado financeiro, Wagner Moraes, também destaca que as consequências da guerra podem afetar, por tabela, o Brasil

São Paulo – Há mais de 10 dias do conflito entre Israel e Hamas, o mundo foca as atenções em ajuda humanitária, retirada de civis e estrangeiros da região de guerra e envio de profissionais de saúde para a faixa de Gaza. Além disso, os impactos econômicos com a eclosão de possíveis novos conflitos, atrelada a escalada militar entre Rússia e Ucrânia, preocupam autoridades mundiais.

Para o economista, especialista em macroeconomia, mercado financeiro e CEO da A&S Partners, Wagner Moraes, as tensões geopolíticas trouxeram consequências diretas e indiretas para a economia mundial e, consequentemente, para o Brasil. 

O especialista cita o aumento de risco de interrupções no Canal de Suez, um dos corredores do comércio mais importantes do mundo.

“O Oriente Médio é geograficamente estratégico para o comércio global. Uma obstrução ou fechamento temporário do Canal de Suez pode levar a atrasos no transporte global de mercadorias”

Moraes também explica quais impactos o Brasil pode sofrer com a interrupção do canal. “Para o Brasil, isso pode significar atrasos nas exportações e importações, com consequente impacto nos preços e na balança comercial. A flutuação cambial também poderá ser intensificada nesse período com o agravamento da situação e impactos na inflação serão inevitáveis”

Embora o Brasil não esteja diretamente envolvido no conflito entre Israel e Hamas, para Wagner Moraes, o país pode assumir um papel ímpar no conflito.

“É vital para os formuladores de políticas e investidores brasileiros entenderem essas conexões e estarem preparados para navegar em águas geopolíticas turbulentas. Por outro lado, o Brasil pode tentar mediar e buscar soluções de menores impactos e danos”

Preço do Petróleo e Alimentos

Embora Israel e a Faixa de Gaza não sejam grandes produtores de petróleo, Wagner Moraes disse que a percepção de risco na região do Oriente Médio pode aumentar os preços do petróleo devido à especulação. Além disso, pode haver interrupções na cadeia de suprimentos.

“Isso pode resultar em preços mais altos de combustíveis no Brasil e no mundo, influenciando a inflação e os custos de transporte. Empresas globais que dependem de componentes ou produtos de Israel podem enfrentar interrupções na cadeia de suprimentos. Isso pode causar atrasos, falta de produtos ou aumento de preços em setores específicos”

Impactos para Israel

Wagner Moraes lembra que Israel é um hub tecnológico global, especialmente em setores como cibersegurança, tecnologia da informação e saúde. A guerra também afeta o setor de turismo do país.

“A instabilidade prolongada pode resultar em queda de investimentos estrangeiros no país. Além disso, o turismo, vital para a economia israelense, pode ser gravemente afetado. Essa queda no fluxo de turistas e investimentos pode ter repercussões na economia global, afetando parceiros comerciais e investidores”

Rússia x Ucrânia

Para o especialista, a manutenção da guerra e a escalada da violência entre Rússia e Ucrânia pode trazer impactos sérios ainda na economia mundial e, por consequência, na economia brasileira.

“A Ucrânia é um corredor principal para o trânsito de gás natural russo para a Europa. As hostilidades comprometem essa rota, levando a volatilidade nos preços de energia, com possíveis aumentos no gás e petróleo, afetando muitos os países emergentes e, principalmente, o Brasil. Países europeus próximos ao conflito enfrentam pressões econômicas diretas, desde interrupções comerciais até fluxos de refugiados”

Moraes lembra que a região do Mar Negro, importante para o comércio global, ainda está sob tensão. Isso pode causar maiores atrasos e perturbações em rotas comerciais marítimas. 

“Com isso, os mercados financeiros reagem a incertezas geopolíticas com aversão ao risco, levando a saídas de capitais de mercados emergentes e desvalorização de moedas. Eventuais aumentos de bloqueios ou ameaças podem desacelerar mais ainda o comércio global. O Brasil, com sua economia fortemente dependente das exportações, poderia ver uma diminuição na demanda por commodities como soja, carne e minério de ferro. Isso poderá trazer impactos sérios na manutenção das atividades econômicas do país e retrair o PIB”.

F.A.Q (Perguntas Frequentes)

1. Como os conflitos no Oriente Médio afetam o Brasil?

Os conflitos no Oriente Médio podem afetar o Brasil por meio de atrasos nas exportações e importações, impacto nos preços e na balança comercial, além de influenciar a flutuação cambial e a inflação.

2. Por que a escalada da violência entre Rússia e Ucrânia é importante para o Brasil?

A escalada da violência entre Rússia e Ucrânia é importante para o Brasil porque a Ucrânia é um corredor essencial para o trânsito de gás natural russo para a Europa, e as hostilidades podem afetar os preços de energia e a economia brasileira.

3. Qual é o impacto dos conflitos no Oriente Médio e Rússia-Ucrânia no mercado global?

Os conflitos na região do Oriente Médio e a escalada das tensões na Rússia-Ucrânia podem causar interrupções na cadeia de suprimentos, aumentar os preços do petróleo e gás, afetar setores específicos e criar volatilidade nos mercados financeiros globais.

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Economia

BC informa que brasileiros têm R$ 9,13 bilhões em valores para receber

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© Marcello Casal JrAgência Brasil

O Banco Central (BC) informou hoje (13) que ainda existem R$ 9,13 bilhões em recursos deixados nas contas por clientes de instituições financeiras. Desse total, pouco mais de R$ 6,94 bilhões foram “esquecidos” por 42.133.520 pessoas físicas. Segundo o BC, o restante, cerca de R$ 2,19 bi, foram esquecidos por 4.300.668 pessoas jurídicas.

Os valores divulgados se referem ao mês de março. O balanço mostra ainda que foram devolvidos R$ 10,020 bilhões. Desse montante, R$ 7,39 pertenciam a 26.999.562 pessoas físicas e R$ 2,62 bi a 2.692.387 empresas.

O Sistema de Valores a Receber é uma plataforma que permite aos cidadãos e empresas consultarem se possuem dinheiro esquecido em bancos e outras instituições fiscalizadas pelo BC. Caso o resultado seja positivo, é possível solicitar a devolução.

Não precisa pagar nada para consultar e solicitar os valores. O serviço do BC é 100% gratuito.

Para consultar se você tem dinheiro esquecido em banco ou em outra instituição financeira basta acessar o site valoresareceber.bcb.gov.br/publico.

Não precisa fazer login. Basta informar seu CPF e sua data de nascimento ou o CNPJ e a data de abertura da empresa, inclusive para empresas encerradas.

Também é possível consultar valores de pessoa falecida, informando o CPF e data de nascimento dela.

O dinheiro pode ser resgatado de duas formas: a primeira é entrando diretamente em contato com a instituição responsável pelo valor e solicitar o recebimento; a segunda é fazendo a solicitação pelo sistema de valores a receber.

Para resgatar os valores, há a necessidade da Conta Gov.Br níveis prata ou ouro com verificação em duas etapas habilitada. Após esses procedimentos, o usuário poderá selecionar sua chave Pix (não pode ser uma chave aleatória) e solicitar o resgate normalmente.

 

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Economia

Supermercados defendem contrato de trabalho por hora

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Representantes do setor supermercadista defenderam nesta segunda-feira (12) o contrato de trabalho por hora como solução para a dificuldade de admissão de funcionários. O tema foi abordado durante a abertura do festival Apas Show, feira de alimentos e bebidas, que será realizado até a próxima quinta-feira (15), em São Paulo.

Um dos que se pronunciaram acerca do assunto foi o presidente da Associação Paulista de Supermercados, Erlon Ortega. Segundo ele, há, atualmente, no estado, 35 mil postos abertos. Ele afirmou ainda que os empregadores têm encontrado dificuldade para preenchê-los, já que os trabalhadores têm demandado outros regimes de trabalho.

“O jovem não quer mais o modelo antigo de trabalho, ele quer mais flexibilidade, mais liberdade. Por isso, precisamos discutir urgentemente, com a Abras [Associação Brasileira de Supermercado], o modelo horista, em que pode trabalhar por hora, a qualquer momento. E, mais, precisamos conectar as nossas vagas aos programas sociais. O supermercado é a porta de entrada do trabalho formal”, disse.

Ortega ressaltou, ainda, que o setor deveria ser classificado como serviço essencial, “pois, na prática, somos essenciais para o abastecimento desse país, e mostramos isso, principalmente, na pandemia”.

A modalidade de contrato intermitente foi inserida na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pela reforma trabalhista de 2017. Entidades que representam frentistas, operadores de telemarketing e dos trabalhadores da indústria contestaram no Supremo Tribunal Federal o novo regime. Para essas entidades, o contrato por hora favorece a precarização da relação de emprego e o pagamento de remunerações abaixo do salário mínimo, além de impedir a organização coletiva dos trabalhadores. Em 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a constitucionalidade do contrato de trabalho intermitente.

Para o presidente da Abras, João Galassi, o pagamento da jornada por hora traz mais liberdade de escolha ao trabalhador

“O que é melhor? Seis por um, quatro por três, cinco por dois? Nenhuma dessas alternativas. O que é melhor para os nossos colaboradores é a liberdade de poder escolher sua jornada de trabalho. Isso só será possível se tiver a liberdade de ser contratado por hora”, opinou.

Galassi disse ainda que o setor também se beneficia com o modelo, além de afirmar que, mesmo os funcionários que optassem por esse regime, continuariam tendo carteira assinada e a possibilidade de remuneração maior.

“Cada semana é uma semana. Ela tem que ter o direito de trabalhar quantas horas ela desejar, tem que ter o direito de garantir sua ambição pessoal, a sua vontade de ou ganhar mais ou ganhar menos, de escolher”, finalizou, comparando com flexibilidade dos motoristas de aplicativos de transporte.

Uma pesquisa de 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2024, apontou a precarização das condições de trabalho de motoristas de aplicativo. Segundo o estudo, essas condições pioraram significativamente na última década, com jornadas mais longas, queda na contribuição previdenciária e de renda. O rendimento médio desses trabalhadores caiu de R$ 3,1 mil, entre 2012 e 2015, para R$ 2,4 mil em 2022. Na esfera de transporte de passageiros, o total de motoristas autônomos, excluídos os mototaxistas, passou de 400 mil para 1 milhão. Já no que concerne às jornadas, verificou-se que as que tinham duração de 49 a 60 horas semanais equivaliam pouco mais do que um quinto, 21,8%, em 2012, e passaram a representar quase um terço em 2022, 27,3%.

Conforme a reforma trabalhista, o trabalhador intermitente recebe por horas ou dias trabalhados, e tem direito a férias, FGTS e décimo terceiro salário de forma proporcional ao período trabalhado. No contrato, deve ser definido o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao salário mínimo por hora ou à remuneração dos demais empregados que exerçam a mesma função.

O empregado deve ser convocado com, no mínimo, três dias corridos de antecedência. No período de inatividade, pode prestar serviços a outras empresas. 

Varejo

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou hoje (12), ao participar da Apas Show, que a estimativa é de que o comércio varejista movimente R$ 16 bilhões este ano. 

“No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu forte, 3,4%, e os supermercados [se expandiram] 6,5%. Um setor campeão de empregos e renda”, destacou durante a jornalistas na Expo Center Norte.

Alckmin disse, ainda, que a reforma tributária proporciona “justiça tributária” e que, ao lado de ferramentas oferecidas por entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mesmo as empresas de menor porte terão mais condições de melhorar seus negócios.

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Economia

Petrobras aprova dividendos de R$ 11,72 bilhões aos acionistas

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta segunda-feira (12) o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio no valor de R$ 11,72 bilhões, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025.

Serão duas parcelas nos meses de agosto e setembro. A primeira, no valor de R$ 0,45458310 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 20 de agosto de 2025, sob a forma de juros sobre capital próprio.

A segunda parcela, em R$ 0,45458309 por ação ordinária e preferencial em circulação, será paga em 22 de setembro de 2025. Desse valor, R$ 0,30844749 sob a forma de dividendos, e R$ 0,14613560 sob a forma de juros sobre capital próprio.

Segundo a companhia, a ação é compatível com a sustentabilidade financeira. E o pagamento está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas vigente.

Em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano de negócios em vigor (atualmente US$ 75 bilhões), a Petrobras distribuirá 45% do fluxo de caixa livre aos acionistas.

A Petrobras também informou que os valores serão abatidos da remuneração aos acionistas a ser aprovada na Assembleia Geral Ordinária de 2026 relativa ao exercício de 2025. Eles serão reajustados pela taxa Selic desde a data do pagamento de cada parcela até o encerramento do exercício social corrente para fins do cálculo do devido abatimento.

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