Outras
Pesquisadora brasileira vai presidir sociedade internacional de aids

A infectologista e pesquisadora brasileira Beatriz Grinsztejn será a primeira mulher latino-americana a exercer a presidência da International Aids Society (IAS), organismo internacional que reúne profissionais que trabalham com a doença. Ela tomará posse para o biênio 2024-2026 na próxima sexta-feira (26), no encerramento da 25ª Conferência Internacional sobre Aids, em Munique, na Alemanha.
Beatriz, que é pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), diz que vai levar à sociedade internacional as experiências positivas do Brasil no tratamento e prevenção do HIV. Segundo ela, o país é referência no tema e tem um programa “espetacular” que propicia acesso universal e gratuito aos cidadãos brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
“No Brasil nós temos acesso ao que há de melhor em termos não só de tratamento, mas também de prevenção, o que nos diferencia e muito, inclusive da maior parte dos países da América Latina, onde a profilaxia pré-exposição ainda não é acessível aos cidadãos através do sistema público de saúde”, disse em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
A pesquisadora também defende aumento de recursos para pesquisa no país.
“O Brasil continua brilhando no cenário internacional, mas precisamos que tenha mais visibilidade, que possa captar mais recursos para pesquisa e que possa demonstrar internacionalmente todo o poder do que é feito no nosso país. Por isso a importância da gente ter uma presidente da região assumindo a sociedade”.
Outro desafio citado pela cientista é a questão da credibilidade científica, abalada mundialmente nos últimos anos. “A nossa função como sociedade internacional é fomentar a pesquisa e fomentar que a ciência seja a base de todas as políticas públicas e que a comunidade, junto com os pesquisadores, possa levar essa discussão à frente sempre com base na evidência científica norteando as políticas públicas. Nesse sentido, o Brasil é um exemplo, ainda que tenhamos sofrido um impacto, nós continuamos a ser um exemplo na perspectiva de que o nosso Sistema Único de Saúde propicia o acesso a tecnologias que possam beneficiar a nossa população”.
Conferência
A 25ª Conferência Internacional sobre Aids ocorre entre os dias 22 e 26 de julho e deve receber 15 mil participantes. Organizada pela Sociedade Internacional de Aids (IAS), o evento reunirá pessoas que vivem, são afetadas ou trabalham com HIV e aids para compartilhar conhecimentos e informações sobre a resposta à epidemia nos últimos 40 anos.
Representantes do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde estarão no evento para apresentar resultados das experiências brasileiras na resposta ao HIV.
Fonte: Agência Brasil
Outras
LGBTQIA+ reivindicam saúde especializada para longevidade com orgulho

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que um em cada dez brasileiros já chegou aos 65 anos, e que a expectativa de vida ao nascer no país já superou os 76. Esse cenário de envelhecimento da população, entretanto, não é igual para todos os grupos. Minorias sexuais e de gênero chegam à terceira idade com demandas específicas e vulnerabilidades, mas também com orgulho de suas próprias cores. No Mês do Orgulho LGBTQIA+, especialistas no tema e ativistas alertam que os serviços de saúde e acolhimento têm um longo caminho a percorrer para que os processos de cuidado não se tornem mais uma forma de apagamento dessa comunidade.
“Envelhecer não é morrer, é viver cada dia mais. A morte não tem idade, e eu não vivo esperando por isso. Eu vivo cada dia, dentro do possível, para ser feliz”, define Dora Cudignola, ativista LGBTQIA+ de 72 anos. “Sou uma idosa lésbica e atrevida”, ela se apresenta.
Dora é presidente da associação EternamenteSOU, criada em 2017 em São Paulo para reunir e acolher idosos da comunidade LGBTQIA+, que se deparam com uma realidade de discriminação dentro da própria comunidade, solidão e invisibilidade na busca pelo sistema de saúde. O problema se agrava ainda mais quando essas pessoas precisam de acolhimento em instituições de longa permanência.
“Tanto o SUS como qualquer local voltado para a saúde deveria ter profissionais e médicos preparados para nos receber. Muitos não entendem ou não sabem como lidar. Mesmo com as dificuldades e demoras, o SUS ainda é o melhor lugar para a gente, mas os profissionais precisam saber como lidar”, afirma.
“O meu desejo, não só meu como da EternamenteSOU, é que haja instituições de longa permanência para LGBTs, para não separar essas pessoas e, sim, tê-las em comunidade, juntas, envelhecidas, contando as suas histórias, felizes e que ela seja muito, muito acolhida”.
Enquanto esse lugar não existe, a EternamenteSOU tenta cumprir esse papel. A associação é uma forma de lutar contra a solidão, mas também de celebrar o envelhecimento como um processo da vida, conta ela. Para a ativista, envelhecer também depende de cada um se aceitar como “velho”.
“Com a idade, chegam as dores, as doenças, chegam nossos fracassos, e a gente vê por que não conquistamos tantas coisas. Mas tenho 72 anos e sou uma mulher feliz. É claro que tenho os meus problemas, mas eu amo a minha idade. Envelhecer não pode ser ficar com dó de você mesma, porque aí envelhecemos o corpo e a mente, e nossa mente precisa ser a melhor, é ela que nos ajuda a viver melhor”, celebra ela. “Nós, velhos, temos tesão, temos gozo na vida e nas relações, temos prazer em amar e ser amados.”
Demandas invisíveis
No último dia 26 de maio, o gerontologista Diego Felix Miguel divulgou nas redes sociais e veículos de imprensa o texto Carta Aberta à Sociedade Brasileira: Por uma Velhice Digna e Visível para as Pessoas LGBT+. Presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em São Paulo, o médico comemora a escolha da longevidade como tema da Parada LGBT de São Paulo e avalia que o assunto é importante e urgente.
Um dos motivos é a necessidade de reivindicar junto ao Estado brasileiro a promoção de políticas públicas que não apenas reconheçam a diversidade sexual e de gênero, mas garantam segurança, cuidado e dignidade a essas pessoas idosas.
“A gente sabe que existem muitas pessoas idosas LGBT, mas não sabemos a quantidade e quais são as demandas reais dessas pessoas. Temos uma questão da rede de suporte social fragilizada dessas pessoas e temos uma invisibilidade das demandas reais por parte do poder público”, ressaltou em entrevista à Agência Brasil.
Entre os casos mais delicados estão os idosos LGBTQIA+ que precisam de cuidados em instituições de longa permanência, também chamados popularmente de abrigos e asilos. Se a capacitação dos profissionais dessas instituições já é um desafio para o cuidado da população em geral, o gerontologista sublinha que o tratamento às minorias é ainda mais difícil.
“São pessoas que tiveram uma história marcada por violência, deslegitimação e iniquidades de acesso. Na velhice, em nome de um cuidado digno, essas pessoas tendem a retornar para o armário [sufocar suas identidades]. Principalmente na fase final da vida, quando elas dependem daquele ambiente, dependem daqueles profissionais. Nós precisamos falar sobre isso, porque muitas pessoas idosas LGBT ou ou até não idosas se preocupam muito com como serão realizados esses cuidados no momento que elas necessitarem.”
Dados preliminares da pesquisa desenvolvida por Diego Félix sobre esse tema apresentados no último Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, neste ano, indicam evidências de baixa capacitação das equipes nessas instituições e corroboram o pleito de Dora de que é necessário criar instituições de longa permanência especializadas em acolher pessoas LGBTQIA+.
“Há muitas frentes que podem exercer essa reprodução do preconceito. Em relação à instituição, tem a questão dos valores morais, institucionais e de onde essa instituição foi fundada. Muitas dessas instituições, principalmente as filantrópicas, vêm de cunho religioso. Além disso, tem o desafio também dos profissionais e como essas pessoas lidam com esse cuidado, e como entendem sobre gênero e orientação sexual.”
As agressões contra idosos LGBTQIA+ podem vir até mesmo nas relações com as outras pessoas idosas residentes e também com suas famílias, acrescenta o gerontologista. “Os familiares da pessoa idosa LGBT podem aproveitam dessa condição de vulnerabilidade e determinar como que essa pessoa deve ser tratada ou cuidada. E até mesmo os familiares de outros residentes, que, por exemplo, podem dizer que não querem que seus familiares compartilhem quarto com essas pessoas. Isso é extremamente perverso, violento, e evidencia uma desigualdade de poder.”
Por esse motivo, o gerontologista defende que serviços específicos são necessários para garantir uma atenção qualificada e um ambiente seguro para as pessoas idosas LGBT de hoje, que demandam dessa atenção. Para o futuro, porém, ele defende a criação de políticas de cuidados de longa duração que considerem a diversidade das velhices.
“Passou da hora de estruturarmos serviços que sejam específicos para essa população. Até a gente conseguir avançar na equidade de acesso e na dignidade no atendimento, nós precisamos garantir que essas pessoas possam chegar vivas até lá. E, para chegarem vivas, elas precisam dispor, agora, de um cuidado de longa duração que seja acolhedor, que seja digno, que respeite a sua identidade e que respeite a história das pessoas idosas que demandam dessa atenção.”
Fragilidade e solidão
Geriatra e doutor em ciências pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o médico Milton Crenitte é um dos apoiadores da associação EternamenteSOU, além de dedicar sua pesquisa e atuação profissional à longevidade de pessoas LGBTQIA+. Mais do que cuidar desses idosos, ele defende que é preciso celebrá-los.
“As pessoas LGBTs que hoje têm 70, 80, 90 anos são resistentes mesmo. Resistiram à ditadura militar, resistiram à epidemia da aids, resistiram a tantas questões e, para a gente poder caminhar hoje, essas pessoas sofreram muito. Para a gente ter o mínimo de direitos sociais que foram garantidos com a luta LGBT nos últimos anos, muitas pessoas morreram, ficaram pelo caminho. Então, celebrar os que vieram antes de nós é fundamental pra gente entender de onde a gente veio, onde a gente está e aonde a gente quer chegar.”
Crenitte investigou como a síndrome da fragilidade afeta as pessoas LGBTQIA+ idosas, aumentando sua vulnerabilidade a perdas funcionais, limitação física, quedas, fraturas, hospitalização e morte. Além disso, ser LGBTQIA+ foi identificado pelo estudo como um fator que isoladamente já impõe menor acesso à saúde, por conta da cadeia de invisibilidades e exclusões que afetam essa população ao longo da vida.
“Uma coisa importantíssima para a gente entender é que acessar a saúde vai muito além de o usuário entrar ou não pela porta de uma unidade da saúde. Vai desde a facilidade de chegar lá, da maneira como ele percebe a disponibilidade desse serviço, se esse serviço está aberto na hora que ele não está trabalhando, se esse serviço acolhe bem, se tem o remédio que ele precisa na hora que ele precisa. Nesse meu estudo, a gente mostrou que, independentemente de raça, renda, onde a pessoa mora, se tem ou não tem doença ou se tem outras questões, ser LGBT no Brasil é um fator independente para a pessoa estar num grupo de pior acesso à saúde”, descreve.
Crenite conta que o estudo identificou que, entre os quase 7 mil entrevistados no Brasil, pessoas 50+ LGBTs expressavam mais medo de morrerem sozinhas, de morrerem com dor e de serem discriminadas no fim das suas vidas. O geriatra destaca que esses dados revelam um problema que tem relação com a solidão e é importante por impactar a qualidade de vida, a prevalência de problemas de saúde mental como a demência e até no controle de doenças crônicas.
“A solidão, infelizmente, pode matar. A gente tem dados, hoje, na literatura médica, mostrando que solidão e isolamento social são tão nocivos quanto fumar, quanto ter hábitos não saudáveis, quanto não controlar algumas doenças crônicas. Então, solidão é um problema importante hoje de saúde pública, e a gente sabe que a comunidade LGBT enfrenta mais solidão e mais isolamento social do que seus contemporâneos heterossexuais.”
Sofrimentos específicos
Ainda que esses problemas afetem toda a população LGBTQIA+, cada letra da sigla também enfrenta seus próprios desafios, explica o geriatra. Pessoas trans, por exemplo, enfrentam maior patologização de sua identidade e exclusão no acesso à saúde, educação e emprego, o que inclusive traz repercussões negativas para a seguridade social.
“A possibilidade de envelhecer de uma pessoa trans, muitas vezes, é carregada de todas as as marcas que vão fazer com que até possa existir um envelhecimento, mas será mais carregado de marcas biológicas com maior carga de doenças, cargas psicológicas com maior problemas de saúde mental, cargas sociais com maior vulnerabilidade na velhice”, ressalta Crenitte
Já mulheres lésbicas, diferencia ele, estão muito atrás das mulheres heterossexuais no que diz respeito a exames básicos como a mamografia e papanicolau. Na pesquisa que conduziu, ele conta que, enquanto 80% das mulheres heterossexuais já tinham feito uma mamografia para o rastreio do câncer de mama, o percentual caiu para 40% entre as lésbicas e bissexuais.
Enquanto isso, homens gays podem sofrer maiores impactos psicológicos do envelhecimento por conta da pressão estética a que estão socialmente submetidos.
“A partir do momento que esse corpo envelhece, é um corpo que pode gerar sofrimento existencial para esse homem gay, que, às vezes, tinha a sua existência ancorada na estética, nessa masculinidade. Então, esses homens se sentem até mais pressionados a realizar procedimentos estéticos e a fazer uso de anabolizantes, por exemplo.”
O geriatra destaca que envelhecer é mais do que adicionar anos à biografia e envolve o acúmulo de questões fundamentais como curso da vida, aspectos biológicos, psicológicos, sociais, culturais. É toda essa somatória que vai fazer com que se possa ou não envelhecer e bem. Crenite é categórico em defender que envelhecer com saúde é um direito, e que, se uma população está deixada de lado, esse direito não está garantido para ninguém.
“A gente só vai ter um futuro digno para todas as pessoas se o acesso ao envelhecimento for um acesso digno com direitos, com qualidade para todo o mundo”, defende.
“Negligência em todos os ciclos”
Com uma pesquisa em curso sobre as condições de envelhecimento de travestis e mulheres trans com mais de 45 anos, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) denuncia que a negligência médica aos corpos trans está em todos os ciclos de vida, desde a infância. Essa falta de cuidado deixa marcas que não desaparecem com o tempo, mas se agravam.
“Na velhice, esse abandono se manifesta em dores físicas, doenças não tratadas, saúde mental devastada e, sobretudo, na sensação de que nossas vidas foram tratadas como descartáveis do início ao fim”, critica a presidente da associação, Bruna Benevides. “Estamos vendo as primeiras gerações que estão envelhecendo, mas este envelhecimento não ocorre ocorre de uma forma confortável, segura e tranquila. Há muitas mazelas e dores físicas e psicológicas nesse processo.”
A associação reitera a cobrança por acesso à saúde básica e também a uma saúde transespecífica e segura, com profissionais capacitados tanto em sua formação acadêmica quanto humana para acolher e cuidar dessa população. Bruna Benevides aponta que há um vácuo institucional na formação de profissionais da saúde para lidar com o envelhecimento trans.
“Não há protocolos, não há escuta, não há cuidado. Muitos profissionais ainda veem pessoas trans como uma fase ou uma patologia, não como sujeitos de direito com trajetória e futuro”, afirma. “Pessoas trans e travestis envelhecem de forma altamente precária, no limbo social, muitas vezes sem documentos retificados, sem acesso pleno à saúde, com corpos marcados por procedimentos informais e uso indiscriminado de medicações por conta própria, pelas cicatrizes de passar por tantas epidemias de ódio”, completa Bruna.
Outras
Lei obriga condomínios a denunciar violência doméstica no Rio

Casos de violência doméstica contra mulheres, crianças, idosos e até contra animais cometidos em casas, apartamento ou em áreas comuns de condomínios residenciais e comerciais deverão ser formalmente denunciados às autoridades, na cidade do Rio de Janeiro. A responsabilidade foi determinada pela Lei 8.913, sancionada na última semana pelo prefeito Eduardo Paes e que prevê multa em casos de descumprimento.
A atribuição de denunciar caberá aos síndicos e aos administradores dos condomínios. No caso da ocorrência em andamento, a comunicação deve ser feita imediatamente, por ligação telefônica, à Polícia Civil ou a órgãos municipais. Nos outros casos, quando não houver risco iminente, a denúncia deve ser feita por escrito, presencialmente ou digitalmente, no dia seguinte, ou 24h após a ciência do fato, e deve incluir informações que possam identificar tanto a vítima quanto o agressor.
Síndico por mais de dez anos de um prédio no Riachuelo, na zona norte da cidade, responsável por 132 apartamentos, 400 moradores e 20 funcionários, Vladimir Platonow, disse que a lei respalda a atuação que os representantes já vinham exercendo. “A lei traz obrigações, sim. É mais uma responsabilidade? É. Mas a gente já tinha que agir, quando éramos acionados nesses casos”, declarou.
A divulgação de material informativo incentivando as denúncias e esclarecendo sobre a medida em áreas comuns dos condomínios também está prevista na lei. Para apoiá-la, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres prepara materiais informativos e vai disponibilizá-los na plataforma www.mulher.rio, junto com outras informações sobre a rede de atendimento as vítimas e de apoio aos denunciantes.
“A maior parte dos feminicídios é cometida dentro de casa e, por isso, a Lei 8.913 é fundamental”, disse a secretaria municipal de políticas para as mulheres, Joyce Trindade. Segundo ela, a medida ataca a omissão de socorro nesses casos, que são silenciados, muitas vezes. “A omissão também mata”, frisou.
No estado do Rio de Janeiro, 43,7 mil mulheres foram vítimas de violência física em 2024, de acordo com o relatório Panorama da Violência contra a Mulher 2025, elaborado pelo governo estadual. O feminicídio vitimou 107, ano passado, o segundo maior patamar desde o início da contagem desse tipo de crime, em 2016.
Para o vereador Rocal (PSD), co-autor da lei, junto com o ex-vereador Célio Luparelli, a medida tem a intenção de fazer com que as denúncias e ocorrências cheguem aos órgãos competentes, afirmou, em texto divulgado pela Câmara dos Vereadores. A lei foi proposta em 2020, ainda na pandemia de Covid-19, quando casos de violência doméstica explodiram, afirmaram os vereadores na justificativa do projeto.
O descumprimento da 8.913 prevê advertência ao condomínio, no caso da primeira infração, e multa de até R$ 1 mil a partir da segunda. O valor será revertido para fundos e programas de proteção aos direitos dos grupos atendidos.
Outras
Hoje é Dia: Semana do Meio Ambiente e obesidade infantil são destaques
A primeira semana deste mês é a Semana Mundial do Meio Ambiente, que tem seu ápice no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. A cada ano a Organização das Nações Unidas (ONU), criadora da efeméride, lança um tema para lembrar a importância de se preservar os recursos naturais do planeta. Em 2025 o tema escolhido é ” O Fim da Poluição Plástica Global”. Não é a primeira vez que o assunto é levantado pela ONU. Em 2018, a poluição provocada pelos resíduos plásticos também foi destacada, como mostra esta reportagem da Agência Brasil, publicada naquele ano. No ano passado, a bola da vez foi o combate à desertificação. A TV Brasil sempre concede grande destaque à efeméride, como nesta edição de 2023 do jornal Repórter Brasil Tarde.
Nesta semana temos duas datas que ressaltam a importância do trabalho jornalístico. Dia 1º é o Dia Nacional da Imprensa. E em 7 de junho é celebrado o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. A temática ganhou bastante atenção dos veículos da EBC. Felizmente, as condições de trabalho para os jornalistas têm melhorado por aqui. O Brasil subiu 47 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), quando comparadas as situações de 2022 e 2025, como mostra essa reportagem da Agência Brasil, e esta outra da Radioagência Nacional, publicadas este ano. Apesar do avanço, a violência praticada contra jornalistas no exercício de seu trabalho ainda preocupa. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) registrou 144 casos de agressões em 2024. A situação brasileira levou o governo a criar o Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, para monitorar e combater esses casos, como mostra essa reportagem do jornal Brasil em Dia, da TV Brasil, de 2023.
Saúde infanto-juvenil
O dia 3 de junho marca o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil. Diabetes, pressão alta, problemas no coração, nos ossos e nas articulações são algumas das consequências causadas pela obesidade em crianças, como mostra esta reportagem da Radioagência Nacional, de 2022. E o nosso país está longe de atingir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de deter o aumento da prevalência da obesidade até 2030, uma vez que, de acordo com o IBGE, uma a cada três crianças brasileiras de até 12 anos está acima do peso, como destacou a TV Brasil nesta edição do Repórter Brasil. E, durante a pandemia de covid 19, a prevalência de sobrepeso nessa faixa etária subiu 6,08%, como mostra esta reportagem da Agência Brasil de 2023. O problema, além de comprometer a saúde dos pequenos, aumenta consideravelmente os custos de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). É o que mostra esta outra reportagem da Radioagência Nacional, publicada no ano passado.
Ainda falando sobre saúde infantil, no dia 6 de junho temos o Dia Nacional do Teste do Pezinho, talvez o exame mais importante para a saúde da criança. Feito por meio da coleta de gotas de sangue dos pés de recém-nascidos, inicialmente o teste detectava apenas seis doenças. Mas, em 2021, foi aprovado um protocolo que amplia esse número para 50 enfermidades. O exame é fundamental para a detecção de doenças raras, como destaca esta reportagem da Radioagência Nacional publicada este ano, esta edição do Nacional Jovem, da Rádio Nacional, veiculada em 2024, e esta matéria da Agência Brasil, publicada em 2023. A TV Brasil sempre deu grande visibilidade à importância do teste do pezinho em todos os seus jornais, como mostram estas edições do Repórter Brasil, do Repórter Brasil Tarde e do Repórter DF, todas veiculadas em 2023.
Violência
A ONU criou em 1982 o Dia Internacional das Crianças Vítimas Inocentes de Agressão, celebrado no dia 4 de junho. O tema se reveste de especial importância por aqui. Somente no Brasil, quase 200 crianças e adolescentes foram agredidos por dia em 2023, e cerca de 80% das agressões ocorreram dentro de suas próprias casas, como mostra esta reportagem da Agência Brasil e esta da Radiogência Nacional, ambas de 2024, e esta edição do Repórter Brasil, da TV Brasil, veiculada em 2023. E o mais assustador: naquele ano foram registradas mais de três mil notificações envolvendo bebês com menos de um ano. Em edição veiculada no ano passado, o programa Nacional Jovem, da Rádio Nacional, destacou que a maior parte das crianças de zero a seis anos vítimas de violência são pardas e pretas (63%).
Quem nasceu esta semana
Temos muitas personalidades de destaque que nasceram nesta semana. Vamos citar duas. No dia 1º de junho de 1875, há 150 anos, portanto, nasceu o escultor francês Paul Landowski. Com uma carreira de destaque que durou 55 anos, ele produziu mais de 35 monumentos na capital francesa e mais doze em seus arredores. Mas por aqui ele é mais conhecido por ser o autor da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. A obra foi eleita uma das sete maravilhas do mundo pela Unesco, como mostra esta edição do História Hoje, da Rádio Nacional, de 2017. Um dos nossos monumentos mais queridos, o Cristo Redentor mereceu uma edição do Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, em 2021, quando completou 90 anos.
Já no dia 7 de junho de 1930 nasceu a cantora e compositora fluminense Dolores Duran, um dos grandes expoentes do gênero samba-canção e precursora do movimento que deu origem à Bossa Nova. Adiléia Silva da Rocha (seu nome verdadeiro) sempre gostou de cantar, desde criança, e conseguiu o feito de ficar em primeiro lugar no programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi, que era o apresentador mais exigente da época. Passou a adotar o nome Dolores Duran, inspirado na atriz americana Dolores Moran. Cantou em boates e nas rádios e lançou cinco discos. Mesmo não tendo aprendido línguas estrangeiras, conseguia cantar em inglês, francês, italiano e espanhol. De saúde frágil desde a infância, morreu de forma precoce, aos 29 anos. A Rádio Nacional prestou várias homenagens à artista, como nesta edição do programa Todas as vozes, de 2016, e no Arte Clube, em 2023.
Falecimentos
Há 25 anos, no dia 5 de junho de 2000, nos deixava o sambista João Nogueira, grande cantor e compositor fluminense. Nascido em 1941, o músico teve contato com o samba ainda criança, por meio de seu pai, que era violonista. Começou a tocar aos 15 e sua primeira composição foi “Espere, ó nega”. Em 1972 gravou seu disco de estreia e não parou mais. Foram 20 lançamentos ao todo. Chegou a tocar com Noel Rosa e tinha amizade com outros grandes músicos da época, como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Donga. Clara Nunes também gravou um samba de sua composição. Sua vida e obra foi lembrada em 2015 pela Radioagência Nacional e pelo programa Momento Três, da Rádio Nacional. A emissora ainda o homenageou no Armazém Cultural, em 2021, e no É tudo Brasil, em 2023. A TV Brasil também prestou seu tributo em 2018, inclusive nesta entrevista em que Nogueira falou sobre seus compositores favoritos.
Confira a relação completa de datas do Hoje é Dia de 1º a 7 de Junho de 2025.
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Junho de 2025
1
Nascimento da atriz fluminense Rosita Thomaz Lopes (105 anos)
Nascimento da pianista e compositora mineira Dinorá de Carvalho (130 anos)
Nascimento do escultor francês Paul Landowski (150 anos). Seu trabalho mais conhecido é a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro
Morte do líder de banda, compositor, arranjador, percussionista e mentor estadunidense Ernesto Antonio “Tito” Puente (25 anos). De ascendência porto-riquenha, ele é popularmente conhecido como “El rey del timbal” e “Rei do mambo”. Ernesto gravou mais de 100 álbuns, publicou mais de 400 composições e ganhou cinco Grammy Awards
Dia Nacional da Imprensa
Início da Semana Mundial do Meio Ambiente
Inauguração do Memorial Zumbi dos Palmares de Volta Redonda-RJ (35 anos)
2
Nascimento do escritor e aristocrata francês Marquês de Sade (285 anos)
Nascimento do instrumentista, violinista, escritor, folclorista, poeta e compositor potiguar Gumercindo Saraiva (110 anos)
Nascimento do compositor, cantor e ator mineiro Mauro Duarte (95 anos)
Dia Internacional da Prostituta – comemorado para marcar a data de 2 de junho de 1975, em que cerca de 150 trabalhadoras sexuais entraram para a história ao ocuparem a Igreja de São Nizier, na cidade francesa de Lyón, exigindo que o trabalho prestado por elas fosse considerado tão útil à França como qualquer outro ofício
3
Morte do compositor francês Alexandre César Léopold Bizet, o Georges Bizet (150 anos). Em uma curta carreira, devido à sua prematura morte, ele atingiu poucos sucessos antes do seu trabalho final, Carmen, que viria a se tornar uma das mais populares e interpretadas óperas do mundo
Lançamento da Gemini IV (60 anos). Foi a missão espacial que realizou a primeira caminhada espacial de um astronauta norte-americano em órbita da Terra
Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil
4
Dia Internacional das Crianças Vítimas Inocentes de Agressão. Comemoração instituída pela ONU na sua Resolução E-08/07 de 19 de agosto de 1982, que conta com o apoio do Unicef
5
Morte do pintor, desenhista, escultor, professor e poeta pernambucano Vicente do Rego Monteiro (55 anos)
Morte do cantor e compositor fluminense João Nogueira (25 anos)
Dia Mundial do Meio Ambiente, comemoração internacional que foi instituída pela 27ª sessão da Assembleia Geral da ONU, na Resolução Nº 2994 de 15 de dezembro de 1972
Aniversário de Taguatinga (67 anos), região administrativa do Distrito Federal
Aniversário de Brazlândia (92 anos), região administrativa do Distrito Federal
Início da transmissão, na Rádio Nacional, de “Em busca da felicidade” (84 anos), primeira novela radiofônica veiculada no país. Em 2018, o roteiro recebeu a certificação da Unesco, pelo Programa Memória do Mundo
6
Nascimento do escritor alemão Thomas Mann (150 anos). Nobel de Literatura, ele é considerado um dos maiores romancistas do século XX
Morte do cantor e compositor fluminense Antônio Moreira da Silva, o Kid Morengueira (25 anos)
Dia Nacional do Teste do Pezinho
Fundação do Teatro Municipal de Ouro Preto, Minas Gerais (255 anos). É a casa de ópera mais antiga da América Latina em funcionamento
7
Morte da poetisa modernista, jornalista e política fluminense Adalgisa Nery (45 anos)
Nascimento do jogador de futebol paulista Hilderaldo Luís Bellini (95 anos). Ele foi o capitão da Seleção Brasileira na conquista de seu primeiro campeonato mundial, em 1958
Morte do escritor estadunidense Henry Miller (45 anos)
Nascimento da cantora e compositora fluminense Dolores Duran (95 anos), que foi um grande expoente do gênero samba-canção
Nascimento do futebolista paulista Marcos Evangelista de Morais, o Cafu (55 anos)
Nascimento do sambista e compositor fluminense Walter Nunes de Abreu, o Walter Alfaiate (95 anos)
Nações Unidas definem a Linha Azul como a fronteira entre Israel e o Líbano (25 anos)
Dia Nacional da Liberdade de Imprensa
*As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados à cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para centraldepesquisas@ebc.com.br.