Economia
Petrobras pagou R$ 131,7 bilhões em tributos no primeiro semestre

A Petrobras pagou R$ 131,7 bilhões em tributos no primeiro semestre de 2025. O montante está no relatório fiscal da companhia, divulgado nesta quinta-feira (14), e representa recuo de 4,5% em relação aos R$ 137,9 bilhões do mesmo período do ano passado.
Os números não levam em conta a inflação do período. Considerada a inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), marcou 5,35% no acumulado de 12 meses anteriores a junho de 2025.
O valor total inclui tributos (impostos e contribuições), que são destinados à União, estados e municípios, e as chamadas participações governamentais. Essas participações são basicamente royalties pela exploração de petróleo e participação especial (PE) – uma compensação financeira extraordinária cobrada de campos de petróleo com grande volume de produção.
A Petrobras detalha que a União recebeu diretamente R$ 77,1 bilhões, sendo R$ 45,3 bilhões em tributos federais e R$ 31,8 bilhões em participações governamentais. Parte do valor total é redistribuída pelo governo para estados e municípios.
De acordo com a estatal, o montante do primeiro semestre corresponde a 5,4% de toda arrecadação federal e representa redução de 11,9% em relação ao pago no mesmo período de 2024.
A companhia explica que a queda foi sentida no recolhimento de tributos sobre o lucro (IRPJ e CSLL) e sobre o faturamento (PIS e Cofins).
O total pago em participação governamental subiu 3% na comparação anual.
Estados
Em relação ao recolhimento por parte dos estados, a Petrobras contribuiu com R$ 53,6 bilhões, o que representa 12% da arrecadação das unidades federativas. Esse valor é 7,8% superior ao pago no primeiro semestre de 2024, justificado pelo aumento da cobrança de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, que passou a valer em 1º de fevereiro.
A companha destaca que, em 20 unidades da federação, representa mais de 10% da arrecadação de ICMS.
Veja os estados que mais receberam tributos da Petrobras em valores absolutos:
- 1º) São Paulo: R$ 11,3 milhões
- 2º) Minas Gerais: R$ 7,3 milhões
- 3º) Rio de Janeiro: R$ 4,3 milhões
- 4º) Rio Grande do Sul: R$ 4,3 milhões
- 5º) Paraná: R$ 3,3 milhões
Apesar de Mato Grosso do Sul ser o nono estado em recolhimento da Petrobras, com R$ 2,6 milhões, o estado tem mais da metade da arrecadação vinda dos cofres da estatal do petróleo.
Confira o ranking de participação da Petrobras nas arrecadações estaduais:
- 1º) Mato Grosso do Sul: 52,8%
- 2º) Rondônia: 24,8%
- 3º) Paraíba: 24,5%
- 4º) Goiás: 20,9%
- 5º) Ceará: 19,2%
O estado de São Paulo, campeão de arrecadação, tem apenas 10,2% da sua receita proveniente da Petrobras.
Os municípios brasileiros receberam R$ 1 bilhão no primeiro semestre de 2025, praticamente tudo em Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). No mesmo período de 2024 foi R$ 0,7 bilhão.
Economia
Entenda o que muda no imposto de renda com a nova lei e por que a insenção até R$ 5 mil voltou ao debate

Isenção já é lei para salários de até dois mínimos, mas Congresso discute ampliar o benefício para quem ganha até R$ 5 mil — e reacende o debate sobre justiça fiscal no Brasil
Boas notícias para o bolso de milhões de brasileiros! Aquela mudança no Imposto de Renda que garantia isenção para quem ganha até dois salários-mínimos não é mais provisória. Agora é lei, sancionada e definitiva.
Na prática, isso significa um alívio direto na folha de pagamento. Se você está nessa faixa de renda, o “leão” não morderá mais uma parte do seu salário todo mês. “O efeito é aliviar o peso do imposto para quem ganha menos, garantindo que esse público tenha mais dinheiro disponível para o consumo e as necessidades básicas”, explica Fabrizio Caldeira, advogado especialista em direito tributário.
Para o especialista, o fato de a regra ter virado lei traz mais segurança. “Chega de incerteza. Com a lei, as pessoas podem se planejar financeiramente sem medo de que a regra mude de uma hora para outra”, avalia.
Apesar do avanço, a nova lei não resolve um problema antigo: a tabela do Imposto de Renda continua muito defasada. Se ela fosse corrigida pela inflação acumulada, milhões de brasileiros que hoje pagam imposto poderiam estar isentos ou, no mínimo, pagando bem menos. “Esse é um ponto que o governo ainda precisa enfrentar”, afirma Fabrizio Caldeira.
E é por isso que o debate já esquentou de novo no Congresso. A bola da vez é uma proposta bem mais ousada: isentar do IR todo mundo que ganha até R$ 5 mil por mês. Se aprovada, a medida beneficiaria não apenas os trabalhadores de menor renda, mas também uma grande fatia da classe média, que hoje sente o peso da carga tributária.
Claro que um benefício tão grande tem um custo. Isentar salários de até R$ 5 mil significaria uma perda de arrecadação enorme para o governo. “É fundamental que o projeto venha com uma solução para compensar essa perda, para que o alívio de um lado não se transforme em cortes na saúde e na educação do outro”, pondera o advogado.
Para Fabrizio Caldeira, a discussão precisa ser ainda mais ampla. Não basta só mexer na isenção. É preciso uma reforma completa do Imposto de Renda, para que ele se torne mais simples e, principalmente, mais justo. “O IR deveria ser um instrumento de justiça fiscal. Precisamos de um modelo que não pese tanto no bolso de quem ganha menos e que faça as grandes rendas contribuírem de forma mais proporcional”, conclui.
Economia
Ministro minimiza impacto do tarifaço no mercado de trabalho

Poucas empresas brasileiras levarão sua linha de montagem para os Estados Unidos, como forma de amenizar os impactos do tarifaço do governo norte-americano contra produtos brasileiros. A avaliação é do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Para ele, nesse caso, os efeitos negativos para o mercado de trabalho do país serão diminutos.
Já no pior dos cenários projetados, tendo como base uma pesquisa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a redução das vagas de emprego seria de, no máximo, 320 mil em um total estocado de 48 milhões de empregos.
“Convenhamos: não seria o desastre total”, disse Marinho, ao reiterar que este seria o cenário “caso absolutamente tudo desse errado”. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (21) durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Um dos objetivos do tarifaço aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos importados é o de estimular empresas a se instalarem em território norte-americano, gerando empregos e riquezas àquele país.
>>Entenda: tarifaço de Trump é capaz de reindustrializar Estados Unidos?
Compradores substitutos
Marinho disse que, nas viagens que ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm feito, ouviu depoimentos de empresários que informaram ter encontrado compradores substitutos, para escoarem a produção que estava destinada a compradores dos Estados Unidos.
“O empresário tem de olhar o mercado; um mercado secundário ou outro comprador. Pode ser que o outro país não vá querer, eventualmente, pagar o mesmo preço pago pelos norte-americanos. Mas muitas vezes é preferível você ter o menor resultado do que ter um prejuízo”. acrescentou.
Ele lembrou que as compras públicas ajudarão, em especial, o setor de produtos alimentícios destinados a hospitais, merendas escolares e presídios, por exemplo.
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Atenção especial
Segundo o ministro, o governo dará atenção especial aos setores mais afetados por produzirem essencialmente para o mercado norte-americano.
“Evidentemente alguns setores serão fortemente atingidos. Outros serão levemente atingidos ou não serão atingidos porque produzem essencialmente para outros mercados ou para o mercado brasileiro”, disse.
Perguntado sobre o risco de as empresas levarem linhas de montagem para os EUA, a fim de amenizar os impactos do tarifaço, ele disse que não vê “”um movimento grande em relação a isso”, e que, nesse caso, “o impacto ao mercado de trabalho será diminuto”, até porque economia e mercado de trabalho vivem um bom momento no Brasil.
“Com as medidas e iniciativas que o governo está tomando e com o diálogo com o empresariado brasileiro, daremos conta de passar esse processo. E o Brasil sairá mais forte depois desse processo”, complementou.
Economia
Petrobras inicia pagamento de dividendos a acionistas

A Petrobras iniciou nessa quarta-feira (20) o pagamento da primeira parcela de remuneração aos acionistas, referente ao balanço do primeiro trimestre, divulgado no dia 31 de março deste ano.
O valor bruto a ser distribuído integralmente em forma de juros sobre o capital próprio, corresponde a R$ 0,45458310 por ação ordinária e preferencial em circulação.
O pagamento será feito pelo Bradesco, instituição depositária das ações escriturais de emissão da Petrobras.
Todos os acionistas com cadastro devidamente atualizado terão seus direitos creditados automaticamente em suas contas bancárias.
Para os acionistas com ações custodiadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o pagamento será feito por meio de suas corretoras.
Para os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), o pagamento ocorrerá a partir do dia 27 deste mês, por meio do JP Morgan Chase, banco depositário dos ADRs da Petrobras. Mais informações poderão ser obtidas no site www.adr.com.
Os valores não reclamados no prazo de três anos, a contar da data do pagamento, prescreverão e reverterão em favor da companhia, de acordo com a lei.