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Pré-carnaval de dois meses pode aumentar faturamento de setores

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Pré-carnaval de dois meses pode aumentar faturamento de setores
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Enquanto muitos trabalhadores esperam o fim do ano para ter renda extra, com o pagamento do 13º salário, o vendedor ambulante André Pacheco aproveita o início de 2025 para conseguir um dinheirinho a mais, impulsionado pela chegada do carnaval. Há 20 anos ele trabalha com a venda de bebidas na Lapa, região boêmia no Centro do Rio de Janeiro.

André espera um faturamento maior por um motivo específico: este ano o carnaval será em março (começa no sábado, 1º), o que significa dizer que o pré-carnaval é mais longo.

“A gente vai ter janeiro e fevereiro para se preparar para o carnaval. Para mim é como se tivesse já dando uma alavancada de no mínimo uns 50% nas vendas”, disse à Agência Brasil.

Desde a virada do ano, ele tem percebido que a cidade está cheia de turistas, brasileiros e estrangeiros, o que contribui para o otimismo em relação às vendas. Para o camelô, os blocos de carnaval que já estão desde o primeiro fim de semana do ano estão diretamente relacionados com a expectativa – mesmo que não sejam localizados na região da Lapa.

“A gente fala que a Lapa, a nossa área, é uma dispersão mesmo de blocos. As pessoas vindas de blocos da Primeiro de Março [no Centro], do Flamengo, da Glória [bairros da zona sul], enfim, a galera acaba indo para a Lapa, todo mundo vai para lá, e a festa continua lá”.

A vendedora ambulante Maria do Carmo, conhecida como Maria dos Camelôs, fundadora e coordenadora-geral do Movimento Unido dos Camelôs (Muca), reforça a importância do carnaval para a categoria.

“O carnaval é o momento em que a gente tira o nosso 13º salário. Momento em que as pessoas estão na cidade, na rua para gastar dinheiro. Para a gente é muito importante”, disse à Agência Brasil a ambulante que vende bebidas em blocos no tradicional bairro de Santa Teresa, região central do Rio de Janeiro.

“Carnaval deveria ser duas vezes no ano”, brinca ela, que aponta o pré-carnaval como mais oportunidade para encontrar blocos nas ruas e, consequentemente, vender mais.

Este ano, a prefeitura do Rio de Janeiro vai autônomos para trabalhar nos blocos de rua, 5 mil a mais que em 2024.

Expediente esticado

O bar e restaurante Super Bar, que fica na Cinelândia, centro do Rio, outro ponto de dispersão de blocos, foi surpreendido pelo movimento de foliões no último domingo (5).

“Já começou o pré-carnaval este fim de semana. Já bombou aqui”, contou à Agência Brasil o gerente Flávio Alexandre Filho. O estabelecimento estava planejado para funcionar só no expediente diurno, mas teve que mudar os planos. “Teve que dar uma esticada até as 11 horas da noite”, relata.

O gerente explicou que não chega a contratar mais funcionários, mas altera os horários das escalas, de forma a ampliar a capacidade de atendimento. A exceção é a equipe de segurança, que conta com reforço numérico.

Nas contas de Flávio, o faturamento deve crescer 30% nos dias de pré-carnaval. Esse aumento compensa outro efeito do carnaval tardio. Ele observa que o restaurante fica em uma região que concentra muitos funcionários públicos. “O ano só começa mesmo depois do carnaval”, constata ele, se referindo à diminuição de movimento nos dias úteis de janeiro e fevereiro.

Comportamentos distintos

O presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio), Fernando Blower, observa que mesmo não tendo dados que suportem a hipótese, tende a acreditar que o pré-carnaval mais longo pode ser algo positivo para o setor. “Isso porque dá uma espécie de alongada nesse sentimento de verão, férias e viagem”, avalia.

No entanto, ele aponta que nem todos os estabelecimentos de alimentação fora do lar vivenciam o período da mesma forma. 

“Os bares e locais com características mais informais e descontraídos, além daqueles em locais de perfil notadamente turísticos, a exemplo da zona sul e Lapa, apresentam maior possibilidade de crescimento no período”, assinala. 

“Já nos perfis de negócio com foco mais executivo e afastados das áreas de maior concentração turística, o inverso acontece”, completa.

O presidente do SindRio lembra que, de acordo com dados do sindicato e do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (Ifec-RJ), o carnaval é historicamente um período com pequena queda no faturamento do setor de bares e restaurantes. 

Em 2024, o faturamento ficou em R$ 1,394 bilhões. Foi o primeiro ano a superar a marca de pouco mais de R$ 1,3 bilhão alcançada em 2019 e 2020, antes da pandemia de covid-19.

“Com o aumento crescente do turismo, incluindo o recorde de entrada de turistas estrangeiros no , estamos esperançosos de seguir em um movimento de crescimento”, estima.

Vocação regional

O presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, considera que o fato de o carnaval ser só em março gera impactos variados pelo Brasil, que dependem das características econômicas e turísticas de cada região.

“Em cidades como Salvador e Florianópolis, o carnaval marca o fim da alta temporada de verão. Por isso, quando acontece mais tarde, ajuda a prolongar o turismo e impulsionar as vendas em bares e restaurantes”, aponta.

“Já em locais onde a atividade turística é forte ao longo de todo o verão, como no Rio de Janeiro, a data do carnaval tem pouca influência, e o setor mantém sua estabilidade”, considera.

Hotéis

Enquanto ambulantes e bares se aproveitam da presença de foliões nos blocos do pré-carnaval estendido, o setor de hotelaria enxerga outra vantagem de a festa oficial estar marcada para março.

De acordo com Alfredo Lopes, presidente do HotéisRIO – o sindicato de donos de hospedagem da cidade do Rio – a data mais distante faz com que turistas nacionais tenham tempo de se organizar financeiramente e “abre a possibilidade de que quem veio participar da festa da virada queira voltar para a folia momesca”.

Segundo ele, o Réveillon funciona como um “cartão de boas-vindas” para que os visitantes conheçam melhor a cidade e se interessem em participar de outra grande festa. “O carnaval em março estica a alta temporada no Rio, constituída pelo verão carioca”, define.

Além disso, continua Lopes, a desvalorização do real, cerca de , tornou o Rio ainda mais atraente para os turistas internacionais. A moeda brasileira desvalorizada é sinônimo de preços mais baratos para quem vem de fora do país.

Calendário oficial

A terça-feira de carnaval este ano será em 4 de março. A , sendo relacionada diretamente à realização da Páscoa, que segue o calendário da igreja católica.

Com base em relatos bíblicos e históricos, os católicos acreditam que a ressurreição de Cristo ocorreu em um dia de lua cheia, próximo ao equinócio da primavera (o dia e a noite têm exatamente a mesma duração e marca a chegada da estação) no Hemisfério Norte.

Por esta razão, no ano 325, a Igreja Católica realizou o Concílio de Niceia e decidiu que a Páscoa seria celebrada sempre no domingo seguinte ao surgimento da primeira lua cheia após a chegada da primavera no Hemisfério Norte. Dessa forma, a Páscoa de 2025 será em 20 de abril.

Já o carnaval termina religiosamente 40 dias antes do domingo de Ramos, o domingo que antecede a Páscoa. Da quarta-feira de cinzas até o domingo de Páscoa são sempre 46 dias.

Em 2024, o carnaval começou em 10 de fevereiro. Em 2026, será no sábado 14 de fevereiro. Passando 2025, o próximo ano que terá carnaval em março será 2030, quando a terça-feira cairá em um dia 5.

O Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) preparou uma tabela com todas as datas religiosas móveis, o que inclui o Corpus Christi – de 1951 a 2078.

Lei para fixar data

Apesar de o carnaval ser uma data móvel diretamente ligada à Páscoa, já houve tentativas de aprovar lei para fixar o carnaval na primeira terça-feira de março.

A Câmara dos Deputados recebeu os Projetos de Lei (PL) 2846/2008 e 1503/2011, dos então deputados federais Wellington Fagundes e Stepan Nercessian, respectivamente.

Na justificativa, ambos alegam que a mudança de data possibilitaria “melhoria das condições profissionais de todos os setores envolvidos na organização do evento”.

O projeto do hoje senador Fagundes acrescentava que “a fixação da data tem, ainda, a vantagem de oferecer aos turistas – brasileiros e estrangeiros – a oportunidade de se programarem antecipadamente para a grande festa”.

O texto de Nercessian defendia que “quando a festa cai na primeira quinzena de fevereiro, é um desastre econômico para o setor de turismo”.

O PL de Wellington Fagundes foi arquivado em 2009, pouco mais de um ano após ser apresentado. O de Stepan Nercessian começou a tramitar em 2011 e foi arquivado em 2015.

Segundo o site Agenciabrasil.ebc,

Com informações: Agenciabrasil.ebc

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Crianças participam do 2º Circuito de Educação Ambiental com oficinas e atividades interativas

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Evento reuniu mais de 300 crianças em um circuito interativo com foco em fauna, flora e sustentabilidade

A maior cachoeira da América Latina, construída com materiais recicláveis, foi palco, na manhã desta sexta-feira (17/10), da segunda edição do Circuito de Educação Ambiental, uma ação que combinou aprendizado, diversão e conscientização ecológica. Com 25 metros de altura, a cachoeira do Eco Resort Castelinho, em Santo Aleixo (Magé/RJ), foi erguida a partir de 40 toneladas de resíduos recicláveis coletados na Baía de Guanabara por pescadores do Projeto Águas da Guanabara, incluindo cerca de 3 mil pneus de caminhão, garrafas PET, isopor e outros materiais. Os próprios pescadores estiveram presentes no evento, reforçando o vínculo entre comunidade, sustentabilidade e educação ambiental. A água que abastece a cachoeira vem de um sistema próprio de captação de chuva, garantindo um espetáculo sustentável e educativo para crianças e visitantes.

A atividade, realizada das 8h às 11h30, reuniu mais de 300 alunos das redes municipal e estadual de Magé e Petrópolis, que participaram de um circuito composto por 11 estações educativas voltadas para temas como fauna, flora, conservação e sustentabilidade.

O evento começou com um café da manhã coletivo oferecido pelo Eco Resort Castelinho, seguido de uma sequência de vivências práticas e interativas, conduzidas por instituições ambientais parceiras. Cada estande ofereceu uma experiência diferente, despertando nas crianças o senso de curiosidade e cuidado com a natureza.

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A ação reforçou o compromisso do Eco Resort Castelinho com a educação ambiental contínua e o engajamento social. Famoso por abrigar a maior cachoeira artificial do Brasil construída com materiais recicláveis, o resort reafirma seu papel como um espaço de aprendizado, sustentabilidade e transformação comunitária.

“Nosso objetivo é plantar sementes de consciência nas crianças, que são os verdadeiros guardiões do futuro. Queremos que elas sintam na prática o valor de cuidar da natureza e descubram que sustentabilidade é uma escolha possível e inspiradora”, afirmou André Marinho de Moraes, idealizador do Eco Resort Castelinho.

“Quando aproximamos a conservação da natureza das crianças, estamos garantindo o futuro da nossa biodiversidade. Este circuito é um exemplo de como o turismo ecológico e a educação ambiental podem caminhar lado a lado em prol de um mesmo propósito”, ressaltou Victor Valente da Silva, chefe da APA Petrópolis/ICMBio.

Pescadores do Projeto Águas da Guanabara participam do evento e reforçam a sustentabilidade da cachoeira

Os próprios pescadores, que coletaram cerca de 40 toneladas de resíduos da Baía de Guanabara — incluindo pneus de caminhão, garrafas PET, isopor e outros materiais — para a construção da cachoeira, estiveram presentes no evento. “A participação dos pescadores no Projeto Águas da Guanabara reflete nosso compromisso com a preservação ambiental e a conscientização das futuras gerações. Este evento é um exemplo claro de como a união entre comunidade e natureza pode gerar resultados positivos para todos”, afirmou Luiz Claudio Stabille Firtado, presidente da Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ).

O Circuito de Educação Ambiental é uma realização conjunta do Eco Resort Castelinho, APA Petrópolis e ICMBio, com participação de importantes parceiros ambientais e apoio da empresa Sequóia de Santo Aleixo, demonstrando a força das parcerias público-privadas para gerar impacto positivo.

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A complexidade e a liderança por trás dos grandes projetos submarinos

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O setor de óleo e gás permanece como um dos pilares estratégicos da economia mundial, responsável por movimentar trilhões de dólares e impulsionar a inovação tecnológica em escala global.Nesse cenário, a exploração offshore, especialmente em águas profundas e ultraprofundas, tornou-se fundamental, exigindo o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais complexas e seguras.

Empresas que atuam com tecnologia submarina têm papel decisivo nesse ecossistema. Elas desenvolvem sistemas integrados de produção submarina, válvulas, bombas, compressores, árvores de natal molhadas e equipamentos de controle de fluxo capazes de operar sob condições extremas de pressão e temperatura. O objetivo é aumentar a eficiência da produção, reduzir custos operacionais e garantir a segurança ambiental das operações.

Nos últimos anos, a digitalização e a automação transformaram profundamente o setor. Sensores inteligentes, sistemas de monitoramento remoto e análise de dados em tempo real permitem prever falhas, otimizar a produção e aumentar a vida útil dos equipamentos. Essa integração entre engenharia, automação e inteligência artificial redefiniu o conceito de eficiência operacional no fundo do mar.

Liderança e Estratégia em Projetos Submarinos

Nesse ambiente altamente técnico e competitivo, profissionais de liderança exercem papel essencial para o sucesso de cada operação. À frente de projetos complexos está Bruno Rompkovski, executivo com sólida trajetória internacional no setor, que atua como responsável pelas áreas de Licitações, Propostas, Operações Comerciais e Projetos em uma das maiores empresas globais de tecnologia submarina.

Rompkovski liderou projetos submarinos de grande porte em diversas regiões do mundo, unindo conhecimento técnico e visão estratégica. Em sua função como Western Hemisphere Tender Manager, ele supervisiona o portfólio de propostas para produtos, sistemas e serviços submarinos no Hemisfério Ocidental, assegurando consistência global, conformidade e alinhamento com os objetivos corporativos.

Sua atuação envolve definir e implementar estratégias de licitação, gerenciar propostas complexas e desenvolver soluções competitivas que impulsionam receitas e destravam casos de negócios desafiadores junto a grandes operadores do setor. O papel que desempenha exemplifica a importância de uma liderança técnica e comercial integrada, capaz de conectar engenharia de ponta, inovação e resultados financeiros sustentáveis.

Os desafios enfrentados por gerentes comerciais e diretores de projetos nesse setor são notáveis. “O ciclo de vendas de soluções submarinas é longo, técnico e envolve contratos de alto valor, frequentemente em múltiplas jurisdições, exigindo uma combinação rara de visão estratégica, domínio técnico e capacidade de negociação”, afirma Bruno.

Atuando em posições que exigem tanto visão comercial quanto conhecimento técnico aprofundado, Bruno gerencia negociações complexas e coordena equipes multidisciplinares. A experiência de Rompkovski ilustra como o sucesso no setor depende de uma atuação integrada, em que gestão, engenharia e estratégia comercial caminham lado a lado para garantir resultados sustentáveis e inovadores.

O futuro do mercado de óleo e gás, em especial no segmento de tecnologia submarina, aponta para uma integração cada vez maior entre inovação, sustentabilidade e automação. A busca por operações mais seguras, eficientes e com menor impacto ambiental orienta novos investimentos em inteligência artificial, robótica submarina e soluções energéticas híbridas.

Assim, o setor continua sendo um dos mais desafiadores e fascinantes do mundo industrial. Profissionais como Bruno Rompkovski exemplificam o perfil de liderança que impulsiona essa transformação — combinando excelência técnica, gestão estratégica e visão global em um ambiente onde inovação e resiliência são essenciais para o sucesso.

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Zurich Seguros anuncia Thales Amaral como novo diretor comercial regional RJ/ES/N/NE

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A Zurich Seguros anuncia Thales Amaral como novo diretor regional responsável pelas operações do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Norte e Nordeste. O executivo, que está na Zurich desde 2021 e possui sólida trajetória no mercado segurador e ampla experiência em cargos de liderança comercial, assume a diretoria regional com a missão de fortalecer a presença da companhia nessas regiões e intensificar o relacionamento com corretores, parceiros e clientes locais. 
A Diretoria Comercial Regional RJ/ES/N/NE reúne mercados estratégicos para o plano de expansão nacional da Zurich. Além de atuar em capitais altamente competitivas, como Rio de Janeiro, Recife e Salvador, a regional também abrange polos em crescimento acelerado no Norte e Nordeste e municípios em desenvolvimento no Espírito Santo e Rio de Janeiro. A Zurich tem intensificado sua atuação nesses mercados com foco em soluções customizadas, excelência no atendimento e inovação nas ofertas, especialmente nas linhas de seguros voltados ao varejo. 
“As regiões sob responsabilidade do Thales são fundamentais para o nosso crescimento sustentável e ampliam nossa presença em mercados que valorizam relacionamento, confiança e soluções sob medida. Temos convicção de que sua experiência e proximidade com os parceiros locais serão fundamentais para darmos continuidade aos excelentes resultados que temos alcançado, sempre com foco na geração de valor de longo prazo”, destaca Marcio Benevides, diretor executivo de Distribuição da Zurich Seguros. 
Com essa movimentação, a Zurich reforça sua estratégia de continuidade de uma liderança próxima, técnica e orientada ao cliente, alinhada à missão da companhia de oferecer proteção com excelência e antecipar as necessidades de um mercado em constante transformação. 

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