Siga-nos nas Redes Sociais

Saúde

Pré-diabetes é negligenciada e ameaça a vida de milhões no Brasil

Publicado

em

Fachada Ipiranga
ACS Hospital São Camilo

Muitas vezes assintomática, condição deve ser tratada com seriedade e rapidez para evitar o surgimento da diabetes que não tem cura

Segundo o Atlas da International Diabetes Federation (IDF), cerca de 18 milhões de pessoas são pré-diabéticas no Brasil. A pré-diabetes é um estágio intermediário entre o padrão saudável de açúcar no sangue e a diabetes mellitus tipo 2, caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, mas não a ponto de ser diagnosticado como diabetes. Quase 17 milhões de adultos vivem com diabetes no Brasil, de acordo com dados da pesquisa Vigitel e estima-se que a incidência da doença chegue a 23,2 milhões de pessoas no país em 2045.

“Exames de sangue cuja glicose no resultado varia entre 100 e 125 mg/dl, acima do normal, que seria até 99 mg/dl, aponta que o paciente entrou em na faixa de risco que chamamos de pré-diabetes. Em muitos casos, a pré-diabetes deve ser encarada como um alerta do corpo para o alto risco do desenvolvimento da diabetes e o aumento das chances de complicações cardíacas, falência renal, cegueira e amputação de membros”, esclarece a endocrinologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra. Caroline Castro.

Em geral, não apresenta sintomas perceptíveis. A pré-diabetes tem seu diagnóstico feito por meio de exames de sangue e glicemia. Em casos raros, a pessoa pode apresentar acantose, que é o escurecimento das dobras da pele nas regiões das virilhas, axilas e pescoço.

Recomenda-se que pessoas com idade a partir dos 45 anos façam testes regulares de glicemia. Quem está abaixo dessa faixa etária, mas tem fatores de risco como hipertensão, histórico familiar de diabetes tipo 2, diabetes na gestação, ovário policístico e excesso de peso, também deve ser testado.

Fatores de Risco

A pré-diabetes tem como principais fatores de risco: ganho de peso, alimentação hipercalórica, sedentarismo e herança genética. “É importante prestar atenção e procurar atendimento médico sem demora, pois nesse estágio o quadro pode ser revertido. O problema é que muita gente relaxa e não se trata. Depois de desenvolvida, a diabetes não tem cura e traz consigo diversos problemas de saúde, além do uso diário de medicamentos ou aplicação de insulina”, explica a especialista.

O ganho de peso se destaca como um dos principais fatores de risco da pré-diabetes, pois  faz com que o pâncreas produza mais insulina com o intuito de tentar reduzir e controlar os níveis de açúcar. Contudo, o corpo não percebe o aumento na produção de insulina como algo positivo. Com isso, cria-se o estado de resistência insulínica, em que mesmo com uma grande quantidade de insulina disponível, ela não é mais efetiva no organismo.

Tratamento

A pré-diabetes é uma condição reversível e cujo tratamento envolve intervenções para mudar o estilo de vida, como: alimentação saudável e balanceada, redução do consumo de alimentos hipercalóricos, ultraprocessados e carboidratos; prática regular de exercícios físicos; perda de peso, caso haja excesso de peso.

Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos pelo médico para ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue. “Em todos os casos, a pré-diabetes não pode ser ignorada. Controlar os níveis glicêmicos e estabelecer um estilo de vida saudável é o caminho para evitar o surgimento da diabetes e suas consequências debilitantes”, finaliza a médica.

Sobre a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 3 Unidades de hospital geral (Pompeia, Santana e Ipiranga) que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade, como Oncologia e Transplantes de Medula Óssea. Conta também com 1 Unidade especializada em Reabilitação e Cuidados Paliativos na Granja Viana.

Os hospitais gerais com atendimentos privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros. No Brasil desde 1922, a São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.

Editora e criadora da Rede Brasileira de Notícias. Fazendo também parte da redação do Imprensabr. Sempre com comprometimento com a imparcialidade na informação.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Brasil chega a 16 mortes confirmadas de intoxicação por metanol

Publicado

em

© Agência SP/Divulgação

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (19) novo boletim sobre intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas. O número de mortes subiu para 16 em todo o país. São agora 97 casos registrados, sendo 62 confirmados e 35 em investigação. No geral, 772 suspeitas foram descartadas.

São Paulo é o estado mais atingido, com 48 casos confirmados, sendo cinco em investigação. Nove óbitos são do estado. 511 notificações de intoxicação foram descartadas pelas autoridades paulistas.

As demais mortes são três no Paraná, três em Pernambuco e uma em Mato Grosso.

Há outros 10 óbitos sob análise, com cinco em São Paulo, quatro em Pernambuco e um em Minas Gerais. Mais de 50 notificações de mortes já foram descartadas.

Foram confirmadas intoxicações por metanol também em outros estados: seis no Paraná, cinco em Pernambuco, dois em Mato Grosso e um no Rio Grande do Sul.

Casos suspeitos são investigados em Pernambuco (12), no Piauí (5), no Mato Grosso (6), no Paraná (2), na Bahia (2),  em Minas Gerais (1) e no Tocantins (1).

Fonte

Continue Lendo

Saúde

Primeira unidade inteligente do SUS será no hospital da USP

Publicado

em

O primeiro Instituto Tecnológico de Emergência do país, o hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS), será construído no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Segundo o Ministério da Saúde, a iniciativa poderá reduzir o tempo de espera na emergência em 25%, com atendimento passando de uma média de 120 minutos para 90 minutos.

O investimento para essa unidade, de R$ 1,7 bilhão, será garantido a partir de uma cooperação com o Banco do BRICS, que fará a avaliação final da documentação protocolada pelo ministério. A previsão é que a unidade entre em funcionamento em 2029.

Para a implantação do hospital, o governo federal assinou acordo de cooperação técnica (ACT) com o HC e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que cederá o terreno para a unidade. Esse era o último documento para a conclusão do pedido de financiamento junto ao banco.

A unidade faz parte da Rede Nacional de Hospitais e Serviços Inteligentes e Medicina de Alta Precisão do SUS, lançada pela pasta para modernizar a assistência hospitalar no país. A gestão da unidade e a operação serão de responsabilidade do HC, com custeio compartilhado entre o Ministério da Saúde e a secretaria de saúde do estado de São Paulo.

“Com o hospital inteligente, estamos trazendo para o Brasil aquilo que tem de mais inovador no uso da inteligência artificial, tecnologia de dispositivos médicos e da gestão integrada de dados para cuidar das pessoas e salvar vidas. Estamos tendo a chance de inovar a rede pública de saúde, e o melhor de tudo, 100% SUS. Além do primeiro hospital inteligente, também vamos expandir a rede para 13 estados com UTIs que contarão com a mesma tecnologia”, destacou Alexandre Padilha, em evento de apresentação do projeto, nesta quarta-feira (19)..

Acompanhe a cobertura completa da EBC na COP30 

Modernização

Além da redução do tempo de espera por atendimento no pronto-socorro, o ministério afirmou que a expectativa é que o hospital acelere o acesso a UTIs, reduza o tempo médio de internação e aumente o número de atendimentos. Isso porque a unidade será totalmente digital, com uso de inteligência artificial, telemedicina e conectividade integrada.

“O tempo em que pacientes clínicos ficam na UTI, por exemplo, passa de uma média de 48 horas para 24 horas, e o tempo de enfermaria passa de 48 horas para 36 horas. Com a integração dos sistemas será possível também reduzir custos operacionais em até 10%”, disse a pasta, em nota.

O hospital terá capacidade anual para atender 180 mil pacientes de emergência e terapia intensiva, 10 mil em neurologia e neurocirurgia e 60 mil consultas ambulatoriais de neurologia. Segundo o governo federal, a estrutura seguirá os padrões internacionais de sustentabilidade, com certificação verde e sistemas de acompanhamento de consumo energético, água e resíduos.

Fonte

Continue Lendo

Saúde

OMS: 840 milhões de mulheres no mundo foram alvo de violência

Publicado

em

© Joédson Alves/Agência Brasil

Quase uma em cada três mulheres – cerca de 840 milhões em todo o mundo – já sofreu algum episódio de violência doméstica ou sexual ao longo da vida. O dado, divulgado nesta quarta-feira (19) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), praticamente não mudou desde o ano 2000.

Apenas nos últimos 12 meses, 316 milhões de mulheres – 11% delas com 15 anos ou mais – foram vítimas de violência física ou sexual praticada pelo parceiro. “O progresso na redução da violência por parceiro íntimo tem sido dolorosamente lento, com uma queda anual de apenas 0,2% nas últimas duas décadas”, destacou a OMS.

Pela primeira vez, o relatório inclui estimativas nacionais e regionais de violência sexual praticada por alguém que não seja o parceiro. É o caso de 263 milhões de mulheres com 15 anos ou mais. “Um número que, segundo especialistas, é significativamente subnotificado devido ao estigma e ao medo”, alertou a OMS.

“A violência contra mulheres é uma das injustiças mais antigas e disseminadas da humanidade e, ainda assim, uma das menos combatidas”, avaliou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Nenhuma sociedade pode se considerar justa, segura ou saudável enquanto metade de sua população vive com medo”, completou, ao citar que acabar com a violência sexual contra mulheres não é apenas uma questão política, mas de dignidade, igualdade e direitos humanos.

“Por trás de cada estatística, há uma mulher ou menina cuja vida foi alterada para sempre. Empoderar mulheres e meninas não é opcional, é um pré-requisito para a paz, o desenvolvimento e a saúde. Um mundo mais seguro para as mulheres é um mundo melhor para todos”, concluiu Tedros.

Riscos

A OMS alerta que mulheres vítimas de violência enfrentam gestações indesejadas, maior risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis e depressão. “Os serviços de saúde sexual e reprodutiva são um importante ponto de entrada para que as sobreviventes recebam o atendimento de alta qualidade de que precisam”.

O relatório destaca ainda que a violência contra mulheres começa cedo, e os riscos persistem ao longo da vida. Ao longo dos últimos 12 meses, 12,5 milhões de adolescentes com idade entre 15 e 19 anos (16% do total) sofreram violência física e/ou sexual praticada pelo parceiro.

“Embora a violência ocorra em todos os países, mulheres em países menos desenvolvidos, afetados por conflitos e vulneráveis ​​às mudanças climáticas são afetadas de forma desproporcional”, ressaltou a OMS.

A Oceania, por exemplo, com exceção da Austrália e da Nova Zelândia, registrou uma taxa de prevalência de 38% de violência praticada por parceiro ao longo do último ano – mais de três vezes a média global, de 11%.

Apelo à ação

Segundo o relatório, mais países coletam dados para fundamentar políticas públicas de combate à violência contra a mulher, mas ainda existem lacunas significativas – sobretudo em relação à violência sexual praticada por pessoas que não são parceiros íntimos, e a grupos marginalizados como mulheres indígenas, migrantes e com deficiência.

Para acelerar o progresso global e gerar mudanças significativas na vida de mulheres e meninas afetadas pela violência, o documento apela para ações governamentais decisivas e financiamento com o objetivo de:

  • Ampliar programas de prevenção baseados em evidências;
  • Fortalecer serviços de saúde, jurídicos e sociais centrados nas sobreviventes;
  • Investir em sistemas de dados para monitorar o progresso e alcançar grupos mais vulneráveis;
  • Garantir a aplicação de leis e políticas que empoderem mulheres e meninas.

Fonte

Continue Lendo