Bahia
Preta Gil será homenageada pelo Grupo Gay da Bahia com prêmio In memoriam

A cantora, atriz e apresentadora Preta Gil ganhará uma homenagem emocionante, concedida in memoriam, na 13ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+, no dia 5 de setembro, às 16h, no Terraço do Arquivo Público Municipal, em Salvador. Entre os 30 agraciados desta edição, o reconhecimento à artista marca a sua contribuição para a música e a cultura brasileira, além de destacar sua trajetória em defesa dos direitos humanos e da diversidade.
Preta Gil sempre fez da sua voz uma trincheira contra o preconceito e a discriminação. Em 2006, foi madrinha da Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia, e desde então se consolidou como uma aliada firme da comunidade. Sua postura pública, destemida e acolhedora, transformou-se em inspiração para milhares de pessoas que encontraram em sua arte e em suas palavras um espaço de reconhecimento e pertencimento.
Filha do cantor e compositor Gilberto Gil, Preta construiu sua carreira com autenticidade e irreverência, transitando entre a música, a televisão e o ativismo. Ao longo dos anos, consolidou-se como símbolo de representatividade ao abordar sem tabus temas relacionados a identidade, liberdade e diversidade. Sua obra e sua presença no cenário cultural brasileiro seguem como legado vivo, que continua a ecoar mesmo após sua partida. Marília Gil, filha de Gilberto Gil e irmã de Preta, representará a homenageada.
A 13ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+ reforça, assim, a missão do Grupo Gay da Bahia de unir história e futuro: lembrar as lutas que abriram caminhos e celebrar novos protagonistas que continuam a construir um Brasil mais justo, plural e inclusivo. A Semana da Diversidade Cultural LGBT+ de Salvador conta com patrocínio do Governo da Bahia, Prefeitura de Salvador, Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e InterPride.
Serviço
13º Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+
Data: 5 de setembro
Horário: 16h
Local: Terraço do Arquivo Público Municipal (Rua Portugal, nº 5, Comércio)
Gratuito
Bahia
Fé em Xeque: Brasil e EUA na Encruzilhada da Liberdade Religiosa

Zizi Martins é ativista da liberdade religiosa, destaca as problemáticas e desafios da liberdade religiosa no Brasil e nos Estados Unidos..
A liberdade religiosa é um direito natural positivado como fundamental nas constituições do Brasil e dos Estados Unidos há séculos. Porém, nos dias atuais, os cristãos enfrentam desafios significativos para manifestar sua fé, sendo alvo de ações e interpretações estatais que, em alguns casos, revelam um viés anticristão.
Segundo o Censo 2022 do IBGE, o Brasil é majoritariamente cristão, com 56,7% se declarando católicos e 26,9% evangélicos, forma significativa de representação política e cultural. Nos EUA, os cristãos, sobretudo evangélicos, também são maioria com ampla influência política.
Embora muito se fale em perseguição, ela não é apenas percepção, mas pode ser avaliada por meio de ações específicas do Estado que afetam a presença cristã.No Brasil, há registros de proibições de manifestações religiosas em escolas sob a justificativa de laicidade, enquanto outras expressões culturais e religiosas continuam permitidas, evidenciando um padrão de discriminação institucional. Também existem denúncias sobre o uso de recursos públicos para apoiar ONGs que promovem pautas contrárias aos valores cristãos, como no combate à “ideologia de gênero”. O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional legislação estadual que obrigava a presença de exemplares da Bíblia em escolas públicas e bibliotecas – decisão que simboliza a retirada da presença obrigatória da fé cristã em espaços públicos, embora a Bíblia possa continuar presente de forma não mandatória.
Nos Estados Unidos, vários casos judiciais demonstram restrições ao exercício da fé cristã, como a proibição de orações oficiais em espaços públicos e a remoção judicial de símbolos religiosos cristãos, como presépios e cruzes, mesmo em locais com tradição histórica cristã. Litígios contra igrejas que recusaram prestação de certos serviços contrários às suas crenças também marcam o cenário.
Enquanto os EUA mantêm uma democracia representativa consolidada, em que o marco legal da liberdade religiosa é respeitado e menos vulnerável à interferência judicial excessiva, o Brasil enfrenta uma maior judicialização da política, com decisões que impõem restrições sem o aval do parlamento, caracterizando uma “juristocracia” que dificulta a plena expressão democrática e a segurança jurídica.
Esse fenômeno no Brasil está diretamente relacionado ao neoconstitucionalismo, corrente jurídica que atribui à Constituição um papel central e vinculativo absoluto, conferindo aos tribunais um papel ativo na interpretação dos direitos fundamentais, muitas vezes de forma dinâmica e flexível para atualizar o direito segundo novos valores sociais. O neoconstitucionalismo enfatiza a aplicação de princípios constitucionais como normas jurídicas concretas, promove a ponderação entre direitos e a abertura da interpretação à moral e à justiça social, o que amplia o alcance e a influência do Judiciário sobre as políticas públicas. Essa abordagem fortalece a judicialização da política e pode restringir decisões tomadas pela democracia representativa formalmente constituída.
Nos Estados Unidos, em contraste, a Suprema Corte (Supreme Court of the United States) é majoritariamente composta por juízes que adotam o originalismo constitucional, defendendo a interpretação da Constituição conforme o entendimento dos fundadores no período da promulgação. Esse método busca limitar a intervenção judicial e respeitar o papel do Legislativo, mantendo uma postura mais restrita sobre mudanças políticas e sociais via decisões judiciais. Embora haja reconhecimento que nenhuma interpretação é inteiramente desvinculada do contexto social, o originalismo atua para impedir a expansão desmedida da jurisdição e preservar o equilíbrio entre poderes.
É crucial preservar a democracia representativa porque ela é o meio legítimo para a maioria fortalecer e proteger o marco legal que assegura a liberdade de crença e culto. Relativizar essa democracia implica transferir decisões cruciais para tribunais, agências e instituições acadêmicas desprovidas da legitimidade popular, como ocorre no Brasil. Diferentemente, nos EUA, o sistema é mais equilibrado, mantendo a soberania popular e o respeito aos processos legislativos.
Esses exemplos reforçam que a liberdade religiosa dos cristãos está no centro de tensões políticas e jurídicas tanto no Brasil quanto nos EUA, com sua proteção dependendo do delicado equilíbrio entre democracia representativa e a atuação judiciária contida pelos limites constitucionais e, por isso histórica e socialmente responsável.
Zizi Martins é ativista da liberdade, atuando como vice-presidente do Conselho Administrativo da ANED, membro do IBDR, diretora e membro fundadora da Lexum. Advogada, Procuradora do Estado da Bahia, Especialista em Direito Administrativo (UFBA), Especialista em Direito Religioso (Unievangélica), Mestre em Direito (UFPE), Doutora em Educação (UFBA), Pós-Doutora em Política, Comportamento e Mídia (PUC/SP). Atua também como consultora e pesquisadora em liderança e gestão pública, além de comentarista política.*
Instagram: @zizimartinsoficial | Facebook: Zizi Martins | LinkedIn: Alzemeri Martins | X: @zizimartinss
Bahia
Despertar do Brasil: Manifestação pelo Futuro do País

As manifestações ocorridas em Salvador nos últimos dois domingos foram organizadas por grupos ligados aos parlamentares conservadores da Bahia, com o objetivo de tentar reverter o cenário político atual no Brasil. Alguns políticos e representantes do Partido Liberal (PL), entre outros partidos de direita, participaram do ato. Ato aconteceu no Farol da Barra, em Salvador
Essas ações visam combater a criminalização do discurso de direita e enfrentar o ativismo judicial que, segundo os organizadores, busca impedir a candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2026.
Zizi Martins, presidente do diretório estadual do partido Conservador, discursou em ambos os dias, destacando a tradição libertária da Bahia e o histórico compromisso dos baianos com as causas dos direitos fundamentais. Ele relembrou o hino da independência do Estado, que afirma: “nunca mais o despotismo regerá nossas ações. Com tiranos não combinam brasileiros corações”, e conclamou os manifestantes — que reuniram milhares de pessoas — a ficarem atentos às ameaças à liberdade no país.
Acompanhe mais sobre seu trabalho em:
@zizimartinsoficial
Bahia
Entrar em uma religião sem preparo pode ser perigoso: o alerta do Babalawo Sergio ifatokun


O crescente interesse por religiões afro-brasileiras e afro-diaspóricas, como o culto de Ifá, o Candomblé e a Kimbanda, tem chamado a atenção de estudiosos, sacerdotes e praticantes antigos. Embora esse movimento represente um avanço na valorização da espiritualidade ancestral, ele também traz um risco cada vez mais comum: pessoas se envolvendo nessas tradições sagradas sem o devido preparo, conhecimento ou orientação.
Segundo o Babalawo Sergio ifatokun — sacerdote de Kimbanda, Candomblé e iniciado no culto de Ifá, conhecedor profundo dos fundamentos religiosos —, esse fenômeno tem causado desequilíbrios, frustrações e, em muitos casos, experiências espirituais negativas que poderiam ser evitadas com mais consciência e responsabilidade.
> “Religião de matriz africana não é espetáculo, nem moda. É compromisso de alma, é aliança com os ancestrais. E todo compromisso exige preparação, escuta e entrega real”, alerta o babalawo.
O caminho espiritual exige iniciação e não improviso
Muitos chegam atraídos por promessas de resultados rápidos — amor, dinheiro, poder espiritual — sem entender que as religiões afro-brasileiras são sistemas completos, com liturgias próprias, regras, tempo de aprendizado e iniciações profundas.
No Ifá, por exemplo, a consulta ao oráculo é o primeiro passo. A partir dela, entende-se quem é a pessoa espiritualmente, quais forças regem seu destino (ori), e se ela está ou não pronta para uma iniciação. Pular etapas nesse processo é como construir uma casa sem fundação: os riscos são altos.
> “Se a pessoa não está preparada, o oráculo vai mostrar. Não se entra no culto por curiosidade. Se entra por chamado, por missão, e com a orientação certa”, afirma Ifatokun.
O mesmo vale para o Candomblé, que possui ciclos de aprendizado chamados de obrigações. Cada etapa — desde o bori (oferta à cabeça) até a feitura completa de santo — é um renascimento, um mergulho nos arquétipos e nos elementos que sustentam o axé (força vital) do iniciado.

As consequências de entrar despreparado
Entre os efeitos mais comuns para quem se inicia sem preparo ou com sacerdotes despreparados estão:
* Desconexão espiritual: a pessoa passa por um ritual sem compreender seu significado ou função espiritual, criando uma relação vazia com o sagrado.
* Confusão emocional e energética: rituais mal conduzidos podem desestruturar o equilíbrio do ori (mente espiritual) e causar desequilíbrio mental, emocional e até físico.
* Perda de recursos e tempo: falsas promessas levam muitos a gastar dinheiro com “iniciações expressas” ou “rituais mágicos” sem nenhum valor real.
* Rompimento com os ancestrais: em vez de se aproximar da ancestralidade, o iniciado sem preparo pode se afastar ainda mais dela, por não honrar os fundamentos corretos.
Além disso, o risco de cair nas mãos de falsos sacerdotes ou pessoas sem fundamento é real e crescente.
> “O verdadeiro sacerdote orienta, acolhe, prepara e ensina. Ele não pressiona ninguém a se iniciar, nem cobra valores abusivos. Ele entende que a espiritualidade é sagrada, e não comércio”, pontua o Babalawo.

Como saber se você está pronto para entrar em uma religião afro-brasileira?
Sergio Ifatokun oferece orientações práticas para quem sente o chamado, mas ainda está em dúvida ou busca fazer isso da maneira correta:
Busque conhecimento antes de qualquer ritual
Leia, participe de rodas de conversa, assista a palestras. Conhecer minimamente o sistema religioso é essencial para evitar enganos. Espiritualidade sem consciência é terreno fértil para frustração.
Faça uma consulta com oráculo legítimo
No caso do Ifá, a consulta com o opele ou os ikins indicará os caminhos e revelará se há ou não um chamado espiritual real. A consulta sempre vem antes da iniciação.
Observe o comportamento do sacerdote
Um verdadeiro líder espiritual é ético, discreto e transparente. Ele respeita seu tempo e sua liberdade. Desconfie de quem impõe decisões, usa o medo ou promete milagres imediatos.
Evite pressa. Espiritualidade é processo
Cada etapa tem seu tempo. Não se compare com outras pessoas ou com o que vê nas redes sociais. O que é certo para um pode não ser para você neste momento.
Desconfie de rituais “instantâneos”
Iniciação séria exige preparo, tempo e recolhimento. Quem oferece iniciações rápidas ou “pacotes espirituais” está, na maioria das vezes, longe da tradição verdadeira.
Conclusão: espiritualidade com consciência é proteção
A busca espiritual é legítima e bonita. Mas como ensina o Babalawo Sergio Ifatonun, entrar em uma religião é entrar em uma aliança com forças ancestrais que merecem respeito. Fazer isso com consciência, orientação e humildade é a única forma segura de trilhar esse caminho.
> “Religião não é para quem tem pressa. É para quem tem propósito. Antes de qualquer ritual, se conecte com o saber. Porque conhecimento é o maior escudo espiritual que alguém pode ter”, finaliza Ifatokun
Ifatokun – Sacerdote de Ifá, Kimbanda e Candomblé
Ifatokun é um sacerdote altamente respeitado nas tradições espirituais afro-brasileiras, com mais de 20 anos de dedicação aos caminhos, Kimbanda e Candomblé, e também em Ifá. Sua trajetória é marcada por um profundo compromisso com a preservação e a transmissão dos ensinamentos ancestrais, guiando discípulos e consulentes em suas jornadas espirituais.