- Com protagonismo feminino e espírito coletivo, o Projeto ALAMG se destaca no Campeonato Estadual de Luta Olímpica e mostra que o esporte pode e deve ser ferramenta de inclusão e transformação social
- O que o esporte agrega para as mulheres?
- A visão da ALAMG sobre a inclusão feminina no esporte
- Como fazer do esporte um elemento de transformação?
- A força da representatividade
- O que vem a seguir?
Com protagonismo feminino e espírito coletivo, o Projeto ALAMG se destaca no Campeonato Estadual de Luta Olímpica e mostra que o esporte pode e deve ser ferramenta de inclusão e transformação social
No último dia 3 de maio, o Projeto ALAMG escreveu mais um capítulo marcante na sua trajetória. Durante o Campeonato Estadual de Luta Olímpica, realizado em Guarapari (ES), mais de 20 alunos dos núcleos ativos do projeto subiram aos tatames com coragem, técnica e muita dedicação.
O resultado foi um verdadeiro festival de conquistas. Medalhas de ouro, prata e bronze vieram como consequência de um trabalho sério, comprometido e focado no desenvolvimento humano. Mas o grande destaque do dia foi o brilho do time feminino, que mostrou que o lugar das mulheres é onde elas quiserem, inclusive em um esporte historicamente dominado por homens.
O que o esporte agrega para as mulheres?
Para muitas meninas, o esporte representa bem mais do que uma atividade física. Ele é espaço de descoberta, pertencimento, construção de autoestima e afirmação de identidade. Quando uma menina entra no tatame, ela não está apenas aprendendo a lutar. Ela está aprendendo a confiar em si, a lidar com limites e a enxergar novas possibilidades de futuro.
No Projeto ALAMG, esse impacto é visível. A presença das alunas nas competições, nos treinos e nos bastidores revela o quanto o esporte pode ser uma ferramenta de crescimento pessoal e coletivo. Não se trata apenas de formar atletas, mas de oferecer experiências que fortalecem corpo, mente e autoestima.
A visão da ALAMG sobre a inclusão feminina no esporte
A inclusão, no contexto do projeto, é entendida como algo além do acesso. É a construção de um ambiente acolhedor, seguro e estimulante, no qual as meninas possam se desenvolver sem medo ou julgamento. Isso passa por incentivo constante, escuta ativa, estrutura adequada e exemplos positivos.
Nesse sentido, o protagonismo feminino é estimulado desde cedo. A presença de treinadoras e referências femininas no dia a dia da iniciativa tem papel crucial. É o caso da professora Júlia Noledo, que conduz os treinos com sensibilidade e firmeza, criando um espaço no qual as meninas se sentem parte, não exceção.
“A luta ajuda as meninas a se reconhecerem como fortes, determinadas e capazes. É incrível ver a transformação que acontece quando elas percebem que têm potência e que esse espaço também é delas” afirma Júlia.
Como fazer do esporte um elemento de transformação?
O Projeto ALAMG tem apostado em uma abordagem que vai além da performance. Os treinos são gratuitos e acontecem duas vezes por semana, com horários adaptados para facilitar o acesso. O objetivo é atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e oferecer uma alternativa de formação cidadã por meio do esporte.
Essa metodologia entende que cada vivência conta. Subir ao pódio é importante, mas participar, errar, tentar de novo e aprender são conquistas igualmente valiosas. O projeto acredita na formação integral. Trabalhar o físico, o emocional e o social com o mesmo cuidado.
A participação no Campeonato Estadual foi reflexo disso. O desempenho técnico veio acompanhado de um comportamento exemplar, respeito aos colegas e espírito de equipe. Valores que também são treinados a cada sessão.
A força da representatividade
Ver meninas se destacando em um esporte de contato, competitivo e exigente como a luta olímpica é um símbolo poderoso. Representatividade importa, e o ALAMG tem mostrado como a presença feminina no esporte transforma não apenas as atletas, mas também a comunidade em volta.
Mais do que competir, as alunas estão inspirando outras meninas a acreditarem em seus sonhos, a ocuparem espaços e a se verem como protagonistas das próprias histórias. Isso cria um efeito multiplicador que ultrapassa os limites do tatame.
O que vem a seguir?
Com o bom desempenho em Guarapari, o projeto já se prepara para um novo desafio. Os Jogos Escolares do Espírito Santo vêm aí, e a expectativa é grande. A vontade de seguir evoluindo também. O foco está em oferecer novas experiências, ampliar a visibilidade do projeto e garantir que mais jovens possam ter acesso ao esporte como ferramenta de desenvolvimento.
Enquanto isso, os treinos continuam, as histórias seguem sendo escritas e o trabalho de base segue firme. No ALAMG, cada aula é uma semente plantada. Cada competição, uma nova chance de mostrar que o esporte transforma. E que quando elas lutam, todos vencem.