Você sabia que nem sempre o problema do seu negócio está na falta de cliente.
Às vezes está no ciclo de vida do teu produto ou serviço. Muitas vezes a gente pega empresas desorganizadas com queda de faturamento, fluxo de caixa apertado. E quando organizamos a casa, ajustamos os estoques, melhoramos o atendimento, estruturamos o financeiro, o resultado aparece.
E por que isso acontece? Porque havia muitas oportunidades escondidas. Bastava colocar ordem para o dinheiro voltar a girar. Mas há um outro cenário mais desafiador.
Empresas super organizadas, com processos bem feitos, equipe alinhada, e mesmo assim o faturamento cai. Quando isso acontece, é sinal de que o problema pode não estar na gestão, e sim no produto. Ele pode ter perdido a relevância, ter ganhado concorrência demais, ou simplesmente ter ficado obsoleto.
É como se fosse um carro novo, que depois de alguns anos começa a precisar de mais investimento para se manter rodando. Mais marketing, mais desconto, mais esforço, e cada real de resultado começa a custar muito mais. Um exemplo prático disso é o que aconteceu com a Kodak.
Por muitos anos ela foi líder mundial em fotografia, mas quando o mercado digital começou a crescer, a empresa demorou para investir em inovação. E o produto dela ficou simplesmente por trás. E aqui vem um exemplo inspirador da Fujifilm.
Assim como a Kodak, ela era uma gigante da fotografia analógica. Mas quando o mundo começou a migrar para o digital, a Fujifilm entendeu que a tecnologia que ela dominava, as fórmulas químicas para filmes fotográficos, podiam servir para outros setores. E o que ela fez? Transformou parte da sua expertise em cosméticos, produtos farmacêuticos e soluções para a área médica.
A mesma ciência usada para preservar imagens passou a ser usada para preservar a pele e combater o envelhecimento. Ou seja, ela inovou sem abandonar sua essência. Hoje, a Fujifilm é uma empresa sólida, diversificada, enquanto a sua antiga concorrente ficou no passado.
Importante você saber que nem sempre a inovação exige milhões de investimentos. Às vezes basta olhar para o teu portfólio, para todos os produtos e serviços que você tem. Muitos negócios aumentam o lucro simplesmente eliminando produtos que não dão retorno e concentrando energia e esforço no que tem mais procura e margem.
E para isso você precisa ter curiosidade sobre saber como anda o teu negócio. Temos diversos exemplos de empresas que cresceram sem grandes investimentos, apenas organizando a operação, como várias redes de food service, salões de beleza, que ao revisar o teu leque de produtos ou serviços, eliminaram aqueles que não davam lucro e concentraram esforço e energia naquilo que tinha mais margem e procura. Ou seja, a organização gerou resultado.
E por isso é fundamental o dono entender o que cada produto ou serviço representa dentro da sua própria empresa. Pergunte-se qual o produto que mais sai, qual dá mais lucro, qual tem o maior custo de manutenção, qual está dando mais trabalho e quase não traz retorno. Essa análise simples revela se você está investindo em energia onde há crescimento ou investindo em algo que já está perdendo força.
E vale lembrar que todo produto tem um ciclo. Ele nasce, cresce, amadurece, e se não for reinventado, melhorado ou transformado, envelhece. A função do empreendedor é perceber o momento certo para inovar ou simplificar.
Às vezes o melhor investimento não é criar algo novo, é reorganizar o que você já tem. Mas em outros casos, é a inovação que vai salvar o seu negócio do esquecimento. O segredo é saber distinguir qual é a hora de organizar e qual é a hora de inovar.
Para isso, você precisa estar o tempo todo avaliando o seu próprio negócio. Espero que esse ensaio te contribua para você.
O programa Chá das Cinco também pode ser assistido online pelo canal oficial no YouTube. Em Balneário Camboriú, a transmissão também está disponível aos assinantes da TVBC, a TV Balneário Camboriú.