Siga-nos nas Redes Sociais

Saúde

Quando recomeçar é um ato cirúrgico

Publicado

em

Divulgação
Divulgação

Cirurgiã bucomaxilofacial, Juliana Chramosta alia técnica, escuta e propósito para transformar rostos, histórias e destinos

A viuvez chegou cedo demais. Dois filhos pequenos, uma clínica ainda em fase de crescimento e um luto que apertava o peito em silêncio. Mas Juliana Moreira Chramosta não se deixou paralisar. Com muita responsabilidade e firmeza, seguiu. A dor virou combustível e o que poderia ter sido ponto final, transformou-se em recomeço. Acolheu o luto, sem interromper a vida. Seguiu presente na infância dos filhos, aprofundou os estudos, reestruturou a clínica com estratégia e afeto.

Atendeu, cuidou, devolveu sorrisos. Investiu em tecnologia, redesenhou processos e triplicou os resultados e ,em 2024, superou a marca de R$ 1 milhão em faturamento. Mais do que números, consolidou sua reputação como uma profissional que une ciência, humanidade e excelência.

Com mais de 20 anos de trajetória, formada pela UFMS, com residência em Campinas e especialização em implantodontia, Juliana é hoje um dos nomes mais respeitados da cirurgia bucomaxilofacial no Brasil. Atua no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, é professora no IOA Jardins, em São Paulo, e comanda uma clínica referência em procedimentos estéticos e reconstrutivos de alta complexidade.

Por trás da dentista, há a atleta e talvez seja essa disciplina silenciosa que sustenta a potência do que ela constrói. Opera com precisão e ensina com entrega, cada escolha é uma extensão de quem ela é: determinada, sensível, incansável. “Quando reconstruo um rosto, não penso só na técnica. Penso no que aquele paciente deixou de viver por conta da dor, da vergonha ou da limitação funcional. A cirurgia é só parte do que acontece ali”, conta.

Problemas como dentes desalinhados, mordida cruzada ou alterações ósseas faciais não impactam apenas a estética. Comprometem funções vitais: mastigação, respiração, qualidade do sono. Em crianças, a respiração bucal pode afetar o crescimento ósseo e causar distúrbios como apneia do sono, prejudicando o rendimento escolar e o desenvolvimento emocional.

Dados da American Academy of Sleep Medicine (2024) mostram que 3 em cada 5 crianças com alterações faciais não tratadas desenvolvem distúrbios do sono. No Brasil, um estudo do Brazilian Journal of Oral Health revelou que 78% dos adolescentes com dentes tortos já sofreram bullying por conta da aparência. O impacto vai além do desconforto: compromete autoestima, interação social e até saúde mental. É nesse ponto que Juliana atua. Técnica apurada, escuta afiada e um olhar que não se limita ao diagnóstico. Cada cirurgia é um gesto de restituição: da imagem, da funcionalidade e da confiança.

Docência, maternidade, gestão e bisturi
Juliana não opera apenas pacientes. Forma cirurgiões. Dá aulas, ministra cursos, acompanha casos complexos. Mantém uma rotina de ensino que alimenta a prática e vice-versa. Sua didática une teoria, ética e sensibilidade clínica e muito amor. No consultório, repete o que ensina: escuta, observa, respeita, é empática. “Pacientes viram amigos com frequência. Já vi mulheres redescobrirem o próprio rosto após uma correção mandibular. Outras me enviam fotos sorrindo com orgulho, como se finalmente se reconhecessem no espelho. Há quem me agradeça pelo fim de dores crônicas, pelo sono tranquilo ao lado do parceiro, sem o incômodo dos roncos. É disso que se trata o meu trabalho. Esse é o meu mundo, essa é a minha paixão”, diz.

Recomeçar como ato cirúrgico
Há quem reconstrua estruturas, Juliana reconstrói trajetórias. Com bisturi, conhecimento e cuidado, redesenha rostos e devolve segurança. É o tipo de profissional que inspira, não porque romantiza a dor, mas porque a enfrentou, ressignificou e decidiu transformá-la em caminho. Entre filhos, plantões, aulas e cirurgias, carrega a firmeza de quem sabe o que faz e a certeza do amor que emprega em cada caso atendido. Porque, no fim, sua história é feita de algo raro: técnica afiada, propósito vivo e uma humanidade que não se ensina, mas que, em cada rosto refeito, se reconhece.

“Quando olho para trás, sinto orgulho, não só da mulher que me tornei, mas dos filhos que criei com amor e presença, mesmo nos dias mais difíceis. O que construí vai além de cirurgias e diagnósticos. É sobre pessoas que me confiaram suas dores, sobre histórias que me atravessaram, sobre recomeços que me ensinaram a recomeçar também. Cada paciente, cada aluno, cada vida que tocou a minha, me deu a chance de devolver mais do que técnica, devolvi esperança. E é isso que faço, todos os dias, dentro do meu consultório. É ali que transformo caminhos e também sou transformada”, conclui Juliana.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Saúde

Brasil chega a 16 mortes confirmadas de intoxicação por metanol

Publicado

em

© Agência SP/Divulgação

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (19) novo boletim sobre intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas. O número de mortes subiu para 16 em todo o país. São agora 97 casos registrados, sendo 62 confirmados e 35 em investigação. No geral, 772 suspeitas foram descartadas.

São Paulo é o estado mais atingido, com 48 casos confirmados, sendo cinco em investigação. Nove óbitos são do estado. 511 notificações de intoxicação foram descartadas pelas autoridades paulistas.

As demais mortes são três no Paraná, três em Pernambuco e uma em Mato Grosso.

Há outros 10 óbitos sob análise, com cinco em São Paulo, quatro em Pernambuco e um em Minas Gerais. Mais de 50 notificações de mortes já foram descartadas.

Foram confirmadas intoxicações por metanol também em outros estados: seis no Paraná, cinco em Pernambuco, dois em Mato Grosso e um no Rio Grande do Sul.

Casos suspeitos são investigados em Pernambuco (12), no Piauí (5), no Mato Grosso (6), no Paraná (2), na Bahia (2),  em Minas Gerais (1) e no Tocantins (1).

Fonte

Continue Lendo

Saúde

Primeira unidade inteligente do SUS será no hospital da USP

Publicado

em

O primeiro Instituto Tecnológico de Emergência do país, o hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS), será construído no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Segundo o Ministério da Saúde, a iniciativa poderá reduzir o tempo de espera na emergência em 25%, com atendimento passando de uma média de 120 minutos para 90 minutos.

O investimento para essa unidade, de R$ 1,7 bilhão, será garantido a partir de uma cooperação com o Banco do BRICS, que fará a avaliação final da documentação protocolada pelo ministério. A previsão é que a unidade entre em funcionamento em 2029.

Para a implantação do hospital, o governo federal assinou acordo de cooperação técnica (ACT) com o HC e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que cederá o terreno para a unidade. Esse era o último documento para a conclusão do pedido de financiamento junto ao banco.

A unidade faz parte da Rede Nacional de Hospitais e Serviços Inteligentes e Medicina de Alta Precisão do SUS, lançada pela pasta para modernizar a assistência hospitalar no país. A gestão da unidade e a operação serão de responsabilidade do HC, com custeio compartilhado entre o Ministério da Saúde e a secretaria de saúde do estado de São Paulo.

“Com o hospital inteligente, estamos trazendo para o Brasil aquilo que tem de mais inovador no uso da inteligência artificial, tecnologia de dispositivos médicos e da gestão integrada de dados para cuidar das pessoas e salvar vidas. Estamos tendo a chance de inovar a rede pública de saúde, e o melhor de tudo, 100% SUS. Além do primeiro hospital inteligente, também vamos expandir a rede para 13 estados com UTIs que contarão com a mesma tecnologia”, destacou Alexandre Padilha, em evento de apresentação do projeto, nesta quarta-feira (19)..

Acompanhe a cobertura completa da EBC na COP30 

Modernização

Além da redução do tempo de espera por atendimento no pronto-socorro, o ministério afirmou que a expectativa é que o hospital acelere o acesso a UTIs, reduza o tempo médio de internação e aumente o número de atendimentos. Isso porque a unidade será totalmente digital, com uso de inteligência artificial, telemedicina e conectividade integrada.

“O tempo em que pacientes clínicos ficam na UTI, por exemplo, passa de uma média de 48 horas para 24 horas, e o tempo de enfermaria passa de 48 horas para 36 horas. Com a integração dos sistemas será possível também reduzir custos operacionais em até 10%”, disse a pasta, em nota.

O hospital terá capacidade anual para atender 180 mil pacientes de emergência e terapia intensiva, 10 mil em neurologia e neurocirurgia e 60 mil consultas ambulatoriais de neurologia. Segundo o governo federal, a estrutura seguirá os padrões internacionais de sustentabilidade, com certificação verde e sistemas de acompanhamento de consumo energético, água e resíduos.

Fonte

Continue Lendo

Saúde

OMS: 840 milhões de mulheres no mundo foram alvo de violência

Publicado

em

© Joédson Alves/Agência Brasil

Quase uma em cada três mulheres – cerca de 840 milhões em todo o mundo – já sofreu algum episódio de violência doméstica ou sexual ao longo da vida. O dado, divulgado nesta quarta-feira (19) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), praticamente não mudou desde o ano 2000.

Apenas nos últimos 12 meses, 316 milhões de mulheres – 11% delas com 15 anos ou mais – foram vítimas de violência física ou sexual praticada pelo parceiro. “O progresso na redução da violência por parceiro íntimo tem sido dolorosamente lento, com uma queda anual de apenas 0,2% nas últimas duas décadas”, destacou a OMS.

Pela primeira vez, o relatório inclui estimativas nacionais e regionais de violência sexual praticada por alguém que não seja o parceiro. É o caso de 263 milhões de mulheres com 15 anos ou mais. “Um número que, segundo especialistas, é significativamente subnotificado devido ao estigma e ao medo”, alertou a OMS.

“A violência contra mulheres é uma das injustiças mais antigas e disseminadas da humanidade e, ainda assim, uma das menos combatidas”, avaliou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Nenhuma sociedade pode se considerar justa, segura ou saudável enquanto metade de sua população vive com medo”, completou, ao citar que acabar com a violência sexual contra mulheres não é apenas uma questão política, mas de dignidade, igualdade e direitos humanos.

“Por trás de cada estatística, há uma mulher ou menina cuja vida foi alterada para sempre. Empoderar mulheres e meninas não é opcional, é um pré-requisito para a paz, o desenvolvimento e a saúde. Um mundo mais seguro para as mulheres é um mundo melhor para todos”, concluiu Tedros.

Riscos

A OMS alerta que mulheres vítimas de violência enfrentam gestações indesejadas, maior risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis e depressão. “Os serviços de saúde sexual e reprodutiva são um importante ponto de entrada para que as sobreviventes recebam o atendimento de alta qualidade de que precisam”.

O relatório destaca ainda que a violência contra mulheres começa cedo, e os riscos persistem ao longo da vida. Ao longo dos últimos 12 meses, 12,5 milhões de adolescentes com idade entre 15 e 19 anos (16% do total) sofreram violência física e/ou sexual praticada pelo parceiro.

“Embora a violência ocorra em todos os países, mulheres em países menos desenvolvidos, afetados por conflitos e vulneráveis ​​às mudanças climáticas são afetadas de forma desproporcional”, ressaltou a OMS.

A Oceania, por exemplo, com exceção da Austrália e da Nova Zelândia, registrou uma taxa de prevalência de 38% de violência praticada por parceiro ao longo do último ano – mais de três vezes a média global, de 11%.

Apelo à ação

Segundo o relatório, mais países coletam dados para fundamentar políticas públicas de combate à violência contra a mulher, mas ainda existem lacunas significativas – sobretudo em relação à violência sexual praticada por pessoas que não são parceiros íntimos, e a grupos marginalizados como mulheres indígenas, migrantes e com deficiência.

Para acelerar o progresso global e gerar mudanças significativas na vida de mulheres e meninas afetadas pela violência, o documento apela para ações governamentais decisivas e financiamento com o objetivo de:

  • Ampliar programas de prevenção baseados em evidências;
  • Fortalecer serviços de saúde, jurídicos e sociais centrados nas sobreviventes;
  • Investir em sistemas de dados para monitorar o progresso e alcançar grupos mais vulneráveis;
  • Garantir a aplicação de leis e políticas que empoderem mulheres e meninas.

Fonte

Continue Lendo