A expectativa de juros mais altos por mais tempo nos EUA e o aumento da incerteza sobre a condução da política econômica local resultaram em alta das curvas de juros no Brasil, aponta a Santander Asset Management (SAM) em sua Carta Mensal de maio. “Prospectivamente, adotamos visão neutra com viés positivo para o mercado de renda fixa local, refletindo o aumento dos prêmios na curva de juros”, afirma a equipe de gestão da Asset.
Por outro lado, a gestora de recursos do Santander Brasil nota que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) segue com uma postura cautelosa em relação ao início do processo de corte de juros, ao mesmo tempo em que, por aqui, há mais dúvidas sobre a magnitude e a velocidade do afrouxamento da política monetária neste ano.
A gestora estima que a taxa Selic termine 2024 em 9,5% ao ano, projeção adotada desde meados de abril, uma vez que o ambiente global de juros mais elevados por mais tempo também afeta o cenário local. Internamente, o quadro fiscal também se mostra desafiador, acrescenta a SAM. A estimativa anterior era de 9%.
Segundo a gestora de recursos, a visão para o crédito privado permanece neutra, mas igualmente com viés positivo. “Seguimos observando o movimento de queda dos spreads de crédito, porém num ritmo mais modesto do que nos meses anteriores. Os spreads estão se aproximando de patamares mais justos, que devem nos levar a uma postura mais cautelosa ao longo dos próximos meses.”
Para a Bolsa local, a Santander Asset avalia que não há gatilhos para uma valorização mais expressiva no curto prazo. Por um lado, observa, os preços continuam atrativos quando comparados aos patamares históricos, e a expectativa de lucro das empresas dá suporte para eventual alta do Ibovespa. Por outro, a incerteza sobre o ritmo e intensidade de recuo dos juros globais segue impactando negativamente ativos de risco.
Confira a Carta Mensal completa em:
https://www.santanderassetmanagement.com.br/content/view/13733/file/Carta%20Mensal%20Maio.pdf?inLanguage=por-BR&version=1