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Cultura

São João (ainda) não é para todos: festas populares enfrentam desafio para inclusão

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Esforços para que qualquer pessoa possa se divertir em eventos como festas juninas existem, porém, são incipientes, principalmente para inclusão da diversidade funcional e neurodiversos

Festa popular é o que não falta no Brasil. Algumas têm fama regional e outras são conhecidas nacionalmente. No mês de junho, porém, se sobressaem as festas juninas. Destaque para os eventos da região Nordeste como o de Campina Grande, na Paraíba, conhecido como “O maior São João do mundo”, e o de Caruaru, em Pernambuco, famoso por ser “Capital do Forró”. Mas será que esses eventos – grandes, médios ou pequenos – são organizados com vistas à acessibilidade? Valmir de Souza, CEO da Biomob, startup especializada em soluções de acessibilidade e consultoria para projetos sociais, avalia que algumas iniciativas ocorrem e são positivas. Porém, falta muito para que haja equidade nesses ambientes.

“Essas festas são importantes não só para a economia local e o turismo, mas também para valorizar nossas tradições. E eu vejo como uma importante oportunidade para a sociedade refletir se realmente estamos garantindo o acesso de todas as pessoas a esses espaços de diversão. Digo isso porque falar de acessibilidade vai muito além de implantar estruturas físicas. É claro que rampas, banheiros adaptados e sinalização adequada são fundamentais, isso é parte da acessibilidade arquitetônica, que ainda precisa avançar bastante em muitos eventos populares. Mas também é necessário olhar para outras esferas da inclusão”, questiona.

Souza traz como exemplo um evento famoso de Rock, que não está ligado à cultura popular brasileira, mas que pode servir de modelo para as demais festas em território nacional. O espetáculo de nível internacional, além de rampas para cadeirantes, oferecia nos restaurantes e quiosques balcões com altura adequada para pessoas com deficiência, pisos táteis e sinalização em Braille, serviço de audiodescrição dos shows para pessoas com deficiência visual, intérpretes de Libras, plataformas que permitem que pessoas com deficiência auditiva sintam a vibração da música, entre outras iniciativas que realmente fazem a diferença. Mesmo assim, ainda não permite uma acessibilidade ampla e irrestrita.

Quanto às festas juninas, o executivo da Biomob avalia que, com base nas que ele já visitou, ainda falta muito a ser feito, embora, haja algumas iniciativas louváveis. Porém, falta um planejamento profissional. Ele dá como exemplo os banheiros químicos um item importantíssimo, mas que na maioria das vezes é difícil de ser usado até por quem não é pessoa com deficiência. Um cadeirante, então, não consegue nem entrar. Mas não só os químicos são problemáticos. Banheiros comuns costumeiramente não oferecem nem um gancho ou prateleira para que os usuários (principalmente mulheres) possam apoiar ou pendurar uma pasta ou uma bolsa. Sem contar as questões de higiene. Pegar uma infecção urinária em lugares como esses é fácil.

“Dá para imaginar o quanto sofrem aquelas pessoas com problemas de mobilidade em recintos assim. É preciso que os organizadores contratem empresas e profissionais especializados em acessibilidade, que conheçam as necessidades dos diversos grupos, as soluções existentes e toda a legislação sobre o tema”.

Ele lembra que a acessibilidade não se limita a pessoas com mobilidade reduzida. Falta, por exemplo, acessibilidade comunicacional, que se traduz em garantir que todas as pessoas compreendam e acessem as informações do evento, com uma linguagem simples, neutra e inclusiva. Cardápios com letra legível, sinalização clara, intérprete de Libras em momentos específicos. Avisos visuais ou sonoros podem fazer uma grande diferença para pessoas com deficiência sensorial (auditiva e visual) ou neurodiverso (deficiência intelectual ou mental).

Outro ponto essencial é pensar na acessibilidade atitudinal e comunicacional, que diz respeito à forma como as pessoas são recebidas e tratadas. Isso inclui a postura das equipes organizadoras, vendedores, voluntários e do público em geral. Um ambiente acolhedor e respeitoso é o que realmente torna um evento acessível, mais do que qualquer estrutura. Além disso, é importante lembrar das pessoas com neurodiversidade, como o autismo, que muitas vezes enfrentam dificuldades com sons muito altos, luzes intensas ou locais muito cheios. Pensar em espaços multissensoriais, áreas com menos estímulo e horários mais calmos pode ser uma medida simples, mas muito eficaz para garantir que essas pessoas também possam aproveitar o evento com conforto.

“É fundamental entender e reconhecer que as pessoas com diversidade funcional e as neurodiversas são consumidoras como qualquer outra. Elas não são meras espectadoras. Consomem, interagem, recomendam e fazem escolhas sobre onde ir e o que viver. Muitas vezes, essa decisão influencia diretamente a participação de outras pessoas, como familiares, amigos ou acompanhantes, que também passam a fazer parte da experiência”.

Souza tem consciência de que organizar eventos de porte não é simples e que já existem esforços sendo feitos. Mas em sua opinião, sempre há espaço para melhorar. “A inclusão não deve ser vista como um detalhe e sim como parte do planejamento desde o início. Mais do que cumprir uma exigência, tornar uma festa acessível é uma forma de garantir que todas as pessoas possam viver a experiência por completo. E isso, certamente atrai mais público e, claro, gera mais faturamento”, conclui.

Cultura

Cantora Adriana Quadros faz única apresentação no Blue Note Rio com tributo a Tom Jobim

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Estreia dia 29 de outubro, às 20h, em única apresentação, o show da cantora carioca, que mora em São Paulo, Adriana Quadros no Blue Note Rio com as músicas de Tom Jobim. Devido ao grande sucesso, o show  “Adriana Quadros, As Cores do Tom, um tributo a Tom Jobim” foi convidado pela quinta vez a se apresentar no Blue Note Rio.

A ideia vem da necessidade de reverenciar e reviver um dos maiores ícones da nossa música e um dos precursores da Bossa Nova. Com uma obra tão expoente, não só no Brasil, como internacionalmente. “Garota de Ipanema” mantém a liderança das músicas brasileiras mais regravadas da história e “Águas de março”, uma das músicas brasileiras mais executadas no mundo inteiro.

O tributo resgata sua obra com um quarteto – além da voz de Adriana Quadros, temos a direção musical, arranjos e violões de João Cantiber; Cyd Alvarez, ao piano; baixo acústico com Dodo Ferreira e Luisinho Sobral na bateria. Um quarteto de primeira, para apresentar pérolas da obra de Tom Jobim. E ainda contamos com a participação especial de Iago Freitas, percussionista e multi-instrumentista.

O repertório traz Corcovado, Chega de Saudade, Garota de Ipanema, Eu Sei que vou te Amar, Dindi, Desafinado, A Violeira, Luiza, Retrato em Branco e Preto, Wave, Samba de uma nota só, Só danço samba, Piano na Mangueira, Eu sei que vou te amar, Modinha e Águas de Março, entre outros sucessos.

FICHA TÉCNICA:

Realização: AB Quadros Produções e Eventos Ltda.

Direção Artística: Adriana Quadros

Voz: Adriana Quadros

Direção musical, arranjos e violões: João Cantiber

Piano: Cyd Alvarez

Baixo acústico: Dodo Ferreira

Bateria: Luisinho Sobral

Participação especial na percussão: Iago Freitas

Luz e Som: Blue Note Rio

Produção Executiva: Gabriela Calainho

Redes Sociais: Sofia Quadros

Foto: Guga Melgar

Assessoria de Imprensa: Maria Fernanda Gurgel

SERVIÇO:

ADRIANA QUADROS, AS CORES DO TOM, UM TRIBUTO A TOM JOBIM

Quarta-feira, 29 de outubro de 2025, às 20 h.

Blue Note Rio

Av. Atlântica, 1910 – Copacabana, Rio de Janeiro

Assessoria de Imprensa: Maria Fernanda Gurgel – (21) 99999-9263 – mfgurgel.assessoria@gmail.com

Contato de produção: Gabriela Calainho, cel: (21) 98895-0770

Contato: (21) 96775-2100

Capacidade: 204 pessoas

Classificação etária: 18 anos | menores apenas acompanhados dos pais ou tutores legais.

Inteira: R$ 120 – Meia: R$ 60

Ingressos: Eventim

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Cultura

Cortejo com Caixeiras marca abertura da Segunda Mostra de Arte Híbrida da Cia da Hebe

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Grupo de percussão formado por mulheres percorre as ruas de Espírito Santo do Pinhal e convida a população para participar da Mostra

 

Pela primeira vez, Espírito Santo do Pinhal (SP) recebe o cortejo das Caixeiras das Nascentes, que vai reunir 30 mulheres e moradores da cidade para percorrer o trajeto pela Rua Direita entre o Coreto da Praça Matriz e a Cia da Hebe neste domingo, dia 19 de outubro, a partir das 17h. A iniciativa marca a abertura oficial da Segunda Mostra de Arte Híbrida da Cia da Hebe. O grupo popular feminino de percussão, que é de Campinas, fará uma congada pelo centro da cidade, reverenciando a memória das comunidades negras, e será conduzido pela Mestra Caixeira Cristina Bueno.

No sábado, dia 18, a partir das 10h, Cristina e Inês Vianna, fundadoras das Caixeiras, irão conduzir na Cia da Hebe a imersão “Tambores: cantar, tocar e dançar”, com o tambor conhecido como “caixa de folia” ou “caixa do divino”, além de outros instrumentos como o xequerê e agogô, que acompanham o toque de tambor durante as festas. Os participantes terão a oportunidade de aprender toques básicos e cantigas de manifestações culturais afro-brasileiras, como coco, cacuriá, afoxé e congada, e participarão do cortejo no domingo. A imersão é gratuita e com inscrições limitadas pelo site da Cia da Hebe (informações abaixo).

Para divulgar o cortejo, a Cia da Hebe levará às ruas da cidade um carro de som, chamando a população para participar. “A Mostra é mais do que um evento anual: é o reflexo de tudo o que desenvolvemos, reunido com coerência e potência. E a população de Pinhal e região tem participado ativamente deste e de outros eventos gratuitos que promovemos”, explica Mônica Sucupira, coordenadora da Cida da Hebe.

Síntese da trajetória construída ao longo de 10 anos da Cia da Hebe – comemorados em setembro último – a Mostra traduz o pensamento artístico da associação, que cultiva a liberdade de transitar entre linguagens, misturá-las e trazer um novo significado para essas ações. “Durante uma década, nossas ações aconteceram em diferentes formatos e momentos. Agora, elas convergem em uma proposta que celebra essa fusão, onde o híbrido não é exceção, mas essência”, explica Mônica.

Vídeo Dança

Já no dia 25 de outubro, a partir das 10h, Mariana Sucupira, formada em Dança e Cinema e integrante do “Núcleo Cinematográfico de Dança”, conduzirá a imersão de Vídeo Dança na Cia da Hebe. Há mais de 20 anos, Mariana produz vídeos para dança, teatro e música e irá orientar os participantes sobre o processo de criação e realização de uma “dança para tela”, mostrando como abordar uma coreografia ao realizar um vídeo, o desenho da câmera acompanhando o movimento junto ao corpo e a edição auxiliando a construir o ritmo, entre outros aspectos.

Até o começo do próximo ano, a Mostra reunirá convidados de diversas áreas em apresentações, oficinas, encontros e experiências de troca entre práticas artísticas diversas. Com um número de atividades superior ao do ano passado, o evento se consolida como um espaço vibrante de convergência e experimentação. “É uma iniciativa da Cia da Hebe para fortalecer projetos artísticos contemporâneos, beneficiando moradores, visitantes e turistas e estimulando o debate público sobre arte e cultura”, afirma a coordenadora.

Cia da Hebe

Associação de arte e cultura sem fins lucrativos que ocupa um casarão com 122 anos no centro de Espírito Santo do Pinhal, a Cia da Hebe oferece gratuitamente oficinas, encontros, conversas e outras atividades, promovendo a formação, informação, criação e convivência por meio da arte. Ao longo do tempo, a iniciativa conquistou o público. “Tanto o CineHebeClube quanto a Mostra contam com uma comunidade diversa e vibrante. A cada atividade, novos rostos aparecem, especialmente entre os jovens, e a pluralidade se revela, pois temos um espaço aberto e acolhedor, onde diferentes práticas e pessoas se encontram”, diz Mônica.

Serviço:

2a. Mostra de Arte Híbrida da Cia da Hebe

Abertura: 19 de outubro, domingo, às 17h – com o cortejo das Caixeiras das Nascentes pelas ruas de Espírito Santo do Pinhal

Início do cortejo: Coreto da Praça Matriz

Público e gratuito.

Endereço da Cia da Hebe – Rua Capitão João Batista Mendes Silva, 175, no centro de Espírito Santo do Pinhal / SP

Reserva de Ingressos para a Imersão de Tambores das Caixeiras, a Imersão de Vídeo Dança e programação completa da Mostra de Arte Híbrida: https://ciadahebe.com.br/

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Cultura

Circuito poético da escritora Will Moreira leva poesia concreta e experimental a Pouso Alegre e Varginha

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Maria Blasi
Maria Blasi

Autora apresenta “Substanciar – circuito poético” com rodas de conversa e oficinas que convidam o público a explorar novas formas de leitura e escrita

A escritora e artista Will Moreira, de Poços de Caldas, realiza em 2025 o “Substanciar – circuito poético”, uma ação de circulação que leva a potência da poesia concreta e experimental para bibliotecas públicas do Sul de Minas. Os encontros acontecem em Pouso Alegre (18/10) e Varginha (29/11), com atividades gratuitas que articulam roda de conversa e oficina de criação.

O circuito nasce do livro Substanciar (Estância Projetos Editoriais, 2023), resultado de quatro anos de pesquisa intensa em torno da relação entre palavra, página e visualidade. Inspirada por tradições da poesia concreta brasileira, Will transforma a palavra em objeto gráfico e sensorial, propondo uma leitura que é também experiência estética.

Cada encontro combina:

  • 🌀 Roda de conversa (1h) sobre poesia concreta e processos criativos

  • ✍🏽 Oficina de experimentação poética (2h30), em que participantes são convidados a desaprender a leitura linear e a criar poemas que exploram ritmo, traço, imagem e corpo no papel.

“Em Substanciar, a palavra é também objeto: ritmo, traço e imagem. O público é convidado a desaprender a leitura linear e a habitar outras relações entre texto e olhar”, explica Will Moreira, cuja produção ultrapassa 600 poemas e tem se consolidado na cena contemporânea pela investigação poética radical.

Para Will, trabalhar com poesia concreta e experimental é um gesto de invenção e liberdade:

“Depois de anos estudando cada detalhe de Substanciar, é gratificante poder compartilhar essa linguagem tão brasileira e pouco difundida. Quero que as pessoas se divirtam, mas também que se abram para olhar a palavra e a escrita de formas diferentes, fora da norma da poesia tradicional — da esquerda para a direita, de cima para baixo, verso após verso”, afirma.


📌 Serviço – “Substanciar – circuito poético”

Pouso Alegre
🗓 18/10/2025 (sáb), 14h
📍 Biblioteca Municipal – Praça Senador José Bento, 2 – Centro
Atividades: Roda de conversa (1h) + Oficina de experimentação poética (2h30)
📚 Gratuito | Classificação: a partir de 15 anos | ♿ Acessibilidade em LIBRAS

Varginha
🗓 29/11/2025 (sáb), 14h
📍 Biblioteca Municipal – Praça Gov. Benedito Valadares, 141 – Centro
Atividades: Roda de conversa (1h) + Oficina de experimentação poética (2h30)
📚 Gratuito | Classificação: a partir de 15 anos | ♿ Acessibilidade em LIBRAS


👥 Equipe de realização

Substanciar – circuito poético
Will Moreira (autora e artista) • Dani Vilas Boas (produção executiva) • Tamiris Alves (fotografia) • Jéssica Balbino (assessoria de imprensa e comunicação)

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