Saúde
São Paulo faz busca ativa para segunda dose da vacina contra a dengue

Com a alta do número de casos de dengue, entre as estratégias de combate à doença a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo irá priorizar os esforços de busca ativa para a segunda dose da vacina.
A imunização tem como público alvo as crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e as unidades básicas de saúde fazem o acompanhamento em suas regiões, cabendo a elas a iniciativa do contato com os responsáveis, feito inicialmente por telefone. Em áreas cobertas pela Estratégia Saúde da Família (ESF), o contato também pode ser feito pessoalmente nas casas, pelos agentes comunitários de saúde. Serão contatadas famílias em que os jovens não tenham comparecido após o prazo de retorno, que é de três meses após a primeira dose.
O público na faixa etária dos 10 aos 14 anos é estimado em 600 mil pessoas na capital, sendo que até o momento, 259 mil primeiras doses (38%) e 134 mil segundas doses (20%) foram aplicadas. A cidade de São Paulo não está entre as regiões com maior incidência de casos e óbitos, mas a densidade habitacional da região a coloca como área potencial para surtos ainda mais intensos, inclusive pela presença, na região, de casos dos sorotipos 1, 2 e 3.
Mortes
De acordo com as estatísticas da secretaria estadual de saúde, os óbitos por dengue em todo o estado chegaram a 56 em 2025, com destaque para as cidades de Jaboticabal e São José do Rio Preto, com 6 mortes em cada. São Paulo registrou 79 mil casos confirmados e tem outros 150 mil prováveis. O Instituto Adolfo Lutz investiga se outros 204 óbitos em condições similares às da doença ocorreram devido ao vírus.
As informações do Ministério da Saúde são de 257 mil casos prováveis no país e 72 óbitos registrados, além de 290 óbitos em investigação, para o país todo.
Saúde
STJ mantém multa contra casal que não vacinou filha contra a covid-19

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a decisão da justiça do Paraná que multou em três salários mínimos um casal que se recusou a levar a filha de 11 anos para vacinar contra a covid-19 durante o período da pandemia. O julgamento foi realizado na terça-feira (18).
A Terceira Turma do STJ negou um recurso protocolado pela defesa dos pais da criança para derrubar a decisão que aplicou a multa com base no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O dispositivo prevê a penalidade no caso de descumprimento de decisão judicial. Antes da decisão, a família foi orientada pelo conselho tutelar e pelo Ministério Público sobre a importância da vacinação.
Pais devem proteger os filhos
Por unanimidade, os ministros do colegiado seguiram voto proferido pela relatora, Nancy Andrighi. Para a ministra, a Constituição determina que os pais devem cuidar e proteger seus filhos.
“A vacinação não significa a proteção individual das crianças e adolescentes, mas representa um pacto coletivo pela saúde de todos, a fim de erradicar doenças ou minimizar suas sequelas, garantindo-se uma infância saudável e protegida”, afirmou a ministra.
Em outra decisão recente sobre a questão, o STF considerou inconstitucional uma lei municipal de Uberlândia, em Minas Gerais, que impediu a vacinação compulsória da população e proibiu sanções contra quem não se vacinou em 2022.
Saúde
Cristo Redentor será iluminado de roxo para alertas sobre obesidade

O Monumento ao Cristo Redentor será iluminado de roxo nesta quinta-feira (20), a partir das 20h, em uma ação da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). A iniciativa faz parte da campanha global Mudar o Mundo pela Nossa Saúde, que tem a finalidade de conscientizar a sociedade sobre os fatores ocultos que têm impulsionado o avanço da obesidade.
Entre os vilões ocultos, estão as mudanças climáticas, que afetam a qualidade e a disponibilidade dos alimentos in natura, a falta de planejamento urbano, que reduz as oportunidades de prática de atividade física; e os ambientes escolares, que por vezes oferecem opções alimentares ultraprocessadas, além de reduzirem o número de aulas de educação física. Dados do IBGE apontam que apenas 27% das escolas públicas municipais brasileiras têm instalações esportivas adequadas, como campos de futebol, ginásios, piscinas ou pistas de atletismo.
De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, 31% da população adulta brasileira é obesa e 68% vive com excesso de peso. As projeções indicam que, sem medidas eficazes, o número de adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) elevado pode chegar a 119 milhões até 2030. Além disso, a obesidade está associada a mais de 60 mil mortes prematuras por ano no Brasil, relacionadas a enfermidades como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.
De acordo com o presidente da Abeso, Fabio Trujilho, não se pode tratar a obesidade como uma responsabilidade apenas individual, já que, para ele, fatores sistêmicos e estruturais desempenham um papel crucial nesse cenário. Desta forma, iluminar o Cristo Redentor é uma forma de dar visibilidade a essas questões.
Escolas
A campanha reforça que o ambiente escolar é fundamental na formação de hábitos alimentares e de atividade física. Segundo o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a merenda escolar é projetada para fornecer entre 20% e 70% das necessidades diárias de energia e nutrientes das crianças, dependendo do número de refeições oferecidas na escola. Entretanto, a falta de uma lei federal específica que proíba a oferta de refrigerantes ou alimentos ultraprocessados nas cantinas escolares ainda compromete a qualidade nutricional das refeições dos estudantes.
Saúde
Casos respiratórios graves deixam Norte e Centro-Oeste em alerta

Todos os estados das regiões Norte e Centro-Oeste, mais o Distrito Federal, estão em nível de alerta por causa da quantidade de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Em nove desses locais a tendência é de crescimento no longo prazo, de acordo com o novo boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz -, nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro.
Os cenários mais graves são vistos no Distrito Federal, Roraima e na região de Palmas, capital do Tocantins, que estão com alto risco.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é a piora dos sintomas gripais com comprometimento da atividade respiratória, o que pode levar à hospitalização e até mesmo à morte. Até o dia 15 de março, o Brasil registrou 21.498 casos de SRAG, com 1.659 óbitos.
Nas regiões mais críticas, a incidência de SRAG tem sido grande principalmente entre crianças de até dois anos. A pesquisadora Tatiana Portella avalia que esse aumento pode estar associado à disseminação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
“Apenas no Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul há dados laboratoriais suficientes para confirmar essa relação. Ainda nessas regiões, também se observa a manutenção do crescimento de SRAG entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, embora haja sinais de desaceleração ou início de queda em alguns estados, como Mato Grosso, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Sergipe”, explica Tatiana.
“No Acre, Goiás, Mato Grosso e Pará também há indícios de início de aumento de SRAG na população de jovens e adultos, porém, ainda não é possível identificar o vírus responsável”, completa.
Entre as crianças mais velhas e adolescentes, a maioria dos casos decorre de infecção por rinovírus, mas também há registros de adenovírus e metapneumovírus.
A recomendação é que os estudantes com sintomas gripais não sejam enviados às escolas, para evitar a disseminação de um possível vírus.
Máscara é recomendada
Além disso, quem mora nas regiões Norte ou Centro-Oeste deve utilizar máscara em locais fechados e em postos de saúde, além de colocar em dia a vacinação contra a covid-19 e a influenza.
Apesar da incidência de outros vírus ter mais destaque no momento, ao longo deste ano, dos casos com diagnostico positivo para vírus, a maior parte – 39,8% – foi causada por covid-19.
A vacina contra a covid-19 faz parte do calendário básico infantil e deve ser tomada periodicamente por grupos vulneráveis, como idosos, gestantes e pessoas com deficiência.
Já a vacina contra a influenza, aplicada em campanhas anuais, agora está sendo oferecida nas unidades de saúde, como parte do calendário básico. Crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes e idosos podem atualizar a carteirinha de vacinação.