Educação
Secretaria de Educação de Atibaia lança programa inédito de saúde mental que cumpre a nova NR1 e torna-se referência nacional

Iniciativa pioneira em parceria com o grupo Reinventando a Educação é a primeira do Brasil a integrar inteligência artificial na prevenção de riscos psicossociais no ambiente escolar
Atibaia (SP) – A Secretaria Municipal de Educação de Atibaia anunciou nesta semana a implantação de um programa inovador voltado à promoção da saúde mental e segurança emocional de seus profissionais da educação. A iniciativa, que cumpre de forma exemplar as exigências da nova NR1 (Norma Regulamentadora nº 1 do Ministério do Trabalho), é a primeira do país a adotar um plano estruturado de prevenção e gestão de riscos psicossociais no ambiente escolar público, com o uso de inteligência artificial.
Sob a liderança da secretária Denise Barbosa, o projeto é realizado em parceria com o grupo Reinventando a Educação e tem duração prevista de dois anos. Ele contempla diagnósticos contínuos, escuta qualificada, desenvolvimento de soluções personalizadas, formação de lideranças e ações práticas de cuidado com a saúde emocional dos educadores da rede.
Um dos grandes diferenciais da proposta está na composição da equipe multidisciplinar envolvida: formada exclusivamente por profissionais com sólida atuação nas áreas de psicologia, neurociência, segurança do trabalho e comportamento humano — todos com vivência em sala de aula, da Educação Infantil ao Ensino Médio, além de experiência em educação corporativa.
“Essa é a grande força do projeto: todos os profissionais envolvidos sabem, na prática, o que é estar dentro de uma escola. Isso nos permite criar soluções mais empáticas, aplicáveis e eficazes”, afirma Lailson Lima, engenheiro de segurança do trabalho e vice-presidente do Reinventando a Educação, responsável técnico pelo alinhamento do projeto com a Secretaria.
Segundo Lima, o objetivo vai muito além do cumprimento da legislação: “Trata-se de assumir a responsabilidade institucional pela saúde emocional dos trabalhadores da educação. Cuidar de quem cuida é o único caminho para uma educação mais humana e sustentável.”
A secretária Denise Barbosa destaca que o investimento representa um marco para a gestão pública e para o futuro da educação municipal:
“Não é possível falar em qualidade de ensino sem olhar com atenção para quem ensina. Este programa é um avanço necessário, que coloca o bem-estar dos profissionais no centro das decisões.”
Para Irene Reis, fundadora do Reinventando a Educação e coordenadora técnica do programa, Atibaia inaugura um novo modelo de política educacional:
“A cidade está mostrando que é possível tratar o cuidado com as pessoas como prioridade na gestão educacional. Esperamos que essa iniciativa inspire outras redes públicas pelo país.”
Em um momento em que cresce, em todo o Brasil, o número de afastamentos por adoecimento mental entre professores e gestores escolares, Atibaia se posiciona de forma corajosa e estratégica. A cidade escolheu agir antes que os problemas se agravem — e, com isso, se torna uma referência nacional em inovação, prevenção e valorização dos profissionais da educação.
IRENE REIS – ESPECIALISTA EM NEUROCIÊNCIA E COMPORTAMENTO, FUNDADORA DO GRUPO REINVENTANDO A EDUCAÇÃO
Educação
PND: Inep divulga resultado final para atendimento especializado

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou o resultado dos recursos dos pedidos de atendimento especializado para a realização da Prova Nacional Docente (PND). De acordo com ministro da Educação, Camilo Santana, a primeira edição da PND recebeu mais de 1,1 milhão de inscrições.
Os inscritos no exame que fizeram a solicitação do recurso porque tiveram o pedido negado inicialmente pelo Inep já podem conferir o resultado na Página do Participante, dentro do Sistema PND. Caso o documento, a declaração ou o parecer da solicitação de atendimento especializado anexado pelo candidato tenha sido reprovado novamente, ele terá somente os recursos de acessibilidade solicitados no ato da inscrição. Porém, o candidato não terá direito ao tempo adicional, à calculadora e à correção diferenciada da prova.
A prova, que vem sendo chamada de “CNU dos Professores”, será aplicada pelo Inep em 26 de outubro, com base na avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) das Licenciaturas. As secretarias de educação poderão usar a nota obtida pelo candidato na PND como etapa única ou complementar em seus concursos públicos ou processos simplificados de contratação de professores, a partir de 2026.
A PND
A prova é composta por questões discursivas e de múltipla escolha. Os itens serão divididos entre a formação geral e a formação específica de cada uma das 17 áreas de avaliação, baseadas em situações-problema e estudos de casos.
O Ministério da Educação (MEC) esclarece que a PND não é um concurso público, não é uma seleção unificada e nem uma certificação para o ofício de professor.
O exame foi criado em 2025 para melhorar a qualidade da formação dos professores e estimular a realização de concursos públicos e demais processos seletivos pelas redes de ensino estaduais, do Distrito Federal e dos municípios. Com isso, o MEC espera estimular o ingresso de profissionais qualificados no magistério público.
A partir de 2026, os gestores das redes estaduais e municipais de ensino podem usar a nota da prova obtida pelo candidato como etapa única ou complementar de concursos públicos e em seleções simplificadas de contratação destes profissionais para educação básica.
A primeira edição do exame teve a adesão preliminar de 22 redes estaduais e de 1.508 municípios de todas as regiões do país, dos quais 18 são capitais. A adesão, porém, não obriga os estados e municípios a usar os resultados da PND em todos os seus processos seletivos.
Educação
Curso de medicina com nota baixa pode ter corte de vaga ou extinção

Os ministérios da Educação (MEC) e da Saúde anunciaram, nesta terça-feira (19), que os cursos de medicina que tiverem desempenho abaixo do esperado no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) poderão ter reduzido o número de vagas de ingresso; a suspensão do vestibular e até extinção do curso.
A medida faz parte de um pacote, chamado pelo governo federal, de “supervisão estratégica” das instituições de ensino superior com curso de medicina com notas 1 e 2 no Enamed, em uma escala de 1 a 5 do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
“Nós estamos tratando da formação de profissionais que cuidam da vida das pessoas e dos brasileiros. Por isso, queremos garantir qualidade e excelência na formação de médicos. Esse é o objetivo de todas as ações que nós estamos tomando aqui, conjuntamente com o Ministério da Saúde”, destacou o ministro da Educação, Camilo Santana, em encontro com jornalistas.
O ministro esclareceu que as medidas começarão a ser aplicadas para os cursos de medicina em atividade no Brasil, a partir das notas obtidas no Enamed 2025, que serão divulgadas em dezembro.
“A partir daí, o MEC, em uma parceria com o Inep, poderá tomar as medidas cautelares em relação à abertura de novas vagas, à suspensão de ingresso [no curso], também do acesso ao Fies, e às novas bolsas do Prouni. São medidas importantes e serão tomadas a partir da avaliação já deste ano, principalmente, as cautelares para cursos que tiverem notas 1 e 2”, explicou
>> Veja abaixo as medidas que podem ser adotadas:
- impedimento de ampliação de vagas;
- suspensão de novos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies);
- suspensão da participação no Programa Universidade para Todos (Prouni);
- redução de vagas para ingresso de novos estudantes (cursos com nota 2).
- suspensão de vestibular (cursos com nota 1).
Adicionalmente, o MEC poderá fazer visitas às instituições, sem notificação prévia, para verificar os procedimentos adotados para reparar os problemas do curso.
Visitas in loco
Em 2026, o Inep realizará visitas in loco em todos os cursos de medicina do país.
O objetivo é realizar diagnóstico abrangente da oferta da formação médica no sistema federal de ensino.
4º ano de medicina
O Enamed é aplicado anualmente no fim do curso de medicina, no 6º ano. Porém, em 2026, os estudantes do 4º ano também farão o exame.
De acordo com Santana, a aplicação no 4º ano permite correções de problemas no curso e garante mais qualidade na formação de médicos.
Os resultados insatisfatórios poderão gerar, igualmente, medidas de supervisão estratégica dos cursos.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entende que a avaliação dos estudantes no 4º ano pode reduzir a demanda pelos cursinhos pré-residência, voltados aos concluintes que querem uma especialização médica.
“Quando já é dada uma nota no acesso à residência lá, no 4º ano, você começa a valorizar a progressão dele ao longo do curso e não só estimular o tal do cursinho no último ano. Então, vai ter um impacto muito grande para a formação deste médico, para o aprimoramento dele, já nos primeiros anos, para a qualidade desse médico e para reduzir o peso do tal do cursinho de residência no último ano”, defendeu.
A partir de 2026, as notas obtidas pelos alunos do 4º ano valerão 20% da nota do Exame Nacional de Residência (Enare).
Neste ano, a primeira edição do Enamed será em 19 de outubro. A prova ocorrerá em 225 municípios onde há cursos de medicina.
Os resultados serão divulgados em dezembro. A nota do Enamed pode ser utilizada para a seleção em programas de residência médica.
Faculdades
As faculdades de medicina com baixo desempenho terão direito a defesa e adoção de providências. Se os problemas forem solucionados, o MEC poderá suspender as medidas cautelares.
Se novos resultados do Enamed, em 2026, apontarem novamente desempenho abaixo do esperado, as medidas cautelares poderão ser agravadas.
Ao final do processo, o MEC poderá desativar o curso definitivamente ou reduzir as vagas.
O ministro da Educação garantiu que os alunos matriculados nos cursos desativados poderão concluir a graduação.
“Se chegar à situação [do MEC] ter que suspender o curso, aqueles alunos que já estão matriculados, já exercendo, eles vão ter o direito de concluir, mesmo nesta situação, na mesma faculdade. O que a gente tem que fazer é proibir qualquer tipo de outra [nova] turma”, disse.
Educação
Especialistas debaterão papel da matemática na economia digital

Iniciativa na Bolsa de Valores (B3) reunirá, em São Paulo, especialistas para debater a democratização do ensino da Matemática no país no contexto de um mundo cada vez mais tecnológico.
O painel “Como a Matemática vai incluir o Brasil na economia digital” está marcado para a manhã desta quarta-feira (20), das 8h30 às 13h, no auditório da B3, na capital paulista.
Organizado pelo Instituto Sidarta, responsável pelo programa Mentalidades Matemáticas, em parceria com B3 Social, Fundação Itaú e Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), o evento é voltado para educadores, formuladores de políticas públicas e líderes do setor produtivo.
“Especialistas apontam a inteligência artificial como a maior revolução dos próximos séculos. Se isso é um exagero, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: ela já está transformando nossas vidas. Retomar o pensamento matemático e compreender os algoritmos é essencial para que possamos ocupar, de forma consciente e protagonista, o lugar que nos cabe no desenho desse novo futuro”, disse, em nota divulgada pela B3, a presidente do Instituto Sidarta, Ya Jen Chang.
Os debates do painel vão reunir convidados como Jo Boaler, professora da Universidade de Stanford e idealizadora da abordagem Mentalidades Matemáticas (MM); Marcelo Viana, diretor-geral do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada); e Alexsandro Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do Ministério da Educação (MEC).
Matemática atual
A primeira mesa Qual Matemática estamos falando, terá Jo Boaler e Viana para debater por que é preciso ensinar nas escolas uma matemática atual e conectada com as transformações tecnológicas. Boaler defende ainda a urgência do letramento em dados, fundamental em tempos de fake news e de um volume gigante de informações e conteúdos.
“Vivemos em uma era tecnológica em que a Matemática e a alfabetização de dados são mais essenciais do que nunca. No entanto, preparar os estudantes apenas para executar cálculos – tarefas que os computadores fazem com rapidez – é limitar seu potencial. O que realmente precisamos é incentivá-los a fazer perguntas críticas, explorar diferentes ideias e desenvolver um pensamento adaptável e criativo”, disse, em nota, Boaler.
Quando aprendem a aplicar essa flexibilidade mental aos desafios, os alunos se tornam verdadeiramente capacitados para compreender e transformar o mundo por meio da matemática”, acrescentou.
Participam também do evento Patrícia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social; Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação); e Thiago Nascimento, diretor-executivo do Instituto Decodifica.
Após os debates, será exibido o documentário Counted Out (Excluídos pela Matemática – em tradução livre), dirigido por Vicki Abeles. A obra provoca reflexões sobre a importância da matemática na sociedade e os desafios enfrentados na educação da disciplina.