As entidades representativas do comércio, dos serviços e da indústria da Região Leste Fluminense manifestam repúdio e profunda preocupação diante da decisão do Poder Público Estadual e Municipais que decretaram ponto facultativo em razão de evento esportivo (Final da copa intercontinental de clubes), no dia 17/12, sem consultar os setores produtivos.
Essa medida, embora travestida de normalidade, atinge diretamente os setores que produzem, geram empregos, recolhem impostos e sustentam a economia. Não se trata de uma decisão simbólica — trata-se de uma escolha política que transfere mais uma vez o custo para quem já está sufocado.
É preciso afirmar com clareza: O setor produtivo brasileiro está no limite.
Empresários do comércio, dos serviços e da indústria enfrentam:
● Uma das maiores cargas tributárias do mundo, sem retorno compatível em
serviços públicos;
● Baixa produtividade da mão de obra, reflexo direto da falta de investimentos
estruturantes em educação e qualificação profissional;
● Custos trabalhistas elevados, combinados com baixa eficiência operacional;
● Insegurança jurídica, instabilidade regulatória e decisões improvisadas que
ignoram a realidade de quem produz.
Em economias mais maduras, produtividade cresce com planejamento, investimento
e previsibilidade. No Brasil, infelizmente, ainda se insiste em soluções fáceis,
populistas e de curto prazo — enquanto os setores produtivos são chamados a
“absorver o impacto”.
Decretar ponto facultativo em um estado com graves dificuldades fiscais e sociais
não é incentivo à cultura ou ao lazer. É desestímulo à produção, é perda de
competitividade e é mais um golpe contra quem empreende de forma responsável.
Reforçamos: não somos contra o esporte, o lazer ou grandes eventos. Somos contra a
lógica de que o Brasil pode parar, improvisar e empurrar a conta para quem
trabalha, produz e emprega.
O que o setor produtivo exige é objetivo e legítimo:
● Ser ouvido sempre antes destas decisões;
● Mais investimento sério e contínuo na qualificação da mão de obra;
● Políticas públicas focadas em aumentar produtividade e eficiência, não em
reduzi-las;
● Condições mais justas para empreender, com menos improviso e mais
diálogo;
● Respeito ao papel estratégico do comércio, dos serviços e da indústria no
desenvolvimento econômico.
Chegou o momento de os formuladores de políticas públicas compreenderem que
não existe arrecadação sem produção, não existe emprego sem empresa e não existe
desenvolvimento sem previsibilidade.
O comércio, os serviços e a indústria não podem continuar sendo tratados como
variáveis de ajuste de decisões políticas desconectadas da realidade econômica.
As entidades signatárias deixam claro:
● O setor produtivo está atento, organizado e unido;
● E não aceitará, de forma passiva, decisões que aprofundem ainda mais o
estrangulamento de quem sustenta a economia;
Seguimos abertos ao diálogo — mas exigimos respeito, responsabilidade e políticas
públicas à altura dos desafios da nossa região e país.