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Saúde

Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil divulga orientações atualizadas para o TEA

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Diretrizes reforçam práticas de diagnóstico, intervenção e inclusão escolar, com destaque para a atuação de profissionais capacitados 
 
A Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI) acaba de acender uma luz para famílias e profissionais que atuam com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com a publicação de novas diretrizes, a SBNI reafirma seu compromisso com práticas baseadas em evidências, abrindo um caminho mais claro para o diagnóstico, a intervenção e o apoio ao desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. 
Para a Dra. Renata Haddad, pedagoga, neuroeducadora e especialista em educação inclusiva, essas orientações são mais do que um avanço; são um chamado à ação. “É fundamental que profissionais da educação e da saúde estejam atualizados sobre o TEA. Essas recomendações auxiliam não apenas no diagnóstico, mas também na implementação de práticas pedagógicas inclusivas e eficazes, garantindo que cada criança tenha oportunidade de se desenvolver plenamente”, enfatiza Renata, que também é diretora clínica e idealizadora da Pluralità, uma clínica multidisciplinar, uma assessoria escolar e capacitação de professores e gestores escolares. 
As diretrizes da SBNI trazem pontos cruciais que merecem destaque, moldando uma abordagem mais coesa e humanizada: 
Prioridade ao Diagnóstico Clínico Precoce:  
A SBNI ressalta a grande importância do diagnóstico do TEA ser essencialmente clínico. Isso significa que ele se baseia na observação atenta do comportamento da criança e em conversas detalhadas com os responsáveis, seguindo critérios bem definidos. A ideia é identificar o TEA o mais cedo possível para iniciar as intervenções adequadas, pois não existem exames de laboratório que comprovem o diagnóstico. 
Avaliação abrangente e Multiprofissional:  
Um olhar cuidadoso e completo sobre o desenvolvimento neuropsicomotor da criança é indispensável. Isso inclui considerar seu histórico desde a gestação e o ambiente familiar. Ferramentas de rastreio como M-CHAT, CARS-2, ADI-R e ADOS-2, são aliadas importantes, mas sempre como complemento à avaliação de especialistas. 
Terapias baseadas em evidências:  
O Impacto Transformador da Intervenção Precoce: As diretrizes apontam para a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e modelos naturalísticos dela derivados como as abordagens com maior eficácia comprovada. Mais do que isso, a SBNI sublinha que a intervenção precoce é um elemento determinante para um bom prognóstico da qualidade de vida do indivíduo. Por isso, mesmo que ainda não se tenha um diagnóstico fechado de TEA, é de vital importância que a criança inicie as intervenções o quanto antes. A chave para o sucesso é uma terapia individualizada, com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e, fundamentalmente, com o engajamento e treinamento ativo de pais e cuidadores. 
Alerta contra terapias sem comprovação:  
Em um movimento de proteção às famílias, a SBNI adverte severamente contra intervenções que não possuem respaldo científico. Dietas restritivas, ozonioterapia, uso indiscriminado de suplementos ou canabidiol (sem indicação médica específica) e terapias com células-tronco são citadas como práticas que podem trazer mais riscos financeiros e físicos do que benefícios reais. 
Tratamento medicamentoso para comorbidades, não para o TEA em si:  
É esclarecido que não há medicação que trate os sintomas centrais do TEA. No entanto, fármacos podem ser importantes aliados no manejo de comorbidades frequentemente associadas, como irritabilidade, TDAH, distúrbios do sono e ansiedade, sempre sob acompanhamento médico rigoroso. 
Evitando confusões: Fatores que podem confundir os sinais do TEA: 
Profissionais são incentivados a estarem atentos a elementos externos, como a vulnerabilidade social e o uso excessivo de telas. Esses fatores podem, por vezes, confundir com sintomas do TEA, e uma análise cuidadosa ajuda a evitar diagnósticos equivocados, garantindo que cada criança receba o suporte correto para suas reais necessidades. Renata Haddad, com sua experiência em planejamento educacional e elaboração de projetos pedagógicos, salienta que a disseminação dessas diretrizes é um pilar para uma educação inclusiva de qualidade. Ao conectar o conhecimento científico às práticas diárias, a SBNI e profissionais como Renata estão pavimentando um caminho para que escolas, famílias e profissionais da saúde construam um ambiente mais acolhedor, estruturado e eficiente. O objetivo é claro: assegurar que cada criança com TEA tenha a oportunidade de florescer e desenvolver todo o seu potencial. 
 
Sobre Renata Haddad  
Renata Haddad é pedagoga, Neuroeducadora, Neuropsicopedagoga, especialista em educação inclusiva, analista do comportamento, mestranda em Neurociência. É diretora clínica e idealizadora da Pluralità, clínica multidisciplinar e assessoria em educação inclusiva – área voltada para a capacitação de professores e gestores escolares em inclusão escolar. É palestrante com experiência em planejamentos, monitoria e orientação de alunos. É responsável ainda pela elaboração de atividades interdisciplinares e desenvolvimento e implementação de projetos educacionais e pedagógicos.  
Sobre a pluralità:  
A Pluralità Assessoria Educacional e Inclusiva, fundada e dirigida pela pedagoga, neuroeducadora e neuropsicopedagoga Renata Gonzalez Cecato Haddad, é uma empresa especializada em formação de profissionais, atendimento clínico multidisciplinar e consultoria escolar voltada para a educação inclusiva. Com sede em São Paulo (Ipiranga), a Pluralità oferece uma solução integrada e única no mercado brasileiro: une a formação continuada de educadores, o atendimento terapêutico individualizado e a assessoria para implementação de práticas inclusivas em escolas públicas e privadas. Os serviços da Pluralità incluem cursos de formação continuada para professores e gestores escolares, com foco em Transtorno do Espectro Autista (TEA), desenvolvimento de funções executivas, elaboração de Planos Educacionais Individualizados (PEI/PDI) e estratégias de inclusão baseadas em evidências científicas. A pluralità oferece também atendimento clínico multidisciplinar com psicologia, fonoaudiologia, terapia ABA, terapia ocupacional, psicopedagogia, neuropsicopedagogia e orientação familiar. Na consultoria, apoia escolas na adequação de espaços, formação de equipes e implementação de políticas inclusivas eficazes.  

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Saúde

Obesidade é o principal fator de risco para diabetes tipo 2

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No Dia Mundial do Diabetes, EMS e Sociedade Brasileira de Diabetes esclarecem mitos e unem esforços para ampliar o diagnóstico precoce e combater a desinformação

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar a importância da prevenção, estimular hábitos saudáveis e combater os mitos que ainda cercam o tema. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), mais de 500 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo, e o Brasil ocupa o sexto lugar no ranking global, com cerca de 15 milhões de pessoas diagnosticadas, número que pode ser ainda maior, já que muitos desconhecem o próprio diagnóstico.

Com os avanços da medicina e a chegada de novos tratamentos, o controle do diabetes tipo 2 se tornou mais eficaz e acessível. Ainda assim, a informação continua sendo a ferramenta mais poderosa para mudar o curso da doença. A seguir, o endocrinologista Dr. João Salles, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), explica os principais mitos e verdades sobre o diabetes tipo 2 e orienta como agir diante dos fatores de risco.

  1. O diabetes tipo 2 é causado pelo consumo de doces. MITO

Muita gente ainda associa o diabetes diretamente ao açúcar, mas o principal fator de risco é a obesidade, uma condição complexa e multifatorial. O consumo de doces pode contribuir para o diabetes, ganho de peso e o descontrole alimentar, mas não é, por si só, o causador da doença.   “O maior mito que encontramos nos consultórios é quando o paciente diz: ‘Não tenho diabetes porque não como doce’. O que realmente preocupa é o conjunto de fatores, como o excesso de peso, o sedentarismo e a má alimentação”, explica o endocrinologista Dr. João Salles.

  1. O diagnóstico precoce faz diferença no tratamento. VERDADE

O diabetes tipo 2 pode evoluir silenciosamente por anos. Por isso, fazer exames de glicemia a partir dos 35 anos ou antes, se houver fatores de risco, é fundamental. O diagnóstico precoce permite intervenções eficazes e previne complicações graves, como doenças cardiovasculares e renais. “Quando o diagnóstico vem cedo, temos a chance de intervir com mudanças no estilo de vida e terapias que realmente controlam a glicose e protegem o organismo”, reforça o Dr. João Salles.

  1. O uso de medicamentos injetáveis significa que o tratamento falhou. MITO

No diabetes tipo 2, o tratamento costuma começar com mudanças no estilo de vida e, quando necessário, com medicamentos orais. Com o tempo, o corpo pode responder de forma diferente, e o uso de medicamentos injetáveis se torna parte natural da evolução terapêutica. “O diabetes tipo 2 é uma doença progressiva. À medida que o organismo muda, o tratamento precisa acompanhar essas mudanças. Iniciar o uso de medicamentos injetáveis não é um sinal de fracasso, e sim de cuidado e adaptação para garantir um melhor controle da glicemia e proteger o paciente de complicações”, explica o Dr. João Salles.

  1. Os análogos de GLP1, as famosas canetas emagrecedoras, também podem ser usadas para o controle do diabetes tipo 2 sem obesidade. VERDADE

Hoje temos a liraglutida, a semaglutida e a tirzepatida que atuam no controle da glicose e contribui para a redução de peso, quando aliada a mudanças de estilo de vida. A liraglutida foi a primeira a chegar nesse mercado e a entrada da EMS possibilita o alcance de mais pessoas ao tratamento ideal, sempre com acompanhamento médico. “Hoje temos mais opções de ferramentas terapêuticas que permitem um controle glicêmico mais estável, para um tratamento individualizado com benefícios adicionais para o peso e o coração. Elas representam um avanço importante no cuidado do paciente com diabetes tipo 2”, afirma o Dr. João Salles.

  1. Quem tem diabetes tipo 2 deve eliminar completamente os carboidratos. MITO

Cortar carboidratos de forma radical pode causar desequilíbrio nutricional e dificultar o controle da glicemia. O ideal é aprender a escolher os tipos certos e equilibrar as porções. “Carboidratos são parte importante da alimentação. O segredo está na qualidade e na quantidade: priorizar grãos integrais, vegetais e frutas com moderação faz toda a diferença”, orienta o médico.

  1. O excesso de peso é o principal fator de risco para o diabetes tipo 2. VERDADE

A obesidade está diretamente ligada à resistência à insulina, mecanismo central no desenvolvimento da doença. Manter o peso adequado e praticar exercícios regularmente são as medidas mais eficazes de prevenção. “O acúmulo de gordura, principalmente na região abdominal, faz com que o corpo tenha dificuldade de usar a insulina de forma correta. Isso leva ao aumento da glicose no sangue e, com o tempo, ao diabetes”, afirma o Dr. João Salles.

  1. Pessoas magras não correm risco de ter diabetes tipo 2. MITO

Embora mais frequente em pessoas com excesso de peso, o diabetes também pode atingir indivíduos magros. Histórico familiar, alimentação inadequada e sedentarismo são fatores que elevam o risco independentemente do peso.  “Ter um corpo magro não significa estar livre da doença. Existem pessoas com acúmulo de gordura visceral ou predisposição genética que também podem desenvolver diabetes tipo 2”, destaca o endocrinologista.

  1. O diabetes tipo 2 não tem cura, mas pode ser muito bem controlado. VERDADE

Com acompanhamento médico, alimentação equilibrada e atividade física, é possível viver com qualidade e evitar complicações. O controle adequado também reduz o risco de doenças cardiovasculares e renais.  “O diabetes tipo 2 exige disciplina, mas não impede uma vida plena. O paciente bem orientado pode alcançar excelente controle glicêmico e manter energia e disposição”, conclui o Dr. João Salles.

Prevenção transformada em ação e inovação no cuidado

Em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a EMS apoia a disseminação da calculadora de risco FINDRISC, ferramenta internacional que ajuda na identificação precoce do risco de desenvolver diabetes tipo 2. A iniciativa integra o movimento #SimplesmenteFaça, criado pela companhia para incentivar o diagnóstico precoce e o engajamento na jornada de saúde. A nova versão da calculadora recomenda a triagem a partir dos 35 anos, dez anos antes da diretriz anterior.“Com o movimento, estamos levando a calculadora de risco a mais profissionais e pacientes, tornando o rastreamento precoce mais acessível e efetivo. É a prevenção transformada em ação”, destaca o Dr. João Salles.

Líder em inovação farmacêutica, a EMS foi a primeira empresa brasileira a desenvolver e produzir canetas de análogos de GLP-1 à base de liraglutida, com os produtos Olire® e Lirux®, voltados ao tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. “Nosso compromisso é ampliar o acesso a terapias modernas e eficazes, produzidas no Brasil com tecnologia de ponta e padrões internacionais de qualidade”, afirma o Dr. Iran Gonçalves Jr., diretor médico da EMS.

Com investimento superior a R$ 1 bilhão e capacidade de 20 milhões de canetas por ano, a companhia reforça sua missão de unir inovação e acesso, ampliando o tratamento e transformando a vida de pacientes em todo o país. Segundo o vice-presidente Marcus Sanchez, os investimentos da EMS impactam positivamente a saúde pública e fortalecem a indústria nacional. “Inovar é gerar valor para o sistema de saúde e para os pacientes. Queremos competir globalmente sem perder o foco em cuidar das pessoas do nosso país”, afirma.

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Saúde

Dia Mundial da Visão reforça a importância dos cuidados com a saúde ocular para prevenir a cegueira evitável

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Créditos: istock/Ulisberg Alves
Créditos: istock/Ulisberg Alves

Comemorado em 9 de outubro, o Dia Mundial da Visão alerta para a prevenção da cegueira evitável e reforça o papel das clínicas oftalmológicas no cuidado ocular

A visão tem impacto direto na forma como as pessoas se relacionam. Vai além de enxergar bem: envolve autonomia, qualidade de vida e inclusão social. No Dia Mundial da Visão, comemorado em 10 de outubro, organizações de saúde reforçam a importância da prevenção da cegueira evitável e do acesso regular a exames oftalmológicos.

 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma parcela significativa dos casos de deficiência visual poderia ser evitada com diagnóstico precoce e tratamento adequado. Nesse cenário, o trabalho das clínicas oftalmológicas se torna essencial para mudar indicadores de saúde pública e ampliar a qualidade de vida da população.

 

O que é o Dia Mundial da Visão e qual a sua importância

 

Criado pela OMS, o Dia Mundial da Visão tem como objetivo conscientizar sobre a importância da saúde ocular e incentivar medidas de prevenção da cegueira. A data surgiu para destacar que enxergar bem não é apenas uma questão individual, mas um elemento essencial da saúde pública, com reflexos diretos na educação, na economia e na inclusão social.

 

A cada ano, a campanha global aborda diferentes temas relacionados à saúde ocular, sempre com ênfase na prevenção e no tratamento de doenças que comprometem a visão. As principais condições associadas à perda visual podem ser prevenidas ou tratadas quando identificadas no momento certo. 

 

Entre os fatores de risco mais recorrentes, estão as doenças crônicas não tratadas, como diabetes e hipertensão, glaucoma sem diagnóstico precoce, catarata não tratada e erros de refração não corrigidos, como miopia e astigmatismo.

 

A OMS estima que cerca de 60% dos casos de deficiência visual no mundo podem ser prevenidos ou tratados com intervenções adequadas. Essa estimativa reforça a importância da data como instrumento de mobilização global, capaz de unir campanhas de conscientização, ações educativas e políticas públicas para ampliar o acesso ao cuidado oftalmológico.

 

Dados preocupantes sobre deficiência visual

 

Os números sobre deficiência visual em escala global ajudam a dimensionar a urgência do tema. Segundo a OMS, 2,2 bilhões de pessoas vivem com algum grau de deficiência visual ou cegueira no mundo. Desse total, 1 bilhão de casos poderiam ser prevenidos ou tratados com medidas adequadas de prevenção e acesso a serviços oftalmológicos. 

 

O envelhecimento da população, a urbanização acelerada e o aumento da incidência de doenças crônicas, especialmente o diabetes, têm contribuído significativamente para o avanço desses números.

 

No Brasil, os dados também são alarmantes. Informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, apontam que 7,9 milhões de brasileiros relataram dificuldade para enxergar. Além disso, levantamento realizado em parceria entre a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e o IBGE mostra que mais de 6,5 milhões de pessoas vivem com deficiência visual, sendo cerca de 500 mil em condição de cegueira.

 

Entre as principais causas da deficiência visual no país, estão:

 

  • catarata não tratada;
  • glaucoma;
  • retinopatia diabética;
  • degeneração macular relacionada à idade;
  • falta de correção de erros de refração.

 

A ausência de consultas regulares contribui para que muitos casos sejam identificados tardiamente, quando as chances de reversão são reduzidas. Isso torna os exames oftalmológicos periódicos uma ferramenta fundamental na prevenção da cegueira.

 

Como prevenir problemas de visão e a importância das clínicas oftalmológicas

 

A prevenção de doenças oculares depende, principalmente, da realização de consultas oftalmológicas periódicas e do acesso a tratamentos adequados. Exames de rotina permitem detectar precocemente alterações visuais e condições que, quando tratadas no momento certo, têm evolução favorável. Entre as principais recomendações, estão:

 

  • exames oftalmológicos anuais, especialmente para pessoas com histórico familiar de doenças oculares;
  • controle rigoroso de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão;
  • correção de erros de refração com óculos ou lentes de contato;
  • tratamento oportuno de catarata, glaucoma e retinopatia diabética;
  • participação em campanhas de conscientização sobre saúde ocular.

 

Nesse contexto, as clínicas oftalmológicas têm um papel decisivo. Além de realizarem exames preventivos e tratamentos especializados, esses espaços atuam como pontos de referência para diagnósticos precoces e encaminhamentos adequados. 

 

Ao longo do mês de outubro, campanhas de conscientização reforçam essa mensagem em todo o mundo. Escolas, empresas e comunidades recebem ações educativas que advertem para os sinais de alerta e incentivam o cuidado contínuo com a visão. Essas iniciativas estimulam a busca por atendimento e fortalecem redes de atenção oftalmológica.

 

Ver bem significa viver com mais independência, segurança e qualidade. O Dia Mundial da Visão representa um chamado global para proteger um dos sentidos mais importantes da vida humana. Com políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e atuação ativa das clínicas oftalmológicas, é possível reduzir os índices de deficiência visual e cegueira.

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Saúde

Gestantes de áreas vulneráveis tem risco maior de perder bebê

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O risco de um bebê morrer durante a gestação ou parto é até 68% maior em municípios com situação socioeconômica mais vulnerável. 

Os dados são de uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com a London School of Hygiene and Tropical Medicine, Universidade de São Paulo (USP) e Western University, no Canadá.

Além disso, os pesquisadores verificaram que ao longo de 18 anos, a taxa de natimortalidade ficou relativamente estável nas cidades com maior vulnerabilidade, apesar de ter caído naquelas com melhores condições.

O estudo analisou nascimentos no Brasil entre 2000 e 2018, com base em registros oficiais do Ministério da Saúde e relacionou ao Índice Brasileiro de Privação – que classifica os municípios em níveis de privação, considerando renda, escolaridade e condições de moradia.

Conforme artigo publicado na revista BMC Pregnancy and Childbirth, o objetivo foi verificar se o declínio nacional no risco de natimortalidade foi semelhante entre os municípios com diferentes níveis de privação para “identificar áreas que necessitam de maior apoio e desenvolver estratégias específicas para diminuir a natimortalidade nessas regiões mais afetadas”.

Dados anteriores já mostravam que a taxa de natimortalidade, no Brasil, caiu 30,7% em 2019, na comparação com o ano 2000, passando de 10,1 a cada 1 mil nascimentos para 7, mas nenhum estudo tinha investigado de forma abrangente as diferenças internas, a nível municipal.

“Agora, as evidências mostram claramente que essa diferença existe e tem impacto real nas taxas de natimortalidade”, enfatiza a pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia, Enny Paixão.

Em 2018, último ano com dados incluídos na análise, o Brasil registrou 28,6 casos de fetos que morreram após a 20ª semana de gestação, ou bebês que faleceram durante o parto.

Isso equivale a uma taxa de 9,6 natimortos a cada mil nascimentos. Mas essa mesma taxa cai para 7,5 nos municípios com melhores condições socioeconômicas e sobe para 11,8 nas cidades com maior nível de privação.

Os pesquisadores acreditam que melhorias gerais nas políticas de saúde e em outras áreas como educação e saneamento básico podem explicar a diminuição da taxa média do país.

“Não está claro por que essas intervenções foram relativamente menos eficazes (…) nos municípios mais carentes”, diz Enny.

Uma das hipóteses é que esses municípios concentram maior proporção de populações rurais vivendo em áreas remotas, que precisam percorrer grandes distância para acessar serviços de saúde, especialmente os de maior complexidade.  

A pesquisadora Enny Paixão reforça a contribuição de problemas característicos da desigualdade, “incluindo falta de serviços ou dificuldade de acesso e baixa qualidade dos serviços de saúde disponíveis nessas áreas, o que pode fazer com que a atenção pré-natal e durante o parto não seja ideal”.

A pesquisadora também pontua que investigar a natimortalidade entre municípios segundo o nível de privação “é fundamental” para identificar áreas que demandam melhorias no acesso e na qualidade da atenção perinatal.

 

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