Educação
Sustentabilidade começa dentro de casa, com pequenos gestos e grandes significados
Como transformar o cuidado com o planeta em um valor familiar desde a infância
A gente sempre ouve falar que sustentabilidade começa por ações simples: fechar a torneira, separar o lixo, apagar a luz ao sair do cômodo. Mas, quando o assunto é ensinar sustentabilidade às crianças, é preciso ir além das regras e transformar isso em valor de vida. Ensinar a cuidar do planeta é também ensinar a cuidar do outro, a desenvolver empatia, responsabilidade e consciência de que o mundo não gira só em torno de nós.
E isso começa mesmo dentro de casa. Desde o momento em que a criança ajuda a escolher frutas da estação na feira até quando participa de uma receita com alimentos reaproveitados, ela vai entendendo, no dia a dia, que as escolhas têm impacto. É no gesto de reutilizar uma embalagem para guardar algo, ou de transformar uma garrafa pet em brinquedo, que ela aprende que o que parece descartável pode ter um novo valor.
É importante lembrar que criança aprende pelo exemplo. Se os pais falam sobre sustentabilidade, mas desperdiçam comida, consomem de forma excessiva ou agem com descuido em relação ao meio ambiente, a mensagem se perde.
Educar com consciência ambiental é formar cidadãos mais empáticos e responsáveis
Falar de sustentabilidade com crianças não significa sobrecarregá-las com discursos alarmistas ou assustá-las com imagens de destruição ambiental. O mais eficaz é trazer essas questões com sensibilidade e na linguagem delas. Mostrar que cada atitude conta, que elas têm o poder de colaborar e que isso é algo positivo, não um peso.
Conversar sobre o lixo que vai parar no mar, sobre o desmatamento, sobre os animais que sofrem com a poluição — tudo isso pode (e deve) ser parte da formação, mas de forma adaptada. Uma caminhada pelo bairro para observar o lixo nas ruas pode ser mais marcante do que um vídeo agressivo. Plantar uma muda de árvore e acompanhar seu crescimento é mais pedagógico do que mil imagens de florestas sendo destruídas. As crianças precisam de experiências, não de culpa.
E esse processo também ajuda no desenvolvimento emocional. Quando uma criança entende que seu gesto — como recusar uma sacola plástica ou reutilizar um caderno antigo — tem impacto real, ela desenvolve senso de responsabilidade, autonomia e pertencimento. Ela se sente parte de algo maior. Isso constrói autoestima e fortalece a empatia.
Angel Higuera, orientador da Escola do Futuro Brasil, explica que “criar filhos sustentáveis é também ensinar limites, esperar a vez, cuidar do que é coletivo. Esses valores ultrapassam a questão ambiental. Formam pessoas mais éticas, mais conectadas com a vida em comunidade e com o respeito à criação.” Segundo ele, a educação ambiental não está desvinculada da formação moral. É, na verdade, uma extensão do amor ao próximo.
O consumo consciente é uma das maiores lições de sustentabilidade para crianças
Num mundo onde tudo convida ao excesso — brinquedos novos toda semana, roupas da moda, embalagens chamativas — ensinar consumo consciente se torna um desafio. Mas também uma grande oportunidade. É possível, e necessário, mostrar para as crianças que as coisas não precisam ser descartadas no primeiro sinal de desgaste. Que brinquedos podem ser doados, que roupas podem durar anos, que reutilizar não é vergonha, é sabedoria.
Isso não significa impedir os filhos de desejarem coisas novas. Significa ajudá-los a refletir sobre o valor real do que consomem. Significa mostrar que aquilo que compramos envolve recursos, trabalho humano, impacto ambiental. Que cada escolha tem um custo — e que esse custo deve ser respeitado.
É fundamental envolver os filhos nesse processo. Deixar que participem das escolhas no supermercado, que vejam a diferença entre produtos sustentáveis e descartáveis, que aprendam a identificar embalagens recicláveis, que saibam o porquê de preferir frutas da estação. Tudo isso educa, forma, transforma.
Angel Higuera destaca que “ensinar a criança a não desperdiçar é um gesto de amor. Amor por ela, porque aprende a valorizar. Amor pela natureza, porque aprende a preservar. Amor pela sociedade, porque aprende a dividir.” O orientador lembra que muitos hábitos consumistas são aprendidos por imitação — mas também podem ser reeducados com exemplo, paciência e propósito.
Sustentabilidade se aprende vivendo: o papel do tempo, da rotina e do afeto
Não adianta transformar a sustentabilidade em uma cobrança fria. Ela precisa estar entrelaçada ao afeto. Quando um pai convida o filho a plantar um tempero em casa, o que ele está dizendo, sem palavras, é: “Estou com você. Vamos cuidar disso juntos.” Quando uma mãe explica por que não comprou algo novo, mas consertou o antigo, ela ensina a resistir ao impulso e a escolher com consciência. Essas atitudes marcam.
Sustentabilidade não é só uma bandeira ambiental. É um estilo de vida. E para as crianças, isso precisa ser algo natural, incorporado ao cotidiano. Elas precisam ver que viver com menos pode ser mais divertido. Que dividir, doar, reaproveitar pode ser legal. Que o planeta importa — e que elas importam dentro dessa missão.
O tempo é aliado nesse processo. Cada repetição conta. Cada conversa é uma semente. Cada pequeno gesto, quando feito com sentido, ajuda a formar uma consciência que vai muito além da infância. É uma herança. Um legado. Um jeito de estar no mundo com mais respeito, mais cuidado, mais esperança.
Como diz Angel Higuera: “A melhor maneira de ensinar sustentabilidade é fazer com que a criança sinta que cuidar do planeta é cuidar de si mesma, da família, do futuro. Sustentabilidade não é uma matéria escolar. É uma forma de amar o mundo em que vivemos.”
E se tem uma boa notícia nisso tudo, é esta: as crianças estão prontas para aprender. Cabe a nós, adultos, estarmos prontos para ensinar — com o coração, com o exemplo e com a vida.
Educação
Uso de IA entre alunos e professores exige políticas de segurança
Estudo qualitativo “Inteligência Artificial na Educação: usos, oportunidades e riscos no cenário brasileiro”, realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), com alunos e professores do ensino médio de escolas públicas e privadas das capitais de São Paulo e Pernambuco, encontrou um universo de uso indiscriminado dessa nova tecnologia. Pesquisa anterior (TIC Educação), divulgada em setembro pelo Cetic.br, já havia apontado ampla adoção da IA no ambiente escolar brasileiro, com 70% dos alunos do ensino médio, cerca de 5,2 milhões de estudantes, e 58% dos professores utilizando ferramentas de IA generativa em atividades escolares.

“Um uso quase selvagem, porque eles usam para tudo, desde pesquisar uma palavra, até entender uma dor que estão sentindo, receita, lembrete, para várias atividades escolares, anotações, para fazer resumo, para realizar tarefas inteiras, até para suporte emocional. Eles falam bastante disso também, que usam como terapeuta, como conselheiro. Enfim, um uso bastante diverso e amplo do ponto de vista dos alunos”, disse à Agência Brasil a coordenadora da pesquisa, Graziela Castello. O trabalho de campo do estudo foi efetuado entre os meses de junho e agosto de 2025. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (25), no seminário INOVA IA 2025, realizado no Rio de Janeiro.
Também os professores já fazem uso bastante intenso da IA generativa para preparar aula, para ter como apoio a atividades pedagógicas. Segundo Graziela, o que há de convergente entre os dois grupos é que ambos estão fazendo esse uso sem nenhuma mediação, sem orientação, sem supervisão ou regramento dado pelas escolas ou por outras instituições.
“E eles querem informação, querem saber como usar de maneira ética, segura, sem riscos”. Ou seja, o uso é muito intenso, mas ainda nada orientado e muito por conta própria.
De acordo com o estudo, a solução passa pela necessidade de acelerar o processo em termos de regimento, protocolos e políticas que estabeleçam, minimamente, uma baliza para uma visão mais segura, acompanhada de ações com escala que capacitem professores e alunos. Daí a necessidade de investir em formação, mas também em regulação, como uma maneira de dar normas e orientações para que as pessoas, nesse primeiro momento, saibam como fazer e o que não fazer e ter um pouco mais clareza para começar a navegar nesse universo, indicou a coordenadora.
Riscos
Graziela Castello explicou que, ao contrário do que aconteceu com a internet, que já entrou na vida das pessoas de uma maneira muito acelerada, “a IA entrou chutando a porta. Entrou e eles (alunos e professores) usam, e usam mesmo, mas também reconhecem os riscos desse uso”.
O estudo revela que apesar de utilizarem muito a IA, os alunos têm medo de desaprender, de “emburrecer” com o uso dessas tecnologias. Têm medo de ficarem dependentes, de não conseguirem criar ou de exercer a criatividade, de perderem a identidade.
“(Medo) de que, agora, o processo fique tão pasteurizado que eles percam a nuance daquilo que são”. Eles são entusiastas da IA, mas têm consciência, têm receio e pedem informação. Graziela destacou que essas são notícias importantes para os gestores públicos sobre a urgência em estabelecer políticas e ações que ajudem a orientar esse uso de um jeito proveitoso e oportuno. “E tentando minimizar os riscos, que não são poucos”.
Do mesmo modo, os professores também já fazem uso da IA generativa, principalmente como suporte para atividades cotidianas.
“Eles reconhecem que tem um potencial forte para redução de tarefas repetitivas, como suporte para conseguir ter outros recursos, atividades mais alternativas, inclusive para gradações de tarefas. Tem um potencial de tentar customizar atividades para os perfis dos alunos”.
Estudantes com diferentes níveis de aprendizado podem ter acesso a diferentes atividades propostas. Alunos com deficiência, por exemplo, poderiam ter acesso a materiais mais elaborados para aquilo que for conveniente para eles. A pesquisa evidencia que os professores também fazem isso de maneira experimental e por conta própria, sem muita orientação, e também querem informação sobre como usar e em que momento da escola.
Os educadores sabem que os alunos estão usando a IA, mas não sabem como mediar esse uso e, portanto, ficam sem ação. Os professores se mostraram muito preocupados porque sabem que os alunos fazem uso da IA de maneira autônoma, não conseguiram relatar benefícios neste momento e se preocupam muito com o uso que estão vendo. Para os educadores, essa utilização da IA pelos estudantes tem limitado sua capacidade de aprendizado, eles têm piorado na capacidade de fazer redação e na linguagem inclusive, além do uso como suporte emocional, que eles têm visto no dia a dia, de maneira frequente.
“Eles querem informação. Acham que a escola é lugar para formação de alunos e professores, mas também se sentem sobrecarregados. Eles também problematizam isso: quem deveria dar essa informação e em que condições”, explicou.
Desigualdades
A pesquisa apurou diferenças também entre alunos de escolas públicas e privadas no uso da IA. O que existe de diferença mais fundamental são as desigualdades de acesso à infraestrutura, que já são anteriores à vinda da IA. Alunos de escolas privadas têm acesso a outros equipamentos, como computador em casa, o que torna o uso da IA mais proveitoso. Já se o aluno está restrito ao celular, tem muito mais dificuldade de operar essas ferramentas. Com o conteúdo sendo pago ou gratuito, isso já representa mais uma camada adicional de desigualdade, disse a coordenadora da pesquisa. Com o serviço pago, há possibilidade de se fazer usos mais oportunos.
“Fundamentalmente, você tem ainda a reprodução de desigualdades em infraestrutura digital que vão ampliar, se não forem contornadas, ainda mais essa desigualdade de oportunidades entre escolas públicas e privadas”.
A adoção segura dessa tecnologia e a construção de políticas públicas para orientar o uso da IA têm de ter como precedente o letramento, ou seja, orientação para alunos e professores sobre como funciona essas ferramentas.
“Acho que a primeira fase é dar letramento, conhecimento para a população como um todo sobre o que significa essa tecnologia, como ela é construída, quem detém esses dados hoje em dia, quem são os donos das informações”.
Outra preocupação importante é saber se esses dados, as ferramentas de IA, são adaptáveis ao contexto brasileiro. Algumas perguntas são: Será que ao trabalhar com os estudantes não estamos dando dados do contexto de outros países? Será que a gente tem tecnologia própria que garanta que estamos sendo fidedignos aos problemas internos do Brasil?
“Tem uma série de enfrentamentos que têm de ser feitos simultaneamente. A questão é que a coisa (IA) entrou com uma velocidade e a gente vai ter que trocar a roda do carro com ele andando”, apontou Graziela Castello.
Outras questões de destaque visam a criação de um pensamento crítico, como os estudantes podem checar as informações que recebem. Eles entendem que há erros factuais, expressões preconceituosas e negativas, que não conseguem gerenciar. Esse é um outro ponto de atenção: saber como desenvolver essa habilidade técnica, as possibilidades dessa ferramenta sem redução da capacidade criativa dos alunos, Mas é o enfrentamento que permite se avançar na discussão de construção de um pensamento crítico, a fim de que não se reproduzam possíveis erros e vieses que vêm dessas tecnologias, analisou a coordenadora da pesquisa.
Educação
Analfabetismo entre pessoas idosas negras cai em 11 anos
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), a partir dos dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), de 2012 a 2023, com recorte racial quanto à escolaridade, mostra que a taxa de analfabetismo entre pessoas idosas negras (60+) foi de 36,0% e, entre as brancas, ficou em 15,4%, em 2012.

Em 2023, foi de 22,1% para idosos negros e 8,7% para brancos. Embora o analfabetismo tenha sido reduzido nos dois grupos, de 20,6 pontos percentuais (p.p.) para 13,4 p.p., a diferença permanece expressiva.
Impacto
Para o membro do conselho deliberativo do Cedra, Marcelo Tragtenberg, o analfabetismo entre pessoas negras idosas é algo que choca pelo impacto na vida delas.
“Houve melhora, mas não sabemos se é por motivo geracional, se os novos idosos estão mais escolarizados ou pelo processo de urbanização. Para isso, seria importante uma busca ativa para matrículas em Educação de Jovens e Adultos (EJA) e até uma política de incentivos, como o programa Pé de Meia, mas voltada para a população mais velha que não chegou aos níveis básicos de escolaridade”, disse Tragtenberg.
A análise mostrou também que a taxa de analfabetismo dos jovens negros era de 2,4% e dos jovens brancos de 1,1% em 2012. Em 2023, a taxa dos jovens negros passou para 0,9% e dos jovens brancos, 0,6%.
O analfabetismo diminuiu nos dois grupos, assim como a diferença entre eles, que foi de 1,3 ponto percentual (p.p.) em 2012 para 0,3 p.p. em 2023, com melhora mais expressiva entre negros.
Também houve queda nas taxas de analfabetismo na população jovem (25 a 29 anos) que, entre 2012 e 2023, foi de 1,3% para homens brancos, 2,8% para homens negros, 0,7% para mulheres brancas e 1,3% para mulheres negras.
Em queda
Segundo o estudo do Cedra, entre as pessoas negras de 30 a 39 anos, a taxa de analfabetismo era de 7,0% e a de pessoas brancas, 2,5% em 2012. Em 2023, a taxa de pessoas negras caiu para 2,2% e a de pessoas brancas foi para 1,1%. Apesar da queda significativa entre os grupos, pessoas negras estavam, em 2023, em situação parecida com a das brancas em 2012.
A taxa de analfabetismo entre mulheres negras acima de 15 anos era 10,8% e, entre mulheres brancas, de 5,1% em 2012. Em 2023, a taxa de analfabetismo caiu nos dois grupos, ficando em 6,6% para mulheres negras e 3,3% para as brancas. Apesar da redução de 5,7 pontos percentuais em 2012 para 3,3 p.p. em 2023, a diferença entre elas permanece expressiva.
Ainda segundo o estudo, o analfabetismo entre homens negros acima de 15 anos era de 11,5%, e, entre homens brancos, atingia 4,8% em 2012.
Em 2023, a taxa de analfabetismo caiu nos dois grupos, ficando em 7,4% para os negros e 3,4% para os brancos. Apesar da redução de 6,7 pontos percentuais em 2012 para 4,0 p.p. em 2023, a diferença entre eles permanece significativa.
Educação
Como saber qual a melhor escola bilíngue para matricular o estudante?
Ao escolher é importante entender que para um aprendizado efetivo é necessário não apenas ter um curso de inglês na grade educacional, mas ter uma imersão na segunda língua
O crescimento das escolas bilíngues no Brasil, especialmente em grandes capitais, como São Paulo, tem sido notável nas últimas décadas, refletindo uma crescente demanda por esse modelo de educação e uma maior valorização do aprendizado de línguas estrangeiras, especialmente o inglês. Esse aumento na procura neste tipo de ensino por pais e alunos se deve a globalização e a crescente interconexão econômica e cultural. Especialmente a língua inglesa é amplamente vista como uma habilidade essencial para o sucesso acadêmico e profissional. Muitas famílias acreditam que a educação bilíngue pode oferecer uma vantagem competitiva significativa.
Mas, na hora de matricular, muitos pais ficam em dúvida sobre como escolher uma escola que realmente faça com que os seus filhos dominem verdadeiramente a segunda língua e não só adquiram um aprendizado superficial, com a memorização de algumas palavras e frases. No mercada da educação brasileiro tem aparecido cada vez mais escolas bilíngues, mas com diferentes modelos de ensino, que podem ser: imersão total; ensino paralelo; algumas aulas na semana (algumas horas); parceira com cursinhos de inglês; programas bilíngues dentro de currículos mais amplos, modelos integrados, entre outros métodos.
Ensino multicultural e internacional
Mas, algumas dessas escolas são voltadas exclusivamente para o bilinguismo e vão além, oferecendo ao aluno a possibilidade de aprender os currículos nacional e internacional paralelamente, tendo também uma imersão, onde o aprendizado do idioma é carregado de cultura e visões diversas do mundo. “Diferente de uma escola que apenas tem uma disciplina de inglês, na Escola do Futuro Brasil, os estudantes realizam uma verdadeira imersão na língua inglesa, desenvolvida através da comunicação diária nas salas de aulas. Com isso, o aprendizado ocorre naturalmente, por meio da exposição e interação da linguagem. Nas disciplinas do currículo internacional, dadas paralelamente às nacionais, as aulas e a conversação são todas em inglês, seguindo a recomendação da BNCC. Assim, os programas nacional e internacional se integram e o aprendizado torna-se interessante”, explica Ivone Muniz, diretora da instituição.
Segunda ela, na escola os alunos têm acesso a um programa de estudos internacional, que segue as recomendações do Common Core State Standards, uma iniciativa educacional americana que detalha padrões destinados a preparar os alunos para faculdades e carreiras profissionais nacionais ou internacionais. Esse projeto avançado de ensino busca preparar os alunos em tudo que precisam saber, tornando-os capazes, em matemática e linguagem/língua desde o jardim de infância até o último ano do ensino médio.
“Por isso, além de valorizar e ser exigente com o ensino do nosso idioma principal, que é a língua portuguesa, aproveitamos a facilidade de aprendizagem dos alunos em suas faixas etárias, para o ensino multicultural e internacional, com base na língua inglesa. Afinal, essa é a mais importante língua franca usada em todo o planeta! Com isso, o aluno desenvolve habilidades de adaptabilidade, interpretação de textos, planejamento, criatividade, resolução de problemas, entre outros benefícios, que os tornam mais completos para os desafios que certamente enfrentarão”, complementa Ivone Muniz.
Certificações internacionais
Muitas escolas bilíngues têm investido em currículos especializados e inovadores, materiais didáticos de alta qualidade, certificações internacionais e parcerias com instituições estrangeiras para garantir a qualidade e a reputação de seus programas. Segundo o educador Angel Higueira, a EDF foi reacreditada internacionalmente pela Cognia em 2023. “Este reconhecimento garante que os alunos recebam uma educação bilíngue alinhada com as melhores práticas globais, cujo o foco não é apenas aprender uma segunda língua, mas integrar Programas Nacionais e Internacionais, que tragam familiaridade com diferentes culturas e perspectivas. Com isso, os estudantes, que optam por estudar no exterior, podem adentrar com mais facilidade em escolas ou universidades do mundo todo devido a essa chancela”, explica.
Ele esclarece que esse selo é dado pela empresa, cujo nome é o mesmo da certificação, Cognia e que, a instituição internacional não governamental, é dos Estados Unidos e atende mais de 80 países, servindo mais de 25 milhões de estudantes e um milhão de educadores ao redor do mundo. “A acreditação é um reconhecimento de que tudo que é desenvolvido dentro da escola é feito com excelência, para proporcionar o melhor na educação aos estudantes. Para receber essa chancela, a escola é vistoriada periodicamente por especialistas em ensino, de outras escolas americanas, que foram treinados para aferir o trabalho educacional, conferindo todo o material e verificando as evidências do desenvolvimento educativo, constatando se estamos seguindo os padrões de uma abordagem inovadora e eficaz, preparando os alunos para um mundo cada vez mais globalizado”, destaca.
Angel Higueira salienta que, a acreditação tem dois propósitos fundamentais: assegurar a qualidade do que a escola oferece e dar assistência ao longo do processo de melhoria. “As visitas para certificação acontecem a cada dois anos e a Escola do Futuro já passa por esse processo desde 2015. A acreditação acrescenta alguns modelos de qualidade dentro de algumas temáticas, que são: o crescimento, a aprendizagem, a cultura da aprendizagem e a liderança da aprendizagem. Em cada um deles descobrimos o que precisamos desenvolver ainda mais para progredir na educação acadêmica aos nossos estudantes”, explana.
Qualidade de ensino
A educação bilíngue pode ser mais cara do que a educação tradicional, mas isso não tem intimidado as famílias, que pretendem dar às crianças e jovens uma formação. Mas, os pais andam bem atentos quanto aos atributos do ensino, já que o aprendizado pode variar significativamente entre as instituições. Escolas, que ensinam dois idiomas, de alta qualidade geralmente possuem professores bem preparados e um currículo corretamente estruturado, enquanto outras podem enfrentar desafios em termos de recursos e formação.
Portanto ao escolher uma escola bilíngue é importante verificar as certificações; o currículo educacional; a qualificação dos professores (se são fluentes); como a segunda língua é introduzida ao estudante; conheça a instituição pessoalmente; considere a cultura e o ambiente; avalie a logística; busque feedback de outros pais; considere a adaptação e o suporte ao novo aluno; converse com a equipe pedagógica e verifique se o método de ensino é equilibrado, quais são as formas de avaliação e se inclui uma abordagem holística ao desenvolvimento da criança ou jovem.
Escolher uma escola bilíngue é um passo importante para o desenvolvimento linguístico e acadêmico do estudante, então vale a pena investir tempo na pesquisa e na avaliação das opções disponíveis.



