Siga-nos nas Redes Sociais

Economia

“Tensão com os EUA é artificial e vai se dissipar”, afirma Haddad

Publicado

em

© Washington Costa/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (30), que a tensão gerada em torno do anúncio do tarifaço dos Estados Unidos (EUA) aos produtos brasileiros é artificial e vai se dissipar. Segundo o ministro, as conversas com as autoridades norte-americanas estão evoluindo e, mesmo com a entrada em vigor das tarifas, prometida para 1º de agosto, as negociações continuarão.

“Se depender do Brasil, essa tensão desaparece, porque é artificial. E produzida por pessoas do próprio país. Quer dizer, não faz sentido brasileiros alimentarem essa tensão. Essa tensão vai se dissipar e, quando se dissipar, a racionalidade vai presidir os trabalhos, e nós vamos chegar a um denominador”, disse Haddad, em conversa com jornalistas no Ministério da Fazenda, em Brasília.

Ele fez referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, em março, se licenciou do mandato na Câmara, foi para os Estados Unidos e articula ações junto ao governo estadunidense contra a Justiça e a economia brasileiras na tentativa de livrar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do julgamento por tentativa de golpe de Estado. Eduardo Bolsonaro é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão dessa atuação.

No último dia 9, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou carta a Lula anunciando a imposição da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto. No documento, entre outras razões, Trump justifica a medida citando Bolsonaro e pedindo anistia para o ex-presidente.

>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp

Haddad lembrou que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, está liderando as negociações e mantém conversas com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. O ministro da Fazenda reafirmou que é preciso esperar o dia 1º de agosto para entender o que, de fato, entrará em vigor, já que o governo dos EUA não respondeu oficialmente às propostas do governo brasileiro.

“Nós precisamos saber qual é a decisão do governo dos EUA. Antes disso, fica muito difícil”, disse Alckmin, destacando que a comunicação com a sua contraparte está evoluindo. Ele informou que pode viajar aos Estados Unidos acompanhando o vice-presidente. “Assim que tiver uma agenda estruturada, sim. Já estive na Califórnia com o secretário [do Tesouro dos Estados Unidos, Scott] Bessent, tenho tentado contato com ele, que está na Europa fechando acordos. Mas a assessoria dele disse que tem possibilidade de uma conversa quando ele regressar aos Estados Unidos”, acrescentou Haddad.

Fonte

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Apesar de exceções, 25% das exportações de minérios serão taxadas

Publicado

em

© ABR; José Cruz/Agencia Brasil

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) informou que 75% dos minérios exportados para os Estados Unidos entraram na lista de exceções, mas o setor ainda sofrerá impacto

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) Ordem Executiva que confirma a aplicação de taxa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. O documento traz também uma lista com cerca de 700 produtos que ficarão de fora do tarifaço, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis.

“Uma análise preliminar do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), com base no documento divulgado nesta quarta-feira (30) pelo governo dos Estados Unidos, indica que, dos 1,53 bilhões de dólares — valor que representa 4% das exportações minerais brasileiras destinadas ao mercado norte-americano — cerca de 75% estão incluídos nas exceções previstas pelo decreto. Com isso, 25% das exportações serão impactadas”, aponta a nota divulgada pela entidade.

De acordo com o Ibram, os minerais liberados da taxação imposta por Trump são: caulim, cobre, manganês, vanádio, bauxita e algumas pedras e rochas ornamentais.

“O Ibram continua analisando os detalhes do decreto para compreender plenamente seus impactos e reafirma seu compromisso de atuar para que todos os minerais brasileiros sejam excluídos da nova sobretaxa”, destaca o setor.

As taxas entram em vigor em sete dias, ou seja, no dia 6 de agosto

Entenda o tarifaço

Na Ordem Executiva, que elevou a tarifa para os produtos brasileiros em 50%, Trump argumenta que o Brasil é uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional dos EUA, classificação semelhante à adotada contra países considerados hostis a Washington, como Cuba, Venezuela e Irã.

O documento afirma que o Brasil estaria perseguindo, intimidando e censurando “o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores que são graves violações dos direitos humanos que minaram o Estado de Direito no Brasil”

Além do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, medidas do governo brasileiro em relação a plataformas digitais e decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foram citadas como justificativas para as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil. 

“A perseguição política, por meio de processos forjados, ameaça o desenvolvimento ordenado das instituições políticas, administrativas e econômicas do Brasil, inclusive minando a capacidade do Brasil de realizar uma eleição presidencial livre e justa em 2026. O tratamento dado pelo governo do Brasil ao ex-presidente Bolsonaro também contribui para o colapso deliberado do Estado de Direito no Brasil, para a intimidação politicamente motivada naquele país e para abusos de direitos humanos”, diz o texto.

No documento do governo norte-americano, o ministro Alexandre de Moraes é acusado de abusar de sua autoridade judicial “para atingir oponentes políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências, muitas vezes em coordenação com outras autoridades brasileiras”. Trump acusa o ministro de confiscar passaportes, prender pessoas sem julgamento e impor multas a empresas que não cumpriram “suas exigências ilegais de censura”.  

Fonte

Continue Lendo

Economia

Dólar sobe para R$ 5,59 com oficialização de tarifaço de Trump

Publicado

em

© Valter Campanato/Agência Brasil

A oficialização do tarifaço de 50% para produtos brasileiros nos Estados Unidos foi recebida de forma mista pelo mercado financeiro. Em linha com o exterior, o dólar voltou a ganhar força e aproximar-se de R$ 5,60, com o euro voltando a cair para menos de R$ 6,40. A bolsa de valores subiu quase 1% e aproximou-se dos 134 mil pontos.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (30) vendido a R$ 5,59, com alta de R$ 0,021 (+0,38%). A cotação chegou a R$ 5,63 na máxima do dia, por volta das 13h15, caiu para R$ 5,55 após a confirmação do tarifaço, com uma lista de exceções, e voltou a subir na hora final de negociação.

Apesar da alta do dólar, o real teve o melhor desempenho do dia diante das moedas dos principais países emergentes. A moeda estadunidense tem subido com força em todo o planeta, após o fechamento de acordos dos Estados Unidos com a União Europeia e a ameaça de novas sanções à Índia por retaliações à Rússia.

O euro comercial fechou abaixo de R$ 6,40 pela primeira vez desde o último dia 8. A cotação caiu para R$ 6,38, com recuo de 0,7%.

O mercado de ações teve um dia de recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 133.990 pontos, com alta de 0,95%. O indicador estava em baixa, mas reverteu a trajetória após a confirmação de que haverá uma lista de exceções de cerca de 700 produtos, entre os quais petróleo, celulose, minerais, suco e polpa de laranja e aviação civil.

Ações de empresas de aviação, de logística e celulose valorizaram-se. O adiamento para 6 de agosto do início das medidas comerciais dos Estados Unidos também repercutiu positivamente.

*Com informações da Reuters

Fonte

Continue Lendo

Economia

Entidades do setor produtivo criticam manutenção dos juros em 15%

Publicado

em

© José Cruz/Agência Brasil

A manutenção da Taxa Selic (juros básicos da economia) em 15% ao ano recebeu críticas do setor produtivo. Para entidades da indústria, do comércio e centrais sindicais, a alta prejudicará a produção e o investimento.

Em nota, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, classificou de “insuficiente e equivocada” a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo ele, os juros altos vão sufocar a economia. Segundo ele, medidas como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) equivalem, na prática, a um aumento de juros, e o tarifaço dos Estados Unidos pode resultar em menos inflação no Brasil.

“Já tivemos o aumento do IOF sobre as operações de crédito e câmbio e a elevação das tarifas dos EUA sobre as nossas exportações. A alta do IOF sobre o crédito vai aumentar em R$ 4,9 bilhões o custo para as indústrias, enquanto as tarifas dos EUA podem causar queda na produção industrial e a perda de milhares de empregos no país. O momento pede uma política monetária mais favorável. Precisamos de menos juros e mais crescimento”, destacou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Para a Associação Paulista de Supermercados (Apas), as tensões internacionais tornam a política monetária mais desafiadora. Mesmo assim, a entidade considera alto o nível dos juros atuais.

“Diante dessa conjuntura, a nossa preocupação é a manutenção da taxa de juros nesse patamar. O Brasil tem uma das maiores taxas reais de juros do mundo. A manutenção da taxa Selic em 15% nessa conjuntura irá prejudicar os investimentos, o consumo das famílias; aumentará o custo do crédito e afetará diretamente o nível de atividade econômica do país”, ressaltou o economista-chefe da entidade, Felipe Queiroz, em comunicado.

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) informou que a decisão do Banco Central veio em linha com as expectativas de mercado. Apesar de reconhecer que os juros estão altos, a entidade avalia que a inflação continua acima da meta de 4,5% em 12 meses.

“Apesar da desaceleração gradual da atividade econômica interna e da valorização do real, que tendem a diminuir a pressão sobre os preços, a inflação acumulada se mantém muito acima da meta anual, num contexto de expansão fiscal, expectativas inflacionárias ainda desancoradas e maiores incertezas externas, derivadas da política comercial norte-americana, justificando uma política monetária mais cautelosa”, explicou o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP.

Centrais sindicais

A decisão do BC também foi mal recebida pelas centrais sindicais. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o BC dificulta a vida das famílias com a nova elevação da Selic e mantém o esquema que transfere recursos dos consumidores, das empresas e do Estado para o setor financeiro.

“O Banco Central diz que tem que manter a taxa de juros alta para controlar a inflação. Mas a Selic não é o único instrumento de controle de preços e nem funciona para os tipos de inflação que o Brasil enfrenta. O que a Selic elevada faz é manter o Brasil na liderança do ranking com os maiores juros do mundo, penalizando a população”, destacou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

Em nota, a Força Sindical, destacou que os juros altos favorecem apenas os especuladores e prejudicam o trabalhador. “Lamentamos e consideramos absurdo manter a taxa em patamar tão elevado. Entendemos que o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade de aproveitar-se do encolhimento da demanda mundial para fazer uma drástica redução na taxa de juros, que poderia funcionar como um estímulo para a criação de novos empregos e para o aumento da produção no país”, criticou o presidente da entidade, Miguel Torres.

Fonte

Continue Lendo