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Saúde

Vacina contra HPV previne câncer em homens, diz estudo

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Vacina contra HPV previne câncer em homens, diz estudo
© CHROMORANGE / Matthias Stolt/Direitos reservados

A relação entre o Papiloma Vírus Humano, ou HPV, e o câncer de colo de útero é a mais difundida, mas o vírus também pode causar outros tipos de câncer em mulheres e homens.  Um levantamento inédito feito pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia mostra que mais de 6 mil pessoas morreram em decorrência de câncer do canal anal, entre 2015 e 2023, no Brasil. A maioria dos casos desse tipo de câncer é uma consequência da infecção pelo HPV.

A partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, a pesquisa também identificou cerca de 38 mil internações pela doença nos últimos dez anos. O câncer do canal anal ainda é raro, e representa cerca de 2% dos tumores que atingem a região do intestino grosso, reto e ânus. Mas o membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, Helio Moreira, alerta que a incidência vem aumentando 4% ao ano.

De acordo com ele, há dois fatores principais para esse incremento: a diminuição do estigma a respeito do sexo anal, o que favorece a prática não somente entre homens homoafetivos, mas também entre pessoas bissexuais e heterossexuais; e o aumento da expectativa de vida das pessoas que têm HIV: “Com a melhora dos medicamentos que controlam o HIV, aumentou muito o tempo de vida desses pacientes. E mesmo tendo uma contagem de anticorpos dentro dos níveis normais, ainda assim para essa população o risco de desenvolver câncer de canal anal é maior do que para a população geral”, ele complementa.

Isso significa que a maior parte dos casos desse tipo de câncer pode ser prevenida com duas medidas simples. A primeira delas é o uso de proteção durante o ato sexual – já que essa é a principal via de transmissão do HPV. O coloproctologista Hélio Moreira destaca que isso é ainda mais importante no caso do sexo anal: “A parede da vagina é muito mais resistente a fissuras e lacerações do que a parede do canal anal. Daí o risco maior de você contrair infecções por HPV quando o sexo é anal”.

A segunda medida é a vacinação contra o HPV. Hoje o Sistema Único de Saúde oferece um imunizante quadrivalente, ou seja, que combate os quatro tipo S de vírus que mais causam doenças. Todas as meninas e meninos, entre 9 e 14 anos, devem ser vacinados, porque o imunizante tem maior efetividade se for tomado antes do início da vida sexual. Além disso, também fazem parte do público-alvo pessoas com HIV, transplantados, vítimas de violência sexual, e usuários de Profilaxia Pré-Exposição, até os 45 anos de idade.

Apesar do câncer de colo de útero ser a principal doença causada pelo HPV, a vacina também deve ser tomada pelos meninos – ou homens que se enquadrem nos grupos especiais – porque eles podem transmitir o vírus, além de ser infectados e desenvolver doenças, como o câncer de canal anal. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2022 e 2023, o número de doses aplicadas no público masculino cresceu 70%, mas desde 2014, quando a vacinação contra o HPV começou no Brasil, a proporção de meninos vacinados foi 24,2 pontos percentuais menor do que a de meninas.

Outra doença que também pode ser provocada pelo HPV é o câncer de pênis. Nos últimos dez anos, o Brasil registrou mais de 4,5 mil mortes e cerca de 22 mil internações, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia. Estima-se que metade dos casos seja causado por HPV, e uma das consequências mais drásticas é a amputação do pênis, realizada em cerca de 580 pessoas por ano, no Brasil.

O diretor da Escola Superior de Urologia da Sociedade Brasileira de Urologia, Roni de Carvalho Fernandes reforça que esse também é um tipo de câncer que pode ser prevenido de forma simples: “Com uma boa higiene genital e prevenindo doenças infectocontagiosas sexualmente transmissíveis. E a vacinação do HPV pode diminuir aí uma incidência de 30 a 40% dos casos”.

E é essencial que a pessoa procure atendimento médico caso identifique alguma verruga na região genital: “Às vezes o homem acaba relegando, né? Uma verruga que existe há muito tempo ali no pênis pode ter o HPV e desenvolver um tumor. E a retirada dessa verruga, o tratamento dessa pele que tá machucada, pode evitar uma doença tão grave”, explica o urologista Roni de Carvalho.

Atualmente, mais de 54% das mulheres e 41% dos homens que já iniciaram a vida sexual têm algum tipo de HPV. A maioria das infecções não manifesta sintomas, e o vírus pode ser transmitido também pelo contato com a mucosa infectada por via genital, oral ou manual, mesmo sem penetração. Por isso, os especialistas defendem que a vacinação com altas coberturas é a forma mais garantida de evitar que o vírus continue se propagando.

Segundo o site Agenciabrasil.ebc,

Com informações: Agenciabrasil.ebc

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Saúde

Cansaço da mente: Dr. Roberto Roni explica os sinais que você não deve ignorar

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Psicólogo e especialista em neurociência e comportamento fala sobre os limites entre estresse e ansiedade – e alerta para os riscos de ignorar os sinais do corpo e da mente

A rotina intensa, os prazos que se acumulam, a necessidade constante de dar conta de tudo e todos. Em meio a esse turbilhão moderno, muitas pessoas vivem em um estado de alerta contínuo, sem perceber o quanto isso está drenando sua saúde mental. E aí surge a pergunta: o que estou sentindo é estresse ou ansiedade?

“O estresse é uma resposta fisiológica do corpo diante de uma situação desafiadora. Ele nos prepara para agir, resolver, reagir. Mas ele tem começo, meio e fim. Já a ansiedade é mais difusa, é um medo antecipado, uma sensação de que algo ruim vai acontecer, mesmo que não exista um motivo concreto. Quando essa sensação é constante, estamos diante de um quadro que precisa de atenção”, explica o Dr. Roberto Roni, psicólogo e especialista em neurociência e comportamento.
De forma prática, o estresse está ligado a um evento externo — uma reunião, uma dívida, um problema familiar. Já a ansiedade está mais relacionada à forma como o cérebro interpreta e antecipa essas situações. E, com o tempo, os efeitos no corpo se acumulam.

“A ansiedade crônica pode se manifestar com sintomas físicos intensos: taquicardia, sudorese, falta de ar, aperto no peito, tensão muscular. Muitas pessoas chegam ao consultório achando que estão tendo um problema cardíaco, quando, na verdade, é o emocional pedindo socorro. O estresse, por sua vez, quando contínuo, pode desencadear inflamações, desequilíbrios hormonais e até adoecer o sistema imunológico”, alerta o especialista. Segundo o Dr. Roberto, o problema não é sentir estresse ou ansiedade — isso faz parte da vida. O perigo está em viver nesse estado como se fosse o novo normal.

“O corpo fala, e ele sempre dá sinais. Mas a gente aprendeu a silenciar esses sinais em nome da produtividade. A dor de cabeça vira ‘coisa da rotina’. A insônia vira ‘fase’. A falta de vontade de viver vira ‘preguiça’. E, assim, vamos empurrando até que o colapso chega. Cuidar da saúde mental é uma forma de autocuidado que vai muito além do emocional — ela protege todo o organismo”, enfatiza.
O caminho para o equilíbrio começa pelo reconhecimento e pela busca de ajuda profissional. A psicoterapia, combinada com mudanças no estilo de vida, tem um papel essencial nesse processo.

“É preciso romper com a ideia de que procurar um psicólogo é sinal de fraqueza. Na verdade, é exatamente o oposto: é um ato de coragem. Terapia é um espaço de escuta, de construção, de recomeço. Não é só sobre tratar sintomas, é sobre recuperar o controle da própria vida”, conclui o Dr. Roberto Roni.

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Saúde

Goiás decreta emergência por Síndrome Respiratória Aguda Grave

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© Tony Winston/Agência Brasília

O governo de Goiás decretou, nesta segunda-feira (30), estado de emergência em razão da síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Dados da secretaria de saúde indicam que o estado atingiu, por sete semanas consecutivas, taxa de incidência de casos acima do limite esperado. Até o momento, são 6.743 casos de SRAG, sendo 1.117 por influenza; 306 por covid-19; 1.486 por vírus sincicial respiratório; e 680 por rinovírus.

“Como reflexo direto do aumento de casos, houve crescimento nas solicitações de internação hospitalar por SRAG, o que tem provocado impacto significativo nas taxas de ocupação dos leitos clínicos e de unidades de terapia intensiva (UTI), tanto nas unidades públicas quanto nas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, informou a secretaria em nota.

De acordo com a pasta, o decreto de emergência possibilita a implantação imediata de leitos destinados ao atendimento de pacientes com SRAG, “ação imprescindível diante do aumento expressivo da demanda por internações hospitalares associadas a quadros respiratórios graves, verificado de forma progressiva nos últimos meses”.

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Números

De janeiro a junho de 2024, Goiás registrou 8.011 solicitações de internação por SRAG. Em 2025, no mesmo período, o número chega a 10.676 solicitações – um aumento de 33,27%. Em maio de 2024, por exemplo, o número de solicitações foi de 1.767. Já em maio deste ano, foram 2.406 solicitações.

Além do governo do estado, pelo menos 24 municípios goianos já solicitaram ao Ministério da Saúde recursos financeiros para conversão dos leitos de terapia intensiva adulto para atendimento de casos de SRAG.

Durante todo o ano de 2024, foram registrados 7.477 casos da síndrome, sendo 905 por influenza e 960 por covid-19. Dados referentes ao ano de 2025 mostram aumento de casos a partir do final de março, com pico entre o final de abril e o início de junho (semanas epidemiológicas 17 a 21).

Vacinação

A vacinação contra a gripe no estado começou em 1º de abril e, após 45 dias de campanha voltada para grupos prioritários, a imunização foi aberta para toda a população a partir de 6 meses. A cobertura vacinal para a gripe em Goiás, neste momento, é de 38,96%, com 1.499.062 doses aplicadas.

“A secretaria alerta que a baixa vacinação aumenta a chance de grupos de risco desenvolverem as formas graves da doença, o que pode comprometer a capacidade de resposta do sistema de saúde. Quando se observa os dados por faixa etária, a maior parte ocorre em crianças. Já em relação aos óbitos, a maioria é de idosos.”

Dos 6.743 casos de SRAG contabilizados no estado até o momento, 2.654 são em menores de 2 anos; 754, em crianças de 2 a 4 anos; 659, em crianças de 5 a 9 anos; e 1.414, em maiores de 60 anos.

Em relação aos óbitos, dos 402 registrados até o momento, 256 são em maiores de 60 anos; 40, em menores de 2 anos; 35, em pessoas de 50 a 59 anos; e 29, em pessoas de 40 a 49 anos.

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Saúde

Cirurgia que altera cor do olho tem uso restrito para pessoas cegas

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© Pref de Três Barras SC/Divulgação/Direitos Reservados

A cirurgia que permite a mudança da cor dos olhos por meio da pigmentação da córnea é um procedimento de alto risco, com resultados irreversíveis e estritamente indicada para pacientes com cegueira permanente ou com baixa visão extrema, com o objetivo de melhorar a aparência dos olhos.

O alerta foi feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) depois que a influenciadora digital Andressa Urach e a apresentadora Maya Massafera se submeteram à chamada ceratopigmentação e postaram fotos nas redes sociais mostrando a mudança na cor dos olhos.

“A população brasileira tem sido impactada nas redes sociais por pessoas que relatam ter se submetido a esse procedimento, também conhecido como ‘tatuagem da córnea’, com finalidade meramente estética”, informou a entidade em nota.

“No entanto, essa ceratopigmentação não é reconhecida como uma prática segura em olhos saudáveis, podendo causar complicações e até perda visual severa”, completou o comunicado.

No documento, o CBO alerta que a técnica só deve ser empregada dentro de protocolos clínicos bem definidos, para fins reconstrutivos com foco no bem-estar psicossocial de pessoas com deficiência visual permanente.

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O uso do procedimento com finalidades puramente estéticas, segundo o conselho, não é recomendado. Dentre os riscos estão infecção e inflamação de difícil tratamento. Além disso, como a mudança da córnea é irreversível, o procedimento causa dificuldades em exames internos do olho e outras cirurgias, como catarata.

Dentre os problemas que podem surgir pelo uso indevido da ceratopigmentação estão o surgimento de lesões na córnea, que podem ser persistentes e levar à perfuração do olho; infecções graves (inclusive no interior do olho); inflamações (uveítes); e aumento da pressão intraocular.

“Pacientes que já utilizaram a técnica relatam dificuldade de enxergar, dor nos olhos, ardência, sensação de areia, aversão à luz e lacrimejamento persistentes. Todas essas situações podem levar à redução da visão do paciente, seja na periferia ou no centro da visão, podendo evoluir para a cegueira.”

Entenda

Na ceratopigmentação, é empregada uma técnica na qual micropigmentos de diferentes cores são implantados nas camadas mais internas da córnea com o objetivo de alterar a coloração. O procedimento, de acordo com o CBO, é destinado, sobretudo, ao tratamento de manchas brancas que acometem olhos de pacientes cegos.

“Nessas situações, trata-se de cirurgia reparadora de deformidade ocular aparente. Por outro lado, é sempre necessário avaliar as causas dessas manchas brancas e verificar se há possibilidade de algum procedimento que restaure a visão do olho afetado, como o transplante de córnea, por exemplo.”

Ainda segundo o conselho, não se trata de um procedimento estético comum e ele só deve ser considerado quando outras alternativas, como lentes coloridas ou próteses, não funcionarem.

“Assim, a prescrição e a execução de cirurgias desse tipo são prerrogativas exclusivas do médico oftalmologista, que avaliará a condição ocular do paciente, com indicações de abordagem personalizada para cada caso”, completou a entidade.

“Diante dos riscos envolvidos, o CBO e a SBC [Sociedade Brasileira de Córnea] reforçam que qualquer intervenção nos olhos deve ser conduzida sob orientação de um médico oftalmologista. Procedimentos invasivos como a ceratopigmentação não devem ser tratados como alternativas estéticas simples ou seguras”, concluiu o comunicado.

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