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Vidros automotivos entram na era da automação avançada

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*Por Rodolfo Laranja

A automação industrial tem redesenhado os limites da engenharia automotiva. O que antes era atribuído apenas a motores, baterias ou softwares de navegação, hoje se aplica também a componentes estruturais e estéticos como o vidro automotivo: um elemento que se tornou multifuncional e tecnicamente desafiador.

Com mais de três décadas de atuação na área de automação e gestão de projetos, tive a oportunidade de liderar implementações para montadoras como Audi, BMW, Volvo, General Motors e Tesla. Esse histórico reforça uma constatação: o vidro deixou de ser apenas uma superfície transparente para se tornar uma peça de alta tecnologia, exigindo novos níveis de precisão em projeto, fabricação e montagem.

Durante meu período como gerente global de automação em uma fábrica de vidros automotivos na Bélgica, tive contato direto com as especificações técnicas de grandes OEMs e seus fornecedores. O caso da Tesla chama atenção: os vidros de modelos como o Cybertruck requerem padrões rigorosos de resistência mecânica, controle térmico, transparência seletiva e integração com sensores e câmeras. Para atender a essas demandas, o parque industrial precisa operar com robótica avançada, rastreabilidade digital e sistemas de controle em tempo real.

Nesse cenário, a automação é indispensável não apenas pela escalabilidade, mas pela consistência que oferece. Em linhas de produção altamente integradas, cada etapa, desde o corte inicial até a aplicação de películas ou camadas funcionais, precisa manter tolerâncias mínimas, com interferência humana quase nula. Isso garante não só produtividade, mas conformidade técnica com os requisitos normativos e de performance das montadoras.

A diferença entre um vidro aplicado em veículos populares e outro destinado a um modelo premium vai muito além do design. Envolve propriedades como resistência balística, absorção de impacto, tratamento acústico e controle solar. Cada nova especificação amplia a complexidade da fabricação e só a automação industrial consegue responder com a agilidade necessária.

Mesmo com os avanços, ainda existe uma lacuna significativa na formação de profissionais qualificados. A automação industrial exige conhecimento multidisciplinar em elétrica, mecânica, pneumática, programação e processos fabris. Hoje, o mercado não dispõe de cursos técnicos ou superiores capazes de formar profissionais plenamente prontos para esse contexto. O desenvolvimento ainda depende de aprendizado prático, o que leva, em média, de 12 a 18 meses até que um novo profissional atue com autonomia.

A engenharia de automação que se aplica à indústria automotiva vai além da simples robotização. Ela envolve a concepção de soluções sob medida para problemas específicos, do desenvolvimento mecânico de células produtivas à validação de ciclos de produção em ambiente real. Trata-se de integrar conhecimento técnico à capacidade de execução, sempre com foco em eficiência, qualidade e inovação.

O vidro automotivo é hoje um excelente termômetro do grau de maturidade tecnológica de uma planta industrial. Montadoras que investem nesse tipo de inovação demonstram não apenas compromisso com segurança e conforto, mas também com excelência operacional.

Mais do que acompanhar tendências, o setor precisa antecipar demandas. E isso só é possível com automação estratégica, pensada desde a engenharia até o pós-venda. A transparência que o vidro oferece aos ocupantes de um veículo começa, portanto, com a clareza de processos no chão de fábrica.

Rodolfo Laranja é engenheiro com mais de 30 anos de experiência em automação industrial e gestão de projetos. Iniciou sua carreira aos 13 anos no escritório de engenharia do pai, onde aprendeu desenho técnico e dominou o Autocad. Desde então, liderou projetos de alta complexidade em sete países, atuando diretamente na implantação de linhas de produção para marcas como Tesla, Volvo, BMW, Audi, General Motors, Mercedes-Benz e Volkswagen. Atualmente, cursa mestrado em Gestão de Projetos nos Estados Unidos. Seu modelo de liderança é pautado por clareza, confiança e colaboração, princípios que o tornaram referência global no setor automotivo.

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Economia

Na OMC, Brasil diz que tarifas não podem ser usadas contra soberania

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© REUTERS/Denis Balibouse/Proibida reprodução

Representando o governo brasileiro na reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Fox-Drummond Gough, criticou o uso de “medidas comerciais unilaterais como instrumento de interferência nos assuntos internos de outros países”.

Durante o encontro, em Genebra entre os dias 22 e 23 de julho, foram debatidos, por iniciativa do Brasil, temas relativos à necessidade de respeito ao sistema multilateral de comércio baseado em regras.

“Infelizmente, neste exato momento, estamos testemunhando um ataque sem precedentes ao Sistema Multilateral de Comércio e à credibilidade da OMC. Tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de forma caótica, estão interrompendo as cadeias de valor globais e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”, discursou o diplomata brasileiro.

Recentemente, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o aumento tarifário a ser aplicado a partir de 1º de agosto sobre produtos brasileiros exportados para os EUA.

Nas manifestações, Trump tem associado a medida a supostas desvantagens comerciais na relação entre os dois países e, também, à forma como as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro têm sido conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Violação flagrante

Segundo Philip Fox-Drummond Gough, tais medidas unilaterais representam “violação flagrante dos princípios fundamentais que sustentam a OMC, essenciais para o funcionamento do comércio internacional”. Ele alertou sobre os riscos desse tipo de tratamento para a economia mundial, uma vez que mina coerências jurídicas e previsibilidade do sistema multilateral de comércio.

“Além das violações generalizadas das regras do comércio internacional – e ainda mais preocupantes –, estamos testemunhando uma mudança extremamente perigosa em direção ao uso de tarifas como ferramenta para tentar interferir nos assuntos internos de terceiros países”, argumentou o diplomata brasileiro.

Reforma estrutural

Diante desse cenário preocupante, o Brasil voltou a defender que os países redobrem seus esforços em prol de uma reforma estrutural do sistema multilateral de comércio e da plena recuperação do papel da OMC.

“Continuaremos a priorizar soluções negociadas e a confiar em boas relações diplomáticas e comerciais. Caso as negociações fracassem, recorreremos a todos os meios legais disponíveis para defender nossa economia e nosso povo – e isso inclui o sistema de solução de controvérsias da OMC”, complementou.

Na sequência, o diplomata brasileiro disse que a incapacidade de encontrar soluções promoverá “uma espiral negativa de medidas e contramedidas que nos tornarão mais pobres e mais distantes dos objetivos de prosperidade e desenvolvimento sustentável”.

União das economias em desenvolvimento

Ao final, disse que o Brasil está pronto para começar a trabalhar em direção a uma reforma estrutural e abrangente da OMC, e defendeu a união das economias em desenvolvimento para lidar com a situação.

“As economias em desenvolvimento, que são as mais vulneráveis a atos de coerção comercial, devem se unir em defesa do sistema multilateral de comércio baseado em regras. Negociações baseadas em jogos de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra”.

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Moradores do DF podem concorrer a 3 mil bolsas gratuitas para atuação em investimentos e produtos financeiros

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O Santander Brasil está com inscrições abertas para o programa Santander Certificações, que oferece 3 mil bolsas de estudo voltadas à preparação para as certificações CPA-10, CPA-20 e CEA – credenciais essenciais para quem deseja atuar com investimentos e produtos financeiros no mercado brasileiro. A iniciativa é realizada em parceria com a Academia de Finanças Rafael Toro, referência na formação para o setor bancário.

Serão 800 vagas para o curso preparatório da CPA-10, 2.000 para a CPA-20 e 200 para a CEA. As inscrições podem ser feitas pelo link: https://app.santanderopenacademy.com/pt-BR/program/santander-certificacoes-financeiras-2025?utm_source=Imprensa&utm_medium=Press-Release&utm_campaign=SOABR-Certificacoes25-Whatsapp . O candidato deverá realizar um teste de conhecimentos gerais. Os 3 mil candidatos mais bem ranqueados receberão gratuitamente o curso online da Academia Rafael Toro.

Além da preparação para as certificações da ANBIMA, os bolsistas também terão acesso a uma trilha complementar de desenvolvimento com cursos de Excel básico e intermediário, inteligência artificial aplicada ao mercado financeiro e um módulo especial com mentoria e orientações para entrevistas no setor bancário. A proposta é formar não apenas profissionais tecnicamente preparados, mas também mais competitivos e prontos para os desafios práticos da carreira no setor.

Ao final do curso, será aplicado um simulado oficial da prova da ANBIMA. Os participantes que obtiverem as melhores performances nessa etapa serão contemplados com vouchers que custearão 100% do valor da prova, também patrocinados pelo Santander. Isso significa que, além da capacitação, os alunos terão a oportunidade de concluir o processo de certificação de forma totalmente gratuita.

“Com esta iniciativa, buscamos democratizar o acesso à qualificação técnica exigida pelo mercado financeiro. O Santander quer abrir caminhos para que mais pessoas possam conquistar as certificações necessárias e se posicionar de forma competitiva nesse setor, independentemente de sua formação ou momento de carreira,” afirma Marcio Giannico, Senior Head de Governos, Instituições, Universidades e Universia no Brasil.

As certificações CPA-10 e CPA-20 são exigências mínimas para quem deseja atuar com a distribuição de produtos de investimento em agências bancárias ou plataformas digitais. Já a CEA é voltada a profissionais com perfil mais sênior, qualificados para assessorar clientes com maior volume financeiro e coordenar equipes de atendimento. No Santander, por exemplo, a certificação CPA-20 é obrigatória para se candidatar às vagas de assessoria de investimentos AAA, que atuam diretamente com a carteira de alta renda. Atualmente, o Banco conta com vagas abertas para atuar nesse segmento. Acesse as oportunidades https://santander.wd3.myworkdayjobs.com/pt-BR/SantanderCareers?q=assessor&locationCountry=1a29bb1357b240ab99a2fa755cc87c0e

As inscrições para o programa podem ser feitas até o dia 28 de julho por meio da plataforma Santander Open Academy. Para participar, é necessário ter mais de 18 anos e estar cursando ou já ter concluído graduação ou pós-graduação em qualquer área do conhecimento.

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Receita libera nesta quinta (24) consulta ao 3º lote de restituição

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© Joédson Alves/Agência Brasil

Nesta quinta-feira (24), a partir das 10h, a Receita Federal liberará a consulta ao terceiro dos cinco lotes de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física de 2025. É o maior lote da história em número de contribuintes e o segundo maior em valor – cerca de 7,2 milhões de contribuintes receberão um montante total de R$ 10 bilhões. O lote também contempla restituições residuais de anos anteriores.

A maior parte do valor, informou o Fisco, irá para contribuintes com prioridade no reembolso. As restituições estão distribuídas da seguinte forma:

  • 6.316.894 contribuintes que usaram a declaração pré-preenchida e/ou optaram simultaneamente por receber a restituição via Pix;
  • 755.978 contribuintes sem prioridade;
  • 83.575 contribuintes de 60 a 79 anos;
  • 35.315 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério;
  • 15.988 contribuintes acima de 80 anos;
  • 11.298 contribuintes com deficiência física ou mental ou doença grave.

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Embora não tenham prioridade por lei, os contribuintes que usaram dois procedimentos em conjunto, pré-preenchida e Pix, passaram a ter prioridade no recebimento da restituição neste ano.

A consulta poderá ser feita na página da Receita Federal na internet. Basta o contribuinte clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no botão “Consultar a Restituição”. Também é possível fazer a consulta no aplicativo da Receita Federal para tablets e smartphones.

O pagamento será feito em 31 de julho, na conta ou na chave Pix do tipo CPF informada na declaração do Imposto de Renda. Caso o contribuinte não esteja na lista, deverá entrar no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e tirar o extrato da declaração. Se verificar uma pendência, pode enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes da malha fina.

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