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Brasileiros adultos com ensino superior completo chegam a 18,4%

Entre os brasileiros com mais de 25 anos, 18,4% concluíram o ensino superior. É o que mostra o Censo Demográfico de 2022, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou avanços em relação aos censos anteriores.
Em 2000, apenas 6,8% dos adultos (com 25 anos ou mais) tinham ensino superior. Em 2010, eram 11,3%. Apesar disso, quatro em cinco brasileiros ainda não têm curso de graduação.
O pesquisador do IBGE Bruno Perez destaca que parte dessa população sem ensino superior é composta por pessoas mais velhas.
“A gente sabe que tem uma população mais envelhecida para a qual o acesso à educação foi mais difícil na sua juventude. Então, essa população mais velha também pesa aqui quando a gente está olhando a proporção da população de 25 anos ou mais com nível superior completo. Tem esse peso no estoque de décadas de população”.
O Censo 2022 mostra ainda que 32,3% das pessoas com 25 anos ou mais tinham ensino médio completo ou superior incompleto (acima das 16,3% de 2000), 14% tinham ensino fundamental completo ou médio incompleto (acima dos 12,8% de 2000).
O número de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto caiu de 63,2% em 2000 para 35,2% em 2022.
Cor e raça
Fazendo uma análise por cor e raça dos dados do Censo 2022, é possível perceber que os brancos ainda têm mais acesso ao ensino superior que os pretos e pardos.
Completaram o ensino superior:
- 25,8% dos brancos
- 11,7% dos pretos
- 12,3% pardos
Vale destacar, no entanto, que o avanço do acesso da população negra ao ensino superior foi mais intenso que entre o dos brancos nas últimas duas décadas. O percentual da população branca com nível universitário completo cresceu 2,6 vezes no período (era 9,9% em 2000). Já a parcela de negros com ensino superior cresceu cerca de cinco vezes. O percentual de pretos com ensino superior completo era de 2,1% em 2000, enquanto o de pardos era 2,4%, segundo o IBGE.
De acordo com o Censo 2022, 56,4% dos jovens de 18 a 24 anos estavam matriculados em algum curso de ensino superior no ano da pesquisa.
Em média, os brasileiros com 11 anos ou mais de idade tinham 9,5 anos de estudo em 2022, sendo a população de cor amarela aquela com melhor desempenho (12 anos). Entre os brancos, a média era de 10,3 anos. Os pretos e pardos tinham, em média, 8,9 anos de estudo, enquanto entre os indígenas, o total era de 7,5 anos.
Carreiras
A maior parte dos brasileiros com curso superior tinha em 2022 graduação nas áreas de negócios, administração e direito (8,5 milhões), saúde e bem-estar (4,1 milhões) e educação (3,6 milhões).
Os cursos específicos com mais gente formada no Brasil eram gestão e administração (4,1 milhões), formação de professores sem área específica (3,1 milhões) e direito (2,5 milhões).
Em relação a cor e raça, há grande disparidade em alguns cursos. Três em quatro formados em medicina (75,5%), economia (75,2%) e odontologia (74,4%) eram brancos. Os negros (pretos e pardos) com diploma nesses cursos eram 21,9%, 22,3% e 22,7%, respectivamente.
Entre os cursos onde a participação de negros e brancos era mais equilibrada, apareciam serviço social (47,2% eram brancos e 52%, negros), religião e teologia (48,2% eram brancos e 50,8% negros) e formação de professores (52,8% eram brancos e 46,4%, negros).
Em relação ao sexo, engenharia mecânica e metalurgia é a área com maior proporção de homens entre os formados (92,6%), enquanto a parcela de mulheres é maior nos cursos de formação de professores (92,8%) e serviço social (93%).
Em alguns cursos, percebe-se o aumento da participação de mulheres em anos recentes. Em medicina, por exemplo, o percentual de mulheres no total da população com diploma na área era de 49,9%. Entre os médicos com até 29 anos, 60,2% eram mulheres.
O mesmo percebe-se nos cursos de direito (51,1% de todos com diploma na área eram de mulheres, mas entre os formados em direito com até 29 anos, 62,1% eram mulheres) e gestão e administração (mulheres eram 52,3% do total de formados nesse curso e 59,2% do total de formados nessa área com até 29 anos).
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Prazo para alistamento militar termina nesta segunda-feira

Termina nesta segunda-feira (30) o prazo para que jovens do sexo masculino que completam 18 anos em 2025 façam o alistamento militar obrigatório. A data limite também vale para jovens do sexo feminino que completam 18 anos em 2025 e que desejam, voluntariamente, se alistar ao serviço militar feminino.
De acordo com o Ministério da Defesa, para ambos os casos, o alistamento pode ser feito de forma online, por meio do site, ou presencialmente, em qualquer junta de serviço militar (JSM).
Entenda
Segundo a pasta, o recrutamento militar se divide em cinco etapas – o alistamento, a seleção geral, a designação, a seleção complementar e a incorporação ou matrícula – que se sucedem ao longo do ano.
Desde 2003, as fases do processo de recrutamento são as mesmas tanto para a Marinha como para o Exército e a Aeronáutica.
No caso do serviço militar feminino, o alistamento militar voluntário foi anunciado em agosto do ano passado. Inicialmente, são oferecidas 1.465 vagas, sendo 155 para a Marinha, 1.010 para o Exército e 300 para a Aeronáutica.
“O alistamento é voluntário, mas o serviço torna-se obrigatório para as mulheres após sua incorporação. São critérios para o alistamento: completar 18 anos em 2025 (nascidas em 2007) e ter residência em um dos municípios tributários selecionados para o serviço militar feminino”, informou o ministério.
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Distribuição de vagas
Atualmente, as vagas estão distribuídas em 28 municípios com unidades militares das três forças em 13 estados, além do Distrito Federal.
São eles: Águas Lindas de Goiás (GO), Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Canoas (RS), Cidade Ocidental (GO), Corumbá (MS), Curitiba, Florianópolis, Formosa (GO), Fortaleza, Guaratinguetá (SP), Juiz de Fora (MG), Ladário (MS), Lagoa Santa (MG), Luziânia (GO), Manaus, Novo Gama (GO), Pirassununga (SP), Planaltina (GO), Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santa Maria (RS), Santo Antônio do Descoberto (GO), São Paulo e Valparaíso de Goiás (GO).
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Corpo de Juliana Marins deixará a Indonésia nesta terça-feira

O corpo da turista brasileira Juliana Marins, que morreu em um acidente no Monte Rinjani, na Indonésia, na semana passada, deixará o país nesta terça-feira (1º). Segundo a companhia aérea Emirates, o voo seguirá inicialmente para Dubai. Ali, o caixão será transferido para uma outra aeronave que, na quarta-feira (2), seguirá para o Rio de Janeiro.
O voo chegará no Rio 15h50 de quarta-feira (2). “A companhia aérea priorizou a coordenação com as autoridades relevantes e outras partes envolvidas na Indonésia para facilitar o transporte, no entanto, restrições operacionais tornaram inviáveis os preparativos anteriores.
A família foi informada sobre a confirmação das providências logísticas. A Emirates estende suas mais profundas condolências à família durante este momento difícil”, informou a companhia aérea, por meio de nota.
No domingo (29), a família de Juliana criticou, por meio das redes sociais, a Emirates por não confirmar o voo que traria a brasileira de Bali, na Indonésia, para o Brasil. Segundo familiares, o retorno do corpo estava confirmado, mas “do nada o bagageiro [da aeronave] ficou lotado’’, informou o perfil Resgate Juliana Marins, mantido pela família.
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Acidente
Juliana caiu na cratera do Rinjani na manhã do dia 21 de junho, quando fazia uma trilha. A brasileira esperou resgate por alguns dias, mas quando a equipe de resgate finalmente conseguiu chegar ao local onde ela estava, constatou que a brasileira havia morrido.
O corpo foi resgatado no dia seguinte. A autópsia – feita por legistas da Indonésia – concluiu que ela morreu de hemorragia decorrente de traumas contundentes, de 12 a 24 horas antes de o corpo chegar ao hospital.
A família informou que a Defensoria Pública da União (DPU) pediu à Justiça Federal para que seja realizada uma nova autópsia em Juliana, depois que o corpo chegar ao Brasil.
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Caminhos da Reportagem mostra crescimento de evangélicos no país

Dados do Censo de 2022 sobre religião mostram aumento significativo do número de fiéis evangélicos no Brasil, nas últimas décadas. Para conhecer melhor quem são esses brasileiros, o programa Caminhos da Reportagem que a TV Brasil leva ao ar nesta segunda-feira (30), às 23h, visitou diferentes igrejas espalhadas pelo país.
De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada quatro brasileiros, um é evangélico. O Censo revelou avanço no percentual de adeptos dessa religião em comparação com os números de 2010, passando de pouco mais de 20% para quase 27%.
A primeira parada da jornalista Luciana Barreto foi na Casa da Benção, localizada em Mesquita, região metropolitana do Rio de Janeiro. De origem pentecostal, a Igreja foi fundada em 1964 e hoje conta com mais de 2 mil unidades espalhadas pelo Brasil e outras partes do mundo.
André Ferreira é empresário e pastor na Casa da Benção. Nascido em família católica, a mudança de religião da família começou pela mãe: “A minha mãe era desenganada pela medicina porque sofria do coração. Foi aí que ela resolveu procurar ajuda numa igreja evangélica. Foi quando conheceu a Casa da Benção”. José Luiz Ferreira, pai de André, encontrou na Igreja um caminho para os problemas de alcoolismo: “Deus transformou a nossa vida, então, eu pelo menos me sinto realizado com a minha família, tanto na presença de Deus”.
O teólogo e diretor do Instituto de Estudos de Religião (Iser), Ronilso Pacheco, ressalta que “a sociedade brasileira tem uma marca de religiosidade muito forte, sobretudo nas classes populares, que vai lendo as dificuldades da vida a partir de lentes muito espiritualizadas e religiosas”.
Em Búzios, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, a equipe de reportagem da TV Brasil visitou o Quilombo de Baía Formosa, um território formado originalmente pela antiga Fazenda de Santo Inácio dos Campos Novos, onde, atualmente, vivem cerca de 130 famílias.
Na década de 1970, parte do quilombo foi desterritorializado, dando origem a um processo de luta e resistência. Em 2022, a comunidade recebeu uma doação das terras, feita por fazendeiros da família Cunha Bueno, em um ato de reparação histórica.
O Quilombo de Baía Formosa é um dos inúmeros locais no Brasil que mantêm expressões culturais praticadas por seus antepassados, ainda que, assim como muitos outros, não se apoie nos mesmos referenciais das religiões de matriz africana. Para Elizabeth Fernandes Teixeira, quilombola e presidente da Associação Cultural do Quilombo de Baía Formosa, o fato de ser evangélica não interfere: “A gente já nasce sendo indígena ou quilombola, né? E a nossa religião a gente escolhe. Nós escolhemos ser evangélicos, mas em momento nenhum deixamos que interferisse [em nossa cultura]. Pelo contrário, só somou”.
Enquanto prepara a feijoada para a equipe de gravação, o quilombola Renan fala da ausência de preconceito entre a comunidade e os que lá visitam “A maioria acha que quando a pessoa diz quilombo, é uma coisa ligado a candomblé, mas não tem nada a ver. Aqui é um lugar que onde vêm pessoas da Igreja, de vários tipos de religiões”.
A fala de Renan é somente um exemplo de como essas pessoas buscam conviver em harmonia. No programa, Luciana Barreto reflete sobre as relações entre as pessoas da comunidade: “Há uma tentativa de respeito, de manutenção da tradição, de manutenção da ancestralidade, de manutenção das raízes, ao mesmo tempo que há uma convivência interessante com a doutrina evangélica”.
Em Piraí, no Vale do Paraíba Fluminense, a equipe visitou dois assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST): o Rosali Nunes, onde vivem 39 famílias; e o Terra da Paz, com 34 famílias. Embora não existam pesquisas que comprovem o aumento de adeptos da religião entre os integrantes do MST, Ronilso explica que “é notório o crescimento da presença evangélica em assentamentos. O MST muda um pouco da sua pedagogia, da sua estrutura, pensando na presença desse público evangélico”.
O agricultor Antenor Gil de Souza, morador do Assentamento Terra da Paz, conta como a fé o ajudou na luta pela terra,
“Em todos os acampamentos por onde passei, se não tivesse congregação, eu abria. Porque na congregação você vai falar de amor, vai falar de consideração, respeito, estima. Então, estamos lutando aqui, lutando pela terra, Sem Deus, acho que não conseguiríamos absolutamente nada. Disso tenho plena convicção. Sou fiel nisso. Tenho certeza que não chegaremos a lugar nenhum”.
Sirlei Maria Lopes Gil de Souza, também agricultora e esposa de Antenor, faz questão de falar que o MST não se envolve em religião: “temos diversidade de religiões dentro do movimento. Não existe preconceito em absolutamente nenhum tipo de situação”.
A fala de Sirlei ilustra o que a jornalista Luciana Barreto vivenciou durante as gravações.
“É muito interessante perceber o quanto questões ideológicas não interferem nos assentamentos. Muito interessante ver a proximidade dessas ideologias, a do cristianismo e a da luta por justiça social”.
Sobre o programa
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