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Campanha vai engajar saúde e serviço social na busca por desaparecidos

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© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em 2024, mais de 70 mil pessoas desapareceram no Brasil. São homens, mulheres e crianças de todas as idades e diferentes classes sociais que saíram de casa, do serviço, da escola, e nunca mais foram vistas por parentes ou amigos que, diante da falta de informações, tentam manter a esperança em meio à angústia, o medo e a um infundado sentimento de culpa.

“Alguém cujo filho ou outro parente desaparece tem toda a sua vida modificada”, explica Vera Lúcia Ranú, representante do Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecida. Em novembro de 1992, a filha de Vera, Fabiana Renata, então com 13 anos de idade, saiu de casa para ir à escola, na zona oeste da cidade de São Paulo, e nunca mais foi vista.

“Buscamos e temos direito a uma resposta”, cobrou Vera durante o evento de lançamento da segunda fase da Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas, realizado nesta quarta-feira (26), no Ministério da Justiça e Segurança Pública, em Brasília.

>> Conheça mais da história de Vera

Realizada em conjunto com os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento e Assistência Social, a campanha federal está organizada em três etapas. A primeira foi deflagrada em agosto de 2024, com a coleta de amostras de material genético (DNA) de parentes de pessoas desaparecidas. E que já resultou na identificação de ao menos 35 pessoas.

“Parece pouco, mas multiplique isso por 35 famílias que voltaram a ter paz; a um rol de amigos; aos vínculos reconstruídos”, comentou o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Luiz Sarrubbo, durante o evento desta manhã.

Na segunda fase da mobilização, iniciada hoje, os três ministérios envolvidos vão conduzir uma campanha cujo objetivo é orientar profissionais de saúde a assistência social que trabalham em hospitais e entidades de longa permanência a como proceder caso atendam a pessoas impossibilitadas de se comunicar e cujas identidades sejam desconhecidas.

“Acreditamos que há muitas pessoas abrigadas nestas instituições que não conseguem dizer quem são, de onde são, e que, com isso, não conseguem rever suas famílias”, comentou Vera Lúcia Ranú, assegurando que muitos que procuram por parentes desaparecidos relatam ter batido às portas de unidades de acolhimento em busca de informações sem sucesso. Informação confirmada pela diretora do Sistema Único de Segurança Pública, Isabel Seixas de Figueiredo.

“Há o fenômeno do desaparecimento [de pessoas] e há, em contrapartida, o fenômeno das pessoas que o Estado acolhe e que não consegue saber quem são. Seja porque elas não conseguem lembrar seus nomes; porque estão em coma ou senis; porque são crianças ou porque têm algum problema mental”, comentou Isabel. Ela relata que este é um grande problema que o governo ainda não consegue quantificar.

Diretriz

A ideia básica da mobilização, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, é compartilhar diretrizes já adotadas no âmbito da segurança pública e, assim, evitar que pessoas atendidas no âmbito dos sistemas únicos de Saúde (SUS) e de Assistência Social (Suas) sejam atendidas e acolhidas sem terem sido devidamente identificadas.

Uma cartilha sobre os principais procedimentos a serem adotados e com os contatos dos órgãos federais participantes da mobilização será disponibilizada nos sites dos ministérios já citados. A orientação é que, ao acolher alguém nessa situação, o gestor da instituição assistencial entre em contato com o ponto focal, ou seja, com o órgão ou profissional da segurança pública responsável por orientar adequadamente as unidades assistenciais e receber os pedidos de identificação.

Os contatos dos pontos focais de cada estado e do Distrito Federal estão disponíveis no site da mobilização.

Feito o pedido de identificação, uma equipe especializada se deslocará até a instituição requerente a fim de coletar as impressões digitais e fotografia da pessoa acolhida. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, essas informações serão posteriormente comparadas com os bancos de dados civis estaduais, distrital e nacional.

Caso a identificação seja bem-sucedida, a instituição será notificada e receberá as orientações necessárias para os encaminhamentos cabíveis.

Se a identidade não for confirmada por meio das impressões digitais, o próximo passo será coletar o material genético (DNA) da pessoa acolhida. As amostras genéticas serão analisadas e confrontadas com os bancos de dados estaduais, distrital e nacional, ampliando as chances de identificação e reunificação familiar.

De acordo com Thais Lucena, do Ministério da Saúde, a divulgação de informações claras, objetivas, é importante para os profissionais da Saúde.

“Muitas vezes, não há um conhecimento sobre o fluxo, sobre o processo a ser seguido nestas situações. Por isso, trabalhar a comunicação de forma integrada, articulada, padronizada, pode trazer mais segurança, eficiência e, sobretudo, mais efetividade para todo o processo”, explicou Thais.

A representante do Ministério da Saúde ao comenta que o desejo da pasta é “institucionalizar” os procedimentos, tornando-os “um processo natural na rotina de trabalho” de todos os estabelecimentos de saúde públicos do país.

Passivo

A terceira e última etapa da mobilização nacional está prevista para ocorrer ainda em 2025 e terá como foco a pesquisa de impressões digitais de pessoas falecidas não identificadas armazenadas pelos estados e pelo Distrito Federal. Nessa fase, conhecida como análise do passivo, as impressões digitais serão comparadas com os registros existentes nos bancos de dados biométricos.

“Ao final destas três etapas, temos certeza de que vamos diminuir de modo muito significativo o número de pessoas desaparecidas, reconstruindo vínculos familiares, sociais, e retomando a cidadania e a dignidade destas pessoas hoje desaparecidas”, assegurou o secretário nacional de Segurança Pública.

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Daline Kennedy brilha em atrações de rádio e televisão no litoral paulista

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Daline Kennedy na sede da Record TV Litoral e Vale: Crédito: Divulgação/Claudia Knutsson Manager
Daline Kennedy na sede da Record TV Litoral e Vale: Crédito: Divulgação/Claudia Knutsson Manager

Executiva de Sertãozinho, radicada há muitos anos nos Estados Unidos, compartilha experiências sobre educação e amplia notoriedade em cenário internacional

Durante visita recente ao Brasil, Daline Kennedy esteve no “Balanço Geral“, da Record TV Litoral e Vale, em conversa conduzida por Alexandre Furtado. No encontro, falou acerca do projeto “Renascer“, voltado à educação financeira feminina.

A empresária, natural do interior paulista e atualmente estabelecida em Pensacola, na Flórida, também participou da Fly 99,1 FM, onde foi entrevistada no programa “Geração Mulher” pelas apresentadoras Eliane Corrêa e Rosangela Mouraria Santana. Na ocasião, ressaltou a relevância de orientar famílias e companhias em busca de equilíbrio.

Com 37 anos, a profissional e College Planning Advisor atua em parceria com a American College Foundation, sediada em Cambridge, Massachusetts. Sua proposta é oferecer suporte para diferentes perfis enfrentarem imprevistos e estruturarem um amanhã mais seguro.

Alexandre Furtado e Daline Kennedy: Crédito: Divulgação/Claudia Knutsson Manager

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#EP.33 do Soucast – Luzia Moraes: a mulher que transforma cultura em legado

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Ela é jornalista, escritora, produtora cultural e ativista ambiental. Já foi premiada, homenageada e aplaudida em palcos no Brasil e no exterior. Agora, lança seu primeiro livro infantil, A Sereia e o Urso, e compartilha com o Soulcast as raízes de sua missão e o poder de se reinventar com propósito.

Neste episódio o Soulcast que está sendo disponibilizado nesta quarta-feira, dia 17 de setembro, ao comando da competente apresentadora Nelma Cabral fala sobre:
A infância que moldou sua paixão por narrativas;
A experiência de levar cultura brasileira a países como França, Itália e EUA;
Os bastidores do seu livro infantil e sua conexão com o feminino e o imaginário;
A força de uma mulher que sabe exatamente o que está fazendo e por quê.

Prepare-se para se emocionar, inspirar e acreditar, mais uma vez, que histórias têm o poder de mudar o mundo.

Assista, comente e compartilhe com quem precisa ouvir essa mensagem.

Disponível no
YouTube: https://youtu.be/VqLMSVjJKpI?si=oH-9To16kKWjrJvK

Spotify: https://open.spotify.com/episode/7F7cN0fjw8hyf2ixQZfkuD?si=h0gUzSATSGum6Dy3cRdJbw

Mais informações:
@pod_soulcast
@luziamoraes777 . Podcast edinhotaon/ Edno Mariano

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Vestibulares do 2º semestre: cuidado com o corpo e a mente é essencial, alertam especialistas

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Faltando poucos meses para os principais vestibulares do país, milhares de estudantes vivem uma rotina de estudos puxada. Para além das apostilas e simulados, o segredo pode estar no equilíbrio entre corpo e mente, apontam especialistas.

Brasil, setembro de 2025: Com a chegada do segundo semestre, intensifica-se a preparação de milhares de estudantes do ensino médio para a Fuvest e outros vestibulares. Mais do que revisar conteúdos, especialistas destacam que equilíbrio físico e emocional é fundamental para um bom desempenho.

“Sono regular, alimentação equilibrada, exercícios físicos e pausas de descanso fazem parte da rotina de quem quer ter um bom desempenho. Sem isso, nenhum conteúdo é absorvido de verdade”, afirma Taís Guimarães, diretora pedagógica da Legacy School.

A psicóloga da escola, Camila da Silva Conceição, reforça que cuidar da saúde mental é tão essencial quanto estudar:

“O vestibular é um período de pressão, ansiedade e expectativas elevadas. Para lidar com isso, os estudantes devem manter horários regulares de sono, alimentação equilibrada e momentos de lazer — como caminhar, ler por prazer ou praticar hobbies. Pequenas pausas ajudam a manter o cérebro ativo e reduzem o estresse, favorecendo a concentração e o desempenho.”

Entre outras recomendações estão:

Revisar com estratégia: focar nos temas mais recorrentes e nos conteúdos ainda desafiadores.

Fazer simulados: reproduzir o ambiente e o tempo da prova para reduzir a ansiedade e melhorar a gestão do tempo.

Cuidar da alimentação e do sono: evitar estudar madrugada adentro. Corpo e mente precisam estar preparados para absorver conhecimento.

Usar a tecnologia a favor: aplicativos de organização e plataformas adaptativas podem otimizar o estudo.

Planejar a vida pós-vestibular: refletir sobre cursos, cidades e moradia ajuda a reduzir a pressão e o estresse.

A atenção ao equilíbrio entre estudo, sono, alimentação e lazer transforma o período de preparação em um momento de crescimento pessoal, além de melhorar a performance na prova, permitindo que os estudantes encarem o vestibular com mais confiança e foco.

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