Tecnologia
Cibersegurança em cloud: mitigando riscos e garantindo a continuidade dos negócios

Nos últimos anos, a computação em nuvem se tornou um elemento crucial nas operações de negócios, garantindo às empresas escalabilidade, flexibilidade e eficiência. De acordo com uma pesquisa da Infosys, 73% dos entrevistados concordam que a migração para a nuvem atinge os objetivos e, em 2023, 67% das empresas aumentaram os gastos com nuvem e 80% pretendem investir ainda mais em 2024.
A migração tem proporcionado inúmeras vantagens, incluindo redução de custos, acesso global aos dados e recursos sob demanda. No entanto, esta transição também apresenta desafios significativos, sendo a cibersegurança um dos mais críticos.
Desafios de segurança na nuvem
A EY, uma das maiores consultorias e auditorias do mundo, realizou uma pesquisa que revelou que três quartos dos líderes lutam para identificar as ferramentas de segurança ideais. Consequentemente, muitos optaram por implementar diversas soluções, chegando a utilizar mais de 30 ferramentas de segurança, incluindo seis a 10 dedicadas à segurança na nuvem. Porém este número expressivo de ferramentas dificulta uma visibilidade detalhada de todo o seu portfólio de cloud. Dessa forma, 76% reportaram que isto gerou pontos cegos e afetou a capacidade de priorizar riscos e prevenir ameaças.
Hoje, o mercado enfrenta ciberataques cada vez mais sofisticados e em constante evolução, que procuram explorar as vulnerabilidades e as infraestruturas em nuvem (Managed Threat Detection-MTD). Em vista disto, uma das preocupações centrais tem sido com relação à proteção de dados sensíveis e regulamentados.
Isto ressalta a necessidade das empresas em acompanhar a crescente complexidade da nuvem, entender como podem reduzir seus riscos de ataques cibernéticos (Web Application Firewall-WAF) e, assim, traçar uma estratégia assertiva de como a cloud pode ser mais bem explorada, a fim de apoiar de forma segura os negócios.
Mitigando riscos em cloud
O investimento em uma gestão adequada de identidades e acessos é fundamental, uma vez que falhas nessa área podem levar a brechas de segurança. Da mesma forma, em modelos de nuvem compartilhada, como o IaaS (Infraestrutura como Serviço), a responsabilidade pela segurança é dividida entre o provedor de serviços e o cliente, criando potenciais áreas cinzentas. Assim, devem ser implementados métodos, como a autenticação multi fator e o monitoramento contínuo de atividades de usuários (Identity Access Management-IAM & Cloud Trace Service-CTS).
Além disso, é importante que ocorra uma conscientização e treinamento, a fim de promover uma cultura segura, na qual todos os colaboradores compreendam as melhores práticas de segurança. E que a empresa obtenha apenas ferramentas de segurança assertivas, que possam detectar e responder rapidamente a ameaças cibernéticas.
Por fim, é essencial contar com um plano de backup e recuperação sólido (Cloud Backup and Recovery) para garantir a continuidade dos negócios em caso de falha, além de se certificar de que todas as operações na nuvem estejam em conformidade com regulamentações relevantes.
A computação em nuvem é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa que impulsiona a eficiência do mercado. No entanto, para colher os benefícios, a cibersegurança deve ser uma prioridade. Empresas que investem na proteção de suas operações na nuvem não apenas mitigam riscos, mas também garantem a continuidade dos negócios, construindo uma base sólida para o sucesso em longo prazo. Em um mundo digital em constante evolução, a cibersegurança é uma responsabilidade que não pode ser ignorada.
*Por Severino Sanches, CEO da Agora Tecnologia, líder em distribuição de soluções de Tecnologia e Comunicação e especialista em soluções e produtos Huawei.
Tecnologia
Um novo rosto para uma nova era: Jessica Santos é a nova Embaixadora do Clube do Influenciadores

A escolha por Jessica foi altamente estratégica, baseada em sua notável autenticidade e na qualidade superior de seu conteúdo. Sua capacidade de construir uma comunidade fiel, traduzindo tendências complexas em dicas práticas e acessíveis, que genuinamente ajudam seus seguidores, foi um fator decisivo. Esta visão alinha-se perfeitamente à missão do Clube de promover um marketing de influência muito mais humano, eficaz e com um propósito claro, que ressoa com as novas gerações de consumidores.
Jessica se une à já consolidada e respeitada Embaixadora Denise Emart, formando uma dupla poderosa que promete agitar o mercado. O Clube já adiantou que a parceria estratégica incluirá workshops exclusivos, webséries com conteúdo aprofundado e o desenvolvimento de linhas de produtos co-criadas, explorando a incrível sinergia entre os talentos de ambas. Todas as novidades e oportunidades serão divulgadas em primeira mão no app “Clube dos Influenciadores” e no perfil oficial do Instagram.
O título de Embaixadora dentro do Clube é hoje uma das posições mais cobiçadas do setor. Ele oferece um convite a um ecossistema de oportunidades gerenciado pela tecnologia do app, onde os membros têm acesso a projetos exclusivos com grandes marcas, networking de alto nível e se conectam para eventos estratégicos, como o famoso Café da Manhã das Embaixadoras, um encontro para alinhamento e troca de experiências.
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Robôs mais humanos, processos mais inteligentes: o que mudou na robótica nos últimos 15 anos

*Por Diego Lawrens Bock
Muita gente ainda associa robôs à ideia de substituição e perda. Quem assistiu ao remake de A Fantástica Fábrica de Chocolates, lançado em 2005, talvez se lembre da cena em que o pai de Charlie perde o emprego para um braço robótico numa fábrica de pastas de dente. Aquela cena refletia um medo real: as máquinas tirariam realmente os nossos empregos?
Quase duas décadas depois, o que vejo no chão de fábrica é diferente. A robótica evoluiu, sim, mas no sentido de ampliar capacidades humanas e não apagá-las. Hoje, robôs colaboram com operadores, interpretam imagens, tomam decisões técnicas e evitam riscos. Onde antes havia competição, há agora parceria. E isso muda tudo.
Quando comecei a programar robôs industriais, ainda era comum ouvir que essa tecnologia era “coisa de filme” ou privilégio de grandes montadoras. Quinze anos depois, ela está espalhada por setores diversos, do agronegócio à indústria farmacêutica, da logística à produção de alimentos e não só otimiza processos como redefine a maneira como pensamos o trabalho.
Trabalhei em fábricas da Alemanha, Argentina e Brasil, sempre com foco em automação de alto desempenho. Vi de perto como a robótica saiu da repetição para a inteligência. Um robô de solda hoje não apenas executa movimentos com precisão, ele ajusta parâmetros em tempo real com base em sensores e sistemas de visão computacional. Uma câmera acoplada à máquina não só enxerga, mas interpreta e isso transforma a lógica da operação.
Na Bock Robotics, por exemplo, desenvolvemos soluções em que a máquina não substitui o humano, mas colabora com ele. Robôs compartilhando o mesmo espaço que operadores, com segurança e fluidez. Menos isolamento, mais integração. Esse conceito ganhou força com os cobots, que rompem a ideia de “ilha de automação” e entram diretamente no ritmo da produção.
Outro ponto de virada foi a acessibilidade. Há quinze anos, montar uma célula robótica era um investimento milionário. Hoje, com a miniaturização dos sistemas e o avanço da conectividade, pequenas e médias empresas já conseguem automatizar etapas críticas com retorno rápido. Isso abriu espaço para inovação em setores antes pouco explorados e no campo, especialmente, a automação agrícola vive uma revolução silenciosa, moldada às características do solo, do clima e da rotina rural brasileira.
É claro que os desafios seguem presentes: mão de obra qualificada, integração entre sistemas, atualização de software, conectividade em regiões mais afastadas. Mas o que mais vejo, no fundo, é uma mudança de mentalidade. Aos poucos, a automação deixa de ser vista como custo e passa a ser compreendida como investimento estratégico.
Mais do que máquinas sofisticadas, a robótica atual entrega eficiência, segurança, sustentabilidade e inteligência aplicada. E essa combinação tem valor real, tanto em produtividade quanto em impacto social. Hoje, vejo robôs que se adaptam, que aprendem e que ajudam pessoas a trabalhar melhor. Não é mais sobre o futuro e sim sobre fazer o presente funcionar com mais precisão, rapidez e menos desperdício.
*Diego Lawrens Bock é engenheiro mecatrônico com especialização em robótica industrial e sistemas de visão computacional. Fundador da Bock Robotics, acumula mais de 15 anos de atuação em automação de alto desempenho, tendo liderado projetos em montadoras como Volkswagen, Ford, General Motors, PSA e Opel, com foco em programação de robôs, inspeção óptica automatizada e soldagem de precisão. Com vivência internacional em projetos na Alemanha, Argentina e Brasil, seu trabalho une inovação e engenharia aplicada para aumentar a eficiência, segurança e sustentabilidade em processos industriais e agrícolas.
Tecnologia
Como a tecnologia está reescrevendo as regras do mercado de arte no Brasil

Digitalização, rastreabilidade e novos perfis de colecionadores impulsionam uma virada no setor, onde a confiança documental passou a definir o valor das obras
A valorização de uma obra de arte nunca foi um cálculo simples. Autoria, reputação, raridade, estado de conservação e fatores simbólicos sempre estiveram em jogo, mas quase sempre filtrados por um circuito restrito e subjetivo. Agora, com a entrada de novos perfis de colecionadores e a ampliação dos canais de venda, o mercado brasileiro se vê diante de uma exigência crescente: a construção de confiança por meio de documentação sólida, registros técnicos e histórico verificável.
A transformação é visível. Plataformas digitais vêm reorganizando o ecossistema de compra e venda, enquanto tecnologias aplicadas à avaliação e precificação de obras reposicionam o próprio conceito de valor. “A confiança no mercado de arte deixou de ser uma questão de intuição ou pura reputação. A procedência de uma obra e toda a sua trajetória não é mais um detalhe, é o que sustenta seu valor”, afirma Marcos Koenigkan, especialista em arte e fundador do Catálogo das Artes, referência nacional em precificação de obras e antiguidades.
Segundo a Pesquisa Setorial Latitude 2024, 58% das galerias brasileiras registraram crescimento nas vendas em 2023. Apesar do aquecimento, o setor ainda enfrenta fragilidades estruturais: 52% das galerias apontam a dificuldade de formar novos colecionadores como uma das principais barreiras. Em um ambiente onde muitas obras ainda circulam sem documentação confiável, soluções que sistematizam registros e consolidam informações ganham papel estratégico. “Obra sem documentação é ativo em risco. Quando não há clareza sobre a origem ou a trajetória, qualquer estimativa de valor fica instável. A tecnologia entrou para mudar isso e precisa ser vista como aliada, não como ameaça”, reforça Koenigkan.
Se antes a assinatura bastava para garantir legitimidade, hoje é o histórico completo que embasa a avaliação: exposições anteriores, acervo de colecionadores, conservação, transações passadas. Organizar essas informações com rigor passou a ser parte central do trabalho de galerias, leiloeiros e plataformas especializadas, que atuam como uma espécie de blockchain do mercado artístico. “Cada obra conta uma história. Quando essa narrativa é registrada com clareza, ela deixa de ser apenas um objeto estético e se torna uma peça de memória cultural. Isso não só protege o valor, como amplia o sentido da posse”, completa Koenigkan.
Em um setor que sempre operou sob lógicas simbólicas e relações informais, a engenharia de informação surge não para substituir o olhar artístico, mas para legitimá-lo. E, nesse novo capítulo do mercado de arte, é a convergência entre sensibilidade e rastreabilidade que sustenta o valor e a permanência das obras.