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Saúde

Como a ansiedade se define e quais efeitos ela pode trazer para o comportamento de uma pessoa

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Como a ansiedade se define e quais efeitos ela pode trazer para o comportamento de uma pessoa
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O dicionário define ansiedade como uma comoção aflitiva do espírito, que receia que algo aconteça ou não, e o sofrimento de quem espera o que é certo vir. Ela gera sensações estranhas, como vazio no estômago, coração batendo rápido, aperto no peito e medo. O significado mais aceito hoje vem do psiquiatra australiano Aubrey Lewis, que, em 1967, descreveu a ansiedade como “um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, direcionado ao futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”.

Para especialistas, é uma reação normal do organismo, mas só se torna um problema quando passa a prejudicar o cotidiano. Dietas, por exemplo, são grandes fontes de ansiedade, pois estão ligadas à punição, privação e frustração. É uma abordagem de “tudo ou nada” – você faz e não come, ou não faz e devora tudo que vê pela frente. Entre os principais sintomas estão: preocupação, tensão ou medo exagerado; sensação contínua de que um desastre ou algo ruim vai acontecer; preocupação excessiva com saúde, dinheiro, família ou trabalho; medo de ser humilhado publicamente; falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes; dificuldade de concentração; fadiga; irritabilidade e perda de controle.

A ansiedade atinge mais de 10 milhões de pessoas no mundo, sendo mais comum entre as mulheres. Ela pode ser provocada por situações externas, como desastres naturais e acidentes, ou por preocupações imaginárias, e geralmente começa a se manifestar entre 25 e 30 anos. A pessoa ansiosa se preocupa com coisas que ainda não aconteceram, o que a faz ficar estagnada e com dificuldades para tomar decisões.

Existem alimentos que aumentam essa sensação de ansiedade? Quais são eles e por que isso acontece?

Sim, certos alimentos podem agravar a ansiedade, enquanto outros ajudam a controlá-la. Para começar, é importante manter os níveis de açúcar no sangue estáveis, com refeições pequenas e frequentes ao longo do dia. A cafeína e o álcool são conhecidos por piorar a ansiedade, assim como o açúcar refinado e os refrigerantes, que elevam rapidamente os níveis de açúcar sanguíneo, levando à irritabilidade, depressão e tensão. A ansiedade também pode ser resultado de toxinas acumuladas no corpo e do estresse.

O contrário existe? Alimentos que ajudam no controle da ansiedade? Quais seriam eles e por que isso acontece?

Sim, também existem alimentos que ajudam a controlar a ansiedade. Carboidratos complexos, como os encontrados em cereais integrais (arroz ou farinha de trigo integral), contêm serotonina, um neurotransmissor com efeito calmante no cérebro. Esses alimentos ajudam a estabilizar os níveis de açúcar no sangue e promovem energia, bem-estar e disposição. Exemplos incluem pães, arroz, aveia, feijão, massas, batatas, mel, jabuticaba, uvas e maçãs. Outros alimentos benéficos incluem o levedo de cerveja, arroz integral e hortaliças verde-escuras, que são ricos em vitaminas do complexo B. Alimentos fibrosos e iogurte com lactobacilos vivos ajudam a melhorar a flora intestinal, o que é benéfico para a produção de serotonina via intestinal. Cálcio e magnésio, encontrados em algas marinhas, brócolis, couve, soja, nozes, salmão, sardinha e iogurte sem açúcar, também acalmam o organismo.

Carnes e peixes, que são fontes naturais de triptofano, ajudam a produzir serotonina, e o triptofano, em conjunto com a vitamina B3 e o magnésio, também atua na produção de serotonina. Além disso, as frutas cítricas, ricas em vitamina C, ajudam a diminuir a secreção de cortisol, o hormônio do estresse, promovendo o bom funcionamento do sistema nervoso e aumentando a sensação de bem-estar. Leite, ovos e derivados magros são boas fontes de triptofano, e a banana também é excelente para combater a ansiedade devido ao seu alto teor de triptofano. O chocolate amargo, com seus flavonoides antioxidantes, também pode ser útil, mas deve ser consumido com moderação (cerca de 30 gramas por dia).

Como a ansiedade interfere na alimentação de uma pessoa? Como ela pode perceber isso?

A ansiedade está diretamente ligada ao ganho de peso, pois ela aumenta a produção de cortisol, o hormônio do estresse, que contribui para o acúmulo de gordura corporal. Além disso, mudanças emocionais provocadas pela ansiedade frequentemente levam a episódios de compulsão alimentar, onde o indivíduo come excessivamente, mesmo sem fome, tentando aliviar o nervosismo. Alimentos como chocolate e carboidratos podem proporcionar uma sensação temporária de bem-estar, mas isso cria um círculo vicioso, onde a pessoa perde o controle sobre o que ingere e acaba ganhando peso.

Se a ansiedade se torna muito presente, ela pode impedir a realização de atividades cotidianas. Sintomas como dificuldade de concentração, insônia, impaciência e perda de memória indicam que a ansiedade se tornou um problema. A ansiedade patológica pode acarretar doenças como hipertensão, gastrite, dores de cabeça, cansaço e tensões musculares.

A interferência da ansiedade na alimentação é um problema da sociedade moderna?

A ansiedade é um problema crescente na sociedade moderna. Há mais de 300 mil livros e 100 mil artigos médicos sobre o assunto, e o número só aumenta. Pesquisas indicam que 8 em cada 10 trabalhadores apresentam sintomas de ansiedade ao longo da carreira. A ansiedade é um sentimento típico de quem vive no futuro, se preocupando com o que ainda vai acontecer. Apesar disso, todos os tipos de ansiedade podem ser tratados com medicamentos ou terapia, e é possível conviver pacificamente com a ansiedade, aprendendo a não se preocupar com tudo o tempo todo.

A Organização Mundial da Saúde considera o estresse uma “epidemia global”. Vivemos em um tempo de grandes exigências, onde a necessidade de adaptação às mudanças constantes, seja no trabalho, na família ou no meio ambiente, gera uma pressão crescente. Não podemos afirmar se as pessoas são mais ansiosas hoje, mas sabemos que hoje há mais reconhecimento da ansiedade como uma condição tratável. Além disso, no passado, já havia registros de pessoas que sofria de ansiedade, como o poeta Thomas Hoccleve, do século XIV, que falava de um “forte peso” no peito, ou pessoas que se diziam “doentes de preocupação” no século XVIII. Hoje, a indústria farmacêutica oferece muitos tratamentos, e muitas pessoas se medicam com drogas psiquiátricas. No entanto, não podemos afirmar se o número de pessoas ansiosas aumentou ou se simplesmente passamos a reconhecer mais a condição.

Quais são suas dicas para que ansiedade e erros/exageros alimentares não andem mais juntos?

Em vez de seguir dietas rígidas, opte por uma orientação alimentar personalizada, equilibrada e fácil de seguir. Não tente acelerar o processo pulando refeições ou fazendo jejum para obter resultados rápidos. Isso só aumenta a ansiedade, e você acabará beliscando mais. Fome não é uma catástrofe! Quando ela surgir, tenha calma e evite atacar qualquer coisa. Aceite a fome como uma sensação saudável e planeje suas refeições com antecedência. Coma devagar, faça pausas entre as garfadas e preste atenção na sensação de saciedade. Pergunte-se: “Ainda estou com fome?”

Observe se o que sente é fome real ou ansiedade. Se você escorregar, aceite com serenidade e siga em frente, encarando as falhas como oportunidades de aprendizado. Não fique o dia todo pensando em comida ou dieta; aproveite para descobrir novos aspectos da vida, divirta-se, leia e passe tempo com amigos. Planeje suas refeições de acordo com seu estilo de vida e mantenha horários regulares. Isso ajudará a controlar sua fome e evitará que a ansiedade domine. Não dependa do emagrecimento para resolver todos os seus problemas. O desapontamento pode ser grande se suas expectativas forem irreais. Lembre-se de que o peso é apenas um número, e a verdadeira beleza vem de se sentir bem consigo mesma. Liberte-se dos falsos padrões de beleza e respeite o seu tipo físico. Desenvolva a autoestima para não ficar presa à ansiedade e à insatisfação constantes.

As pessoas costumam descontar na alimentação suas frustrações, angústias e problemas? O que fazer no dia a dia para aliviar isso?

Comer é um ato fundamental para a sobrevivência e também um prazer. No entanto, pessoas ansiosas muitas vezes exageram ao comer, criando um círculo vicioso. Comer demais pode levar ao ganho de peso, o que gera mais ansiedade, e a pessoa acaba comendo mais para aliviar o nervosismo. Para evitar isso, pare de comer antes de ficar completamente satisfeita. Dê ao seu corpo tempo suficiente para enviar sinais de saciedade ao cérebro. Tente manter a mente focada nos sabores e aromas da comida, aproveitando o momento da refeição para relaxar. Isso ajudará a reduzir os ataques de ansiedade, que muitas vezes são causados pela sobrecarga mental. Além disso, a ansiedade é frequentemente resultado da falta de informações. Procure entender o que realmente te aflige e converse sobre isso. Quando não sabemos o que nos incomoda, nossa mente tende a imaginar muitas coisas, frequentemente negativas, o que piora a ansiedade.

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Saúde

5 hábitos que podem aumentar o risco de câncer

Mudanças nos comportamentos e no ambiente têm grande influência no desenvolvimento do câncer. Oncologista do Hospital Santa Catarina Paulista alerta sobre os principais riscos e orienta sobre escolhas que podem melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco da doença

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5 hábitos que podem aumentar o risco de câncer
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O câncer não tem uma única causa, mas é o resultado de uma interação complexa entre fatores externos e internos. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 80% e 90% dos casos de câncer estão relacionados a fatores externos, ou seja, mudanças no ambiente causadas pelo ser humano, hábitos de vida e comportamentos que podem aumentar o risco de desenvolver a doença.

De acordo com o médico oncologista Dr. Yuri Bittencourt, do Hospital Santa Catarina – Paulista, “o ambiente de trabalho, consumo de alimentos e medicamentos, assim como comportamentos sociais e culturais podem influenciar na alteração da estrutura genética das células. Alguns fatores genéticos tornam determinadas pessoas mais vulneráveis aos agentes cancerígenos ambientais.” O médico destaca 5 hábitos que podem aumentar significativamente o risco de câncer e como preveni-los.

1. Tabagismo
O tabagismo é, sem dúvida, um dos principais fatores de risco para diversos tipos de câncer, especialmente os de pulmão, boca, esôfago, bexiga e pâncreas. “O cigarro contém mais de 7.000 substâncias químicas, muitas das quais são altamente cancerígenas. Essas substâncias danificam o DNA das células e alteram seu funcionamento, o que pode levar ao desenvolvimento de tumores”, alerta o Dr. Yuri Bittencourt. Além dos danos diretos às células, o fumo também enfraquece o sistema imunológico, tornando o organismo mais vulnerável a outras condições cancerígenas. “Estudos demonstram que os fumantes têm uma probabilidade muito maior de desenvolver cânceres associados ao tabaco em comparação aos não-fumantes”, completa o oncologista.

Além dos tipos de câncer já mencionados, o tabagismo também está relacionado a cânceres de fígado, estômago, pâncreas, rim e até colo do útero, especialmente em mulheres que fumam. Por isso, abandonar o hábito de fumar é uma das medidas mais eficazes para reduzir significativamente o risco de câncer e melhorar a saúde geral.

2. Consumo excessivo de álcool
O consumo excessivo de álcool está fortemente associado ao aumento do risco de diversos tipos de câncer, incluindo os de fígado, mama, cólon, esôfago, boca, garganta e laringe. “O álcool pode interferir na metabolização de substâncias cancerígenas no organismo, prejudicando as células e favorecendo o desenvolvimento de tumores”, explica o oncologista. Além disso, de acordo com recentes diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe um nível seguro de consumo de álcool, o que reforça a importância de evitar ou limitar seu consumo para reduzir os riscos de câncer.

3. Sedentarismo
A falta de atividade física é reconhecida como um importante fator de risco no desenvolvimento de vários tipos de câncer, com destaque para os cânceres de cólon e mama. “A prática regular de exercícios ajuda a manter o peso corporal adequado, o que por si só já reduz o risco de muitos tipos de câncer, além de melhorar a função do sistema imunológico”, afirma o Dr. Yuri. A atividade física também tem um impacto direto sobre a circulação sanguínea e a eliminação de toxinas do organismo, fatores que contribuem para a diminuição do risco de desenvolvimento de células cancerígenas.

Estudos demonstram que indivíduos fisicamente ativos têm menores chances de desenvolver cânceres relacionados à obesidade, como o câncer de cólon, mama e endométrio. A recomendação de, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada por semana pode ser uma estratégia eficaz na prevenção de muitos tipos de câncer e no bem-estar geral do corpo.

4. Exposição excessiva ao sol
A exposição solar sem proteção adequada é uma das principais causas do câncer de pele, o tipo de câncer mais comum no Brasil e em muitos outros países. “Os raios ultravioletas (UV) danificam as células da pele, causando lesões que, ao longo do tempo, podem levar ao desenvolvimento de cânceres, como o melanoma, o tipo mais agressivo”, alerta o Dr. Yuri. A exposição solar excessiva, especialmente entre as 10h e as 16h, horários em que os raios UV são mais intensos, aumenta significativamente o risco.

Para proteger a pele, é essencial usar protetor solar com FPS adequado, mesmo em dias nublados ou em ambientes externos, além de adotar outras medidas de precaução, como o uso de chapéus, roupas de proteção e óculos de sol, e evitar a exposição solar intensa. “A proteção solar é crucial não apenas para prevenir o câncer de pele, mas também para evitar o envelhecimento precoce e os danos à saúde”, complementa o especialista.

5. Alimentação inadequada
O padrão alimentar desempenha um papel significativo na prevenção ou no aumento do risco de câncer. Dietas ricas em alimentos processados, gorduras saturadas, carnes vermelhas e produtos ultraprocessados estão diretamente ligadas ao aumento do risco de câncer, especialmente o cólon, esôfago, fígado e pâncreas. “Alimentos industrializados, ricos em aditivos e conservantes, podem favorecer a inflamação crônica no organismo, o que, por sua vez, pode favorecer o desenvolvimento de células cancerígenas”, explica o Dr. Yuri. Por outro lado, uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes essenciais, como frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, tem um efeito protetor.

Alimentos ricos em antioxidantes, como os encontrados em frutas e vegetais coloridos, ajudam a combater os radicais livres, prevenindo danos celulares que podem levar ao câncer. “Uma dieta balanceada e rica em fibras e nutrientes essenciais é uma das melhores formas de prevenção, fortalecendo o organismo e ajudando a proteger as células contra a ação de substâncias cancerígenas”, finaliza o oncologista.

Adotar hábitos mais saudáveis, como manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas regulares, evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco, além de tomar cuidados com a exposição solar, pode ser decisivo para a prevenção do câncer. O oncologista Dr. Yuri Bittencourt ressalta que, embora o câncer seja uma doença multifatorial, reduzir esses riscos comportamentais é um passo importante na busca por uma vida mais longa e saudável.

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A cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo

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A cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo
© Divulgação/Sociedade Brasileira de Mastologia

No Dia Mundial do Câncer, lembrado nesta terça-feira (4), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que, a cada minuto, 40 pessoas são diagnosticadas com a doença em todo o planeta – e embarcam em uma verdadeira jornada para vencer a enfermidade.

“Elas não conseguem ser bem sucedidas sozinhas. Em todo mundo, a OMS trabalha com parceiros para criar coalisões globais, catalisar ações locais e amplificar as vozes de pessoas afetadas pelo câncer”, avaliou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Em seu perfil na rede sociais X, Tedros destacou que a OMS atua em diversas áreas, desde o fornecimento de medicações para tratamentos oncológicos pediátricos até campanhas globais para a eliminação do câncer cervical. “Estamos trabalhando para melhorar a vida de milhões de pessoas”.

“No Dia Mundial do Câncer, honramos a coragem daqueles afetados pela doença, celebramos o progresso científico e reafirmamos nosso compromisso de promover saúde para todos”, concluiu o diretor-geral.

Dentre as orientações publicadas pela OMS para reduzir o risco de câncer estão:

– não fumar;

– praticar atividade física regularmente;

– comer frutas e verduras;

– manter um peso corporal saudável;

– limitar o consumo de álcool.

Segundo o site Agenciabrasil.ebc,

Com informações: Agenciabrasil.ebc

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Saúde

Cientistas do Inca alertam para desinformação sobre câncer

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Cientistas do Inca alertam para desinformação sobre câncer
© Inca/Divulgação

No Dia Mundial do Câncer, celebrado nesta terça-feira (4), pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca) alertam para o grande fluxo de desinformações sobre a doença que circulam em redes sociais. Um artigo publicado na edição mais recente da Revista Brasileira de Cancerologia mostra os riscos de uma infodemia do câncer, ou seja, a circulação rápida e ampla de informações falsas sobre a enfermidade.

“Infodemia é um conceito criado por especialistas internacionalmente, validado pela OMS [Organização Mundial da Saúde], que ganhou muita força durante a pandemia de Covid-19. Infodemia é um olhar sobre os momentos em que informações sobre saúde ganham uma grande relevância e começam a aumentar de uma forma muito abrupta essas informações, sejam verdadeiras, ou não”, explicou o pesquisador Fernando Lima, um dos autores do artigo.

Desinformação sobre o câncer gera grande risco para a sociedade, diz o pesquisador  do  Inca  Fernando  Lima  –  Tomaz  Silva/Agência  Brasil

De acordo com o pesquisador, as redes sociais não facilitam a distinção entre informação, baseadas em evidências científicas, e desinformação. “Isso pode atrapalhar as tomadas de decisão do indivíduo sobre o seu próprio cuidado e acabar, ou atrasando tratamentos ou atrasando diagnósticos, e complicando os próprios casos”.

O artigo destaca que a infodemia do câncer abrange desde mitos sobre as causas da doença até a promoção de medidas preventivas e tratamentos não comprovados. Essas informações podem incentivar ações sem base em evidências.

“Uma informação falsa que tem sido muito propagada em redes sociais tem relação com vacina contra HPV, que tem como objetivo a prevenção do câncer de colo de útero. Existe inclusive a desinformação de que isso [a vacinação] poderia estar associado a um aumento dos casos do câncer de colo de útero”, afirmou Lima.

“Há também desinformação sobre a segurança do uso de cigarros eletrônicos. Eles não são seguros. Não há comprovação nenhuma de sua segurança. E há também notícias de substituição de tratamentos convencionais por tratamentos alternativos. Isso gera um grande risco para a sociedade”.

Outra autora do artigo, Telma de Almeida Souza, lembra o caso recente da circulação de desinformações acerca do uso da graviola como uma suposta forma de matar células cancerígenas. “O tempo para o paciente com câncer é primordial. Isso faz com que ele perca tempo no seu tratamento. Esse combate à desinformação é importantíssimo para salvar vidas.”

Segundo o artigo, a disseminação e amplificação das desinformações são potencializadas, de forma intencional, pelas redes sociais, por meio oo chamado “capitalismo de vigilância”. Por esse conceito, as empresas de tecnologia ganham dinheiro mantendo as pessoas conectadas, coletando seus dados e moldando seus comportamentos.

Os algoritmos usados por tais redes sociais amplificam narrativas, que “criam câmaras de eco e privilegiam conteúdos sensacionalistas com o objetivo de aumentar o engajamento dos usuários, impulsionando a todos para a era da infodemia”, diz o artigo.

“O aumento abrupto [da circulação dessas informações] dificulta muito para o cidadão comum compreender entender ali, diferenciar o que seria informação ou desinformação. A informação em saúde, hoje em dia, na internet, pode ter picos, o que se chama de viralização, e esse pico pode ser um momento que pode gerar muitas dúvidas na sociedade”, ressaltou Fernando Lima.

De acordo com Lima, é preciso haver monitoramento permanente dessas informações e dar uma resposta rápida e eficiente, para que a sociedade saiba diferenciar informação e desinformação. Ações como regulamentar e responsabilizar as empresas que controlam as redes sociais e fortalecer respostas institucionais às informações falsas são medidas sugeridas pelos pesquisadores.

Segundo o site Agenciabrasil.ebc,

Com informações: Agenciabrasil.ebc

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