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Crimes cibernéticos preocupam empresas em 116 países

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Crimes cibernéticos preocupam empresas em 116 países
© REUTERS/Kacper Pempel/Direitos Reservados

Quatro em cada 10 empresas apontam os crimes cibernéticos como a principal preocupação pelo quarto ano seguido. Houve aumento da percepção da emergência em relação a esse tema que agora aparece como prioridade para 36% dos empresários.

Há 10 anos, esse tipo de risco chamava a atenção de apenas 12% das companhias na maioria dos países. Os dados fazem parte de pesquisa feita pelo grupo Allianz de seguros com 3.778 gestores de risco em 106 países. A pesquisa, nomeada Allianz Risk Barometer (Barômetro de Riscos da Allianz), está em sua 14ª edição.

O estudo ouviu gestores de empresas pequenas, médias e grandes, classificadas de acordo com o orçamento anual de cada uma. Hoje, cerca de 40% das respostas chegaram de empresas com balanços acima de 500 milhões de dólares; 30% das médias, com balanços entre 100 e 500 milhões de dólares; e o restante das pequenas empresas, com produção abaixo de 100 milhões de dólares ao ano.

Empresas que lideram áreas internacionais não têm percepção sobre empregadores e empregos, mas levam em conta aquelas que têm maior peso nas negociações, influenciando políticos e agendas de decisão com mais constância e com assento em fóruns globais que decidem questões geopolíticas e climáticas, confirma o levantamento.

Três grupos principais responderam sobre riscos de segurança, como cibernéticos, de crimes e de incêndios ou explosões; riscos político-econômicos, como de instabilidade institucional, mudança de leis e regras, instabilidade em mercados e nas condições macroeconômicas; e riscos ligados às mudanças climáticas, como catástrofes naturais e mudanças em condições de clima que afetam as cadeias produtivas. Os entrevistados puderam apontar três itens como prioritários. 

Três grupos principais responderam sobre riscos de segurança, como cibernéticos, de crimes e de incêndios ou explosões, entre outros – Agência Brasil/Marcello Casal Jr

“Os riscos identificados no Allianz Risk Barometer representam aqueles que as empresas e profissionais de gerenciamento de riscos e seguros percebem como mais significativos de forma ampla. Em muitos casos, esses riscos impulsionam o desenvolvimento de estratégias de mitigação por meio de diversas ferramentas de transferência e prevenção. Embora nem todos os riscos identificados sejam seguráveis, existem ferramentas e ações de mitigação disponíveis para todos eles”, afirmou Pablo Cabrera, gerente de Pesquisas de Risco na América Latina, da Allianz.

Segundo o gerente, as seguradoras e resseguradoras ajustam e aprimoram continuamente seus produtos para atender a expectativas e necessidades. “No entanto, o tempo necessário para o desenvolvimento de novos produtos pode, às vezes, ser mais longo do que o esperado, já que isso envolve a coleta de dados objetivos, avaliação de impactos e cálculo de probabilidades, o que é considerado tarefa complexa que exige esforço e precisão significativos”, explicou à Agência Brasil.

No topo da lista, os crimes cibernéticos aparecem como o risco que mais preocupa 38% das empresas, liderando três segmentos. Houve aumento da percepção de emergência em relação ap tema, que foi considerado prioridade para 36% dos pesquisados no ano passado.

Inteligência artificial

Há dez anos o tópico era preocupação de somente 12% das companhias, o que o colocava na oitava posição, e os pesquisadores atribuem essa mudança aos rápidos avanços das tecnologias de inteligência artificial.

A preocupação com riscos cibernéticos passou a liderar não só no Brasil, mas em países como Colômbia, Filipinas, Marrocos e na África do Sul, que consideraram que o assunto deve ser tratado como emergência. As empresas que mais destacaram o tema foram aquelas que têm boa parte de seus serviços sendo operados virtualmente, como as do ramo financeiro, de telecomunicações, de mídia, de tecnologia e ligadas a serviços jurídicos, incluindo indústrias do ramo de aviação, químico e de entretenimento.

O segundo lugar dos riscos coube ao que a pesquisa classifica como interrupção de negócios, com 31% das citações neste ano e em 2024. O tema está relacionado a eventos que levam a impacto em cadeias de suprimento e comércio global.

A preocupação aparece como as duas primeiras escolhas dos entrevistados na última década. A pandemia de 2020 e as guerras que ocorreram foram apontadas como a principal causa de alarde na região do litoral Pacífico da Ásia, inclusive para a China.

Nas américas, empresários do México também elegeram o tema como sensível, seguido de perto pelas catástrofes naturais. A interrupção de negócios afeta principalmente as áreas de energia, transportes, fábricas (pesadas e de montagem), alimentação e o setor hoteleiro. Para os pesquisadores o temor é motivado principalmente pelos prazos muito curtos e forte competição entre empresas, além da necessidade de respostas rápidas e integradas em nível global.

Catástrofes naturais

O terceiro fator de risco, com prioridade para 31% dos entrevistados neste ano – ante 26% no ano passado – são as catástrofes naturais, como inundações, grandes incêndios e eventos correlatos, mas não tão distantes da quinta posição, onde estão as mudanças climáticas, com 19% das citações em 2025 e 18% no ano passado.

“No que diz respeito às categorias de risco de mudanças climáticas e catástrofes naturais, essas também estão claramente interligadas. A categoria de catástrofes naturais refere-se, em grande parte, ao impacto de curto prazo causado por danos/interrupções de eventos como tempestades, inundações, incêndios florestais e as secas. A categoria de mudanças climáticas adota uma abordagem mais de longo prazo, cobrindo fatores como riscos de transição, implementação de estratégias de descarbonização, o grande volume de novas regulamentações, o aumento das obrigações de conformidade, a incerteza política e problemas com a transparência dos dados, entre outros”, explicou Cabrera.

Na quarta posição, está a insegurança jurídica e legislativa, prioridade para 25% dos pesquisados, ante 19% na edição anterior. O assunto envolve mudanças em regras nacionais e internacionais e reflete a eleição americana, pois a pesquisa foi colhida justamente nos meses de outubro e novembro, coincidindo com o pleito, no qual o republicano Donald Trump se sagrou vitorioso em 6 de novembro.

Riscos parecidos ocupam as posições de 7 a 9, com o que o Grupo Allianz colocou como riscos ligados ao desenvolvimento macroeconômico, como inflação e impacto de políticas econômicas, prioridade para 15% dos ouvidos esse ano ante 19% em 2024, desenvolvimento e políticas de mercado (14% em 2025 e 13% em 2024) e riscos políticos, como greves, golpes de estado, guerras, e afins (14% nos dois anos). 

 

“Os principais riscos em nosso barômetro estão interligados. Por exemplo, a interrupção dos negócios é, obviamente, uma consequência de outros eventos, como desastres naturais, ataques cibernéticos ou interrupções, insolvência ou riscos políticos, como conflitos ou agitação civil. No entanto, os pesquisados sempre identificaram a interrupção dos negócios como  categoria de risco independente desde a primeira pesquisa, realizada há 14 anos”, destacou Cabrera.

Ele disse que não se trata de um questionário de respostas fechadas. Na maior parte das perguntas, os empresários tiveram a oportunidade de adicionar outras respostas, além das opções de múltipla escolha,no caso de escolherem algo diferente. “Há também um campo de texto livre para fornecer mais esclarecimentos, mas isso não costuma ser um problema recorrente de um ano para o outro.”

Riscos identificados

Para o pesquisador Roberto Lucio Ferreira, professor de administração da Universidade Mackenzie, é importante atentar para a estrutura binária da pesquisa, elemento que ajuda a entender como as empresas reagem a essas percepções.

Ele considera que o levantamento apresenta “riscos identificados, bem como as percepções que moldam estratégias de prevenção e mitigação pelas empresas”.

A relação entre percepção de risco e ações internas e externas é fundamental, porque influencia na alocação de recursos para segurança cibernética, resiliência climática ou melhorias na cadeia de suprimentos, por exemplo. Empresas que analisam seus cenários operacionais e os riscos neles contidos implementam políticas preventivas (como treinamentos, auditorias e planos de continuidade) e essa é uma ação proativa de mitigar riscos.

Para o pesquisador, externamente, a percepção das empresas aponta para o engajamento com stakeholders, seja através de comunicação corporativa, colaboração setorial, etc. “Empresas internacionais e estratégias de mitigação tendem a fazer essa conexão com mais eficiência, pois operam em mercados que exigem conformidade regulatória rígida e oferecem incentivos para práticas responsáveis.”

Cenário brasileiro 

No Brasil 41% dos entrevistados citaram os crimes cibernéticos como preocupação principal, que se consolidou como primeiro elemento na lista.

O mercado para seguros, relacionados ao tema, ainda é pequeno em relação ao total do setor. Dados da Superintendência de Seguros Privados( Susep), que regula os seguros privados no país, mostram contratações na casa dos R$ 200 milhões por ano. O setor de seguros no país movimenta quase R$ 400 bilhões por ano. Globalmente. o mercado de seguros contra riscos cibernéticos, principalmente crimes, está na casa dos 17 bilhões de dólares, em um conjunto de mais de 5,3 trilhões de dólares. 

Mudanças climáticas e catástrofes climáticas foram o segundo e terceiro mais citados, como prioridade para 38% e 36% dos entrevistados, respectivamente.

Interrupção de negócios preocupa 32%, incêndios e explosões 19%, mudanças de mercado 12%, e questões regulamentares 11%.

A oitava posição cabe aos riscos de roubos, fraudes e corrupção, que preocupam 11% dos entrevistados, destaque que não preocupa mercados como o europeu e o asiático na mesma proporção. Apagões de infraestrutura e Perda de valor da marca estão empatados na nona posição, sendo citados como área prioritária para 10% dos ouvidos. Foram ouvidas 111 pessoas e computadas as 3 respostas prioritárias.

“O cenário brasileiro apresenta desafios singulares como, por exemplo, desigualdade e limites em infraestrutura limitada, cultura de curto prazo, relações governamentais que, historicamente, passam por políticas públicas que não são necessariamente caracterizadas por clareza e estabilidade. Porém, existem avanços. Algumas empresas brasileiras têm avançado, especialmente em setores de grande impacto, como agronegócio e energia. A ponte entre percepção de risco e ações preventivas no contexto brasileiro é paradoxal. Algumas empresas atingiram maturidade corporativa e capacidade de articulação com diversos stakeholders, outras, no entanto, enfrentam barreiras estruturais, políticas e culturais que dificultam essa conexão”, explicou pesquisador Roberto Lucio Ferreira.

Para ele, o setor empresarial nacional tem melhorado, devagar, na forma de lidar com esses desafios, liderado pelo agronegócio e pelos setores voltados à exportação, mas há limites conhecidos há décadas, na infraestrutura. “Algumas empresas brasileiras estão à frente, especialmente em setores como energia renovável (eólica, solar) e florestas sustentáveis. No entanto, a falta de políticas públicas claras e incentivos consistentes impede avanços em escala”, concluiu.

Segundo o site Agenciabrasil.ebc,

Com informações: Agenciabrasil.ebc

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“Lamentável e dilacerante”, diz ministra sobre morte jovem por polícia

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O caso do assassinato do marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, um jovem negro de 26 anos, que levou um tiro na cabeça do policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, na última sexta-feira (4), vai ser acompanhado pelo Ministério da Igualdade Racial. A titular da pasta, Anielle Franco, publicou um nota nas redes sociais para repudiar o episódio.

“É lamentável e dilacerante chorarmos a morte de mais um jovem inocente. Guilherme Dias dos Santos Ferreira saiu do trabalho, corria para pegar o ônibus, carregava sua marmita, talheres e a bíblia, e recebeu um tiro na cabeça! O racismo institucional persiste em ‘confundir’ corpos negros. É urgente que essa realidade mude!”, escreveu a ministra.

O marceneiro foi morto pelo agente após ser confundido com assaltantes que tentavam roubar sua moto. O crime aconteceu na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona Sul de São Paulo. O PM lotado no 12º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberado após pagamento de fiança.

Conforme o boletim de ocorrência, o policial disse que estava em sua moto tendo sido abordado por suspeitos armados. Ao reagir aos tiros contra o assalto, Guilherme acabou baleado e morreu no local. A vítima estava indo pegar um ônibus após o dia de trabalho.

“Como ministra da Igualdade Racial, mas também como Anielle, humana, que sabe a dor de perder um ente querido para uma violência injustificável e covarde, me solidarizo com a família e amigos de Guilherme. E reafirmo nosso compromisso com a promoção de práticas antirracistas nas políticas de segurança pública. O Ministério da Igualdade Racial já oficiou as autoridades responsáveis, está acompanhando o caso e segue à disposição para oferecer os apoios necessários. Por isso não descansaremos. Lutamos e trabalhamos para proteger nossos jovens e todas as vidas negras deste país”, acrescentou a ministra.

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PM que matou marceneiro em Parelheiros é afastado

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O policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida que matou com um tiro na cabeça o marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, foi afastado do serviço operacional.

O marceneiro foi morto na sexta-feira à noite (4) pelo agente após ser confundido com assaltantes que tentavam roubar sua moto. O crime aconteceu na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona Sul de São Paulo.

O PM lotado no 12º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberado após pagamento de fiança.

Conforme o boletim de ocorrência, o policial disse que estava em sua moto tendo sido abordado por suspeitos armados. Ao reagir aos tiros contra o assalto, Guilherme acabou baleado e morreu no local. A vítima estava indo pegar um ônibus após o dia de trabalho.

“O caso foi registrado como homicídio e é investigado por meio de inquérito policial instaurado pelo Setor de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP) de Guarulhos, que realiza diligências visando identificar e localizar os autores, bem como esclarecer os fatos. Demais detalhes serão preservados devido ao sigilo imposto”, diz nota da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Também em nota, o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo Mauro Caseri disse que foi aberto um procedimento encaminhado para a Corregedoria da Polícia Militar, solicitando informações sobre os procedimentos instaurados pelo órgão. 

A ouvidoria também afirmou que pediu ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa da Polícia Civil de São Paulo (DHPP) “a portaria e relatório de conclusão do inquérito policial; laudo necroscópico e respectivas representações gráficas da vítima fatal; laudos periciais do local do crime, exame balístico e exames residuográficos; imagens arrecadadas de câmeras de monitoramento da região, bem como informações sobre a distribuição judicial do feito”.

Além disso, o órgão também encaminhou ofício para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), para que a Polícia Civil investigue eventuais implicâncias raciais na ocorrência, já que a vítima Guilherme era negro.

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Avós da Praça de Maio encontram 140° neto sequestrado pela ditadura

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© Télam/archivo

A organização Avós da Praça de Maio anunciou nesta segunda-feira (7), em Buenos Aires, que encontrou o neto número 140 sequestrado pela ditadura argentina, que governou o país de 1976 a 1983.

Trata-se de um homem nascido em 17 de abril de 1977, no centro clandestino La Escuelita, na cidade de Bahía Blanca, a 630 quilômetros da capital. Ele é filho de Graciela Alicia Romero e Raúl Eugenio Metz, dois militantes contra o período autoritário que até hoje constam como desaparecidos. O filho de ambos, agora descoberto, nasceu em cativeiro na província de Neuquén.

“Com a restituição do neto 140 confirmamos, mais uma vez, que nossos netos e netas estão entre nós e que, graças à perseverança e ao trabalho constante desses 47 anos de luta, continuarão aparecendo. O apoio da sociedade, que segue fornecendo informações sobre possíveis filhos e filhas de pessoas desaparecidas e acolhendo quem tem dúvidas sobre sua origem, demonstra que essa busca não pode ser solitária”, informou a Avós da Praça de Maio, em comunicado oficial.

Os detalhes do caso também foram informados durante uma coletiva de imprensa, com participação da presidente da entidade, Estela de Carlotto, que tem 94 anos.

A saga pela restituição desse neto começou desde o primeiro momento do desaparecimento, quando as famílias Metz e Romero buscaram por Graciela, Raúl e o bebê. Liderados inicialmente pelos pais de Graciela e Raúl, a luta seguiu graças à filha do casal e irmã mais velha do homem reencontrado, Adriana.

A partir de uma informação recebida anonimamente pelas Avós, iniciou-se uma investigação que passou a ser realizada em conjunto com a Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (CoNaDI) e a Unidade Especializada para Casos de Apropriação de Crianças durante o Terrorismo de Estado (UFICANTE).

Esse trabalho conjunto permitiu reforçar a hipótese de uma possível apropriação, reunir a documentação necessária e aprofundar o caso. Em abril deste ano, com a finalização dessa etapa, a CoNaDI entrou em contato com o possível neto para lhe apresentar todas as informações reunidas. Ele então aceitou ir ao Banco Nacional de Dados Genéticos (BNDG) e fornecer sua amostra de DNA, que foi comparada com as famílias que buscam seus netos.

Finalmente, na última sexta-feira (4), o BNDG comunicou à CoNaDI o resultado do teste de DNA, e a Comissão informou ao homem que, de fato, tratava-se de um caso de apropriação e que seu perfil genético correspondia ao da família Metz Romero.

“Durante o final de semana, ambas as famílias foram notificadas, o que hoje nos permite comunicar ao público que encontramos o neto 140. Cada restituição revela de forma irrefutável que a ditadura executou um plano de extermínio, que cometeu um genocídio. Cada neto confirma que o Estado terrorista sequestrou pessoas, as manteve ocultas em Centros Clandestinos de Detenção sob tortura, as assassinou e fez desaparecer seus corpos. Que nesses campos de concentração existiam maternidades clandestinas, onde mulheres como Graciela Romero deram à luz em condições desumanas. Que houve um plano sistemático de apropriação de menores, condenando essas crianças a viverem na mentira e suas famílias biológicas a buscá-las indefinidamente“, destacou a entidade, em nota.

Tida como uma das mais autoritárias das Américas, a ditadura da Argentina foi responsável por perseguições, sequestros, torturas e assassinatos que vitimaram mais de 30 mil pessoas.

Uma das políticas sistemáticas desse período foi justamente o sequestro e roubo de bebês de mães militantes políticas que estavam presas em centros clandestinos de tortura.

Essas crianças eram então repassadas para adoção por outras famílias, muitas das quais ligadas a militares. A Avós da Praça de Maio estima que ainda existam pelo menos 300 casos de sequestro de crianças jamais elucidados, e os movimentos de mães e avós emergiram dessa busca por verdade e justiça, tornando-se referência na luta por direitos humanos no país.

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