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Cultura

“Da vida só tenho o fôlego”: a voz potente de Vani dos Santos chega ao papel

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Arquivo Pessoal
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Filha organiza primeiro livro da poeta negra do Vale do Ribeira, inédita em vida e vítima da Covid-19, revelando sua escrita cortante e urgente

A poeta que ninguém viu – e que o Brasil precisa ler

No dia 25 de junho, às 19h, o SESC 14 Bis-SP recebe o evento de lançamento do livro “Da vida só tenho o fôlego”, livro póstumo e inédito da poeta negra Vani dos Santos (1951–2021). Nascida na zona rural de Itariri (SP), Vani escreveu mais de 600 poemas ao longo de quatro décadas, mas faleceu vítima da COVID-19 antes de ver sua primeira obra publicada. 

O livro organizado pela filha da autora, a artista e produtora cultural Maria Sil, teve uma curadoria realizada à 4 mãos durante 3 anos. A seleção final, proposta por Maria Sil, foi aprovada por Vani dos Santos exatamente 15 dias antes de seu falecimento.  

A poeta, que foi também professora de História, deixou versos e reflexões autobiográficas que tocam em feridas sociais do Brasil como a fome, o racismo, a infância em área rural interrompida pelo trabalho, a luta pelo direito à terra e o luto silenciado das mulheres negras do interior.

“Será uma noite de celebração para tornar visível a poeta que ninguém viu. Vani dos Santos tinha uma inconformidade diante da vida que estava reservada a ela. Foi ponto fora da curva e ousou estudar. Foi a 1ª de sua família a concluir o Ensino Superior, a sair da pobreza, a ter sua casa própria. E ousou mais ainda sendo poeta! Sua morte – causada pelo atraso no acesso às vacinas contra a COVID-19 – não me impediu de seguir adiante com a realização do desejo dela de ser publicada e lida! Vamos honrar a obra e a memória desta poeta”, afirma Maria.

A publicação do livro foi realizada com o apoio do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo – PROAC-SP, e tem a arte da capa assinada pela ilustradora Dani Emiliano.

Encontra-se à venda no site da Dandara Editora, dedicada à literatura negra e de impacto social no link: https://dandaraeditora.com.br/produto/da-vida-so-tenho-o-folego. E estará também à venda no Sesc-14 Bis no dia do evento, pelo valor de R$ 35,00  (trinta e cinco reais).

 

Socorro Lira, responsável pela elaboração do prefácio do livro, destaca que a linguagem de Vani é imagética, precisa e cortante. Seus poemas dialogam com obras contemporâneas como Torto Arado, de Itamar Vieira Junior. “Ouso colocar Vani no mesmo lugar que nossas principais referências, como Carolina Maria de Jesus e Maria Firmina dos Reis. Ao ler mais dos seus poemas, percebo a presença de uma cronista a narrar, desmistificar e denunciar a realidade que a oprime como humana, cidadã da Terra, mulher negra, brasileira, de fé. É nesse lugar que Vani deve estar, ainda que agora, depois de seu retorno ao mistério”, reflete Socorro Lira.

O evento especial de lançamento, batizado de “Vani dos Santos – A poeta que ninguém viu”,  contará com a presença da multiartista, filha de Vani e organizadora da publicação Maria Sil; da prefacista Socorro Lira; do editor Joselicio Júnior (Dandara Editora) e com uma performance poética do Coletivo Marginália.

SERVIÇO:

Lançamento –  “Da vida só tenho o fôlego”, livro póstumo de Vani dos Santos.

Local: Sesc 14 Bis, Terraço da Biblioteca. Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo

Dia: 25 de junho de 2025, quarta-feira.

Hora: 19h

Classificação indicativa: livre

Acesso: gratuito

Link oficial do evento: 

sescsp.org.br/programacao/vani-dos-santos-a-poeta-que-ninguem-viu

Saiba mais: 

www.instagram.com/davidasotenhoofolego

Adquira seu exemplar aqui: 

https://dandaraeditora.com.br/produto/da-vida-so-tenho-o-folego/

Tássia di Carvalho é Linkedin Creator, na área de Empreendedorismo, Impacto Social e Igualdade Racial. É graduada em Jornalismo e Publicidade e Propaganda, possui MBA em Mídias Sociais e especializações em Assessoria de Imprensa, Marketing Digital, Comunicação Digital, Business for Social Impact in Emerging Markets e Cultura Contemporânea. Atualmente cursa Mestrado em Gestão do Empreendedorismo e Inovação. Criou a Agência Is em 2016, assim que saiu do Jornal O Dia, onde era colunista e repórter. Lá, cobria o lado positivo em favelas e periferias. Já palestrou em eventos de renome internacional como TEDx Pedra do Sal, Gramado Summit e MindTalk.

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Cultura

Última semana para visitar a exposição ‘Jayme Fygura: De Corpo e Alma’ na CAIXA Cultural Salvador

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Foto: Daniel Lisboa
Foto: Daniel Lisboa

Ainda dá tempo de conferir a exposição “Jayme Fygura: De Corpo e Alma”, em cartaz na CAIXA Cultural Salvador até o dia 6 de julho. A mostra inédita é um tributo póstumo ao artista plástico, poeta e performer que marcou profundamente a cena cultural soteropolitana com sua estética singular e sua vivência artística intensa.

Realizada pela Ernesto Bitencourt Galeria de Arte, com curadoria do artista e pesquisador Danillo Barata, a exposição reúne dezenas de obras inéditas, incluindo pinturas, esculturas, objetos performáticos, manuscritos, estudos, documentos e vestimentas. Também compõem a mostra projeções audiovisuais, entre elas o documentário Sarcófago, de Daniel Lisboa, e o registro de um show do artista.

Jayme Fygura, conhecido como “o homem da máscara de ferro”, explorou com profundidade temas como corpo, espiritualidade e resistência. Suas obras, construídas a partir de materiais reciclados, tensionam noções de humanidade e subalternidade com figuras híbridas e impactantes. A paleta cromática, dominada por dourado, vermelho e azul, evoca a cosmologia afro-brasileira, com referências visuais a orixás como Obaluaiê e Exu.

A mostra oferece uma experiência imersiva com recursos de acessibilidade, incluindo tradução em Libras, audiodescrição e placas em braile. Com patrocínio da CAIXA e do Governo Federal, a exposição reafirma o compromisso com a valorização da arte contemporânea brasileira e da diversidade cultural.

Serviço

Exposição “Jayme Fygura: De Corpo e Alma”

Visitação: Até 6 de julho de 2025

Horário: 9h às 17h30 (terça a domingo)

Local: CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, nº 57 – Centro)

Classificação: Livre

Mais informações: www.caixa.gov.br/caixacultural

Realização: Ernesto Bitencourt Galeria de Arte

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

Gratuito

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Cultura

Michael Muller lança a Azurite Publishing nos EUA para dar voz internacional a autores brasileiros e latinos

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O escritor e cineasta brasileiro Michael Muller, radicado há anos em Los Angeles, Califórnia, acaba de dar um passo importante na conexão cultural entre a América Latina e o mercado editorial de língua inglesa. Com o objetivo de facilitar o acesso de autores brasileiros e latinos ao disputado mercado norte-americano, ele lança oficialmente a Azurite Publishing, uma editora com sede nos Estados Unidos dedicada a publicar ficção em inglês, especialmente obras de romance, suspense e literatura jovem (YA – Young Adult).

A proposta da Azurite Publishing nasce da percepção de uma lacuna: o mercado editorial dos Estados Unidos, que representa cerca de 80% das vendas de livros no mundo, ainda tem pouco acesso à literatura latino-americana contemporânea traduzida. Muller destaca que, embora existam muitos autores talentosos no Brasil, as barreiras para entrar nesse mercado são altas, exigindo agentes, traduções prontas e até uma forte presença nas redes sociais, algo que muitos escritores brasileiros ainda estão conquistando.

“Vi muitos autores incríveis ficarem de fora simplesmente por não conseguirem superar essas exigências. A Azurite nasce para derrubar essas barreiras e facilitar a exportação da nossa identidade literária para o mundo”, explica MichaelMuller.

Um editor que entende o autor porque também é um

Muller não está apenas abrindo portas para outros escritores; ele conhece, na pele, as dificuldades do ofício. Formado em Direção de Cinema e TV, com especialização em roteiro cinematográfico, ele iniciou sua jornada na literatura através da paixão pela narrativa e pela leitura — algo que nasceu ainda na infância, no Brasil, com as clássicas obras da Coleção Vagalume, como O Escaravelho do Diabo. Foi durante os anos de estudo em Londres que passou a levar a literatura mais a sério, mergulhando em autores como Machado de Assis e Nelson Rodrigues, de quem diz ser um verdadeiro apaixonado: “As obras de Nelson são estudos de psicologia disfarçados de ficção.”

Hoje, vivendo em Los Angeles, Michael já escreveu quatro livros, publicou dois e está finalizando o quarto, todos diretamente em inglês, dialogando com o público global. Essa vivência internacional dá a ele uma perspectiva única sobre como adaptar e posicionar autores latinos em um mercado exigente e competitivo.

Literatura brasileira na vitrine global

A Azurite Publishing começa sua atuação com foco exclusivo em ficção, especialmente nos gêneros que dominam as listas de best-sellers internacionais: romance, suspense/mistério e YA. Segundo Muller, há uma nova safra de autores brasileiros criando obras espetaculares, com enredos criativos, personagens cativantes e um olhar único sobre a vida — elementos que encantam leitores ao redor do mundo, mas que raramente chegam traduzidos às livrarias dos Estados Unidos.

O processo editorial da Azurite é profissional e aberto a diferentes formas de acesso: autores podem ser indicados por agentes, procurados diretamente pela equipe editorial ou até mesmo entrar em contato espontaneamente. “O importante é a qualidade da obra e o potencial de ressoar com o público global”, afirma Muller. A editora conta com tradutores especializados e uma equipe que entende tanto o contexto cultural brasileiro quanto as exigências do mercado editorial americano.

“Nosso diferencial é que somos uma ponte cultural. Falamos as duas línguas, conhecemos as duas realidades e acreditamos que a literatura é um dos caminhos mais poderosos para a inclusão e a diversidade no mercado editorial global”, destaca o fundador.

Olhar para o futuro com visão e propósito

A criação da Azurite Publishing vem em um momento em que a América Latina começa a despertar o interesse de novos leitores internacionais, mas ainda precisa de iniciativas estruturadas para transformar esse potencial em presença de mercado. A expectativa, segundo Michael Muller, é de que a editora publique seus primeiros títulos traduzidos ainda em 2025, com autores brasileiros que nunca haviam sido publicados em inglês.

Com uma trajetória que une cinema, roteiro e literatura, Michael constrói agora uma editora com DNA autoral e visão global. A Azurite Publishing não quer apenas publicar livros — quer contar boas histórias, abrir portas e construir pontes reais entre culturas. Para autores brasileiros e latinos que desejam ver suas histórias ganharem o mundo, a travessia agora tem um novo caminho — e um novo nome: Azurite Publishing.

Siga Michael Muller no Instagram:
https://www.instagram.com/nickmullerofficial?igsh=MWFjY3U1OWh5emk0MQ==

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Cultura

Vencedor de concurso internacional de ciências, estudante vai para o Polo Norte em quebra-gelo russo

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A expedição, parte do projeto científico internacional Quebra‑Gelo do Conhecimento, organizado pela Rosatom, vai navegar em embarcação nuclear da gigante estatal russa

O estudante carioca Octávio Leal foi selecionado para participar de uma expedição ao Ártico a bordo de um quebra-gelo nuclear da Rosatom, após vencer o projeto educativo internacional Quebra-Gelo do Conhecimento. Na última etapa do concurso, Octávio enviou um vídeo sobre como as tecnologias nucleares podem transformar a agricultura e a saúde no Brasil, promovendo sustentabilidade e qualidade de vida para todos.

A final da sexta edição do projeto, que tem apoio da gigante nuclear Rosatom – estatal que administra a frota russa de quebra-gelos – aconteceu em Moscou, em 20 de junho, no Museu do Átomo. Foram anunciados os nomes dos alunos de 21 países que vão participar da expedição ao Ártico a bordo do quebra‑gelo nuclear 50 Let Pobedy (50 Anos da Vitória), da Rosatom. A expedição parte em agosto de 2025.

Participaram da seleção quase 70 mil estudantes de 14 a 16 anos, provenientes dos seguintes países: Armênia, Bangladesh, Belarus, Bolívia, Brasil, China, Egito, Hungria, Índia, Indonésia, Cazaquistão, Quirguistão, Mongólia, Myanmar, Namíbia, Rússia, África do Sul, Turquia, Uzbequistão, Vietnã e Gana. O maior número de inscrições veio de Rússia (63 mil), Bangladesh (841), Índia (492) e Quirguistão (471). Do Brasil, participaram 107 estudantes.

No total, 65 estudantes embarcarão rumo ao Polo Norte. A lista completa dos selecionados está disponível nos sites polus.atom.online e Go Arctic. Alguns desses jovens serão os primeiros representantes de seus países a alcançar o Polo Norte.

Concurso

A competição internacional começou em 28 de abril de 2025 e teve três etapas. Na primeira, os alunos responderam a um quiz científico. Na segunda, assistiram a uma série de webinars sobre as tecnologias de ponta da Rosatom, inclusive as utilizadas para garantir a navegação segura no Ártico. Em seguida, testaram seus conhecimentos e preencheram anotações.

Na etapa final, os candidatos com mais pontos apresentaram vídeos com suas ideias para transformar a vida em seus países por meio de tecnologias nucleares. Os trabalhos foram avaliados por um júri internacional composto por especialistas do projeto Quebra‑Gelo do Conhecimento 2024, do ITER Project Center, do Russian Quantum Center e do FSUE Atomflot, entre outras instituições. Os principais critérios para a seleção foram a abrangência e a originalidade do conteúdo apresentado.

O objetivo do projeto educativo “Quebra‑Gelo do Conhecimento” é promover as ciências naturais e as tecnologias da indústria nuclear. Além disso, busca identificar e apoiar jovens talentosos, desenvolver suas habilidades e oferecer orientação profissional. Por isso, os critérios-chave de seleção foram: profundidade do conteúdo, desenvolvimento do tema, originalidade e criatividade na apresentação.

A sexta expedição do Quebra‑Gelos do Conhecimento, da Rosatom, parte em agosto de 2025, em comemoração aos 80 anos da indústria nuclear russa e aos 500 anos do início da exploração da Rota do Mar do Norte pela Rússia.

A Rota do Mar do Norte é o caminho marítimo mais curto entre o oeste da Eurásia e a região Ásia-Pacífico, sendo uma importante artéria de transporte nacional da Rússia. A primeira menção à rota pelos mares do Ártico data de 1525, quando o diplomata russo Dmitry Gerasimov sugeriu seu uso para a comunicação marítima entre Rússia e China. A partir daquele momento, iniciou-se a história da exploração da Rota, que completa 500 anos este ano.

A Rússia é o único país do mundo a operar uma frota de quebra‑ge­los nucleares. Essa frota — composta por oito quebra‑ge­los nucleares — é operada pela Atomflot, subsidiária da Rosatom.

A Rosatom e suas subsidiárias priorizam o apoio e desenvolvimento de iniciativas educacionais, científicas, divulgativas e culturais. Elas participam da criação de departamentos nas universidades russas, implementam programas de bolsas, grandes projetos educativos, e promovem estágios e pesquisas para estudantes, com posterior encaminhamento profissional.

Quebra-Gelo do Conhecimento

O projeto científico e educacional Quebra‑Gelo do Conhecimento é promovido pela rede de Centros de Informação de Energia Nuclear (NEIC), com apoio da Rosatom. Sua missão é promover as ciências naturais e as tecnologias da indústria nuclear, descobrir e apoiar jovens talentosos, desenvolver suas habilidades e ajudá‑los a construir suas carreiras.

Os melhores têm a oportunidade de participar de uma expedição ao Polo Norte a bordo do quebra‑gelo nuclear 50 Let Pobedy. Desde o lançamento do projeto, mais de 350 alunos já participaram das expedições promovidas pela Rosatom.

A edição 2025  faz parte do plano de ação para celebrar os 500 anos dodo início da exploração da Rota Marítima do Norte pela Rússia. A Rota do Mar do Norte é o caminho mais curto entre a parte ocidental da Eurásia e a região Ásia‑Pacífico e representa uma importante via de transporte para a Rússia. A primeira menção à rota remonta a 1525, quando o diplomata russo Dmitry Gerasimov propôs seu uso para comunicação comercial e naval entre a Rússia e a China. A partir daí, teve início a história do desenvolvimento da NSR, que completará 500 anos em 2025.

A Rússia é o único país no mundo com uma frota de quebra‑gelos movidos a energia nuclear, operada pela FSUE Atomflot, empresa do grupo Rosatom. Atualmente, essa frota conta com oito quebra‑gelos nucleares.

80 anos da indústria nuclear da Rússia

Em 2025, a indústria nuclear russa comemora seu 80º aniversário. A antiga União Soviética foi pioneira e líder mundial no uso pacífico da energia atômica: construiu a primeira usina nuclear do mundo (Obninsk, em 1954) e lançou o primeiro quebra‑gelo nuclear para desbravar o Ártico (o Lenin, em 1959).

Hoje, a Rosatom continua a desenvolver e implementar tecnologias avançadas em diversas frentes. A Corporação Estatal não só constrói usinas nucleares, fornecendo energia limpa a milhões de pessoas em dezenas de países, mas também sustenta a infraestrutura logística da Rota do Mar do Norte, produz novos materiais e fabrica medicamentos para medicina nuclear.

O ano do aniversário é marcado por três pilares: orgulho, inspiração e sonho. Os engenheiros nucleares se orgulham do feito de seus antecessores, inspiram-se nas conquistas das gerações anteriores e estão prontos para superar fronteiras e transformar o impossível em realidade.

O principal evento das celebrações será o fórum internacional World Atomic Week, que ocorrerá em Moscou no outono.

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