Cultura
Desigualdade e conscientização: série “Privilégios” escancara problemas sociais através do humor

Série aborda com humor e crítica as nuances da desigualdade, promovendo um diálogo necessário sobre o privilégio em diversas esferas sociais.
Sob autoria dos atores e comediantes Júlio de Sá e Rebimboca (Raíssa Venâncio e Samuel Toledo), a série Privilégios mistura comédia e crítica social para explorar alguns dos diversos tipos de desafios presentes na sociedade contemporânea.
Desde a sua concepção, “Privilégios” se destaca como uma colaboração entre mentes criativas comprometidas em desenvolver conteúdo de qualidade, mesmo com recursos limitados.
Abordando questões variadas, como privilégios raciais, de gênero, econômicos e sociais, utilizando situações cotidianas para provocar reflexões profundas sobre as desigualdades estruturais, a série contou com o olhar crítico e sensível da empresária Dai Rocha.
“Foi um trabalho construído por três mãos, três mentes criativas e a conexão foi absurda”, revela Júlio de Sá, ator, apresentador e comediante.
Inicialmente lançada no Instagram, a série nasceu com o propósito de estimular debates, provocar reflexões, impulsionar mudanças e promover críticas sociais necessárias, por isso, após o sucesso da primeira temporada, a série deseja expandir para outras plataformas e potenciais parcerias visando alcançar um público ainda mais diversificado.
“O principal objetivo da série ‘Privilégios’ é democratizar a comunicação social e atrair canais que possam colaborar para uma produção maior da obra”, destacou Samuel Toledo, idealizador do Rebimboca.
Com um elenco que inclui figuras como a atriz Heslaine Vieira e Vilma Melo, primeira mulher negra a vencer o Prêmio Shell de Teatro na categoria de melhor atriz em 2017, as convidadas representam uma adição significativa ao cenário audiovisual contemporâneo, abordando temas pertinentes com profundidade e sensibilidade em novas mídias.
“Nossa conexão com a Vilma já vem de longas datas e tem tudo a ver com projeto. Uma mulher desbravou muita coisa. Ela é a verdadeira resistência. Ao final das gravações fiquei muito realizada”, disse Raíssa Venância, idealizadora do Rebimboca.
Raíssa Venâncio, Samuel Toledo e Júlio de Sá não apenas estrelam, mas também assumem os papéis de roteiristas e diretores na série. Com uma equipe técnica de destaque, que inclui Guga Dannemann na direção de fotografia dos episódios dois e quatro, e Rebimboca nos episódios um e três, a produção é assegurada pela Tinta Preta Filmes. Rebimboca também é responsável pela edição, trilha sonora, cor e design, enquanto Taiane Lima cuida da caracterização, e Victor Amaral atua como assistente de produção.
A primeira temporada já está disponível nas redes sociais e pode ser encontrada nos perfis do Instagram da Rebimboca (@arebimboca) e do Júlio de Sá (@ojuliodesa).
Para a segunda temporada, Dai Rocha, agente responsável pelo time, segue em captação de parcerias. “Considero todos os agenciados como uma família, essa ideia de parceria entre eles enriquece a narrativa da série, por isso nos mantemos sempre abertos(as) para quem desejar seguir conosco”, conclui Dai.
Crédito Rebimboca – Foto (01) – Bastidores das gravações.
Cultura
Segunda semana do VI Festival de Ópera de Pernambuco traz ‘O Refletor’ ao Teatro Santa Isabel

Recife se consolida como um polo da música de concerto com a realização do VI Festival de Ópera de Pernambuco, um evento que celebra os 90 anos de Maurício de Sousa e José Alberto Kaplan, e os 200 anos de Johann Strauss II. Sob a direção artística do Maestro Wendell Kettle, o festival traz três grandes produções ao palco do Teatro de Santa Isabel.
Após a estreia com a ópera infantojuvenil “A Turma da Mônica em ‘Amizade é tudo'”, o festival entra em sua segunda semana de programação. A partir desta sexta-feira, o público poderá conferir a ópera de câmara ‘O Refletor’, de José Alberto Kaplan. A obra, que está sendo orquestrada e editada pelo próprio Maestro Kettle em homenagem ao 90º aniversário do compositor, promete uma sátira afiada sobre a hipocrisia social.
Baseada na peça ‘Lux in tenebris’ de Bertolt Brecht, a ópera acompanha João, um suposto reformista moral que, por meio de palestras, tenta combater as doenças sexualmente transmissíveis. Sua cruzada, no entanto, esconde ambições obscuras e uma enorme dose de hipocrisia, especialmente quando confrontado com a Cafetina, dona do bordel local. A trama, que também inclui figuras como uma Repórter e um Capelão, questiona a diferença entre certo e errado e até onde a moralidade pode ser usada para mascarar a exploração.
As apresentações de ‘O Refletor’ acontecem no Teatro Santa Isabel nas seguintes datas e horários:
Sexta-feira (22 de agosto): 20h
Sábado (23 de agosto): 20h
Domingo (24 de agosto): 19h
O festival é uma iniciativa colaborativa da Academia de Ópera e Repertório (AOR) e da Sinfonieta UFPB, projetos criados pelo Maestro Wendell Kettle. Os projetos visam não apenas oferecer uma experiência estética completa ao público, mas também impulsionar o mercado cultural e turístico da região.
A programação do festival se encerra na próxima semana, com a opereta ‘O Morcego’, de Johann Strauss II, nos dias 29, 30 e 31 de agosto.
Para mais informações e compra de ingressos para os espetáculos, acesse o site oficial do evento.
SERVIÇO
VI Festival de Ópera de
Pernambuco
Sexta-feira (22 de agosto): 20h
Sábado (23 de agosto): 20h
Domingo (24 de agosto): 19h
Local: Teatro Santa Isabel (Praça da República – Santo Antônio, Recife – PE)
Ingressos a partir de R$ 40 disponíveis no site: https://www.guicheweb.com.br/vi-festival-de-opera-o-refletor—22-ago-19h30_45618
Informações: @festivaloperape
Cultura
Lorena Guimarães, mãe atípica, luta pelos direitos de seu filho autista, empoderando outras mães e se tornando referência em Belo Horizonte

Lorena Guimarães relata a EMEI Jardim Vitória 3 de maus-tratos, negligência alimentar e falta de inclusão; corpo docente teria bloqueado a mãe após hematoma na criança e não dá retorno sobre o caso.
Belo Horizonte (MG), agosto de 2025 – A mãe Lorena Guimarães denuncia que seu filho, B. G. M., de 5 anos, diagnosticado com transtorno do espectro autista nível 3 de suporte não verbal, foi vítima de maus-tratos, negligência e capacitismo na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Jardim Vitória 3, em Belo Horizonte.
No dia 22 de julho, a criança apresentou hematomas pelo corpo, episódio confirmado em exame de corpo de delito, que atestou agressões por meio contundente. O fato foi considerado o estopim da crise entre família e escola. Lorena afirma que não recebeu nenhuma explicação oficial e, ao procurar a direção, foi bloqueada pela corpo docente, que estaria de férias pela segunda vez em menos de dois meses.
Antes disso, em 10 de julho, a mãe já havia registrado boletim de ocorrência por maus-tratos, denunciando que o filho não estava recebendo a alimentação adequada conforme determinado em laudo médico. Lorena também afirma ter aberto denúncia junto à Ouvidoria da Prefeitura de Belo Horizonte, mas até agora não recebeu retorno. Além disso, segundo relato, houve episódios de capacitismo, quando uma professora teria afirmado que o aluno não participou das atividades por “não ser capaz”.
“Meu filho precisa de cuidados, de inclusão e de acolhimento. No lugar disso, ele sofreu violência, discriminação e negligência. E quando busco respostas, o corpo docente da escola simplesmente não me dá explicações sobre os hematomas. Estou desesperada, mas não posso deixá-lo fora da escola porque o Conselho Tutelar pode tirar minha guarda caso ele não frequente a escola regular”, desabafa Lorena Guimarães.
A mãe destaca que outras famílias também relatam problemas com a instituição, mas considera que seu caso expõe de forma ainda mais grave a falta de inclusão e a violência contra crianças neurodivergentes.
Além da denúncia, Lorena também compartilha em suas redes sociais a rotina de uma mãe atípica dedicada, mostrando a relação próxima e de afeto com o filho. Ela já vinha desabafando há meses sobre a insatisfação com a falta de inclusão na escola. Em vídeos, registra momentos de superação do menino e sua luta diária por acolhimento. Em um deles, durante a festa junina da escola, relata que Benício não conseguiria dançar como os colegas. Para que ele não se sentisse excluído, Lorena o acompanhou dançando com o filho, repetindo os movimentos dos coleguinhas, garantindo que ele se sentisse parte da turma e que a memória fosse registrada como todas as mães gostariam.
Esse episódio simboliza, segundo Lorena, a dedicação e entrega de uma mãe que busca constantemente espaços de inclusão para o filho, frente a um ambiente escolar que, em sua visão, não está preparado para acolher crianças com deficiência.
Atualmente, já há um processo investigativo em andamento, e o caso reacende o debate sobre a falta de preparo das escolas públicas para receber alunos com deficiência e a urgência de maior fiscalização contra casos de violência, negligência e capacitismo no ambiente escolar.
Onde está a Inclusão ?
Cultura
Luiza Repsold França se destaca como curadora de importantes exposições nos Estados Unidos

Brasileira está na equipe curatorial do Philadelphia Museum of Art
A arte brasileira está cada vez mais valorizada internacionalmente, com grandes mostras em museus e galerias em países europeus e nos Estados Unidos. Em paralelo, uma nova geração de curadores também vem se destacando em grandes instituições norte-americanas, conquistando posições em conceituadas instituições.
Entre esses profissionais está a carioca Luiza Repsold França. Graduada em História da Arte pela Universidade da Pensilvânia e Mestre em História da Arte pelo Williams College e The Clark Art Institute, Luiza tem uma extensa pesquisa sobre o papel da costura nas obras têxteis dos artistas brasileiros Arthur Bispo do Rosário, Rosana Paulino e Sonia Gomes. Além de realizar projetos curatoriais com grandes nomes da cena contemporânea global, seu olhar para a história da arte é voltado para o Brasil e América Latina, como foco na valorização de artistas e narrativas historicamente marginalizadas, em especial a importância histórica da preservação e transmissão de conhecimento por meio do manual.
Atuando na equipe de curadores do Philadelphia Museum of Art, um dos mais importantes museus dos Estados Unidos, seu mais recente trabalho é a mostra “Pauline Boudry/Renate Lorenz: Moving Backwards”, uma instalação de vídeo imersiva que combina dança urbana e coreografia moderna com a cultura underground queer e táticas de guerrilha. Está em visitação no Museu até 29 de setembro.
Luiza também é co-curadora de uma instalação monumental do artista ganês El Anatsui, composta por mais de 200 elementos suspensos, feitos a partir de lacres de alumínio reciclados. A obra aborda temas como o comércio global, identidades pós-coloniais e os impactos do consumo excessivo sobre o meio ambiente.
Seu currículo no mundo da arte impressiona para uma profissional tão jovem, com passagens pelos El Museo del Barrio e Cooper Hewitt Smithsonian Design Museum, ambos em Nova Iorque, e Museu de Arte do Rio – MAR.