Siga-nos nas Redes Sociais

Internacional

“Devemos alcançar a paz pela força”, diz Zelenskyy no 3º ano em guerra

Publicado

em

© Irina Yakovleva/Direitos reservados

No evento que marcou o terceiro ano da invasão russa da Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelenskyy afirmou, nesta terça-feira (24), que a paz deve ser alcançada pelo meio da força e com a participação da Ucrânia e dos países europeus na mesa de negociação.

“Putin não nos dará essa paz, ele não a dará em troca de algo. Devemos alcançar a paz por meio da força, sabedoria e unidade – por meio da nossa cooperação com vocês”, afirmou o presidente ucraniano em reunião com lideranças europeias, como o presidente espanhol, Pedro Sánchez, além do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

A defesa de Zelesnsky de que a Ucrânia e a Europa participem das negociações sobre a guerra ocorre após o presidente Donaldo Trump, dos Estados Unidos (EUA), ter aberto uma negociação direta com o presidente russo, Vladimir Putin, sem a participação dos europeus.

“A guerra continua contra a Ucrânia e, portanto, a Ucrânia deve estar na mesa de negociações. Junto com a Europa. O alvo estratégico da Rússia é a Europa, o modo de vida europeu e, portanto, a segurança e o destino da Europa não podem ser determinados sem a Europa. Ucrânia, Europa, juntamente com a América – devemos estar na mesa de negociações em frente à Rússia”, afirmou o presidente ucraniano.

Questionado por jornalistas, no domingo (23), se deixaria o cargo em troca da paz, Zelesnsky respondeu que apenas renunciaria em troca da entrada do país na Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], informou a Reuters. A intenção da Ucrânia entrar na Otan foi uma das justificativas de Moscou para invadir o país.

No discurso desta terça-feira, o presidente ucraniano voltou a defender a entrada na organização militar de defesa. “[A Ucrânia merece] garantias de segurança fornecidas pela Otan. E se a adesão da Ucrânia e do nosso povo à OTAN continuar fechada, você e eu não teremos outra escolha a não ser construir a Otan na Ucrânia, isto é, fornecer tal financiamento, tais contingentes e tal produção de defesa que signifique paz garantida”, afirmou, acrescentando que a Ucrânia já possui 28 acordos bilaterais de segurança com parceiros.

Reviravolta

Ao completar três anos, nesta segunda-feira (24), a Guerra na Ucrânia vive importante reviravolta marcada pela nova posição dos EUA sobre o conflito, com a exclusão da Europa das negociações de paz, o isolamento do governo da Ucrânia e o atendimento às exigências de Moscou.

Para o especialista em Europa e ex-senador pela Itália em 2006, o ativista ítalo-brasileiro José Luís Del Roio, a mudança na posição dos EUA é motivada pela reestruturação do capitalismo no interior do país norte-americano, sendo essa uma resposta à perda de espaço e competitividade da economia estadunidense para, principalmente, à Ásia, com destaque para a China.

Desde o final da 2ª Guerra Mundial, a Europa – então aliado de primeira ordem dos EUA – recebe recursos do Tesouro estadunidense por meio da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]. Agora, Washington diz que a Europa deve pagar sua própria segurança.

Del Roio avalia que Trump tenta uma alternativa à situação atual da economia dos EUA. “Se a alternativa é boa ou ruim, para os EUA e para o mundo, vamos ver. O que está em jogo é a reestruturação do capitalismo norte-americano a partir do seu interior. Esse terremoto interno nos EUA atinge profundamente a Europa. Agora, ela está órfã”, acrescentou.

Fonte

A ImprensaBr é um portal de notícias que fornece cobertura completa dos principais acontecimentos do Brasil e do mundo.

Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Internacional

Brics defende dois Estados e fronteira de 1967 para Palestina

Publicado

em

© Joédson Alves/Agência Brasil

A declaração final da 17ª Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, voltou a defender, como nas declarações anteriores, a solução de dois Estados, um palestino e outro israelense, para o conflito do Oriente Médio que dura mais de sete décadas.

“Reafirmamos nosso apoio à adesão plena do Estado da Palestina às Nações Unidas no contexto do compromisso inabalável com a Solução de Dois Estados, o que inclui o estabelecimento de um Estado da Palestina soberano, independente e viável dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas de 1967”, diz o documento, em referência ao ano em que Tel Aviv assumiu o controle da Faixa de Gaza, da Cisjordânia. Israel rejeita a solução de dois Estados.

Apesar de ser membro do Brics, o Irã manifestou, por nota, posição diferente. O chanceler iraniano chamou a solução de dois estados de “irreal” e defendeu a solução de Estado único para mulçumanos, cristãos e judeus.

“A República Islâmica do Irã considera que uma solução justa para a Palestina seja um referendo com a participação de todos os habitantes originais da Palestina, incluindo judeus, cristãos e muçulmanos, e esta não é uma solução irrealista ou inatingível”, disse o ministro iraniano Seyed Abbas Araghchi.

O chanceler iraniano afirmou que a Palestina deve seguir o caminho trilhado pela África do Sul.

“Assim como o regime do apartheid na África do Sul foi estabilizado por meio de um referendo e da democracia, e não pela divisão da África do Sul em duas partes, branca e negra. O regime do apartheid na África do Sul foi derrubado pela luta dos negros, ninguém recomendou a ideia de dois Estados”, completou.

Territórios ocupados

No documento oficial da Cúpula do Rio, publicado neste domingo (6), o Brics defendeu a retirada completa de Israel da Faixa de Gaza, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, territórios palestinos ocupados pelos israelenses desde 1967. O grupo pede ainda a liberação dos reféns detidos “contrariando o direito internacional”.

O documento cita a “profunda preocupação” diante da retomada dos ataques contínuos de Israel contra Gaza, e a obstrução de ajuda alimentar, condenando ainda o uso da fome como método de guerra.

“Exortamos as partes a se engajarem, de boa-fé, em novas negociações com vistas à obtenção de um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional; à retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza e de todas as demais partes do Território Palestino Ocupado; à libertação de todos os reféns e detidos em violação ao direito internacional; e ao acesso e entrega sustentados e desimpedidos da ajuda humanitária”, disse o grupo de países reunidos no Brasil.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pousou nos Estados Unidos (EUA) neste domingo para discutir, com o presidente Donald Trump, o futuro da guerra em Gaza. Trump e Netanyahu têm defendido a emigração em massa de palestinos do território. Trump chegou a propor que os EUA assumam o controle do enclave. No Brics, os países rejeitaram essa proposta.

“Expressamos nossa firme oposição ao deslocamento forçado, temporário ou permanente, sob qualquer pretexto, de qualquer parte da população palestina do Território Palestino Ocupado, bem como a quaisquer alterações geográficas ou demográficas do território da Faixa de Gaza”, diz o documento.

Enquanto segue a guerra em Gaza, Israel amplia os deslocamentos forçados na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios considerados palestinos pelo direito internacional. Estima-se que 40 mil palestinos foram expulsos de suas casas na Cisjordânia nos últimos meses, configurando a maior operação militar nessa região palestina em 20 anos.   

Na declaração final do Rio, o Brics destacou que a Faixa de Gaza é parte inseparável do território palestino. “Salientamos, a este respeito, a importância de unificar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza sob a Autoridade Palestina”, disse o texto.

Entenda

Em 1947, uma resolução das Nações Unidas (ONU) propôs a separação da Palestina histórica em dois estados, um para os judeus e outro para os árabes. Apesar de a medida ter sido rejeitada pelos países árabes, em 1948, Israel proclama sua independência, levando a primeira guerra do atual conflito.

Em consequência da criação de Israel, cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas residências e cerca de 500 vilas palestinas foram destruídas, dando início ao drama dos refugiados palestinos. Em 1967, Israel assumiu o controle de Gaza e da Cisjordânia, que estavam sob o controle do Egito e da Jordânia, respectivamente. 

>> Entenda o que foi a Nakba, a catástrofe do povo palestino

Em 2005, Israel desocupou Gaza, mas manteve cerco ao território, controlando a entrada e saída de mercadorias e pessoas do enclave governado pelo Hamas. Com o passar dos anos, Israel ampliou a normalização com os países da região, por meio dos Acordos de Abraão, articulados também por Trump.  

Em 2023, o Hamas promoveu o ataque contra Israel que fez 1,2 mil vítimas e 220 reféns, dando início a atual fase do conflito. A resposta de Israel ao ataque do Hamas vem sendo considerada um genocídio por países e organizações internacionais, que alegam que o objetivo final é concluir a anexação de Gaza. Tel Aviv sustenta que busca libertar os reféns e destruir o Hamas completamente.

Fonte

Continue Lendo

Internacional

Sanções unilaterais afetam e direitos humanos, dizem Brics

Publicado

em

© Joédson Alves/Agência Brasil

O comunicado final dos países do Brics condenou o uso de medidas como sanções comerciais e elevações unilaterais de tarifas como instrumentos políticos. O texto, no entanto, não mencionou diretamente os Estados Unidos nem o governo Donald Trump.

Segundo o documento, o protecionismo comercial contrário ao direito internacional prejudica o desenvolvimento de países mais pobres e amplia a desigualdade global. Isso resulta no aprofundamento da exclusão digital e no aumento dos desafios ambientais.

“Condenamos a imposição de medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional e reiteramos que tais medidas, na forma de, entre outras, sanções econômicas unilaterais e sanções secundárias, têm implicações negativas de longo alcance para os direitos humanos, incluindo os direitos ao desenvolvimento, à saúde e à segurança alimentar da população em geral dos estados atingidos”, destacou o comunicado.

O texto pede a eliminação de sanções e de medidas fora dos critérios da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com os países do Brics, só são legalizadas as sanções autorizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão em que a Rússia e a China têm poder de veto.

“Apelamos à eliminação de tais medidas ilegais, que minam o direito internacional e os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas. Reafirmamos que os estados-membros do Brics não impõem nem apoiam sanções não-autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU”, destacou o comunicado.

Preocupação

Os países relataram “preocupação com os conflitos em curso em diversas partes do mundo e com o atual estado de polarização e fragmentação da ordem internacional”. Os membros do Brics defenderam uma “abordagem multilateral que respeite as diversas perspectivas e posições nacionais sobre questões globais cruciais”.

Ainda em relação ao multilateralismo, o Brics pede o engajamento contra as mudanças climáticas, a ampliação do financiamento a países pobres para investimentos em infraestrutura e em transição energética. “Afirmamos que a cooperação dentro e por meio do Brics é fundamental para contribuir com o esforço global em direção a um futuro sustentável e a transições justas e equitativas para todos”, concluiu a declaração.

Brics

O Brics é um bloco que reúne representantes de 11 países membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia. Também participam os países parceiros: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Tailândia, Cuba, Uganda, Malásia, Nigéria, Vietnã e Uzbequistão. Sob a presidência do Brasil, a 17ª Reunião de Cúpula do Brics ocorre no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.

Os 11 países representam 39% da economia mundial, 48,5% da população do planeta e 23% do comércio global. Em 2024, países do Brics receberam 36% de tudo que foi exportado pelo Brasil, enquanto nós compramos desses países 34% do total do que importamos.

 

Fonte

Continue Lendo

Internacional

Fávaro diz que Brics são esperança de volta à normalidade no comércio

Publicado

em

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, criticou neste domingo (6) medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos contra parceiros comerciais. Durante reunião de cúpula do Brics, ele afirmou que o grupo de 11 países, em sua defesa do multilateralismo, é uma esperança de retorno à normalidade no comércio internacional.

“O mundo não precisa de supertaxação, de protecionismo. Taxar a exportação de alimentos é taxar o combate à fome, é encarecer a comida no mundo. O Brics, que representa quase 50% da população mundial, ao ter um posicionamento a favor do multilateralismo, é esperança que dias normais voltem a acontecer no comércio mundial”, disse Fávaro.

O ministro afirmou que é um contrassenso que os Estados Unidos, sob um governo “dito liberal na economia”, adote taxações e medidas protecionistas.

“O Brasil, que tem um governo progressista, muito preocupado com o social, defende fortemente o multilateralismo, a não taxação, o livre mercado. É um rumo certo que o Brasil apresenta para o mundo, e o Brics é uma plataforma fundamental para isso”.

Gripe aviária

Fávaro falou ainda que o Brasil mostrou eficiência ao lidar com a ocorrência de gripe aviária em uma granja do país. Segundo ele, o caso ficou contido em apenas um local, e somente 17 mil animais foram abatidos. Nos Estados Unidos, o ministro falou, foram 170 milhões de abates por causa da doença.

Apenas nove dos mais de 20 mercados estrangeiros que restringiram a compra do frango brasileiro depois da ocorrência da gripe aviária no país ainda mantêm seus embargos. Entre eles, estão a União Europeia e a China.

“Eu tive a oportunidade, durante a [reunião] bilateral do presidente Lula com o primeiro-ministro chinês, [de pedir] para que eles pudessem rever o posicionamento de restrição. Ele [o premiê] disse que já sabia do caso, e que eles estão estudando os protocolos rapidamente para retomar a compra de frango brasileiro”.

As relações possibilitadas pelo Brics também favoreceram, segundo Fávaro, a abertura de mais um mercado para a carne bovina brasileira: a Indonésia. 

“Tivemos a oportunidade de, ontem, embarcarmos a primeira carga de carne bovina brasileira para a Indonésia, um mercado muito vantajoso, muito importante, e isso está gerando oportunidade para nossa agropecuária”, disse.

Fonte

Continue Lendo