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Teatro

Espetáculo Consentimento, da premiada autora inglesa Nina Raine, ganha novas apresentações gratuitas na Oficina Cultural Oswald de Andrade

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Fotos de Priscila Prade

Em resposta ao aumento de casos de violência contra a mulher em todo o mundo – sobretudo no Brasil – nos últimos anos, o espetáculo Consentimento, da premiada autora inglesa Nina Raine, propõe uma discussão afiada e universal sobre o sistema judicial, que acaba culpabilizando as vítimas dos crimes sexuais.

A peça ganhou uma versão brasileira dirigida e idealizada por Camila Turim, com codireção de Hugo Possolo, que estreou no Sesc Belenzinho em 2022. Agora, o trabalho ganha novas apresentações gratuitas na Oficina Cultural Oswald de Andrade em dezembro: nos dias 11, 12, 13, 14, 15 e 18, as sessões são às 19h. Já no dia 16, a apresentação é às 18h.

A montagem brasileira, que tem tradução de Clara Carvalho, traz no elenco Anna Cecília Junqueira, Camila Turim, Erica Montanheiro, Fernando Nitsch, Guilherme Calzavara, Lisi Andrade e Sidney Santiago.

O texto, uma tragicomédia de humor ácido que dialoga com temas urgentes e universais, estreou no National Theatre de Londres, na Inglaterra, e, desde então, ganhou várias encenações ao redor do mundo. A versão dirigida por Camila Turim foi a primeira montagem brasileira da obra.

“É um dos textos contemporâneos mais brilhantes que já li, uma peça que consegue ser impactante, contundente, dolorosa, afiada e divertida. É como se pudéssemos vivenciar as contradições de uma geração que hoje chega aos 40 anos refletindo sobre o espírito do nosso tempo. É, também, pessoalmente uma peça em legítima defesa. Minha terceira produção sobre uma das últimas instâncias das violências que o corpo da mulher atravessa: o estupro”, comenta a diretora Camila Turim.

A trama do espetáculo acompanha casais de amigos que compartilham entre si opiniões sobre um caso de estupro, no qual o agressor alega ter tido o consentimento da vítima para a relação sexual. Essas opiniões são confrontadas com as atitudes de cada um dos personagens em suas vidas privadas. As relações entre os casais da peça se aprofundam a ponto de revelar um cotidiano que ultrapassa as pequenas agressões. Entre festas, encontros e audiências jurídicas, o limite entre o pessoal e o profissional das personagens começa a ser borrado e as certezas vão perdendo contorno.

Sobre esses personagens complexos e contraditórios, Turim pontua: “elas e eles são protagonistas que se debatem entre suas escolhas nas suas vidas públicas e privadas. Entre seus discursos e seus desejos. O universo da justiça é o palco para um jogo desumano de estabelecer a força da narrativa que vence, numa construção de retóricas muitas vezes tão cruel que nos leva ao riso. Na berlinda estão as mulheres vítimas de violência sexual, revitimizadas por um sistema que não as acolhe”.

Consentimento aprofunda a discussão sobre como o sistema judiciário muitas vezes é incapaz de reconhecer os limites entre o estupro e a relação sexual consentida, culpabilizando a vítima dos crimes sexuais e deixando o agressor impune. A peça traça um retrato provocativo sobre a falta de empatia e é também um cruel panorama de uma classe social privilegiada, diplomada e bem-sucedida que se considera acima do universo de crimes e violência.


Sobre a encenação
A encenação é pensada para colocar o espectador dentro da cena, convidando-o a se sentir tanto no papel de voyer como um juri popular dentro de um tribunal.

“A encenação, por meio da arquitetura cênica que dispõe o público ao redor da cena, da iluminação que inclui a plateia no acontecimento teatral e da sonoridade que delimita os espaços, busca estabelecer uma relação de reconhecimento e proximidade com os ambientes privados das casas de classe média. E, em contraposição, de testemunho no ambiente público do julgamento.

A ideia é permitir o teatro na sua vocação arquetípica de fórum para que tenha sua potência aumentada pelo encontro do elenco com a dramaturgia de Raine, que nos lembra sempre que a verdade, assim como o olhar, tem pontos de vista diversos”, comenta a encenadora.

Já o codiretor Hugo Possolo, conta sobre os desafios de discutir um tema tão importante. “Coloquei-me diante de meu próprio machismo. Minha trajetória como artista, com tantas outras vertentes de linguagem, foi convocada a se redimensionar para artisticamente expor e viver minhas próprias contradições. Nessa montagem tenho como principal tarefa me voltar à atuação, construindo os caminhos das atrizes e atores para suas personagens, respondendo às opções estéticas concebidas pela

Camila. Retirado de uma condição de poder à qual me habituei, à frente de muitas direções, combinamos que minha experiência estaria a serviço de esmiuçar as diversas possibilidades de cada atuação, para chegarmos juntos ao deslocamento que a dramaturgia de Nina Raine nos oferece”, afirma.

A equipe de criação do espetáculo ainda conta com o cenário de Bruno Anselmo, trilha sonora original composta por Daniel Maia, os figurinos de Anne Cerutti, e a iluminação de Miló Martins.


Sobre Nina Raine – dramaturga
Por seu primeiro texto teatral, Rabbit (2006), Nina venceu o prêmio de Most Promiseng Playwrite (Mais Promissora Dramaturga) pela Evening Standard Theatre Awards (prêmio teatral mais tradicional e longevo do Reino Unido). O texto Tribos (2012) recebeu o prêmio Drama Desk Award de melhor peça teatral pela New York Drama Critics Circle (Associação dos críticos teatrais de Nova Iorque). No Brasil, a produção dessa comédia perversa pelo ator Antonio Fagundes estreou em 2013 e ficou em cartaz durante dois anos. Entres seus outros textos, estão Tiger Country (2011) e Stories (2018).

Consent (Consentimento) estreou no National Theater de Londres em 2017. Suas peças já foram montadas em Nova Iorque, Los Angeles, São Paulo, por toda Europa e no Japão. Uma autora jovem que tem uma dramaturgia que capta questões universais tendo suas obras traduzidas para mais de dez idiomas, entre eles, português, espanhol, italiano, hebreu, croata, húngaro e coreano.
Sinopse

Consentimento é uma tragicomédia que conta a história de casais amigos, em sua maioria advogados e promotores. Entre festas, encontros e audiências, as relações de amizade, casamento, traição e maternidade evidenciam que não há separação entre suas vidas públicas e privadas. A peça traz o conflito de pessoas privilegiadas, que se consideram isentas e acima do universo dos crimes e violências com as quais trabalham, até verem os contornos de suas verdades borrados quando, diante de crimes de estupro, se deparam com o conceito do que é o ato de consentir.


Ficha Técnica
Texto: Nina Raine
Tradução: Clara Carvalho
Direção: Hugo Possolo e Camila Turim
Elenco (em ordem alfabética): Anna Cecília Junqueira, Camila Turim, Erica Montanheiro, Fernando Nitsch, Guilherme Calzavara, Lisi Andrade e Sidney Santiago.

Assistência de Direção e Stand In – Tadeu Pinheiro
Trilha Sonora: Daniel Maia
Figurinos: Anne Cerrutti
Desenho de Luz: Miló Martins
Cenário: Bruno Anselmo
Fotos – Priscila Prade
Contrarregra – Marun Reis
Operador de Luz – Binho Govith
Operador de Som – Deivson Nunes
Produtoras Assistentes – Isadora Bellini e Giovanna Ueda
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Coordenação de Projeto: Elen Londero
Administração: Cirandar
Coordenação Produção e Idealizaçāo: A Outra Produções

Serviço
Consentimento, de Nina Raine
Ingressos: gratuitos, distribuídos com uma hora de antecedência
Classificação: 16 anos
Duração: 120 minutos, com 4 minutos de intervalo
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363, Bom Retiro, São Paulo
Quando: 11 a 15 de dezembro, às 19h
15 de dezembro, sessão extra às 15h
16 de dezembro, às 18h
18 de dezembro, às 19h
Capacidade: 70 lugares
Acessibilidade: Local acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

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Teatro

Marco Luque traz releitura de seus personagens icônicos em show neste sábado no Teatro RioMar

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Crédito: Divulgação.
Crédito: Divulgação.

Após três anos de estrada com o espetáculo “Dilatados”, o humorista Marco Luque estreia seu novo show, intitulado “É disso que eu tô falando”, que promete surpreender seu público com uma narrativa inusitada para seus personagens mais amados. Com textos inéditos, Luque revive quatro figuras inesquecíveis – Jackson Faive, Mustafary, Mary Help e Silas Simplesmente. A apresentação acontece neste sábado, dia 28 de junho, às 21h, no Teatro RioMar, localizado no Piso L4 do RioMar Recife.

Neste novo show, cada um dos personagens ganha voz com novas histórias e situações hilárias que, juntas, formam um ato final de arrancar gargalhadas do público do começo ao fim, mostrando a versatilidade e o talento de Marco Luque para encantar plateias de todas as idades.

Jackson Faive, o motoboy paulistano, volta com toda sua irreverência e gírias típicas para contar suas aventuras urbanas mais recentes. Silas Simplesmente, o taxista, traz reflexões cômicas sobre seus casamentos mal-sucedidos e o dia a dia no trânsito. Mary Help, a diarista carismática e desastrada, promete momentos de descontração com seus causos de trabalho e conselhos imperdíveis ao público feminino. Já Mustafary, o rastafari pseudo-ambientalista chega com suas novas filosofias, no mínimo contraditórias, sobre as soluções que ele pensa ter encontrado para a resolução de todos os problemas do nosso planeta.

Com criação e direção de Marco Luque e Guilherme Rocha, “É disso que eu tô falando” é um convite para o público rir e se emocionar com esses personagens que são a cara do cotidiano brasileiro. Os ingressos custam a partir de R$ 60 e podem ser adquiridos na bilheteria e no site do Teatro RioMar (www.teatroriomarrecife.com.br) ou através do app do RioMar Recife.

 

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Teatro

“A Festa da Inclusão” leva alunos de Pinheiros a vivenciarem o teatro no escuro

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Ana Righi
Ana Righi

Que tal embarcar em um espetáculo onde a escuridão total é a protagonista de uma experiência que desafia os limites da imaginação? Esta será uma das sensações que os alunos do ensino fundamental I (1° ao 5º ano) da rede pública de ensino de Pinheiros (ES), poderão compartilhar nos dias 23 e 24 de junho, durante a montagem “A Festa da Inclusão – Teatrinho Cego”. As apresentações gratuitas acontecem no Centro Educacional e Esportivo de Pinheiros (CEEP), em dois horários: 9h e 14h.

 

O projeto A Festa da Inclusão – Teatrinho Cego é uma realização da R. Gamboa Projetos Culturais, via Lei Rouanet, com patrocínio da Transportadora Associada de Gás (TAG).

 

O espetáculo infantil, do grupo Teatro Cego, convida os alunos a participarem da festa de aniversário de Estela – uma menina com deficiência visual total – que vai acontecer em um local iluminado por lâmpadas super coloridas. Em um momento da peça, quando a vela do bolo já está acesa, a luz acaba, e a plateia passa a ficar em um lugar um pouco mais escuro, mas ainda com a luz da vela. Mais adiante, a vela é apagada e o local fica completamente escuro por apenas alguns minutos.

É nesse momento que a grupo incentiva os alunos a compreender a importância de se colocar no lugar das outras pessoas e entender o mundo de uma forma mais justa, empática e igualitária. Durante o espetáculo, os sentidos das crianças são estimulados por meio de sons, aromas e sensações táteis. Após cada uma das apresentações, acontecerá um breve bate-papo entre os alunos e os atores, para falar sobre a peça que acabaram de assistir. Questões como acessibilidade, inclusão e bullying estão entre os temas da conversa.

O elenco é formado por atores com deficiência visual, cumprindo, assim, um papel social através da arte. Porém, para que haja uma integração, o casting nunca é formado só por atores com deficiência visual. Todos os espetáculos do Teatro Cego utilizam câmeras de infravermelho durante as apresentações para garantir a segurança dos espectadores, dos atores e da produção. Um técnico monitora as imagens ao vivo durante todo o espetáculo.

 

A produção da montagem disponibilizará transporte para as crianças da escola até o teatro, onde serão recebidas por monitores. Após o bate-papo, os participantes receberão um lanche e serão levados de volta à instituição de ensino. Todas as atividades são gratuitas, não havendo nenhum custo para a escola ou para os alunos que participarem do evento.

Ficha técnica

Texto e direção: Paulo Palado

Elenco: Ed Cotrim, Ghell Silva, Naiara de Castro, Tais Sabach e Thiago Darcia

Produção: Luiz Mel, Lourdes Rocha, Carlos Righi, Bruno Righi, Zan Martins, Rosana Antão, Ana Righi e Flávia Strongolli

Sonoplastia: Gustavo Cerqueira

Ilustrações: Daniel Mauzhen

 

Serviço

Espetáculo “A Festa da Inclusão – Teatrinho Cego”

Datas: 23 e 24 de junho de 2025 (segunda e terça)

Horários: 9h e 14h

Local: Centro Educacional e Esportivo de Pinheiros – CEEP – Ginásio de Esportes

Endereço: Rua Boa Esperança, 60-102 – Pinheiros (ES)

 

 

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Comediante Yuri Marçal traz novo show para o Teatro RioMar neste domingo

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Crédito: Divulgação.
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O comediante Yuri Marçal retorna aos palcos com seu quarto show solo, intitulado “Virou Passeio”, trazendo sua marca registrada de humor afiado, espontâneo e cheio de autenticidade. A apresentação acontece neste domingo, dia 22 de junho, às 20h, no Teatro RioMar, localizado no Piso L4 do RioMar Recife.

O nome do show não é por acaso. Inspirado na icônica expressão do Galvão Bueno durante o histórico 7 a 1, “Virou Passeio” simboliza um momento de total liberdade e diversão para Yuri. Agora, ele se permite curtir no palco, brincar com os temas mais inusitados e levar o público a um passeio sem volta pelo seu humor afiado.

Nesta nova fase, Yuri Marçal fala sem restrições na língua sobre solteirice, liberdade e relacionamentos, com o olhar provocador e sarcástico que conquistou o Brasil. Aos 32 anos, já foi pai, já tomou decisões definitivas e agora a vida virou um verdadeiro passeio.

O show é inédito e a promessa é que renda muitas risadas. “Virou Passeio” é um convite para um humor sem censura, porém inteligente de um dos maiores nomes do stand-up nacional. Os ingressos custam a partir de R$ 40 e podem ser adquiridos na bilheteria e no site do Teatro RioMar (www.teatroriomarrecife.com.br) ou através do app do RioMar Recife.

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