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Hoje é Dia: Carmen Miranda e Hans Christian Andersen são destaques
A semana entre os dias 3 e 9 de agosto tem como principais destaques memórias relacionadas a figuras da arte e da música, além de datas históricas e comemorativas.
Amanhã, 4 de agosto, a morte do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen completa 150 anos. Considerado um dos maiores autores de contos de fadas de todos os tempos, ele deixou um legado imortal com histórias como “A Pequena Sereia”, “O Patinho Feio” e “A Roupa Nova do Imperador”. A trajetória dele já foi contada pelo História Hoje, da Radioagência Nacional e pelo quadro Rádio Memória, do programa Rádio Sociedade, da Rádio MEC.
No dia 5 de agosto, a morte da eterna cantora Carmen Miranda completa 70 anos. Ícone da Era de Ouro do Rádio e uma das primeiras artistas do país a fazer sucesso no exterior, ela teve a trajetória contada no História Hoje em 2017 pelo Repórter Brasil em 2023 e, ainda, foi homenageada em uma edição do Todas as Bossas.
Acontecimentos históricos
A semana também tem algumas datas históricas no Brasil e no mundo. Aqui no Brasil, há, no dia 5 de agosto, os 440 anos da fundação da Paraíba. A data também é marcada pela fundação de João Pessoa (então Nossa Senhora das Neves) e é feriado no estado. Este vídeo da TV Brasil fala mais sobre o assunto.
No dia 6 de agosto, a inauguração da primeira Delegacia da Mulher no Brasil completa 40 anos. Marco no enfrentamento da violência contra mulheres no Brasil, o evento foi lembrado em uma matéria do Repórter Brasil em 2015.
Na história, a semana tem os 80 anos dos bombardeios atômicos em Hiroshima (dia 6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto). Considerados alguns dos ataques mais devastadores da história, com milhares de mortes, o uso da bomba atômica ajudou a acabar com a 2ª Guerra Mundial e iniciou um debate sobre a necessidade de controle do uso de armas nucleares. A Agência Brasil (aqui e aqui) e o Repórter Brasil já falaram no assunto.
Datas comemorativas
A semana tem, ainda, algumas datas comemorativas que merecem destaque. Duas delas são no dia 5 de agosto: o Dia Nacional da Saúde (homenagem ao nascimento do sanitarista Oswaldo Cruz) e o Dia Nacional da Vigilância Sanitária. Criadas para conscientizar sobre ações importantes para a saúde e bem-estar, as datas foram destaques em matérias da Radioagência Nacional e do Repórter Brasil, da TV Brasil.
Para fechar a semana, temos o Dia Internacional dos Povos Indígenas em 9 de agosto. A data, que destaca a importância das culturas originárias e suas contribuições para a preservação do meio ambiente, também foi tema de conteúdos da Radioagência Nacional e do Repórter Brasil, da TV Brasil.
Confira a lista completa de efemérides de 3 a 9 de agosto de 2025
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Agosto de 2025
3
Nascimento do poeta e letrista fluminense Arnoldo Medeiros (80 anos)
Nascimento do instrumentista e compositor fluminense Dom Um Romão (100 anos) – ligado ao começo da Bossa Nova
O esportista Guilherme Paraense conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil em uma olimpíada, nos Jogos Olímpicos da Antuérpia, na modalidade tiro (105 anos)
Dia do Capoeirista – apesar de haver polêmicas sobre a definição dessa data, ela é referenciada em sites oficiais de órgãos federais e vários estados a incluíram em seus calendários
4
Morte do ator hispano-brasileiro Oscar Lorenzo Jacinto de la Inmaculada Concepción Teresa Díaz, o Oscarito (55 anos)
Morte do escritor dinarmaquês Hans Christian Andersen (150 anos) – escreveu peças de teatro, canções patrióticas, contos, histórias e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido
Morte do instrumentista e compositor fluminense José Barbosa da Silva, o Sinhô (95 anos) – considerado um dos mais talentosos compositores de samba, para muitos o maior da primeira fase do samba carioca
Lançamento do programa Caricaturas, na Rádio Nacional (78 anos) – veiculado entre o fim da década de 40 e início da década de 50, em cada episódio uma personalidade era homenageada com a dramatização de momentos marcantes de sua biografia
5
Nascimento da atriz e cantora fluminense Maria José Gonzáles, a Zezé Fonseca (110 anos) – em 1939 começou a atuar na Rádio Nacional
Morte da cantora e atriz luso-brasileira Carmen Miranda (70 anos)
Nascimento do engenheiro aeroespacial e astronauta estadunidense Neil Armstrong (95 anos) – um dos participantes da primeira alunissagem tripulada da história
Acidente na mina San José aprisiona 33 mineiros chilenos a aproximadamente 700 metros abaixo do solo por 69 dias (15 anos)
Dia Nacional da Saúde – comemoração do Brasil, que foi instituída pela Lei Nº 5.352 de 8 de novembro de 1967, com a finalidade de promover a educação sanitária e despertar no povo a consciência do valor da saúde
Dia Nacional da Vigilância Sanitária – comemoração do Brasil, que foi criada pela Lei Nº 13.098 de 27 de janeiro de 2015. Durante a data deverão ser realizadas atividades celebrativas envolvendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema de Vigilância Sanitária em todas as esferas de governo
Inicia a primeira edição do Free Jazz Festival (40 anos)
Paraíba é fundada como capitania, tendo início as construções do Forte da Cidade e surgindo assim, dois anos depois, a Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, primeiro nome dado à cidade de João Pessoa (440 anos)
6
Nascimento do compositor, cantor, humorista e ator paulista João Rubinato, o Adoniran Barbosa (115 anos)
Nascimento do compositor e letrista fluminense Paulo Sérgio Valle (85 anos)
Morte do cantor e compositor cubano Ibrahim Ferrer (20 anos) – ele fez parte do Buena Vista Social Club
A cidade japonesa de Hiroshima é devastada pela bomba atômica lançada pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (80 anos)
Inauguração da primeira Delegacia da Mulher no Brasil, em São Paulo (40 anos)
Dia Nacional dos Profissionais da Educação
Lançamento do Programa Revista Brasil, na Rádio Nacional de Brasília (39 anos)
8
Nascimento do multi-instrumentista e compositor paulista Ângelo Apolônio, o Poli (105 anos)
9
Nascimento do compositor fluminense Roberto Roberti (110 anos) – em 20 de outubro de 1938, Roberti e vários outros autores deram o primeiro passo para a formação da Associação Brasileira de Compositores e Autores (ABCA). Em 22 de junho de 1942, fundaram finalmente a União Brasileira de Compositores (UBC)
A cidade japonesa de Nagasaki é devastada pela bomba atômica lançada pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (80 anos)
Betty Boop estreia como desenho animado, espelhando-se nas divas da década de 1930, ao som de muito jazz (95 anos)
Dia Internacional dos Povos Indígenas – comemoração mundial que foi instituída pela Assembleia Geral da ONU através da Resolução 49/214 de 23 de dezembro de 1994
*As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados à cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para centraldepesquisas@ebc.com.br.
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Lula assina 28 decretos para regularizar territórios de quilombolas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou 28 decretos para regularização de territórios quilombolas localizados em 14 estados. O ato de assinatura foi realizado no Palácio da Alvorada, em Brasília, e marca o Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20).

Os decretos declaram que são de interesse social os imóveis rurais localizados em territórios quilombolas.
A medida vai permitir desapropriação das propriedades pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o pagamento de indenizações aos proprietários. Após essas etapas, os quilombolas vão receber a titulação de posse definitiva das áreas.
Em uma publicação nas redes sociais, o presidente disse que o país está ampliando as políticas públicas que chegam aos territórios e às comunidades quilombolas.
“Hoje, dia 20 de novembro, o Brasil reafirma que a igualdade racial é memória, reparação e um projeto de futuro. Essa data, marcada pela luta de Zumbi dos Palmares e pela resistência do povo negro, lembra que democracia forte se constrói com direitos garantidos e oportunidades reais para todas e todos”, escreveu.
A ministra Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que os decretos vão beneficiar 5,2 mil famílias e 31 comunidades. Segundo a ministra, Lula já assinou 60 decretos no atual mandato.
“Esses decretos são o passo anterior à titulação. Hoje, a gente tem um recorde de decretos assinados. O último número que nós tínhamos, de 50, foi no mandato da presidenta Dilma. E hoje, o presidente Lula se torna o presidente que mais assinou decretos na história do país”, afirmou a ministra.
Decretos
Os decretos serão aplicados em propriedades rurais de 14 estados: Bahia (6); Ceará (3); Sergipe (3); Goiás (2); Rio Grande do Sul (2); Maranhão (1); Paraíba (1); Rio de Janeiro (1); Santa Catarina (1); São Paulo (1); Mato Grosso do Sul (1) e Alagoas (1).
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Mulheres negras LBTI se mobilizam por direitos no 20 de novembro
Mulheres Negras Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Intersexo (LBTI) reunidas em Brasília aproveitaram o feriado da Consciência Negra para finalizar um diagnóstico para apontar as necessidades, problemas e falhas das políticas públicas brasileiras voltadas a estes grupos.

Coordenadora do Comitê Nacional LBTI, a psicóloga Amanda Santos é uma das organizadoras do encontro que culminará, dia 25, na Marcha de Mulheres Negras. Segundo ela, a ideia do documento é viabilizar “uma série de ações visando o bem estar das mulheres negras”.
Amanda Santos explica que, a exemplo do grupo do Centro-Oeste, reunido nesta quinta-feira (20) em Brasília, há várias outras rodas de conversas sendo estabelecidas com o mesmo objetivo em outras cidades.
Diagnóstico
“Trata-se de um relatório nacional com eixos básicos de sobrevivência em áreas como saúde, segurança, comunicação, direito familiar, arte, cultura, moradia”, justifica a coordenadora.
Ela explica que conceitos distorcidos que desconsideram a diversidade da sociedade acabaram por estabelecer regras e até mesmo legislações que dificultam a esse grupo o acesso a direitos historicamente reconhecidos e concedidos a outros grupos.
Esse processo excludente que retira acesso a direitos básicos nada mais é, segundo ela, do que LGBTfobia.
Os exemplos são muitos, segundo a ativista. “Há situações de casais homoafetivos em que uma das parceiras não poderá tomar decisões sobre procedimentos, caso a outra fique doente e perca a consciência. Nesses casos, caberá à família tomar a decisão”, disse ela ao lembrar que, em muitos casos, a conexão com a família não é tão próxima quanto a da cônjuge.
Diversidade
Ela cita também alguns programas de habitação do governo que não consideram os mesmos direitos dos casais héteros para os homoafetivos.
“Na área da saúde, muitos órgãos públicos e privados colocam dificuldades para reconhecer nome social adotado pela pessoa. É preciso criminalizar essa recusa”, defendeu a coordenadora.
Segundo ela, o governo precisa reparar essas situações e enxergar a diversidade do próprio país. “E a sociedade precisa enxergar os direitos que nos foram excluídos”, complementou.
Reparação
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Pesquisadora aposentada do IBGE e referência do movimento lésbico e LGBT, Heliana Hemetério. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.
A reunião de hoje contou com a participação de uma referência do movimento lésbico e LGBT: a fundadora da Rede Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais Negras, Heliana Hemetério.
Pesquisadora aposentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), Heliana diz que tornar o 20 de Novembro um feriado nacional foi importante por reconhecer aqueles que representam a maior parte da população brasileira.
“[O feriado nacional] reconhece a existência de 54% da população brasileira que se declara negra. Estas são pessoas que se declaram como tal, o que nos leva a crer que o percentual real é ainda maior”, argumentou.
Heliana explica que a data ajudará na reparação de injustiças que são históricas. “O que é reparação? É reconhecimento do negro como cidadão, com moradia, educação, estudo, lazer, direitos, saúde”, disse. Para ela, a data ajuda a “recontar a História, mas sob um outro olhar”.
Para ela, que é também historiadora, o que levou o Brasil a abolir a escravidão não foi o desejo de melhorar a vida de sua população negra.
“A verdadeira motivação foi econômica”, afirmou ao explicar que, na época, havia muita pressão externa e mudanças das estruturas sociais motivadas pela Revolução Industrial.
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Consciência Negra: ato na Avenida Paulista reúne militância e cultura
Centenas de pessoas participaram, na manhã desta quinta-feira (20), na região central de São Paulo, da 22ª edição da Marcha da Consciência Negra – Zumbi e Dandara 300+ 30. 

O ato organizado pelo Movimento Negro Unificado (MNU) e pela União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro) reuniu centenas de pessoas na Avenida Paulista para lembrar a importância de Palmares e seus líderes e a “representação dos negros nas instituições com poder de decisão na sociedade”.
A manifestação teve de dança e música de religiosidade afro-brasileira, com shows curtos de estilos musicais diversos, incluindo ritmos como reggae, MPB e Black Music. Entre as apresentações, ocorreram discursos curtos e objetivos, focados na importância da mobilização em torno de pautas comuns.
O professor Ailton Santos, um dos organizadores do evento, afirmou à Agência Brasil, que o momento é “justamente de fazer com que a sociedade brasileira, que se diz democrática, de fato faça incluir aqueles que, há muitos anos, historicamente continuam à margem da sociedade.
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XXII Marcha da Consciência Negra na avenida Paulista. Foto – Rovena Rosa/Agência Brasil
“Diariamente, o povo negro sofre em função de várias violências. Normalmente falamos da morte matada, mas esse é o último estágio, porque até ela chegar, passamos diariamente por outras, que envolvem mobilidade, segurança, saúde e educação.”
Para o professor, é necessário que o governo reconheça que uma população, historicamente, está sendo colocada de lado.
“Então, a nossa bandeira é não morremos, e fazer com que o projeto que envolve a reparação, que hoje está na casa dos 20 milhões, seja aprovado para todos os negros e negras do Brasil”, concluiu.
Cuidado, não corre na rua
Ana Paula Félix, 56 anos, é copeira e acompanhou a marcha na tarde desta quinta-feira. Ela considera que é importante apoiar as manifestações, apoiar aqueles que sofrem preconceito e desvalorização por causa da cor. Com três filhos criados, de idades entre 34 e 30 anos, ela se diz orgulhosa por todos terem cursado universidades públicas, o que foi possível por meio de políticas de apoio. Mas ela ainda reclama que outras situações, “que ainda não melhoraram”.
“Você sabe que periferia ainda é o pior lugar para os negros morarem, porque é o lugar que a polícia não respeita. E nossos filhos é que pagam esse preço. Então a gente tem que estar sempre falando aos nossos filhos: – Cuidado, não corre na rua, anda sempre com documento, põe sempre a camisa, esteja sempre com o cabelo cortado, barba feita. Porque são os negros que mais morrem.”
Pautas e reivindicações
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O grupo seguiu em caminhada até o Masp – Museu de Arte de São Paulo – onde foram sugeridas pautas, reivindicações e a possibilidade de participação em movimentos. Giovana Santos, 31 anos, que estava passando pela via, parou para escutar e acompanhar os temas. “É importante acompanhar as políticas públicas que estão realmente ativas, sabe? Eu acho interessante, eu gosto de me informar”, disse a jovem, que trabalha como atendente de telemarketing. Para ela, a violência, inclusive policial, é um dos pontos para o qual tem mais atenção.
“Temos visto a polícia, que deveria sempre nos proteger, nos atacar. É muito importante a população saber disso, e é muito bom saber que os movimentos tem se organizado para reivindicar, embora aninda pareça um sonho, a gente sentar e conversar e tentar se entender”, afirmou.



