Outras
Hoje é Dia: tuberculose, Leila Diniz e Renato Russo são os destaques

Começamos esta edição falando de saúde, porque 25 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Durante muito tempo a enfermidade manteve o status de doença infecciosa mais mortal do mundo, perdendo a posição com o surgimento do novo coronavírus, causador da covid-19. Mesmo assim, em 2023 a tuberculose matou 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo, de acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a doença. E o Brasil vai na contramão das metas da OMS para a erradicação do problema. A Agência Brasil noticiou que, em 2023, o país registrou 39,8 casos de tuberculose por 100 mil habitantes. As projeções indicam que, até 2030, a incidência será ainda maior: 42,1 por 100 mil pessoas. O dia de combate e os esforços brasileiros foram o foco desta reportagem do jornal Brasil em Dia, da TV Brasil, exibida em 2022, desta aqui, veiculada pela Radioagência Nacional no mesmo ano, e desta edição do Tarde Nacional de 2024, programa veiculado pela Rádio Nacional.
Direitos humanos
A semana também é fortemente marcada pelo combate às violações dos direitos humanos. Nesta temática, começamos com o 24 de março, que é o Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações dos Direitos Humanos e pela Dignidade das Vítimas. Nesta data, em 1980, o Arcebispo Óscar Arnulfo Romero foi assassinado em El Salvador, por sua luta para denunciar violências sofridas por comunidades vulnerabilizadas de seu país. O Brasil celebrou a efeméride pela primeira vez em 2013, e o Repórter Brasil, da TV Brasil, deu destaque ao tema nesta reportagem. Em 2018, a data ganhou significado especial, quando o país ainda buscava elucidar o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes no Rio de Janeiro, como mostra esta reportagem da Agência Brasil.
Nesta semana também temos o 25 de março, que marca o Dia Internacional em Lembrança pelas Vítimas da Escravidão e do Tráfego Transatlântico de Escravos nos Navios Negreiros. A data não só presta homenagem àqueles que sofreram e morreram nas mãos do sistema brutal da escravidão, mas também conscientiza sobre os perigos do racimo e do preconceito. A efeméride ganhou destaque da Agência Gov neste texto publicado em 2024. No Brasil, o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, foi o principal ponto de entrada de escravizados nas américas, ao longo de três séculos. O espaço recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade em 2017, como mostra esta reportagem da Agência Brasil, e um memorial às vítimas da escravidão, como destaca esta edição do Brasil em Dia, da TV Brasil, de 2023.
No Brasil, aproximadamente 6% da população, ou 11,6 milhões de brasileiros, são árabes ou descendentes, de acordo com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira. As contribuições sociais, religiosas e culturais dessas pessoas são celebradas no Dia Nacional da Comunidade Árabe, data fixada em 25 de março. A efeméride também serve como estímulo de combate ao preconceito e à discussão dos problemas dos países árabes, muitos dos quais sofrem com as guerras e violações dos direitos humanos. Sobre o tema, a Agência Brasil publicou esta reportagem em 2016.
Arte urbana
O grafite é uma arte que leva traços e cores para o cotidiano das cidades, fazendo dos muros um palco de histórias. São múltiplos os temas, as técnicas e as cores, que embelezam e também provocam reflexão. Por toda essa contribuição, 27 de março é o Dia Mundial do Grafite, efeméride que homenageia Alex Vallauri, o pioneiro dessa arte no Brasil, que morreu nesta data, em março de 1987. O Repórter Brasil, da TV Brasil, deu destaque à temática nesta edição de 2023.
Aniversariantes ilustres
Dois queridos artistas nacionais nasceram esta semana, e os dois infelizmente nos deixaram de forma precoce. No dia 25 de março de 1945 nasceu a atriz Leila Diniz, que completaria 80 anos se estivesse viva. Em plena ditadura militar, Leila virou símbolo da lula pela liberdade feminina, ao dar sua opinião sobre amor e sexo de forma espontânea em várias entrevistas. Na gravidez de sua primeira filha, foi fotografada usando um reduzido biquíni na praia de Ipanema, escandalizando a sociedade da época. Morreu aos 27 anos, em 1972, quando o avião no qual voltava da Austrália caiu na Índia, sem deixar sobreviventes. Leila Diniz ganhou destaque dos veículos da EBC por ocasião dos 70 anos de seu nascimento em 2015, como você pode conferir no programa História Hoje, da Rádio Nacional, nesta reportagem da Agência Brasil, e nesta edição do Repórter Brasil, da TV Brasil.
Quem também nasceu nesta semana, no dia 27 de março de 1960, foi Renato Manfredini Júnior, o Renato Russo, que completaria 65 anos se estivesse conosco. Chamado de poeta do rock, poucos artistas traduziram tão bem a realidade de Brasília, a cidade que tanto amava, como ele. À frente da banda Legião Urbana, compôs e cantou músicas como “Pais e Filhos”, “Independência”, “Por Enquanto”, “Eduardo e Mônica” e “Faroeste Caboclo”. Renato Russo faleceu há 25 anos, em outubro de 1996, vítima de complicações causadas pela aids. Ele tinha apenas 36 anos. Mas sua obra continua viva e atemporal. A Rádio Nacional celebrou o aniversário do ídolo no ano passado, no programa Especial de Domingo. Quando a morte do cantor completou 20 anos, o portal EBC publicou extenso material, com entrevistas com ele e os integrantes do Legião Urbana. A TV Brasil também prestou homenagem nos 25 do falecimento, nesta reportagem aqui.
Literatura
Há 120 anos, no dia 24 de março de 1905, morria o escritor francês Júlio Verne, considerado por críticos literários o inventor do gênero de ficção científica. Ele escreveu mais de 100 livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, máquinas voadoras e viagens à Lua. Até hoje Júlio Verne é um dos escritores cujas obras foram mais traduzidas em toda a história, com versões em 148 línguas. O livro “20 mil Léguas Submarinas” é considerado sua obra-prima. Os veículos da EBC destacaram o escritor por ocasião dos 110 anos de sua morte em 2015, como nesta edição do História Hoje, programa da Rádio Nacional, e esta do jornal Repórter Brasil, da TV Brasil.
Confira a relação completa de datas do Hoje é Dia de 23 a 29 de março de 2025.
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Março de 2025
23
Nascimento do ator paraense Sérgio Cardoso (100 anos) – protagonista de diversas novelas, fundou a Companhia Teatro dos Doze
Nascimento do cantor e compositor paulista Osvaldo Rodrigues (105 anos)
Dia Mundial da Meteorologia
24
Morte do escritor francês Júlio Verne (120 anos) – considerado por críticos literários o inventor do gênero de ficção científica
Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Graves Violações dos Direitos Humanos e pela Dignidade das Vítimas
Dia Mundial de Combate à Tuberculose
25
Nascimento da atriz fluminense Leila Diniz (80 anos)
Morte da atriz e humorista gaúcha Ema D’Ávila (40 anos) – foi humorista e radioatriz da Rádio Nacional do Rio de Janeiro
Dia Internacional em Lembrança pelas Vítimas da Escravidão e do Tráfego Transatlântico de Escravos nos Navios Negreiros – comemoração que mereceu uma designação especial da Assembléia Geral da ONU, em 28 de novembro de 2006
Dia Nacional da Comunidade Árabe
26
Morte do ator, cantor e compositor paulista Ruy Rey (30 anos)
27
Nascimento do cantor e compositor fluminense Renato Manfredini Júnior, o Renato Russo (65 anos) – célebre por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana
Dia Mundial do Teatro
Dia Nacional da Inclusão Digital – data não oficial, que é reconhecida por algumas entidades públicas e organizações não-governamentais (ainda está em projeto de lei)
Dia do Grafite – data em homenagem ao pioneiro do grafite no Brasil, Alex Vallauri, morto em 27 de março de 1987
28
Nascimento o compositor, poeta e produtor musical fluminense Hermínio Bello de Carvalho (90 anos)
Morte do pintor, ceramista e gravurista surrealista russo Marc Chagall (40 anos)
Estreia do programa “Puxa o Fole”, na Rádio Nacional AM RJ (15 anos) – dedicado ao forró
29
Nascimento da cantora baiana de bossa nova e jazz Astrud Gilberto (85 anos)
Morte do maestro, pianista, escritor e compositor paraense Waldemar Henrique (30 anos)
Assinatura do Decreto-Lei nº 2096 por Getúlio Vargas, que criou o Museu Imperial de Petrópolis (85 anos)
Inauguração da Casa França-Brasil (35 anos)
*As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados à cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para centraldepesquisas@ebc.com.br.
Outras
“Lamentável e dilacerante”, diz ministra sobre morte jovem por polícia

O caso do assassinato do marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, um jovem negro de 26 anos, que levou um tiro na cabeça do policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, na última sexta-feira (4), vai ser acompanhado pelo Ministério da Igualdade Racial. A titular da pasta, Anielle Franco, publicou um nota nas redes sociais para repudiar o episódio.
“É lamentável e dilacerante chorarmos a morte de mais um jovem inocente. Guilherme Dias dos Santos Ferreira saiu do trabalho, corria para pegar o ônibus, carregava sua marmita, talheres e a bíblia, e recebeu um tiro na cabeça! O racismo institucional persiste em ‘confundir’ corpos negros. É urgente que essa realidade mude!”, escreveu a ministra.
O marceneiro foi morto pelo agente após ser confundido com assaltantes que tentavam roubar sua moto. O crime aconteceu na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona Sul de São Paulo. O PM lotado no 12º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberado após pagamento de fiança.
Conforme o boletim de ocorrência, o policial disse que estava em sua moto tendo sido abordado por suspeitos armados. Ao reagir aos tiros contra o assalto, Guilherme acabou baleado e morreu no local. A vítima estava indo pegar um ônibus após o dia de trabalho.
“Como ministra da Igualdade Racial, mas também como Anielle, humana, que sabe a dor de perder um ente querido para uma violência injustificável e covarde, me solidarizo com a família e amigos de Guilherme. E reafirmo nosso compromisso com a promoção de práticas antirracistas nas políticas de segurança pública. O Ministério da Igualdade Racial já oficiou as autoridades responsáveis, está acompanhando o caso e segue à disposição para oferecer os apoios necessários. Por isso não descansaremos. Lutamos e trabalhamos para proteger nossos jovens e todas as vidas negras deste país”, acrescentou a ministra.
Outras
PM que matou marceneiro em Parelheiros é afastado

O policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida que matou com um tiro na cabeça o marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, foi afastado do serviço operacional.
O marceneiro foi morto na sexta-feira à noite (4) pelo agente após ser confundido com assaltantes que tentavam roubar sua moto. O crime aconteceu na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na zona Sul de São Paulo.
O PM lotado no 12º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberado após pagamento de fiança.
Conforme o boletim de ocorrência, o policial disse que estava em sua moto tendo sido abordado por suspeitos armados. Ao reagir aos tiros contra o assalto, Guilherme acabou baleado e morreu no local. A vítima estava indo pegar um ônibus após o dia de trabalho.
“O caso foi registrado como homicídio e é investigado por meio de inquérito policial instaurado pelo Setor de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP) de Guarulhos, que realiza diligências visando identificar e localizar os autores, bem como esclarecer os fatos. Demais detalhes serão preservados devido ao sigilo imposto”, diz nota da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Também em nota, o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo Mauro Caseri disse que foi aberto um procedimento encaminhado para a Corregedoria da Polícia Militar, solicitando informações sobre os procedimentos instaurados pelo órgão.
A ouvidoria também afirmou que pediu ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa da Polícia Civil de São Paulo (DHPP) “a portaria e relatório de conclusão do inquérito policial; laudo necroscópico e respectivas representações gráficas da vítima fatal; laudos periciais do local do crime, exame balístico e exames residuográficos; imagens arrecadadas de câmeras de monitoramento da região, bem como informações sobre a distribuição judicial do feito”.
Além disso, o órgão também encaminhou ofício para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), para que a Polícia Civil investigue eventuais implicâncias raciais na ocorrência, já que a vítima Guilherme era negro.
Outras
Avós da Praça de Maio encontram 140° neto sequestrado pela ditadura

A organização Avós da Praça de Maio anunciou nesta segunda-feira (7), em Buenos Aires, que encontrou o neto número 140 sequestrado pela ditadura argentina, que governou o país de 1976 a 1983.
Trata-se de um homem nascido em 17 de abril de 1977, no centro clandestino La Escuelita, na cidade de Bahía Blanca, a 630 quilômetros da capital. Ele é filho de Graciela Alicia Romero e Raúl Eugenio Metz, dois militantes contra o período autoritário que até hoje constam como desaparecidos. O filho de ambos, agora descoberto, nasceu em cativeiro na província de Neuquén.
“Com a restituição do neto 140 confirmamos, mais uma vez, que nossos netos e netas estão entre nós e que, graças à perseverança e ao trabalho constante desses 47 anos de luta, continuarão aparecendo. O apoio da sociedade, que segue fornecendo informações sobre possíveis filhos e filhas de pessoas desaparecidas e acolhendo quem tem dúvidas sobre sua origem, demonstra que essa busca não pode ser solitária”, informou a Avós da Praça de Maio, em comunicado oficial.
Os detalhes do caso também foram informados durante uma coletiva de imprensa, com participação da presidente da entidade, Estela de Carlotto, que tem 94 anos.
A saga pela restituição desse neto começou desde o primeiro momento do desaparecimento, quando as famílias Metz e Romero buscaram por Graciela, Raúl e o bebê. Liderados inicialmente pelos pais de Graciela e Raúl, a luta seguiu graças à filha do casal e irmã mais velha do homem reencontrado, Adriana.
A partir de uma informação recebida anonimamente pelas Avós, iniciou-se uma investigação que passou a ser realizada em conjunto com a Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (CoNaDI) e a Unidade Especializada para Casos de Apropriação de Crianças durante o Terrorismo de Estado (UFICANTE).
Esse trabalho conjunto permitiu reforçar a hipótese de uma possível apropriação, reunir a documentação necessária e aprofundar o caso. Em abril deste ano, com a finalização dessa etapa, a CoNaDI entrou em contato com o possível neto para lhe apresentar todas as informações reunidas. Ele então aceitou ir ao Banco Nacional de Dados Genéticos (BNDG) e fornecer sua amostra de DNA, que foi comparada com as famílias que buscam seus netos.
Finalmente, na última sexta-feira (4), o BNDG comunicou à CoNaDI o resultado do teste de DNA, e a Comissão informou ao homem que, de fato, tratava-se de um caso de apropriação e que seu perfil genético correspondia ao da família Metz Romero.
“Durante o final de semana, ambas as famílias foram notificadas, o que hoje nos permite comunicar ao público que encontramos o neto 140. Cada restituição revela de forma irrefutável que a ditadura executou um plano de extermínio, que cometeu um genocídio. Cada neto confirma que o Estado terrorista sequestrou pessoas, as manteve ocultas em Centros Clandestinos de Detenção sob tortura, as assassinou e fez desaparecer seus corpos. Que nesses campos de concentração existiam maternidades clandestinas, onde mulheres como Graciela Romero deram à luz em condições desumanas. Que houve um plano sistemático de apropriação de menores, condenando essas crianças a viverem na mentira e suas famílias biológicas a buscá-las indefinidamente“, destacou a entidade, em nota.
Tida como uma das mais autoritárias das Américas, a ditadura da Argentina foi responsável por perseguições, sequestros, torturas e assassinatos que vitimaram mais de 30 mil pessoas.
Uma das políticas sistemáticas desse período foi justamente o sequestro e roubo de bebês de mães militantes políticas que estavam presas em centros clandestinos de tortura.
Essas crianças eram então repassadas para adoção por outras famílias, muitas das quais ligadas a militares. A Avós da Praça de Maio estima que ainda existam pelo menos 300 casos de sequestro de crianças jamais elucidados, e os movimentos de mães e avós emergiram dessa busca por verdade e justiça, tornando-se referência na luta por direitos humanos no país.