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Instituto Fogo Cruzado alerta para mudança na segurança pública na BA

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© Tânia Rêgo/Agência Brasil

A violência na capital baiana, em decorrência da ação policial, mostra a necessidade de se repensar a política de segurança pública no estado. A avaliação é do Instituto Fogo Cruzado. 

Na madrugada de terça-feira (4), uma operação policial deixou 12 mortos, após relatos de uma invasão promovida por um grupo armado de uma organização criminosa na região de Fazenda Coutos, em Salvador.

Dados compilados pelo Fogo Cruzado mostram que é a 100ª chacina em Salvador e região metropolitana desde o início das pesquisas na Bahia, em julho de 2022. Desse total, 67% das chacinas envolvem policiais, resultando em 261 mortos.

Para a coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, Tailane Muniz, os números mostram que a política de segurança precisa ser pensada para proteger os cidadãos e os moradores de toda a cidade.

“Quando 12 pessoas morrem numa ação policial, fica claro que a prioridade é o confronto e não a proteção. Os moradores da região enfrentaram mais de 7 horas de um intenso tiroteio, o transporte público foi suspenso, e a pergunta que fica é quais os resultados disso? O que vai mudar depois de tantos tiroteios e tantas mortes? Os dados de chacina ajudam a entender que mesmo com tanta morte ainda carecemos de uma política eficiente e que dê os resultados esperados pela população”, disse Tailane à Agência Brasil.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que a Polícia Militar intensificou o policiamento no bairro para conter a escalada da violência e garantir a segurança da população.

“Na manhã desta terça-feira (4), durante incursões realizadas na área, houve resistência armada por parte dos criminosos, resultando em confronto. No desdobramento da ação, 12 suspeitos foram alvejados, socorridos para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiram aos ferimentos”, diz a nota.

Segundo a SSP, durante a operação “um vasto arsenal foi apreendido, incluindo submetralhadoras, pistolas, revólveres, carregadores, munições, além de entorpecentes e balanças de precisão.”

A SSP disse ainda que “todas as circunstâncias do confronto” já estão sendo investigadas pela Polícia Civil, “com a realização de perícias pela Polícia Técnica, em conformidade com os protocolos legais”.

“Por fim, esclarece-se que a ação policial ocorrida em Fazenda Coutos é pontual e não possui qualquer relação com o carnaval. O policiamento segue intensificado na região, com monitoramento constante para assegurar a tranquilidade dos moradores”, diz a nota.

O Instituto Fogo Cruzado define chacina como qualquer evento em que três ou mais civis são mortos a tiros na mesma situação, independentemente da motivação, seja assalto, disputa entre grupos armados ou operação policial. Quando as mortes ocorrem durante ações das forças de segurança, são classificadas como chacinas policiais.

Os números do instituto mostram ainda que Salvador lidera o ranking dos municípios com o maior número de ocorrências na Bahia. Desde 2022, foram registradas 63 chacinas, 46 em ações e operações policiais. Na sequência vem Camaçari, com 16 chacinas, seis em ações e operações policiais; depois Candeias, com sete chacinas, sendo quatro em ações e operações policiais; Lauro de Freitas, com seis chacinas, sendo cinco em ações e operações policiais; e Simões Filho, com quatro chacinas, das quais três foram em ações policiais.

Entre os bairros de Salvador, Águas Claras foi o que registrou o maior número de chacinas, com quatro chacinas policiais. Na sequência aparecem Arenoso, com três chacinas policiais; Beiru/Tancredo Neves, com três chacinas, sendo duas policiais; Caroba (Candeias), também com três chacinas, sendo duas policiais; Cosme de Farias, com três chacinas, sendo uma policial. Fazenda Coutos, Lobato, Pau Miúdo e Rio Sena também registraram três chacinas, sendo duas policiais.

Segundo a ONG, entre as 373 vítimas de chacinas registradas, estão três idosos, 347 adultos, nove adolescentes e uma criança, além de 12 pessoas cuja faixa etária não foi identificada.

“A maioria das vítimas era homens (345), representando 93% dos mortos. Outras 20 vítimas eram mulheres (5%), enquanto o gênero de oito pessoas não foi informado. Os dados também revelam que 39 pessoas foram mortas dentro de suas residências, 19 em bares, oito dentro de automóveis e cinco durante evento”, informa o Fogo Cruzado.

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Integrante do PCC preso na Bolívia é levado para presídio em Brasília

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© Polícia Federal/divulgação

O integrante da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) Marcos Roberto de Almeida, mais conhecido como Tuta, foi expulso da Bolívia neste domingo (18) e entregue à Polícia Federal em Corumbá (MS). Segundo a PF, ele ficará custodiado na Penitenciária Federal em Brasília.

A transferência do preso para o Brasil contou com a coordenação do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério de Relações Exteriores. Participaram da operação 50 integrantes da Polícia Federal. O transporte da fronteira boliviana para Brasília foi realizado em uma aeronave da PF.

A escolta até a Penitenciária Federal em Brasília contou com 18 homens da Polícia Penal Federal, além do apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal.

“O criminoso ficará detido em presídio de segurança máxima do Sistema Penitenciário Federal (SPF), cujo objetivo é isolar lideranças criminosas e presos de alta periculosidade”, informou a PF., em nota

Prisão 

Tuta foi preso na última sexta-feira (16) ao comparecer a uma unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias. Na oportunidade, ele apresentou um documento falso, no qual se chamaria Maycon da Silva.

A falsidade foi detectada imediatamente pelas autoridades bolivianas, que acionaram a Interpol naquele país, bem como um oficial da Polícia Federal.

O brasileiro foi identificado como um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado à organização criminosa. Ele consta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Foram divulgadas imagens dele embarcando em um avião da PF, em Santa Cruz.

Foragido internacional desde 2020, Tuta é condenado a 12 anos de prisão no Brasil por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

A confirmação da prisão de Marcos Roberto de Almeida (Tuta) pela polícia boliviana foi dada no sábado (17). Os detalhes foram dados pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, durante coletiva de imprensa.

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Ativistas debatem resistência digital diante de IA e plataformização

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© CMI/Divulgação

Um dos maiores encontros sobre privacidade e segurança do mundo, a CryptoRave ocupou neste final de semana os saguões e auditórios da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. Os debates mostraram o potencial de articulação de comunidades quilombolas e indígenas.

Sophie Toupin, professora assistente do Departamento de Informação e Comunicação da Universidade Laval, no Quebec, Canadá, esteve à frente de um workshop que abordou práticas de resistência digital. Ela enumerou alguns aspectos que caracterizam esse tipo de posicionamento, esclarecendo que podem ser reprovações ao tecnofascismo, à plataformização e comercialização da internet.

A resistência digital, conforme explicou a canadense, pode também ser uma forma de se erguer contra as condições em que trabalham profissionais dessas plataformas e os que manejam inteligência artificial (IA) e contra mega data centers, o uso de recursos para fins militares e coloniais. Outra utilização rechaçada por quem adere a esse tipo de resistência diz respeito ao vigilantismo digital.

“Pessoas de todo o mundo enviaram cartões aos palestinos, para que pudessem usar a internet em Gaza e contatar parentes, independentemente de onde estivessem. É uma iniciativa incrível, que começou fora de Gaza. Nós, ativistas, precisamos continuar pensando em formas originais de oferecer apoio”, disse Sophie, em entrevista à Agência Brasil.

A pesquisadora adiciona que uma situação recorrente entre jornalistas que cobrem o morticínio de palestinos é o que se chama de shadow banning, que é quando uma plataforma online restringe ou mesmo oculta o conteúdo de um usuário sem notificá-lo. Isso tem acontecido quando os jornalistas fazem live streamings, ou seja, transmissões ao vivo dos acontecimentos.

“Sem esses jornalistas, acho que o mundo não saberia que esse genocídio está ocorrendo”, reconhece ela, acrescentando que sustentar as veiculações é uma vitória, mas que, inclusive, manter-se vivo nesse contexto, que implica diversos riscos, é algo grandioso e uma forma de resistência também.

Comunidades

No maior território quilombola do Brasil, o Kalunga, que já tem mais de 200 anos e fica na Chapada dos Veadeiros, Goiás, a resistência digital já se consolidou. TC Silva (foto), músico, fundador da Casa de Cultura Tainã, de Campinas (SP), e militante do Movimento Negro Unificado, contou que, com muitas obstinação, a comunidade conquistou um data center local e acesso à internet.

O sistema exigiu uma bateria de 60 quilos, placas solares e a instalação de uma antena de 13 metros, em um pico de 1,3 mil metros de altura, que se comunica com uma outra, situada a 32 quilômetros. “Pode estar acessando a rede mundial, a internet, ou só circulando dentro dessa infraestrutura do território”, explicou Silva, que divulgou, da Rede Mocambos.

Uma barreira que TC Silva e outros ativistas têm tido que vencer é, diz ele, a tradição de editais. Para ele, essa forma que se convencionou para obter recursos financeiros para projetos como os que ele desenvolve com outras pessoas é excludente e não garante o direito de todos. “Edital não desenvolve consciência”, afirma. 

“Só apoiam as coisas que nascem nos gabinetes”, complementa o mobilizador social, que não vê abertura para projetos concebidos pelas comunidades.

Dividindo a mesa de abertura com TC Silva, a indígena p’urhépecha Yunuen Torres Ascencio sublinhou que sua comunidade, em Cherán, no México, é marcada pelo protagonismo feminino e rejeitou esquemas tradicionais, com partidos, políticos e governos: “Deve-se pensar a tecnologia a partir do que pensa a comunidade.”

Inteligência artificial

Uma das responsáveis pela organização da CryptoRave, a cientista social e educadora Maraiza Adami levantou um componente que pode explicar parte da descrença em determinados prognósticos, sobretudo, quando o tema é inteligência artificial. 

“Há sentenças, nos últimos anos, de que as IAs vão dominar tudo, vai haver declínio de emprego, o ser humano está perdendo sua capacidade de interpretar coisas e que a IA vai fazer para a gente. Que a gente não vai ter mais produção artística, porque a IA vai fazer melhor”, afirma ela, que é bacharela em Sistemas de Informação pela Universidade de São Paulo (USP) e mestranda em Ciências humana na Universidade Federal do ABC (UFABC), com foco, em suas pesquisas, nas implicações sociotécnicas das tecnologias.

“Algo que é muito da imprensa, mas também de uma área da tecnologia, do Vale do Silício, que está prometendo muito com a IA, quase a construção de uma nova inteligência em detrimento dos humanos. E a gente acha que isso não vai acontecer.”

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Mortes de gansos e patos em zoológico no RS foram por gripe aviária

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que as mortes de 38 cisnes e patos do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul (RS) foram causadas pela Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1). 

A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul já havia fechado o local para visitação desde o registro da morte dos animais na última terça-feira (13) e continuará fechado por tempo indeterminado. 

Sapucaia do Sul fica a cerca de 50 quilômetros de Montenegro (RS), local em que a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade foi confirmada em sistema de avicultura comercial na última quinta-feira (15).

O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul tem 63 anos de existência e é o maior zoológico do Rio Grande do Sul. Atualmente, abriga cerca de 130 espécies entre répteis, aves e mamíferos, somando mais de mil animais. Além dos animais silvestres, conta com um plantel de espécies domésticas, entre elas 500 cisnes e marrecas.

Doença 

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves silvestres e domésticas, mas também pode acometer humanos.

Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão dificuldade respiratória; secreção nasal ou ocular; espirros; falta de coordenação motora; torcicolo; diarreia; e alta mortalidade.

Segundo o Ministério da Agricultura, a doença não é transmitida pelo consumo de carne nem de ovos. 

A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul pede que todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, sejam notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

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