Saúde
Novembro Azul: 10 dicas de Nutricionista do CEUB para prevenir o câncer de próstata
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente entre os homens brasileiros. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 71.730 novos casos da doença por ano entre 2023 e 2025 no Brasil. Além dos exames de rotina, a alimentação é fundamental como método de prevenção. Professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Ana Salomon, revela que hábitos de vida saudáveis e o consumo balanceado de alguns alimentos são aliados da saúde masculina. A especialista acrescenta que os alimentos são as principais fontes das substâncias protetoras do organismo, não podendo ser substituídos por suplementos.
“A prevenção do câncer de próstata deve ser parte de um estilo de vida saudável que promova a saúde física e também a mental”, explica Ana Salomon. Segundo a especialista, alimentação equilibrada, rica em antioxidantes, fibras e alimentos saudáveis, peso adequado e a prática regular de atividade física contribuem para reduzir o risco do câncer de próstata e os demais tipos da doença. A docente adverte que o alto índice de gordura corporal, especialmente na fase adulta, é um fator de risco para diversos tipos de câncer, incluindo o de próstata.
Confira as dicas da especialista do CEUB para prevenir o câncer de próstata:
1• Mantenha uma dieta rica em frutas e vegetais, de preferência com baixo teor de amido, excluindo tubérculos, como batata, mandioca e inhame. O INCA recomenda o consumo diário de 400 gramas de frutas e vegetais, sendo 160 de frutas e 240 de vegetais não amiláceos (cenoura, beterraba, nabo, cebola, alho, alho-poró e folhagens, como alface e couve).
2• Consuma moderadamente produtos lácteos em até duas porções por dia, com preferência por versões desnatadas ou semidesnatadas. O alto teor de gordura saturada nos laticínios pode ser prejudicial à saúde.
3• Inclua fibras na dieta, pois elas trazem minerais essenciais e são importantes na prevenção do câncer. São recomendados cereais integrais, verduras, frutas e legumes, além de opções como granola, farelo de trigo, aveia, linhaça, chia, quinoa e gergelim.
4• Alimentos ricos em antioxidantes de cor laranja ou vermelha – mamão, goiaba, acerola, manga, cenoura, pimentões e tomates – são grandes aliados no combate ao câncer: “Estes são exemplos, como carotenoides e licopeno, que contribuem para a proteção contra as células cancerígenas”.
5• Mantenha um índice de massa corporal (IMC) abaixo de 25 e a circunferência abdominal menor que 90 cm. “Para o controle de peso, a prática regular de atividade física é fundamental. Manter-se ativo promove um perfil circulatório e respiratório melhor, auxiliando o corpo a combater processos cancerígenos”, explica.
6• Evite o consumo de fast food e alimentos ultraprocessados, que são ricos em gordura saturada e trans, assim como alimentos com alto teor de açúcar, que contribuem para o ganho de peso, como refrigerantes e doces. Mesmo os sucos de caixinha devem ser consumidos com moderação.
7• No rol dos supérfluos, entram as de bebidas alcoólicas. Embora haja recomendações do consumo moderado de algumas para a saúde cardiovascular, a nutricionista do CEUB frisa que no caso do câncer, o álcool está associado a um risco maior.
8• Atenção ao consumo de carne vermelha e embutidos, especialmente de carnes industrializadas, como presunto, salsicha, linguiça, bacon e similares, pois são conhecidos por conter conservantes que podem aumentar o risco de câncer. “Preferencialmente consumir carnes in natura e não mais do que 3 porções de carne vermelha por semana. Para substituir, aves e peixes são opções mais saudáveis”, alerta.
9• Não substitua alimentos por suplementos vitamínicos e minerais. doses desbalanceadas de vitaminas e minerais, que podem inclusive competir entre si, mesmo quando em doses adequadas.”Os alimentos são as principais fontes dos das substâncias protetoras do organismo”.
10• Dietas vegetarianas e veganas podem ser benéficas na prevenção em comparação com a dieta onívora. “A dieta mediterrânea é um ótimo exemplo de alimentação saudável, com variedade de frutas, vegetais, cereais e peixes”.
Saúde
Prefeitura de São Paulo realiza Dia D de Prevenção e Combate à Dengue
A prefeitura de São Paulo promove neste sábado (23) o Dia D de Combate à Dengue e demais Arboviroses, como parte da campanha de Mobilização de Prevenção e Combate à Dengue: Não Deixe a Dengue Entrar!. A campanha começou no último dia 11 e prossegue até o dia 29. As atividades começaram às 8h e vão até às 17h, em todas as 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade e em seis pontos estratégicos, distribuídos nas regiões centro, norte, sul, leste, oeste e sudeste.
“A busca engaja crianças e adolescentes como multiplicadores de conhecimento. Nas escolas, alunos estão sendo incentivados a criarem materiais como cartazes, apresentações e jogos educativos com o apoio de professores e grêmios estudantis. Essa abordagem reforça a cultura de saúde e cidadania, essencial para a prevenção a longo prazo”, diz a prefeitura.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), todas as UBSs da cidade estarão abertas para vacinação contra a dengue para o público elegível, ou seja, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que residem ou estudam na cidade de São Paulo. Além disso, serão realizadas ações educativas internas e externas, com orientações sobre a eliminação de criadouros, sinais e sintomas da dengue, e importância da busca por atendimento médico.
Também ao longo do dia os CEUs e escolas municipais estarão abertos para a participação de oficinas, rodas de conversa, apresentações educativas sobre o ciclo do mosquito e formas de prevenção, além de atividades interativas que envolvem estudantes e comunidades locais. As unidades abertas são CEU Três Pontes (zona Leste); CEU Jaguaré (zona Oeste); CEU Heliópolis – Profª Arlete Persoli (zona Sudeste); CEU Alvarenga (zona Sul); CEU Parque Novo Mundo (zona Norte); e EMEF Celso Leite Ribeiro Filho (Centro).
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
Saúde
DF promove dia de combate à dengue para eliminar focos do Aedes aegypt
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) convocou, neste sábado (23) a população a participar do Dia de Combate à Dengue e realizar ações de combate ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.
O objetivo é eliminar água parada, onde o inseto pode depositar ovos. Entre os criadouros estão potes, vasos de plantas, pneus, garrafas PET, calhas das residências e até mesmo recipientes pequenos, como tampinhas de garrafas.
Por isso, a pasta pede à comunidade que mantenha caixas-d’água, tonéis e barris bem tampados, coloque areia nos pratos de vasos de planta, amarre bem os sacos de lixo e não acumulem entulhos e sucatas como forma de evitar a reprodução do Aedes aegypti.
Em publicação em rede social, o subsecretário de Vigilância à Saúde da SES-DF, Fabiano dos Anjos, reforça a importância da participação de cada um no combate ao vetor. “Participe desta campanha de mobilização nacional fazendo a sua parte. Limpe o seu quintal e elimine qualquer criadouro do mosquito no seu ambiente. A prevenção é um esforço conjunto”.
Vacina
O subsecretário lembra, ainda, que a vacina contra a dengue está disponível para a imunização de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), antes conhecidas como centros de saúde ou postos de saúde.
A lista dos locais de vacinação abertos e horário de funcionamento neste sábado, no Distrito Federal, está disponível no site da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Em 2024, o Ministério da Saúde tem a campanha de esclarecimentos “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”, que incentiva a população a dedicar pouco tempo por semana para eliminar possíveis criadouros do mosquito e a receber os agentes comunitários de saúde para prevenir os focos do mosquito.
Os principais sintomas da dengue são febre alta, dores musculares e articulares, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça ou atrás dos olhos.
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
Saúde
Câncer infantil muda rotina de pais e crianças em busca da cura
Flora, de 9 anos, garante que é tagarela somente fora da escola. A menina tem muito o que falar. Na escola, fica quietinha porque gosta de matemática e até acha fácil. Adora as aulas de português, de redação e também de inglês. As palavras se misturam ao olhar doce e sorridente. Em casa, devora os gibis da turma da Mônica. Diverte-se também em contar as suas histórias, das amigas da escola, das viagens que fez para o Nordeste e dos filmes e desenhos que assiste na TV. A tagarela também sabe que está em um longo tratamento para cuidar de um “dodói”, como os pais explicam.
A mãe, Cris Pereira, e o pai, Guto Martins, ambos músicos de Brasília e pais também da jovem Poema, de 15 anos, aprenderam que é necessário falar e dar visibilidade a esse dodói. “É fundamental falar sobre o câncer infantil”, diz a mãe, sambista. Além disso, fazem questão de divulgar que os sistemas públicos de saúde, desde o diagnóstico, e de educação têm sido fundamentais na luta por Flora.
Primeiros sinais
Cris solta a voz porque sabe que pode ajudar outras pessoas a prestarem atenção em sinais que podem fazer toda a diferença no tratamento. “Não pode haver tabu”, diz Guto. Cris recorda que o primeiro sinal em Flora foi aos seis meses, um pequeno estrabismo do olho esquerdo. Eram os primeiros sinais do astrocitoma pilocítico, um tumor na cabeça que, no caso de Flora, pressiona a parte anterior ao olho.
Depois da menina apresentar outros momentos de indisposição, e de tentarem encontrar o que estava ocorrendo, um ano depois, o casal recebeu a notícia que ninguém queria receber. O dia era 3 de outubro de 2016, uma sexta-feira, quando pediram que fosse feito um exame mais detalhado em função do olhinho estar um pouco mais saltado. O casal, quando se viu rodeado por diferentes profissionais, sabia que algo havia sido descoberto.
“Foi como se a gente tivesse passado por um portal e que nunca nada seria como antes”, recorda a mãe. O tumor na cabeça da criança já tinha seis centímetros. Três dias depois a criança passou pela primeira cirurgia.
Um mundo de pensamentos surgiu. Mas, inicialmente, descobriram que era necessário se resignar e lutar. “Foi muito importante não nos sentirmos sozinhos. Eu conto essa história que foi vivida em 72 horas em que tudo mudou”. Inclusive o olhar deles para outras pessoas. Ao observar a vida hospitalar, conheceram histórias de pessoas em situações ainda mais delicadas.
Vivendo depois do “portal”
A primeira cirurgia seria apenas o começo de uma jornada intensa que está no caminho de completar uma década. Em novembro daquele ano começaram as sessões de quimioterapia. Os ciclos foram acompanhados, inicialmente, com muita surpresa para os pais. A rotina fez com que eles parassem de contabilizar quando chegou ao número 120. “Entendemos que os protocolos são para fragilizar o tumor a ponto que essas células parem de se produzir”.
Cris e Guto aprenderam a viver a rotina de cuidados da filha Flora. A menina trata um astrocitoma pilocítico desde os primeiros anos de vida. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O casal, no caminho, decidiu que era necessário divulgar o que ocorria na família. Até uma página no Instagram (@mamaetocomcancer) foi criada. No canal, dividem experiências com outras famílias, falam das pequenas vitórias de todos os dias ou compartilham os desafios que aparecem.
Ao longo desse processo, não foi raro para o casal ver mães abandonadas com seus filhos doentes. Mulheres que, literalmente, vivem em hospitais. Guto vê menos homens acompanhando os seus filhos em tratamento. “Acho muito triste isso. A gente sempre se revezou muito. Há mulheres cuidando de crianças sem nenhuma rede de apoio, são pessoas em vulnerabilidade real sem dinheiro para fazer um lanche”.
Os dias são diferentes uns dos outros, mas acostumaram-se que é necessário viver com pragmatismo e intensidade cada momento. Atualmente, por causa da agressividade do tumor, Flora passa por um tratamento chamado de “terapia-alvo”, feito através de mapeamento genético. Medicamentos custam caro. São necessárias duas caixas por mês (cada uma custa cerca de R$ 6 mil). Atualmente, a família tem sido atendida por decisão judicial que garante o pagamento por parte do plano de saúde.
Diagnóstico precoce
Segundo o neurocirurgião pediátrico Márcio Marcelino, do Hospital da Criança de Brasília – que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – é muito importante a iniciativa de trazer visibilidade e falar sobre o câncer infantil. Principalmente porque as primeiras manifestações podem passar despercebidas e não se pode fugir dessa possibilidade.
“Essa família ficou frequentando emergências e emergências de diversos hospitais. Não é só no Brasil. A gente tem documentado inúmeras iniciativas fora do país de conscientização e de alerta dos serviços de saúde para isso”, afirma o especialista.
Ele explica que o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença. O motivo é simples: quando se encontra uma lesão nas fases iniciais, há três benefícios para a criança. “O primeiro é que o tumor tem uma dimensão menor”. Isso facilita o procedimento cirúrgico, se for o caso. O segundo benefício é que diminui a possibilidade de encontrar uma doença já com disseminação. O terceiro motivo é que evita situações em que a criança passe meses mais debilitada. Isso não quer dizer, conforme destaca, que não exista tratamento se houver diagnóstico tardio.
O especialista explica que o avanço da ciência é fantástico no que diz respeito ao tratamento do câncer. “Nós estamos conseguindo diferenciar dentro de um mesmo tipo de tumor os vários subtipos. E com esses subtipos geneticamente determinados desses tumores, a gente está conseguindo definir melhor quais são os prognósticos e qual o melhor tratamento”, argumenta.
Esse avanço da ciência tem se mostrado revolucionário, segundo Márcio Marcelino. O diagnóstico precoce é o início da caminhada. “Pode ser um baque para a família. Mas é importante que eles saibam que nunca estão sozinhos”. No caso de Flora, o médico já foi responsável por quatro cirurgias. “Estamos na luta. A última cirurgia foi o que ajudou muito na lesão dela”.
Nesse caminho de Flora, a mãe ensina a ser intensa em todas as horas. Os dias de internação até serviram de inspiração para compor um hino de levante feminista. Entre os versos está: “resistência em mim se acendeu”. Mas a menina também ensina, mesmo com o dodói e tão criança, que é necessário tagarelar, sorrir e lutar a cada dia.
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
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