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Observatório vai monitorar violência contra jornalistas

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© Lula Marques/ Agência Brasil

O jornalismo ganhou uma ferramenta que, caso atinja seus objetivos, resultará em garantias para o bom exercício da profissão, em especial nas situações de violência contra aqueles que cumprem seu papel de informar.

Além de monitorar e criar um banco de dados de ocorrências desse tipo, o Observatório da Violência Contra Jornalistas servirá também de canal de diálogo entre profissionais da área e o Estado, visando, inclusive, a elaboração de políticas públicas específicas e apoio a investigações.

As diretrizes, composição, organização e funcionamento do observatório estão previstas na Portaria nº 116/2025, publicada esta semana pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, no Diário Oficial da União.

De acordo com a Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), órgão do MJ ao qual o observatório está vinculado, ele terá, entre seus objetivos, monitorar ocorrências, sugerir políticas públicas, apoiar investigações e criar um banco de dados com indicadores sobre os casos.

O observatório será composto por representantes de diversas secretarias da pasta, bem como por 15 membros da sociedade civil com atuação comprovada na defesa da liberdade de imprensa e no combate à violência contra comunicadores.

Fenaj

Entre as entidades que participaram dos debates visando sua criação está a Federação Nacional dos Jornalistas ( Fenaj). Segundo a presidente da entidade, Samira de Castro, a exemplo do Conselho Federal de Jornalistas, essa é também uma demanda antiga da categoria.

“Desde o primeiro momento, o observatório era demanda da sociedade civil ligada ao campo do jornalismo. A situação se agravou muito durante os quatro anos do governo Bolsonaro, culminando nos atos de 8 de janeiro. Foi quando levamos uma proposta inicial ao então ministro da Justiça Flávio Dino”, explica a presidente da Fenaj.

Segundo Samira de Castro, durante a gestão à frente do MJ, Flávio Dino deu início à estruturação do observatório. “No entanto, com a sua saída para o STF [Supremo Tribunal Federal], tivemos de partir as discussões praticamente do zero com a nova equipe ministerial”.

Entre as contribuições iniciais feitas pela sociedade civil, estão a elaboração do regimento interno do observatório e a composição de seu conselho.

Olhar do Estado

“A criação do observatório representa um olhar do Estado brasileiro sobre a garantia do direito humano que é o de acesso à informação. Nunca houve um mecanismo desse tipo, com olhar voltado especificamente não apenas para jornalistas, mas para comunicadores e pessoas que garantem direito de acesso à informação a suas comunidades”, explicou Samira à Agência Brasil.

A entrada do Estado nessa causa, segundo a jornalista, é um fato muito importante, inclusive para lidar com questões burocráticas da profissão, quando se torna necessário o enfrentamento à violência praticada contra jornalistas.

“Diversas entidades ligadas ao jornalismo, inclusive o Repórteres sem Fronteiras e a própria Fenaj, fazem acompanhamentos sobre a violência que é praticada contra jornalistas. Nossos relatórios, no entanto, não têm papel nem peso do Estado. Essa construção com a sociedade civil é um grande diferencial”.

Políticas públicas

Ela ressalta a possibilidade de, a partir das denúncias levadas ao observatório, se construir políticas públicas voltadas especificamente aos jornalistas, de forma a garantir que exerçam, da melhor forma, a profissão em suas especificidades.

Para Samira, é também importante para a proteção dos chamados comunicadores populares, que atuam em áreas não diretamente ligadas a direitos humanos, mas que também sofrem ameaças. “É o caso, por exemplo, de repórteres que cobrem políticas locais no interior do país. Antes, essa proteção estava restrita àqueles que trabalhavam diretamente na área de direitos humanos”.

De acordo com a dirigente da Fenaj, os grupos formados no âmbito do observatório ficarão atentos também “à confusão causada por influenciadores e os pseudojornalistas”, referindo-se a pessoas que, sem estudo adequado e sem diploma em jornalismo, reivindicam, para si, a profissão.

“Isso se intensificou após o STF considerar desnecessária a formação acadêmica em jornalismo. A Fenaj sempre defendeu a profissionalização, claro que dando atenção também aos comunicadores populares, quando produzem material próximo ao jornalismo, ajudando sua comunidade a ter acesso a informações relevantes”, acrescentou.

Para a Fenaj, a retirada da obrigatoriedade de diploma acadêmico para o exercício da profissão tem influência direta na banalização de uma atividade profissional necessária e estratégica para a sociedade.

Ela lembra que o próprio presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, tem declarado que o Brasil nunca precisou tanto de uma imprensa qualificada, e que essa constatação veio após o próprio STF ter retirado o critério mínimo para o exercício da profissão.

“Precisamos retomar essa discussão urgentemente, em meio a tantos perfis de redes sociais que se autointitulam jornalistas, emitindo a todo momento todo tipo de opiniões desqualificadas”, argumentou.

A presidente da Fenaj explica que, para atuarem no gênero opinativo, os jornalistas precisam estar minimamente embasados, ouvindo especialistas, não podendo se guiar pelo senso comum nem pelos achismos.

“Outros atores não se atêm nem mesmo à realidade do fato para emitir opinião. Opinam sem embasamento sobre questões que são importantes para a sociedade. Vidas podem ser colocadas em risco também por conta disso. Sem falar nas práticas criminosas cometidas por eles, quando pregam intolerância religiosa, racismo, LGBTfobia”, disse.

Fato jurídico

Diante desse cenário, a Fenaj tem buscado se aproximar dos ministros do STF, a fim de viabilizar um reposicionamento sobre a questão do diploma. “Na época em que a suprema corte tomou a decisão, não havia plataformas de redes sociais com tamanho alcance e influência. Esse é um fato novo que, por si, justifica a retomada e a revisão do julgamento”, argumentou.

“Vivemos atualmente um cenário extremamente contaminado onde praticam o que chamo de pseudojornalismo. O observatório terá critérios objetivos de atuação em relação a esse tipo de situação também, mas com base em referências da academia, que também vai compor grupos de trabalho do observatório”, acrescentou a dirigente referindo-se aos integrantes do observatório, que terá, em sua composição, conselheiros públicos, sociedade civil e por representantes de ministérios como Justiça, Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres.

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Dança, Superação e Inclusão: O Entre Rodas Ganha Palco Nacional

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Divulgação

O Entre Rodas vem se consolidando como um dos principais movimentos de inclusão e transformação social para crianças e adolescentes com deficiência no Brasil. E agora, em 2025, uma nova etapa dessa história começa a ser escrita com a aprovação do projeto pela Lei Rouanet — um marco possível graças ao suporte estratégico da Blume Infinity Pro, sob a liderança da especialista Gabriela Blume.

 

Embora o Instituto Entre Rodas e Batom tenha sido formalizado em 02 de dezembro de 2013, a história de sua fundadora, Eliane Aparecida Lemos Ozores, com a inclusão de pessoas com deficiência já tem mais de três décadas. Psicóloga formada pela Universidade do Grande ABC, mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pelo Mackenzie e doutoranda em Direitos Humanos pela Bircham University, Eliane também é especialista no atendimento da pessoa com deficiência pela USP.


Desde 1992, ela atua no movimento de inclusão, começando como psicóloga do esporte para atletas cegos e, depois, com o basquete em cadeira de rodas. Em 2001, criou, em parceria com um técnico de basquete, a primeira equipe infantil de basquete em cadeira de rodas da América Latina. “Fui compreendendo não só os desafios das pessoas com deficiência, mas principalmente das mães, que se desdobram para garantir o mínimo de qualidade de vida para seus filhos”, relata.


O Nascer do Dança Entre Rodas

O Instituto já promovia projetos como Mulheres que Tecem, Filhas de Gaia e Inclusive Você, mas algo ainda inquietava Eliane. A inspiração veio ao perceber a necessidade de incluir a filha de uma voluntária com paralisia cerebral. “Queria ver o corpo daquela menina se mover de uma forma diferente. Foi quando a dança apareceu como resposta”, conta.


Assim nasceu, em julho de 2019, o Dança Entre Rodas. Mais do que um projeto de dança, tornou-se um espaço onde crianças e adolescentes com e sem deficiência compartilham o palco e o movimento, respeitando seus próprios ritmos e limites. O lema do projeto ecoa as palavras de Verna Myers: “Diversidade é ser convidado para a festa, inclusão é ser convidado para dançar.”


Gabriela Blume e Blume Infinity Pro: A Condução Precisa Para a Aprovação na Lei Rouanet

A aprovação pela Lei Rouanet marca um novo capítulo para o Instituto. “Até pouco tempo, eu acreditava que uma organização pequena como a nossa jamais teria chances. A Gabriela Blume me provou o contrário”, revela Eliane.

 

Sob a liderança de Gabriela, a Blume Infinity Pro conduziu todo o processo de aprovação do projeto na Lei Rouanet com precisão técnica e estratégica. Desde a preparação da proposta até o atendimento às exigências legais, Gabriela garantiu segurança e confiança em cada etapa do caminho. “Agora não estamos mais nadando sozinhas num mar de tubarões. Temos uma equipe experiente ao nosso lado. Gabriela trouxe visão estratégica, organização e um caminho claro para que o projeto fosse aprovado”, completa.

 

O Dança Entre Rodas vai muito além das coreografias. O projeto transforma a vida de famílias inteiras. Para muitas mães, ver os filhos se movimentando, mesmo que seja apenas com um gesto simples, é algo que não tem preço. “É um momento de felicidade pura. Não importa a perfeição do movimento; o que importa é o significado para quem o vive”, afirma Eliane.


Inscrições Abertas e Novos Sonhos

Com inscrições abertas, o Dança Entre Rodas convida crianças e adolescentes com e sem deficiência a se juntarem a esse movimento de inclusão. O objetivo é romper barreiras e construir uma sociedade mais justa e diversa.

 

Com a aprovação na Lei Rouanet e a parceria com a Blume Infinity Pro, o Entre Rodas está pronto para alcançar ainda mais vidas, mostrando que a dança pode ser a ponte para a inclusão verdadeira.

 

Site: entrerodas.org

Telefone: (11) 98300 -5909

contato@entrerodas.org

Instagram: @entrerodas

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Criadora de conteúdo grava com ator após polêmica com DIU de Andressa Urach e exige cláusula de segurança íntima

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“Não é sobre polêmica, é sobre cuidado”, explicou Débora Peixoto

Após a repercussão do caso envolvendo Máximo Garcia, 31 anos e Andressa Urach — que revelou ter perdido o DIU durante a gravação de uma cena com o ator —, a criadora de conteúdo Débora Peixoto, de 32 anos, aceitou gravar com ele, mas fez questão de estabelecer limites claros antes do início das filmagens. Segundo ela, foi necessário criar uma cláusula de segurança íntima, que garantisse não apenas seu bem-estar físico, mas também profissional.
“Quando recebi o convite para gravar com o Máximo, a primeira coisa que pensei foi: ‘ok, mas eu preciso me proteger’. Todo mundo viu o que aconteceu com a Andressa, e não é sobre polêmica, é sobre cuidado”, explicou Débora. “Eu pedi que algumas condições fossem colocadas no contrato. Coisas simples, como não aplicar força excessiva em determinadas posições e garantir que tudo fosse previamente combinado. Meu corpo é meu instrumento de trabalho, mas também é meu corpo. Não dá pra tratar isso com descuido.”
A influenciadora também comentou que buscou orientação médica antes da gravação e decidiu não usar nenhum método contraceptivo interno durante o período, como forma de prevenção. “Não quis correr riscos desnecessários. Combinei com a equipe que, se algo saísse do combinado, a gravação seria interrompida na hora. E eles respeitaram isso desde o início.”
Apesar da tensão inicial causada pela polêmica anterior, Débora afirmou que a gravação correu de forma leve e profissional. “Foi tranquilo, tudo dentro do que conversamos. Me senti respeitada, segura, e acho que esse é o mínimo em qualquer set — especialmente no universo adulto, onde o limite do corpo é o ponto central da entrega.”
A cena, gravada em São Paulo, deve ser lançada ainda nesta semana nas principais plataformas de conteúdo adulto. A expectativa é alta, não apenas por ser a primeira parceria entre Débora Peixoto e Máximo Garcia, mas também pelo contexto que cerca o lançamento. Com posicionamento firme e foco na responsabilidade, Débora mostra que, no universo do entretenimento adulto, profissionalismo e autocuidado devem caminhar juntos.

 

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Defesa Civil envia alerta severo de chuva para a capital paulista

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© Paulo Pinto/Agência Brasil

Um alerta severo para chuvas fortes foi enviado às 15h30 deste domingo (23) para as regiões sul e oeste da capital paulista. Neste momento, toda a cidade de São Paulo está em estado de atenção para alagamentos, no segundo nível de uma escala que varia entre observação, atenção, iminência de transbordamento e alerta. 

O estado de atenção teve início às 14h50 de hoje e ainda permanece em operação.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da cidade, as chuvas são resultado da propagação de áreas de instabilidade, que atingem diversos municípios da região metropolitana. Chove forte também em Várzea Paulista, Jarinu, Campo Limpo Paulista, Francisco Morato, Franco da Rocha, Caieiras e Mairiporã.

Em todo o mês de março, informa o CGE, o acumulado de chuva atingiu cerca de 63,8 milímetros, o que equivale a 36% dos 177,1 mm esperados para o mês.

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