Bahia
Operação especial de feriado no Sistema Ferry-Boat vai de 1º a 7 de novembro

ITS anuncia viagens extras para o período e expectativa de aumento de 5% no fluxo de passageiros, comparado ao mesmo feriado ano passado.
Para atender a demanda do Sistema Ferry-Boat no feriado de Finados, a administradora do serviço, Internacional Travessias Salvador (ITS), montou esquema especial que vai de 1º a 7 de novembro com a realização de viagens extras. O funcionamento regular é das 5h às 23h30 de segunda a sábado; e das 6h às 23h30 nos domingos e feriados, com saídas de hora em hora. Os horários extras ocorrem de acordo com a demanda e com a disponibilidade dos barcos.
Para o período, estão previstas cinco embarcações para as travessias entre os terminais São Joaquim e Bom Despacho: Zumbi dos Palmares, Dorival Caimmy, Ivete Sangalo, Maria Bethânia e Pinheiro. A empresa espera um aumento de 5% na demanda, comparado ao movimento registrado neste mesmo feriado no ano anterior, quando transitaram pelos dois terminais aproximadamente 83.380 pessoas e 12.339 veículos.
A operação especial terá reforço de equipes para todos os setores, com pessoal extra de plantão nos turnos.
Acompanhe o fluxo nos terminais
A movimentação nos dois terminais, São Joaquim ou Bom Despacho, pode ser acompanhada através do canal Filômetro: internacionaltravessias.com.br/filometro, por meio do qual é possível consultar o melhor momento para se dirigir até estes locais, contribuindo para um menor tempo de espera na fila. Painéis digitais dispostos nos terminais informam a capacidade de atendimento do ferry, horário de saída e tempo médio de espera. Os passageiros poderão acessar a internet nestes espaços através do serviço Wi-Fi gratuito. Basta habilitar o wi-fi no celular, clicar na rede WIFI-FERRY, fazer o cadastro e conectar.
Veículos pesados
Permanecem suspensas as travessias de veículos pesados, conforme orientação da agência reguladora. No sentido terminal São Joaquim para Bom Despacho, a suspensão de embarque de caminhões é das 5h da quarta-feira, véspera do feriado, até as 15h do dia seguinte. No sentido contrário, a suspensão é válida das 5h de domingo até as 15h de segunda-feira. Veículos pesados transportando alimentos e também pacientes em tratamento médico fora do domicílio, poderão embarcar normalmente no período de restrição.
Agendamento
O sistema Ferry-Boat conta com opção de agendamento para veículos de passeio por meio do serviço Hora Marcada. A disponibilidade de vagas por data e horário, além da aquisição das passagens, são verificados através do site internacionaltravessias.com.br. Outra opção é o SAC Digital (sacdigital.ba.gov.br). Diferente do serviço de Hora Marcada, nesta modalidade de agendamento não é necessário efetuar o pagamento antecipado e não há taxa de serviço. Para ambos os casos, como se trata de período de grande fluxo nas imediações do local, é importante prever a chegada nos terminais com antecedência.
Ferrycard
O serviço de recarga do cartão Ferrycard estará disponível em guichê específico. Para o caso de troca ou entrega de cartões, o horário de funcionamento deste setor é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h, e das 13h30h às 17h, e não funciona aos sábados, domingos e feriados.
Apoio
A operação especial deste feriado nacional conta com o apoio da Polícia Militar, Polícia Rodoviária, Transalvador, Secretaria Municipal de Transporte de Itaparica, equipe da Salvar do Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Juizado de Menores.
Bahia
Cineclube Augusto Omolu exibe ‘Eleonora’, filme que aborda amor e etarismo no interior do Pantanal

Nesta terça-feira, 23 de setembro, às 9h da manhã, a Casa Augusto Omolu realiza mais uma exibição da segunda edição do Cineclube Augusto Omolu – Um Olhar para a Longevidade, com o curta-metragem “Eleonora”, da cineasta Lígia Tristão Prieto. A sessão é gratuita, com acessibilidade e será seguida de um bate-papo com os professores da ONG.
Produzido pelo Grupo Casa e filmado em Aquidauana (MS), o filme traz à tona reflexões delicadas e urgentes sobre amor, envelhecimento, preconceito e liberdade no contexto rural. Com 18 minutos de duração, a obra foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo e é classificada como livre.
Sinopse
No interior do Pantanal, Eleonora, uma mulher com mais de 60 anos, enfrenta o preconceito da sociedade local por viver sozinha e amar livremente. Entre o adeus a um amor do passado e a descoberta de um novo afeto com um homem mais jovem, a personagem ressignifica sua própria existência.
O curta propõe um mergulho na delicadeza do tempo, na força da autonomia feminina e na luta contra o etarismo, preconceito ainda invisibilizado, mas recorrente, sobretudo entre mulheres maduras.
Sobre a produção
Rodado em apenas quatro dias em locações como o Haras Campos Freire, as Furnas dos Baianos e a região de Piraputanga, o filme é um marco da produção independente do Centro-Oeste, reunindo uma equipe majoritariamente formada por mulheres e pessoas negras. A protagonista, Ana Lúcia Serrou, de 65 anos, estreia no cinema com uma performance emocionante e pessoal, que dialoga diretamente com sua vivência.
A sessão faz parte da programação do Cineclube Augusto Omolu, que desde 2023 vem promovendo acesso ao audiovisual, memória e debates sobre temas urgentes a partir do olhar das comunidades negras e periféricas de Salvador. Este ano a temática é a Longevidade e tratar das relações amorosas na terceira idade é premente para visibilizar aspectos vitais da existência que seguem sendo silenciados pelo etarismo, como o desejo, o afeto, o direito ao recomeço e à autonomia emocional das pessoas idosas.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.
Serviço:
Data: Terça-feira, 23 de setembro de 2025
Horário: 9h
Local: Casa Augusto Omolu – Baixa de Quintas, Salvador/BA
Filme: Eleonora
Entrada gratuita
Bate-papo com professores da Casa após a sessão
Mais informações: @cineclubeaugusto.omolu
Bahia
Preta Gil será homenageada pelo Grupo Gay da Bahia com prêmio In memoriam

A cantora, atriz e apresentadora Preta Gil ganhará uma homenagem emocionante, concedida in memoriam, na 13ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+, no dia 5 de setembro, às 16h, no Terraço do Arquivo Público Municipal, em Salvador. Entre os 30 agraciados desta edição, o reconhecimento à artista marca a sua contribuição para a música e a cultura brasileira, além de destacar sua trajetória em defesa dos direitos humanos e da diversidade.
Preta Gil sempre fez da sua voz uma trincheira contra o preconceito e a discriminação. Em 2006, foi madrinha da Parada do Orgulho LGBT+ da Bahia, e desde então se consolidou como uma aliada firme da comunidade. Sua postura pública, destemida e acolhedora, transformou-se em inspiração para milhares de pessoas que encontraram em sua arte e em suas palavras um espaço de reconhecimento e pertencimento.
Filha do cantor e compositor Gilberto Gil, Preta construiu sua carreira com autenticidade e irreverência, transitando entre a música, a televisão e o ativismo. Ao longo dos anos, consolidou-se como símbolo de representatividade ao abordar sem tabus temas relacionados a identidade, liberdade e diversidade. Sua obra e sua presença no cenário cultural brasileiro seguem como legado vivo, que continua a ecoar mesmo após sua partida. Marília Gil, filha de Gilberto Gil e irmã de Preta, representará a homenageada.
A 13ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+ reforça, assim, a missão do Grupo Gay da Bahia de unir história e futuro: lembrar as lutas que abriram caminhos e celebrar novos protagonistas que continuam a construir um Brasil mais justo, plural e inclusivo. A Semana da Diversidade Cultural LGBT+ de Salvador conta com patrocínio do Governo da Bahia, Prefeitura de Salvador, Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e InterPride.
Serviço
13º Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+
Data: 5 de setembro
Horário: 16h
Local: Terraço do Arquivo Público Municipal (Rua Portugal, nº 5, Comércio)
Gratuito
Bahia
Fé em Xeque: Brasil e EUA na Encruzilhada da Liberdade Religiosa

Zizi Martins é ativista da liberdade religiosa, destaca as problemáticas e desafios da liberdade religiosa no Brasil e nos Estados Unidos..
A liberdade religiosa é um direito natural positivado como fundamental nas constituições do Brasil e dos Estados Unidos há séculos. Porém, nos dias atuais, os cristãos enfrentam desafios significativos para manifestar sua fé, sendo alvo de ações e interpretações estatais que, em alguns casos, revelam um viés anticristão.
Segundo o Censo 2022 do IBGE, o Brasil é majoritariamente cristão, com 56,7% se declarando católicos e 26,9% evangélicos, forma significativa de representação política e cultural. Nos EUA, os cristãos, sobretudo evangélicos, também são maioria com ampla influência política.
Embora muito se fale em perseguição, ela não é apenas percepção, mas pode ser avaliada por meio de ações específicas do Estado que afetam a presença cristã.No Brasil, há registros de proibições de manifestações religiosas em escolas sob a justificativa de laicidade, enquanto outras expressões culturais e religiosas continuam permitidas, evidenciando um padrão de discriminação institucional. Também existem denúncias sobre o uso de recursos públicos para apoiar ONGs que promovem pautas contrárias aos valores cristãos, como no combate à “ideologia de gênero”. O Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional legislação estadual que obrigava a presença de exemplares da Bíblia em escolas públicas e bibliotecas – decisão que simboliza a retirada da presença obrigatória da fé cristã em espaços públicos, embora a Bíblia possa continuar presente de forma não mandatória.
Nos Estados Unidos, vários casos judiciais demonstram restrições ao exercício da fé cristã, como a proibição de orações oficiais em espaços públicos e a remoção judicial de símbolos religiosos cristãos, como presépios e cruzes, mesmo em locais com tradição histórica cristã. Litígios contra igrejas que recusaram prestação de certos serviços contrários às suas crenças também marcam o cenário.
Enquanto os EUA mantêm uma democracia representativa consolidada, em que o marco legal da liberdade religiosa é respeitado e menos vulnerável à interferência judicial excessiva, o Brasil enfrenta uma maior judicialização da política, com decisões que impõem restrições sem o aval do parlamento, caracterizando uma “juristocracia” que dificulta a plena expressão democrática e a segurança jurídica.
Esse fenômeno no Brasil está diretamente relacionado ao neoconstitucionalismo, corrente jurídica que atribui à Constituição um papel central e vinculativo absoluto, conferindo aos tribunais um papel ativo na interpretação dos direitos fundamentais, muitas vezes de forma dinâmica e flexível para atualizar o direito segundo novos valores sociais. O neoconstitucionalismo enfatiza a aplicação de princípios constitucionais como normas jurídicas concretas, promove a ponderação entre direitos e a abertura da interpretação à moral e à justiça social, o que amplia o alcance e a influência do Judiciário sobre as políticas públicas. Essa abordagem fortalece a judicialização da política e pode restringir decisões tomadas pela democracia representativa formalmente constituída.
Nos Estados Unidos, em contraste, a Suprema Corte (Supreme Court of the United States) é majoritariamente composta por juízes que adotam o originalismo constitucional, defendendo a interpretação da Constituição conforme o entendimento dos fundadores no período da promulgação. Esse método busca limitar a intervenção judicial e respeitar o papel do Legislativo, mantendo uma postura mais restrita sobre mudanças políticas e sociais via decisões judiciais. Embora haja reconhecimento que nenhuma interpretação é inteiramente desvinculada do contexto social, o originalismo atua para impedir a expansão desmedida da jurisdição e preservar o equilíbrio entre poderes.
É crucial preservar a democracia representativa porque ela é o meio legítimo para a maioria fortalecer e proteger o marco legal que assegura a liberdade de crença e culto. Relativizar essa democracia implica transferir decisões cruciais para tribunais, agências e instituições acadêmicas desprovidas da legitimidade popular, como ocorre no Brasil. Diferentemente, nos EUA, o sistema é mais equilibrado, mantendo a soberania popular e o respeito aos processos legislativos.
Esses exemplos reforçam que a liberdade religiosa dos cristãos está no centro de tensões políticas e jurídicas tanto no Brasil quanto nos EUA, com sua proteção dependendo do delicado equilíbrio entre democracia representativa e a atuação judiciária contida pelos limites constitucionais e, por isso histórica e socialmente responsável.
Zizi Martins é ativista da liberdade, atuando como vice-presidente do Conselho Administrativo da ANED, membro do IBDR, diretora e membro fundadora da Lexum. Advogada, Procuradora do Estado da Bahia, Especialista em Direito Administrativo (UFBA), Especialista em Direito Religioso (Unievangélica), Mestre em Direito (UFPE), Doutora em Educação (UFBA), Pós-Doutora em Política, Comportamento e Mídia (PUC/SP). Atua também como consultora e pesquisadora em liderança e gestão pública, além de comentarista política.*
Instagram: @zizimartinsoficial | Facebook: Zizi Martins | LinkedIn: Alzemeri Martins | X: @zizimartinss