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Cultura

São João (ainda) não é para todos: festas populares enfrentam desafio para inclusão

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Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Esforços para que qualquer pessoa possa se divertir em eventos como festas juninas existem, porém, são incipientes, principalmente para inclusão da diversidade funcional e neurodiversos

Festa popular é o que não falta no Brasil. Algumas têm fama regional e outras são conhecidas nacionalmente. No mês de junho, porém, se sobressaem as festas juninas. Destaque para os eventos da região Nordeste como o de Campina Grande, na Paraíba, conhecido como “O maior São João do mundo”, e o de Caruaru, em Pernambuco, famoso por ser “Capital do Forró”. Mas será que esses eventos – grandes, médios ou pequenos – são organizados com vistas à acessibilidade? Valmir de Souza, CEO da Biomob, startup especializada em soluções de acessibilidade e consultoria para projetos sociais, avalia que algumas iniciativas ocorrem e são positivas. Porém, falta muito para que haja equidade nesses ambientes.

“Essas festas são importantes não só para a economia local e o turismo, mas também para valorizar nossas tradições. E eu vejo como uma importante oportunidade para a sociedade refletir se realmente estamos garantindo o acesso de todas as pessoas a esses espaços de diversão. Digo isso porque falar de acessibilidade vai muito além de implantar estruturas físicas. É claro que rampas, banheiros adaptados e sinalização adequada são fundamentais, isso é parte da acessibilidade arquitetônica, que ainda precisa avançar bastante em muitos eventos populares. Mas também é necessário olhar para outras esferas da inclusão”, questiona.

Souza traz como exemplo um evento famoso de Rock, que não está ligado à cultura popular brasileira, mas que pode servir de modelo para as demais festas em território nacional. O espetáculo de nível internacional, além de rampas para cadeirantes, oferecia nos restaurantes e quiosques balcões com altura adequada para pessoas com deficiência, pisos táteis e sinalização em Braille, serviço de audiodescrição dos shows para pessoas com deficiência visual, intérpretes de Libras, plataformas que permitem que pessoas com deficiência auditiva sintam a vibração da música, entre outras iniciativas que realmente fazem a diferença. Mesmo assim, ainda não permite uma acessibilidade ampla e irrestrita.

Quanto às festas juninas, o executivo da Biomob avalia que, com base nas que ele já visitou, ainda falta muito a ser feito, embora, haja algumas iniciativas louváveis. Porém, falta um planejamento profissional. Ele dá como exemplo os banheiros químicos um item importantíssimo, mas que na maioria das vezes é difícil de ser usado até por quem não é pessoa com deficiência. Um cadeirante, então, não consegue nem entrar. Mas não só os químicos são problemáticos. Banheiros comuns costumeiramente não oferecem nem um gancho ou prateleira para que os usuários (principalmente mulheres) possam apoiar ou pendurar uma pasta ou uma bolsa. Sem contar as questões de higiene. Pegar uma infecção urinária em lugares como esses é fácil.

“Dá para imaginar o quanto sofrem aquelas pessoas com problemas de mobilidade em recintos assim. É preciso que os organizadores contratem empresas e profissionais especializados em acessibilidade, que conheçam as necessidades dos diversos grupos, as soluções existentes e toda a legislação sobre o tema”.

Ele lembra que a acessibilidade não se limita a pessoas com mobilidade reduzida. Falta, por exemplo, acessibilidade comunicacional, que se traduz em garantir que todas as pessoas compreendam e acessem as informações do evento, com uma linguagem simples, neutra e inclusiva. Cardápios com letra legível, sinalização clara, intérprete de Libras em momentos específicos. Avisos visuais ou sonoros podem fazer uma grande diferença para pessoas com deficiência sensorial (auditiva e visual) ou neurodiverso (deficiência intelectual ou mental).

Outro ponto essencial é pensar na acessibilidade atitudinal e comunicacional, que diz respeito à forma como as pessoas são recebidas e tratadas. Isso inclui a postura das equipes organizadoras, vendedores, voluntários e do público em geral. Um ambiente acolhedor e respeitoso é o que realmente torna um evento acessível, mais do que qualquer estrutura. Além disso, é importante lembrar das pessoas com neurodiversidade, como o autismo, que muitas vezes enfrentam dificuldades com sons muito altos, luzes intensas ou locais muito cheios. Pensar em espaços multissensoriais, áreas com menos estímulo e horários mais calmos pode ser uma medida simples, mas muito eficaz para garantir que essas pessoas também possam aproveitar o evento com conforto.

“É fundamental entender e reconhecer que as pessoas com diversidade funcional e as neurodiversas são consumidoras como qualquer outra. Elas não são meras espectadoras. Consomem, interagem, recomendam e fazem escolhas sobre onde ir e o que viver. Muitas vezes, essa decisão influencia diretamente a participação de outras pessoas, como familiares, amigos ou acompanhantes, que também passam a fazer parte da experiência”.

Souza tem consciência de que organizar eventos de porte não é simples e que já existem esforços sendo feitos. Mas em sua opinião, sempre há espaço para melhorar. “A inclusão não deve ser vista como um detalhe e sim como parte do planejamento desde o início. Mais do que cumprir uma exigência, tornar uma festa acessível é uma forma de garantir que todas as pessoas possam viver a experiência por completo. E isso, certamente atrai mais público e, claro, gera mais faturamento”, conclui.

Cultura

De Feira de Santana para o Brasil: Mércia Lorena e Júnior Lima o casal que transforma engajamento em faturamento para marcas

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Júnior Lima e Mércia Lorena – Humor de casal – Foto: Divulgação/acervo pessoal

Autenticidade, estratégia e conexão emocional: como Mércia Lorena e Júnior Lima transformam milhões de visualizações em resultados reais para marcas

 De um cenário tipicamente baiano para o universo dinâmico do marketing digital, Mércia Lorena e Júnior Lima se consolidaram como um dos casais mais estratégicos e carismáticos da internet brasileira. Vindos de Feira de Santana, eles provaram que autenticidade, humor e conexão genuína com o público são ingredientes poderosos não apenas para conquistar seguidores, mas também para transformar visualizações em vendas reais.

Com mais de 5 milhões de seguidores distribuídos em diferentes plataformas, Mércia e Júnior construíram uma audiência fiel, ativa e, principalmente, confiante nas indicações que recebem. Não se trata apenas de números: trata-se de influência verdadeira, traduzida em resultados mensuráveis para marcas de diversos segmentos.

Uma história que inspira

Casados desde 2016, o casal iniciou a produção de conteúdo em 2017, encarando críticas e desafios típicos de quem decide empreender no digital. A virada aconteceu em 2020, com o nascimento do filho Davi, quando seus vídeos começaram a alcançar todo o país. Foi nesse momento que as primeiras grandes parcerias surgiram e, com elas, campanhas que rapidamente se tornaram cases de sucesso.

Por que marcas escolhem Mércia e Júnior

  • Alcance massivo: vídeos que frequentemente ultrapassam milhões de visualizações.
  • Engajamento acima da média: interações orgânicas que geram conversas reais.
  • Audiência qualificada: seguidores que não apenas assistem, mas confiam e consomem.
  • Poder de viralização: conteúdos replicados por celebridades, artistas da Globo e influenciadores de peso.
  • Versatilidade criativa: produção adaptada para Reels, TikTok, Facebook e YouTube.
  • Conexão regional e nacional: elo genuíno com o público nordestino e grande penetração em outras regiões.

O diferencial que gera impacto

Mércia e Júnior não se limitam a “fazer publicidade”. Eles contam histórias, criam situações e despertam emoções que fazem o público assistir até o fim, comentar, compartilhar e, o mais importante, agir. Cada campanha é pensada para unir a essência da marca à linguagem que sua audiência já ama consumir.

Resultados que falam por si

  • Produtos esgotados após divulgação.
  • Campanhas com milhões de visualizações orgânicas.
  • Parcerias com empresas líderes de mercado.

 Júnior Lima e Mércia Lorena – Humor de casal – Foto: Divulgação/acervo pessoal

Mais que influenciadores: um valor de marca

Além do talento e do profissionalismo, o casal transmite valores sólidos como fé, família e gratidão. Essa identidade reforça a credibilidade e cria laços duradouros com quem os acompanha.

No universo digital, onde atenção é moeda rara, Mércia Lorena e Júnior Lima oferecem algo ainda mais valioso: uma audiência real, engajada e pronta para agir. Quando carisma, estratégia e confiança caminham juntos, o retorno sobre investimento não é apenas esperado, é garantido.

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Cultura

Arte como ferramenta de transformação: Ação Cultural do Festival Artes Vertentes promove formação artística gratuita para mais de 200 crianças e jovens da periferia de Tiradentes

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(Foto: Natalia Chagas)

Iniciativa contínua há mais de uma década ocupa espaços urbanos com arte, promove cidadania e amplia acesso à cultura no interior de Minas Gerais

Em sua 14ª edição, o Festival Artes Vertentes reafirma seu compromisso com o território que o abriga, promovendo não apenas uma programação artística internacional, mas também um robusto programa de ação sociocultural que há mais de dez anos transforma a realidade de crianças, adolescentes e adultos da periferia de Tiradentes.

A Ação Cultural do Festival Artes Vertentes, que ao longo da última década atendeu cerca de 1.700 participantes, se consolida em 2025 com mais de 200 crianças, adolescentes e adultos inscritos em oficinas gratuitas e contínuas de música e artes visuais.  As atividades, gratuitas e semanais, são realizadas ao longo de todo o ano em bairros como Alto da Torre, Pacu e Mococa, regiões de vulnerabilidade sociocultural e educacional. As ações também se estendem à APAE Tiradentes, com oficinas de artes visuais e música, além do acompanhamento psicológico dos alunos e familiares, iniciado em 2023.

Os resultados dessas oficinas são apresentados durante a programação oficial do festival em setembro, sob a forma de exposições, espetáculos, concertos, documentários e performances — obras coletivas que integram a comunidade tiradentina também como protagonista do Festival Artes vertentes, hoje consolidado no cenário cultural brasileiro como um dos mais importantes festivais multiartes do país.

“A Ação Cultural é a espinha dorsal do Festival Artes Vertentes. Ela promove uma ocupação do espaço urbano a partir das margens e reconfigura o patrimônio local a partir da escuta, da criação e da presença de quem habita esse território”, afirma Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do festival.

Desde sua criação, o festival tem como missão não apenas a promoção da arte em suas múltiplas linguagens – da música de concerto ao teatro contemporâneo, do cinema experimental à literatura -, mas também o estímulo à formação crítica e sensível de cidadãos. Acredita-se que o contato regular com a arte seja uma ferramenta libertadora e transformadora, que amplia horizontes, valoriza identidades e oferece alternativas reais a contextos de vulnerabilidade social.

(Foto: Íris Zanetti)

Entre os muitos projetos nascidos da Ação Cultural e apresentados ao público durante as edições do Festival Artes Vertentes, destacam-se obras como a animação O último andar (2017), o espetáculo Agora (2018), o documentário Quantas cidades habitam em uma (2018), a instalação Cobra Norato com a artista Marilda Castanha, e as exposições Água que somos (2021) e Gente que somos… apenas gente (2024), além das apresentações do Coro VivAvoz e do grupo Pequenos Grandes Violinistas.

A Ação Cultural se articula à proposta curatorial da edição 2025 do festival, que este ano parte do tema “Entre as margens do Atlântico” para refletir sobre heranças coloniais, deslocamentos e trocas culturais, no contexto da Temporada Cultural França-Brasil 2025.

Ao lado de nomes como Léonora Miano, Leda Maria Martins, Jean D’Amérique, Tiganá Santana, Eliane Coelho, Fabiana Cozza e Antônio Pitanga, os participantes da Ação Cultural Artes Vertentes representam, em igual potência, o futuro da arte e do pensamento no Brasil.

O Festival Artes Vertentes é apresentado pela Cemig e tem patrocínios do Itaú e Minasmáquinas por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado de Minas Gerais.

FESTIVAL ARTES VERTENTES | TIRADENTES, BICHINHO E SÃO JOÃO DEL REI

Datas: 11 a 21 de setembro

 Onde: Centro Cultural Yves Alves, Instituto Rouanet, Museu de Sant´Ana, Casa Museu Padre Toledo, Galeria do IPHAN, Igreja São João Evangelista, Centro Cultural UFSJ – Solar da Baronesa (São João del Rey) entre outros.

 Ingressos

Parte da programação é gratuita; vendas e retirada de ingressos serão abertas em breve no site do Festival Artes Vertentes: www.artesvertentes.com/

 Instagram

@artesvertentes

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Cultura

Exposição e Espetáculo Spark em comemoração aos 40 anos do Circo Spacial, ganham destaque no 18º Festival de Circo de SP em Piracicaba

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Divulgação / Spacial Entretenimento
Divulgação / Spacial Entretenimento

Dando inicio a noite de gala com o espetáculo “Spark” no badalada 18º Festival de Circo de SP, na próxima sexta-feira dia 29 de agosto, o espetáculo é uma experiência inesquecível, que conta com super produção futurista que mostra a jornada cósmica de um ser intergaláctico, chamado Spark e de seu amigo Astronauta. Eles se encontram nesta odisseia no universo e conhecem os talentosos artistas no picadeiro iluminado do Circo Spacial com lindos figurinos e trilha sonora impecável.

O novo espetáculo conta com direção artística de Margareth Querubin, direção geral de Marlene Querubin e produção executiva de Maristela Querubin, que estão a frente da empresa Spacial Entretenimento há 40 anos.

Além do super espetáculo Spark, o piracicabano vai poder conferir a Exposição de 40 anos do Circo Spacial, que fez o maior sucesso em São Paulo na Assembleia Legislativa.

A exposição fica em cartaz de quinta à domingo e conta objetos, figurinos, fotos, troféus, obras de arte, e conta com curadoria do renomado Oscar D’ambrosio e produção de Paco Assis da Cia Arte e Cultura. A exposição estará aberta para visitação durante todo o festival no horário das atividades artísticas.

“Circo Spacial: uma trajetória de 40 anos” conta uma história de uma instituição que nasceu em 1985 e passou por mais de 2 mil cidades no Brasil e no exterior, sendo vista por mais de 30 milhões de pessoas, em cerca de 20 mil espetáculos em uma jornada de mais de 100 mil km rodados.

Esta exposição mostra justamente como o Circo Spacial se adaptou às mudanças da sociedade, preservando tradições e construindo o futuro a cada novo espetáculo não só alegrando pessoas, mas também apoiando projetos e entidades que beneficiam crianças, jovens e idosos, dentro do princípio de que a magia do circo é um sonho feliz que nunca termina, cheio de alegres risos e ótimas surpresas.

Serviço:

O que?: 18º Festival de Circo SP
Onde?: Parque do Engenho Central de Piracicaba
Exposição: 28, 29, 30 e 31 de agosto
Espetáculo: 29 de agosto (Sexta-feira) às 20 hs
Endereço: Avenida Mauricio Allain, 454 – Vila Rezende – Piracicaba/ SP
Classificação: Livre
Entrada: Gratuita

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