Empresas & Negócios
Setor de Logística cresce e atrai novas gerações

Praticamente tudo o que você tem, utiliza ou consome no dia a dia envolve a logística para ser transportado de um ponto a outro: de pequenas coisas, como clips, doces, remédios, roupas ou perfumes, até grandes maquinários para indústria, equipamentos hospitalares ou toneladas de grãos, bebidas e produtos químicos. Esse processo quase “mágico” da logística emergencial de alta performance, “pediu/chegou” cada vez mais ágil e eficiente, vem alavancando o setor, abrindo novas vagas e atraindo uma geração cada vez mais jovem e tecnológica, as chamadas gerações Z (nascidos entre 1997 e 2010) e Y ou millennials (entre 1981 e 1996). Mais que uma classificação cronológica, as gerações são definidas a partir do comportamento das pessoas que nasceram no mesmo período.
Um levantamento feito em 2023 pela ABOL (Associação Brasileira de Operadores Logísticos) apontou que entre as empresas associadas pesquisadas, 38,5% têm entre 11% e 20% do seu time de colaboradores da Geração Z; enquanto 23,1% possuem entre 21% e 30% dos cargos ocupados pela Geração Z; 15,4% têm entre 30% e 40% dos funcionários nessa faixa etária; outros 15,4% tem 10% de colaboradores da Geração Z e 7,7% têm 40% de nativos digitais dentro da empresa. Naturalmente conectados, essa geração também contribui para a impulsionar a inovação tecnológica da operação logística emergencial.
Um exemplo está na fala do analista de logística pleno, Wilson Pessoa de Lima Junior, 29 anos, formado em Administração de Empresas e cursando especialização em Logística: “vejo muitas oportunidades e melhorias para o setor com as ferramentas tecnológicas. Com a inteligência artificial, banco de dados, blockchain trabalhando em sincronia, podemos ter ganhos de informações em tempo real para ajudar nas tomadas de decisões. Podemos utilizar os algoritmos cada vez mais para auxiliar com as rotas e, em um futuro próximo, será comum drones fazendo entrega porta a porta”.
Na empresa em que Wilson Junior trabalha há quatro anos, a Prestex – referência em Logística Emergencial B2B, 63% dos colaboradores são da Geração Y (1981-1996), 29% da Geração Z (1997-2010) e 8% de colaboradores da Geração X (1965-1980). Por se tratar de logística emergencial de alta performance, na qual a segurança, rastreabilidade, e agilidade são fatores primordiais, incorporar a tecnologia de forma dinâmica ao processo se torna essencial e ao mesmo tempo atrativo para as novas gerações. “As diversas ferramentas que usamos para ajudar com melhores tomadas de decisões, buscando por eficiência, minimização de custos operacionais, e atendimento personalizado, é o que mais me encanta na Logística Emergencial”, ressalta o analista.
Ao lado de Wilson, trabalha o especialista em logística sênior, Cesar Antonio Gonzales, de 56 anos (Geração X – nascidos entre 1965 e 1980). Com 25 anos de trabalho no setor, dos quais, 14 anos na Prestex, César soma experiência técnica, liderança e cultura organizacional ao propósito, flexibilidade e conectividade do analista Wilson Junior.
De gerações bem diferentes, ambos concordam que a somatória das habilidades e características de cada geração é fundamental para o sucesso da tarefa: “as gerações mais jovens sempre têm um pensamento diferenciado e é sensacional agregar isso ao trabalho”, reconhece César. Wilson corrobora com o colega sênior: “trabalhar com outras gerações agrega em vários sentidos, principalmente para absorver os conhecimentos, técnicas e decisões estratégicas no dia a dia. Tudo isso ajuda bastante para construir nossa trilha de carreira profissional e também para o crescimento pessoal”, afirma.
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FM Logistic cresce 22% na movimentação da Páscoa 2025

A FM Logistic, um dos principais operadores de logística e supply chain do mundo, tem se preparado para uma operação robusta na Páscoa de 2025, se consolidando como referência em logística e armazenagem para o setor de chocolates. Com foco em todo o Brasil, a empresa ampliou a capacidade de armazenagem para os produtos da época sazonal em quase 20 mil m², distribuídos entre as unidades de Anhanguera e Cajamar, em São Paulo.
De acordo com Pamela Martins, gerente sênior de desenvolvimento de negócios da FM Logistic, a expectativa é de um crescimento médio de 22% na movimentação em relação ao ano passado, com uma distribuição superior a 10 milhões de produtos diversos de chocolate.
“Para atender a essa demanda, a FM Logistic inicia seu planejamento com seis meses de antecedência, envolvendo todas as áreas da empresa, incluindo operações, recursos humanos, projetos, financeiro e TI. Além disso, a empresa conta com mais de 15 anos de experiência na operação de Páscoa, o que garante alta acuracidade de inventário e capacidade produtiva em curto prazo”, explica.
Segundo a executiva, a operação da Páscoa não se limita aos tradicionais ovos de chocolate, abrangendo também bombons, barras e kits diversos. O pico da movimentação ocorre em fevereiro, exigindo sinergia e rápida adaptabilidade para garantir que os produtos cheguem às gôndolas dos maiores varejistas em todo o território nacional.
“Para nossos clientes do segmento de chocolates e varejo, a Páscoa é a maior operação do ano. Com foco, expertise e dedicação conseguimos entregar uma logística eficiente e de alto desempenho, ano após ano”, destaca.
Este é o segundo ano consecutivo em que a FM Logistic realiza ampliações para atender às empresas fabricantes de chocolates. Investimentos constantes reafirmam o compromisso da empresa em oferecer soluções logísticas estratégicas que garantem eficiência e competitividade ao mercado.
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Universidade e Indústria: desafios e contradições na busca pela eficiência da inovação

por Ivan Ribeiro, Karini Borri e Diogo de Prince
Recentemente, tivemos um estudo publicado na revista britânica ‘Applied Economic Letters’. A pesquisa, desenvolvida como projeto do Centro de Estudos da Ordem Econômica (CEOE), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), trouxe à tona uma discussão fundamental sobre as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a eficiência da inovação — entendida como a relação entre a quantidade de patentes e recursos aplicados em pesquisa & desenvolvimento (P&D).

Mesmo que os investimentos sejam expressivos e o número de patentes cresça, ainda se gasta muito para cada nova ideia – ou seja, os resultados são limitados em termos de eficácia.
O estudo também sugere que ecossistemas com menor intervenção governamental e maior competitividade estão frequentemente associados ao aumento na quantidade de patentes registradas e a maiores montantes de P&D. A abertura de mercado, individualmente, é insuficiente para gerar eficiência na inovação. É como se os países estivessem fazendo um uso parcial e limitado do ‘ranking’ da OCDE, pois usam o modelo de concorrência, mas não conseguem converter todo o esforço em resultados proporcionais.

O caso do Brasil ilustra perfeitamente a contradição. O país ocupa a 24ª posição em número de registros de patentes e o 15º em capital de P&D, mas, quando se analisa a eficiência desses investimentos, o posicionamento cai drasticamente, para 45° lugar. Um sinal claro de que, apesar dos esforços e recursos investidos, o retorno em inovação é insatisfatório.
Existe certa resistência quanto à aproximação entre instituições acadêmicas e o empresariado, como se fosse algo ilegítimo. -É preciso que as pesquisas feitas dentro da universidade tragam progressos para a sociedade. Caso contrário, apesar do grande volume investido em P&D, o Brasil continuará atrás no próprio ranking.
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Empreendedoras inovam e impulsionam economia do país apesar dos preconceitos

O empreendedorismo feminino avança no Brasil, mesmo diante de desafios persistentes, como o preconceito de gênero e o acesso desigual ao crédito. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empreass (SEBRAE), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 34% dos negócios no país são liderados por mulheres, o que representa mais de 10 milhões de empreendedoras.
Grande parte dessas mulheres começaram a empreender por necessidade. Ainda assim, construíram negócios criativos, inovadores e com alto potencial de crescimento. Porém, as barreiras são inúmeras. Uma das principais está no acesso ao crédito. Estudo do SEBRAE, com dados do Banco Central, mostra que empresas com lideranças femininas pagam, em média, juros de 40,6% ao ano, contra 36,8% para os homens. De acordo com o Sebrae, essa diferença configura uma relação de consumo desigual, marcada por preconceitos que refletem uma forma de “violência econômica e social velada”.
Apesar de apresentarem maior nível de escolaridade que os homens, as mulheres ainda ganham 22% menos, mesmo como proprietárias de seus negócios. Segundo a análise do Sebrae, as dificuldades são estruturais e envolvem desde o machismo no mercado até a sobrecarga de responsabilidades dentro e fora do ambiente empresarial.
Mesmo diante desse cenário, histórias de sucesso inspiram outras mulheres a empreender. É o caso da consultora Lilian Aliprandini, CEO da Acceta, uma das empresas que mais cresce no Brasil. Ela destaca que é possível aumentar os lucros com estabilidade mesmo diante dos desafios “É comum iniciar com medo e insegurança, sem saber se terá resultados. Você precisa acreditar no seu potencial, investir em capacitação e buscar redes de apoio. O empreendedorismo feminino é a força que move a economia”, pontua Lilian.
A empresária também destaca a importância das parcerias e dos colaboradores, bem como da busca por conhecimento constante. ”Capacitação é a chave! Quanto mais você aprende, mais segura se sente para tomar decisões importantes. E, principalmente, não caminhar sozinha. Participar de redes de apoio e trocar experiências com outras mulheres empreendedoras faz toda a diferença”, aconselha.
Ela reforça que o empreendedorismo feminino é, atualmente, uma força fundamental na transformação da economia brasileira “Fato é que as mulheres atuam em pequenos e grandes negócios e são fontes de inovação, criatividade e produtividade. É preciso reconhecer isso com políticas públicas, crédito justo e mais visibilidade”. Os pequenos negócios representam 97% do total de empresas no Brasil e são responsáveis por 26,5% do PIB nacional, movimentando os principais setores da economia, como serviços, comércio e indústria leve.
O caminho é desafiador, mas o protagonismo feminino no empreendedorismo é uma realidade que cresce a cada dia. “Não é fácil, mas é possível. Se você tem um sonho, comece! O primeiro passo é fundamental!”, finaliza Lilian.