Exames de sangue para rastreamento devem ser realizados como rotina
O diabetes afeta cerca de 16,8% dos brasileiros adultos, segundo dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em 2021. Geralmente, a doença não apresenta sintomas em suas fases iniciais. Contudo, em sua fase mais avançada é comum sintomas como boca seca, acordar várias vezes durante a noite para urinar, visão turva, embaralhada e tontura. “O ideal é que o diagnóstico seja realizado ainda na fase assintomática, por isso é importante a realização de exames periódicos para avaliar a glicose por meio da dosagem da quantidade ou nível de açúcar no sangue”, explica a endocrinologista, cooperada da Unimed-BH, Flávia Coimbra.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês), 10,5% da população adulta (20-79 anos) tem diabetes, e quase metade não sabe que vive com a doença. Até 2045, as projeções da IDF mostram que 1 em cada 8 adultos, aproximadamente 783 milhões, viverão com diabetes, um aumento de 46%. De acordo com Coimbra, esses números estão relacionados ao atraso no diagnóstico. “Muitos pacientes demoram cerca de 5 anos para saber que estão com diabetes. Esse é o período em que a glicose começa a subir até o início dos sintomas, quando o paciente procura o especialista para a realização de exames, “afirma.
O diabetes pode trazer complicações severas ao longo prazo, uma vez que a doença não controlada aumenta o risco de desenvolvimento de problemas como infarto, AVC, doenças oculares levando inclusive a cegueira, complicações renais, problemas com a circulação e sensibilidade dos membros inferiores e problemas com os nervos – chamado de neuropatia diabética. “O tratamento adequado desde o início do diagnóstico diminui o risco de surgimento dessas complicações, mesmo que o paciente esteja assintomático”, orienta a médica cooperada da Unimed-BH.
Prevenção e tratamento
O diabetes não tem cura, mas tem controle e os avanços no tratamento da doença oferecem maior comodidade ao paciente, evitando o abandono e garantido maior qualidade de vida. O estilo de vida faz parte tanto do tratamento quanto da prevenção. Alimentação equilibrada, atividade física regular e com controle de peso são cruciais para manter os níveis adequados de açúcar no sangue. “A pessoa que vive com diabetes precisa se comprometer com o seu tratamento e manter hábitos saudáveis. Comer bem, fazer uso correto da medicação, procurar o atendimento médico para as orientações adequadas, praticar atividade física com regularidade possibilitam uma vida longa, saudável e feliz. Hoje, temos vários pacientes vivendo bem com diabetes há mais de 50 anos, mostrando o valor de uma vida tranquila, apesar do uso dos medicamentos, seguindo em frente, vivendo sem complicações”, encoraja Flávia Coimbra.
Principais tipos de diabetes
Diabetes Tipo 1 – Causado por doença autoimune, o organismo produz um anticorpo que ataca o pâncreas – órgão responsável pela produção de insulina, hormônio que controla a glicose no sangue. Geralmente, surge na infância e adolescência, levando à redução total da produção de insulina pelo organismo, sendo necessária a aplicação de insulina para viver.
Diabetes tipo 2 – Geralmente, associada à obesidade e ao sobrepeso. Apesar de ser mais comum em pessoas de meia-idade, o diabetes tipo 2 tem se tornado uma doença comum em crianças e adolescentes devido a fatores como obesidade infantil e alimentação irregular rica em ultraprocessados.
Diabetes gestacional – Diagnosticado pela primeira vez durante a gravidez, esse tipo de diabetes está relacionado à resistência insulínica. Muitas mulheres, começam a ter dificuldade para metabolizar o açúcar do sangue durante a gestação, e ele se acumula. As mulheres que tiveram diabetes gestacional, mesmo com a normalização da glicemia após o parto, têm mais chances de desenvolverem diabetes no futuro.