Outras
Comédia musical Bossa Nova Cabaret Bar, do Circo Grafitti, faz pausa para o final de ano; temporada vai até 4 de fevereiro no Teatro do Sesi-SP
Espetáculo é livremente inspirado em fatos, personagens e canções do movimento musical carioca, Bossa Nova Cabaret Bar está em cartaz até 17 de dezembro, retomando a temporada em 11 de janeiro de 2024. Nos dias 7, 8, 14 e 15 de dezembro, a peça faz duas sessões, às 17h e às 20h. A entrada é gratuita.
“Helene e Bogossian criam um musical divertido, por vezes não linear, que mantém o público atento e confortável. É um verdadeiro resgate do movimento musical, apresentando expoentes desde Tom Jobim até Roberto Carlos (…). Por isso, Bossa Nova Cabaret Bar é um espetáculo que tem a cara do Brasil e deve ser visto”. Celso Farias, no site E-Urbanidade.
Com números musicais que trazem histórias livremente inspiradas em personagens, fatos e canções da Bossa Nova, o grupo paulistano Circo Grafitti, associado à Diorama Casa de Produção, montou Bossa Nova Cabaret Bar, uma comédia de variedades que está em cartaz no Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp (Av. Paulista, 1313, São Paulo, SP) até 04 de fevereiro de 2024. Os ingressos são gratuitos.
Sucesso de público, o espetáculo terá sessão dupla nos dias 7, 8, 14 e 15 de dezembro, às 17h e às 20h, e entra em recesso durante as festas de final de ano. Em 2023, as sessões vão até 17 de dezembro e o retorno está marcado para 11 de janeiro de 2024.
No elenco da montagem estão Rosi Campos, Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro e Paloma Rodrigues. O texto e a direção geral são de Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian.
Bossa Nova Cabaret Bar é um espetáculo que tem cenas inspiradas em canções do período inicial da Bossa Nova – principalmente entre o final de 1958 e 1963 – justamente os anos que marcam os primeiros álbuns de João Gilberto. Cada cena traz um elemento teatral, circense ou de cabaré, misturando a linguagem sofisticada da bossa nova com o escracho, a poesia, as cores e a alegria do carnaval, se comunicando com públicos de diferentes idades e situações de vida.
Como é característico no trabalho do Circo Grafitti, esta nova montagem está calcada no estilo da comédia musical e no texto e arranjos musicais inéditos, com uma carnavalização do icônico movimento musical carioca, sob o filtro do humor e do lirismo.
A ação se passa no fictício espaço do “Copacabana Cabaret Bar”, em cenário criado por Attilio Martiñs, onde uma trupe de comediantes, atores e cantores faz um show sobre a Bossa Nova. A banda é composta por piano (Pedro Paulo Bogossian), Contrabaixo (Giullia Assmann), Bateria (Rodrigo Mardegan), Percussão (Jesum Biasin), Sax e Flauta (Ana Eliza Colomar).
“BOSSA NOVA CABARET BAR é o espetáculo adulto que ocupa o palco do Teatro do SESI com muita música e muito humor. É a volta do Circo Grafitti após 15 anos. É um musical na forma das antigas revistas (tem até vedete fazendo número de plateia!) com músicas da Bossa Nova permeadas por esquetes de humor que introduzem a música que vem a seguir. O elenco é ótimo e canta muito bem. Os músicos também são ótimos. Direção musical primorosa de Pedro Paulo Bogossian, que também é o pianista do grupo”. José Cetra, no site Palco Paulistano.
Sobre o TEATRO DO SESI-SP
O Teatro do Sesi-SP, do Centro Cultural Fiesp, um importante equipamento cultural de São Paulo, completa este ano 60 anos de atividades. Oferece ao seu público uma programação diversa, contundente e gratuita, alinhada com os aspectos sociais e artísticos da contemporaneidade.
Com curadoria da equipe do Sesi-SP, os espetáculos apresentados, assim como toda a programação cultural da instituição, são captados por meio dos editais de chamamento lançados periodicamente, onde são selecionados projetos artísticos de todo o território nacional.
Em Bossa Novas Cabaret Bar o Sesi-SP traz mais uma vez para o seu palco o genuíno teatro musical brasileiro, um resgate à nossa memória afetiva. É um agradável passeio ao universo da música popular brasileira, datada na memória de todos os que acompanharam este movimento artístico.
Sobre o GRUPO CIRCO GRAFITTI
Formado pelas atrizes Rosi Campos, Helen Helene e pelo diretor musical Pedro Paulo Bogossian, o Circo Grafitti estreou em 1989 o espetáculo Você Vai Ver O Que Você Vai Ver, de Raymond Queneau, arrebatando 17 prêmios, inclusive o de melhor espetáculo representando o Brasil no exterior.
De lá para cá, a companhia lançou os espetáculos Almanaque Brasil, de Noemi Marinho (1993), Ifigônia (1994), O Gato Preto (2002), Alô, Alô, Terezinha! (2004) e uma variação deste musical, um remix, chamado De Pernas Pro Ar!(2006), que seguiu em viagem por diversas cidades. Todas as montagens ganharam muitos prêmios e indicações ao longo da trajetória do grupo.
Em paralelo, nestes quase 25 anos de estrada, seus integrantes estiveram em projetos artísticos diversos. Rosi Campos atuou em teatro, cinema e televisão. Helen Helene esteve em Assembléia de Mulheres, de Aristófanes, no SESI e em Toda Nudez Será Castigada, ambas dirigidas por Moacir Góes. Pedro Paulo Bogossian participou das montagens de diversos grupos paulistanos, tendo recebido o prêmio Shell em 2000 por Filhos do Brasil, espetáculo de Regina Galdino.
O trabalho do grupo se caracteriza por montagens de comédias musicais inéditas, apoiadas em pesquisa e composição de textos e canções. Seus integrantes se valem da comicidade e do lirismo, mirando-se na tradição do teatro musical brasileiro do início do século XX. Seus espetáculos são marcados pela ausência da quarta parede, abertos a improvisos de momento, com humor refinado e perspicaz. Ao longo do tempo, seus integrantes aprimoraram suas potencialidades também como diretores, autores e produtores na área teatral.
SINOPSE
Bossa Nova Cabaret Bar é uma comédia de variedades retratada em formato de um show, no fictício Copacabana Cabaret Bar, conduzido por uma trupe de comediantes cantores. Livremente inspirado em fatos, personagens e músicas da Bossa Nova, o espetáculo apresenta as canções emblemáticas do movimento em forma de números de mágica, quadro de bonecos, números de cortina com vedetes, paródias, números de plateia, bem como variadas performances musicais com o rearranjo das composições. Com o selo de qualidade do grupo Circo Grafitti, o espetáculo busca, além de entreter e divertir por meio de um humor refinado, cumprir a função social de mostrar ao público uma comédia musical brasileira, seja por seu conteúdo temático, estilo ou construção composicional, em oposição a fórmulas importadas de entretenimento cultural.
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção Geral: Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian
Direção de atores: Helen Helene
Direção Musical: Pedro Paulo Bogossian
Elenco: Rosi Campos, Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro, Paloma Rodrigues
Músicos: Pedro Paulo Bogossian – Piano
Ana Eliza Colomar – Sax / Flauta
Giullia Assmann – Contrabaixo
Jesum Biasin – Percussão
Rodrigo Mardegan – Bateria
Assistência de Direção: Sandra Mantovani
Assistência de Direção Musical: Pedro Ascaleta
Visualidades
Cenografia e Figurinos: Attilio Martiñs
Visagismo: Anderson Bueno
Adereços de Cenário e Figurino: Sidnei Caria
Design de Bonecos: Sidnei Caria
Fotografia: Ary Brandi
Corpo:
Direção de movimento e coreografia: JC Violla
Assistência de coreografia: Nelly Guedes
Preparação e tradução de LIBRAS: Mirian Caxilé
Iluminação
Design de Luz: Guilherme Bonfanti
Assistência e Operação de Luz: Francisco Turbiani
Operação de Seguidor: Lays Ventura
Sonorização
Design de Som: Luciano Monson, Gabriel Bocutti e Tocko Michelazzo
Operador de Mesa: Gilbel Silva
Microfonista: Adriana Lima e Káthia Akemi
Técnicos de Palco
Coordenador de Palco: Flávio Rodriguez
Camareiros: Ana Lúcia Arruda e Wellington Oliveira
Contrarregras: Flores Ayra e Sérgio Sasso
Roadie: Roupa Nova
Comunicação:
Assessoria de Comunicação: Canal Aberto – Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério
Produção:
Direção de Planejamento e Produção: Fá Almeida
Coordenação de Produção: Karina Cardoso
Produção Executiva: Daniel Aureliano
Assistência de Produção: Eduardo Barros
Assessoria Jurídica: F&R Advogados
Realização: Grupo Circo Grafitti e Diorama Casa de Produção
Serviço
Bossa Nova Cabaret Bar
Do Grupo Circo Grafitti
De 12 de outubro de 2023 a 04 de fevereiro de 2024, de quinta a sábado, 20h; domingos, às 19h
Atenção:
No dia 10/12 não há sessão.
Nos dias 7, 8, 14 e 15/12 haverá sessão dupla, às 17h e às 20h.
Local: Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp
Endereço: Avenida Paulista, 1313 – Jardins
Ingressos: Os ingressos gratuitos são liberados toda segunda-feira, a partir das 8h. Podem ser reservados no site www.sesisp.org.br/eventos
Duração: 100 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Acessibilidade: Sessões com Libras e Audiodescrição em 29/10, 26/11, 03/12 e 28/01
Outras
Polícia investiga fraudes de R$ 40 milhões contra o Banco do Brasil
Policiais da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, realizaram nesta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro, uma operação contra uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias. O grupo teria causado prejuízo de mais de R$ 40 milhões ao Banco do Brasil (BB). Esta é a quarta fase da operação e o golpe foi detectado e comunicado à polícia.
Os agentes cumpriram 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados nas zonas Norte e Oeste do Rio, além de Niterói e São Gonçalo, e apreenderam seis aparelhos de telefone celular; dois notebooks; 3 CPUs; seis cartões de memória; cinco pen drives; três HDs externos e 32 cartões magnéticos.
A investigação revelou que os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes, manipulando essas informações para cometer fraudes financeiras.
Os ataques foram identificados desde dezembro de 2023 em agências localizadas no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Centro do Rio, além de unidades nos municípios de Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.
Em nota, o Banco do Brasil informou que esse é um desdobramento de uma operação iniciada em julho último e está em sua quarta fase. As investigações começaram a partir de apuração interna que detectou irregularidades que foram comunicadas à polícia.
O texto diz ainda que “o BB possui processos estabelecidos para monitoramento e apuração de fraudes contra a instituição, adotou todas as providências no seu âmbito de atuação e colabora com as investigações”.
Segundo o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ), os alvos da operação Chave Mestra são investigados em inquérito que apura os crimes de organização criminosa e invasão de dispositivo de informática. As investigações começaram a partir de informações apuradas pela Unidade de Segurança Institucional do Banco do Brasil. Os nomes dos envolvidos ainda não foram divulgados.
Mandados são expedidos
A pedido do MPRJ, o Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa da Capital expediu mandados de busca e apreensão.
Ainda de acordo com as investigações, em apenas oito meses os investigados invadiram o sistema de segurança de agências do Banco do Brasil situadas no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel e Centro do Rio, além de unidades localizadas em Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.
A investigação também apontou que o grupo atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas entre aliciadores, aliciados, instaladores, operadores financeiros e líderes.
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
Outras
STF prorroga para 2025 prazo de conciliação sobre marco temporal
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar os trabalhos da sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas para 28 de fevereiro de 2025. As reuniões estavam previstas para terminar em 18 de dezembro.
Em agosto deste ano, a Articulação dos Povos Indígenas (Apib), principal entidade que atua na defesa dos indígenas, . A entidade entendeu que os direitos dos indígenas são inegociáveis e não há paridade no debate. No ano passado, o plenário do Supremo decidiu a favor dos indígenas e considerou o marco inconstitucional.
Após a Apib deixar a conciliação, Mendes decidiu manter os debates mesmo sem a presença dos indígenas. Segundo o ministro, “nenhuma parte envolvida na discussão pode paralisar o andamento dos trabalhos”.
Pela tese do marco temporal, os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.
Conciliação
A audiência foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes, relator das ações protocoladas pelo PL, o PP e o Republicanos para manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco e de processos nos quais entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese.
Além de levar o caso para conciliação, Mendes negou pedido de entidades para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco, decisão que desagradou os indígenas. As reuniões estavam previstas para seguir até 18 de dezembro deste ano.
Na prática, a realização da audiência impede a nova decisão da Corte sobre a questão e permite que o Congresso ganhe tempo para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para confirmar a tese do marco na Constituição.
Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o marco. Em setembro, antes da decisão dos parlamentares, o Supremo decidiu contra o marco. A decisão da Corte foi levada em conta pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial.
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
Outras
Jovens do Sul Global ganham voz ao terem delegação na COP 29
Assim como outras organizações de defesa dos direitos humanos, o Instituto Alana participa da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP 29) com uma comitiva com a parcela da população a quem direciona ações há três décadas: crianças e adolescentes. O grupo é formado por quatro ativistas, todos membros do Children For Nature Fellowship, programa do instituto voltado à garantia de participação de pessoas do Sul Global em plataformas regionais e mundiais.
Com o objetivo de assegurar que as crianças e os adolescentes possam participar dos debates com o mesmo nível de respeito e escuta dispensado aos adultos, o Alana programou o ato batizado de Kids’ Corner (Canto das Crianças, em tradução livre). O nome foi pensado para evocar o Speaker’s Corner, um canto localizado no Hyde Park, em Londres, reservado a qualquer pessoa que deseje se manifestar publicamente e ser ouvida quanto ao que apresenta. No Kids’ Corner, é posicionado um caixote, que representa um púlpito, no qual as crianças e adolescentes sobem para reclamar direitos ou se pronunciar sobre algum assunto.
Ativismo
A delegação enviada pelo Alana à capital do Azerbaijão, Baku, conta com um mexicano de 13 anos, um colombiano de 15 anos e duas brasileiras. A estudante Catarina Lourenço, de 17 anos, que vive na Bahia, vem de uma família em que o ativismo orienta muito das vidas ali conectadas pelo laço sanguíneo e que acaba desenhando o compartilhamento de ideais. Sua família, relata ela, sempre comprou briga com o mercado imobiliário que “quer destruir” o Parque Ecológico do Vale Encantado, que tem cerca de 100 hectares e mais de 200 espécies arbóreas.
Aos 7 anos de idade, já acompanhava os pais a idas à prefeitura, onde deixavam cartas e manifestos. Aos 9 anos, guiava grupos em trilhas e ficou irreversivelmente impactada ao observar o declínio de corais, uma das principais referências no mundo dos ambientalistas para avaliar desequilíbrios em ecossistemas, biomas e na biodiversidade.
“O coral estava coberto de pontos brancos, mas o que estava mais estranho era a temperatura da água”, conta ela, que reclama aos jovens e às crianças um espaço no centro das discussões e negociações, que se justifica, inclusive, segundo ela, porque são eles quem estão tendo que lidar com falhas das gerações passadas.
Com uma entrega ainda maior, aos 12 anos, Catarina assinou uma petição com outras crianças. Não se tratava de qualquer petição, mas sim uma subscrita pela ativista Greta Thunberg, que ficou conhecida após puxar uma greve em escolas para reivindicar medidas para combater a mudança climática.
“Foi a primeira vez que crianças utilizaram um mecanismo da ONU [Organização das Nações Unidas] para fazer uma denúncia internacional a países. E foi por causa dessa petição que a ONU oficialmente reconheceu que os direitos das crianças são violados pela falta de ação climática”, explica a estudante brasileira, cuja empolgação com a luta pela justiça climática resultou na criação do Clube Verde, que desenvolve atividades com as turmas.
A outra representante do Brasil na COP 29, a amazonense Taissa Kambeba, de 14 anos, também se tornou uma líder na comunidade à qual pertence e tem orgulho disso. Ela divide a opinião com a companheira de delegação e considera que os mais velhos tinham que ter buscado com mais empenho soluções para que a degradação do planeta não fosse como é hoje.
“Estou lutando bastante porque quem sofre é a gente, é essa geração”, afirma.
“Desde sempre eu, antes de viver tudo isso, eu falei [sobre mudança climática e meio ambiente] dentro da minha comunidade, de outros lugares, dei exemplos de outros lugares. Sabia que uma hora ou outra isso ia acontecer, pelo fato de minha comunidade ser indígena.”
A líder kambeba declara, ainda, que é uma constante ter que enfrentar o ceticismo dos adultos. “Se a gente está aqui hoje, se está lutando por isso, é porque a gente sabe alguma coisa, procura saber de alguma coisa. E a gente procura ter um futuro melhor do que hoje”, acrescenta ela, que observa a falta de resoluções e medidas mais concretas durante a conferência da ONU.
Mais um relatório da catástrofe
O relatório Mudanças Climáticas e seus Impactos na Sobrevivência Infantil, produzido pela Fundação Abrinq, divulgado neste mês, traz comparações importantes para o debate. Embora para parte das pessoas o aumento de 1ºC ou 2ºC possa parecer coisa insignificante, ambientalistas fazem, há muito tempo, alertas, compartilhando projeções de cenários bastante complicados.
Conforme destaca a entidade, de 2011 a 2020, a temperatura global já aumentou 1,1ºC, como resultado do estilo de vida da população, que, traduzindo, quer dizer consumo desenfreado, ritmo de produção acelerado e uso exagerado da terra e de energia. Com um aumento de 4ºC, metade das espécies marinhas tropicais deixa de existir, mudanças de bioma são observadas em 35% da área terrestre global e cerca de 4 bilhões de pessoas vivem com água em escassez. Contudo, não é preciso ir muito longe na tragédia. A soma de 1,5ºC já representa o risco de extinção de 3% a 14% para diversas espécies nos ecossistemas terrestres, a perda de 70% a 90% dos recifes de coral e perda ou mesmo fim de geleiras pequenas e de baixa altitude em todo o mundo.
“A 2ºC, estima-se que doenças de nutrição e subnutrição se intensificarão por problemas de disponibilidade de alimentos, enquanto a disponibilidade de água em sistemas hídricos dependentes do degelo pode diminuir em até 20%. A 3ºC, podemos pensar em impactos sistêmicos generalizados e mudanças irreversíveis, como o risco de extinção para espécies ampliado pelo menos dez vezes em comparação com o aumento de 1,5°C”, descreve o relatório.
A fundação assinala que crianças e adolescentes herdam “todos os problemas sociais, econômicos e políticos” e que jovens ativistas têm realçado a incoerência de governos que reiteram discursos de proteção à infância e, ao mesmo tempo, pouco ou nada fazem de prático. A publicação pontua, ainda, que, apesar de todas as crianças estarem expostas às consequências da mudança climática, agravada pela emissão de gases de efeito estufa, há diferentes graus de vulnerabilidade, que são determinados pela desigualdade social.
Contexto do Brasil
A Fundação Abrinq registra que o Brasil ocupa a 70ª colocação de um ranking de 163 posições que avalia o risco climático para crianças. O país soma uma pontuação de 7,3, a mesma do Irã. Há, atualmente, 40 milhões de crianças e adolescentes expostos aos riscos climáticos.
Sobre o país, o relatório ainda faz um lembrete: o Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, ocupando a sexta posição no ranking. “Apenas em 2022, foi responsável pela emissão de 1,31 giga toneladas de GEE. Grande parte dessas emissões são provenientes de LULUCF (uso da terra, mudança no uso da terra e florestas/silvicultura), principalmente pelo desmatamento da Amazônia. As emissões do setor agrícola aumentaram em 100% entre 1990 e 2019 e a expansão é um dos principais motores do desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado”, dimensiona.
“Além disso, a poluição do ar no Brasil é agravada por queimadas e pela queima de combustíveis fósseis. Estima-se que cerca de 49 mil brasileiros morrem a cada ano como consequência da poluição, sendo mais da metade devido à má qualidade do ar. Apesar desse cenário, o país detém um grande potencial de mitigar os efeitos da crise climática, visto que abriga em seu território 60% da floresta amazônica, se optar por preservá-la.”
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
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