Agronegócio
Controle de biosseguridade será fundamental para manter Brasil na liderança das exportações de carnes de aves e suínos em 2024

Mais de uma dezena de novos mercados foram abertos no ano passado, aponta o diretor de Mercados da ABPA, Luis Rua, em entrevista exclusiva ao podcast “Negócios do Agro”.
O Brasil deverá continuar na vanguarda da exportação mundial de carnes de ave e suína em 2024, segundo avaliação do diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua. Para isso, será fundamental reforçar os controles de biosseguridade para evitar a influência aviária de alta patogenicidade e a peste suína africana nos planteis comerciais. “O fato de o Brasil não registrar casos em granjas comerciais permite manter os volumes de exportação e nossa expectativa é continuar avançando. Esperamos também que os preços do milho e do farelo continuem acessíveis, mesmo após três ou quatro anos de aumento nos custos de produção. É nosso papel ser um dos principais atores a garantir a segurança alimentar no mundo”, afirma o executivo, que participou do podcast “Negócios do Agro”.
O diretor da ABPA relata que foram abertos mais de dez novos mercados em 2023, como o de carne suína para o México – segundo maior importador mundial de carne suína, República Dominicana e Peru. Já para a carne de frago foi aberto o mercado de Israel – que consome mais de 60 quilos per capita/ano por ano (o Brasil atinge 45,7 quilos de carne de frango per capita/ano) e o da Argélia. “Este é um importante mercado para produtos halal. O Brasil é o maior exportador de carne de frango halal do mundo. Das 5 milhões de toneladas exportadas em 2023, mais de 2 milhões de toneladas foram de produtos halal, o que demonstra a confiança dos países árabes”, completa Luis Rua.
Responsável pela ampliação e manutenção dos mercados para exportação de carnes de aves, ovos e carne suína, Luís Rua explica que o Brasil exporta para um total de 150 países, sendo mais de 90 países compradores de aves e mais de 50 compradores de ovos. Como segundo maior produtor mundial de carne de frango e líder nas exportações, o Brasil alcançou, em 2023, um volume de quase 15 milhões de toneladas, das quais exportou mais de 5 milhões de toneladas. “A soma dos volumes dos Estados Unidos, segundo maior exportador mundial, com os de 27 países da União Europeia, não atinge o total exportado pelo Brasil no ano passado”, garante o executivo. Ocupando a quarta posição na produção mundial de carne suína, o Brasil chegou a 5 milhões de toneladas e exportou mais de 1,2 milhão de toneladas apara mais de 90 países.
Com 27 viagens internacionais realizadas em 2023 para gerar engajamento com os países parceiros, Luis Rua explica que as negociações para ampliação de mercado envolvem entender valores, cultura, fazer adaptações e mostrar que o Brasil não é uma ameaça à produção local. O governo brasileiro tem um discurso de complementaridade, mostrando que ao atender a demanda daquele país, pode ajudar a indústria local a ter mais rentabilidade e qualidade”.
Especialista na organização de missões comerciais e técnicas e diretor na Agrotravel Viagens Técnicas, Fábio Torquato – que apresenta o podcast “Negócios do Agro – afirma que ações como essas realizadas pela ABPA são uma prática fundamental e que traz muitos resultados positivos. “Essas missões garantem a vivência em novos ambientes e culturas, a oportunidade de conhecer de perto as demandas e se conectar com os potenciais parceiros gerando confiança, além de trazer aprendizados e a troca de experiências”. Nas diversas viagens organizadas pelo mundo, Torquato destaca que essa prática também reflete uma estratégia de empresas fornecedoras do agro com seus clientes aqui no Brasil, como forma de fidelização e construção de confiança. Além de levar os brasileiros para conhecerem o mundo, a empresa auxilia também estrangeiros interessados em conhecer o grande potencial do agronegócio brasileiro.
Em 2024, o executivo da ABPA acredita na possibilidade de o governo brasileiro indicar maior número de estabelecimentos em países como Reino Unido – mercado de produtos com alto valor agregado, como o peito de frango; Cuba (grande consumidor de salsicha), Singapura e Chile (que registrou aumento de mais de 50% nas exportações tanto de aves como carne suína).
Agronegócio
Inspirada no luxo artesanal de Loro Piana e Chloé, marca brasileira cria campanha digital para valorizar o feito à mão

A NS Dress, comandada por Ninna Bajotto e Sofia Serafim, de 15 anos, presenteou Antonela Braga, Liz Macedo e Sofia Schaadt com vestidos 100% produzidos no Brasil.
Durante décadas, o luxo se mede pela distância. O que era exclusivo morava atrás de vitrines inacessíveis, em tecidos que ninguém podia tocar e etiquetas escritas em francês. Agora, o verdadeiro prestígio está nas costuras visíveis, no toque humano e no tempo dedicado a fazer o que antes era invisível. Grifes como Loro Piana e Chloé redescobriram o valor do artesanal, transformando o feito à mão em uma nova linguagem de sofisticação silenciosa.
Essa virada de olhar, que começou discretamente na Europa, ecoa no Brasil, onde o trabalho manual sempre fez parte da cultura popular. Num país em que o bordado e o crochê são heranças de família, o artesanal deixa de ser apenas tradição e passa a ocupar o território do desejo. É uma resposta à moda acelerada que transformou roupas em algoritmos.
Em Porto Alegre, duas adolescentes de 15 anos decidiram traduzir esse movimento com naturalidade e propósito. À frente da marca NS Dress, Ninna Bajotto e Sofia Serafim começaram a costurar vestidos à mão como um projeto escolar e acabaram criando um ateliê autoral. Recentemente, lançaram uma campanha digital inspirada nas grandes grifes de luxo, enviando suas criações a influenciadoras brasileiras como Antonela Braga, Liz Macedo e Sofia Schaadt, nomes que representam a nova geração nas redes.
A proposta não é publicitária. Sem contratos, roteiros ou estética forçada, o gesto é simples e simbólico: entregar o resultado de um trabalho artesanal a jovens que ditam tendências e observar o impacto disso em uma cultura acostumada ao instantâneo.
Os vídeos que mostram o processo de confecção, tecidos leves, linhas coloridas e mãos em movimento conquistaram o público por parecerem lentos em meio à pressa digital. Há algo de hipnótico em ver uma peça nascer do zero enquanto o tempo da internet corre em segundos. Essa contradição é o ponto de encontro entre o artesanal e o digital.
Nos bastidores, o feito à mão começa a recuperar o prestígio perdido para o industrial. Em um mercado saturado por coleções rápidas e descartáveis, o valor volta a ser medido pelo cuidado. Marcas de luxo apostam em oficinas locais e processos sustentáveis, enquanto grifes brasileiras investem em produções pequenas e significativas. O luxo, mais do que uma estética, tornou-se uma ética.
A Geração Z, criada entre filtros e descartes, começa a enxergar no artesanato uma forma de autenticidade. Não se trata de nostalgia, mas de reconexão. O desejo por peças que carregam tempo e identidade revela um amadurecimento estético e afetivo. Vestir algo que tem história é uma escolha de estilo, mas também de valores.
A experiência da NS Dress mostra que a moda feita no Brasil pode falar a língua do luxo internacional sem perder sua essência local. Entre linhas e likes, o novo luxo talvez esteja justamente no tempo que leva para existir. Num mundo movido pela velocidade, o feito à mão surge como um ato de resistência, e o mais refinado símbolo de sofisticação.
Vídeo processo de confecção e envio AQUI https://we.tl/t-KW8AD3281I
Agronegócio
Agricultura familiar ganha reforço em Nerópolis com a criação do Projeto Semear

A Prefeitura de Nerópolis lançou oficialmente o projeto semear – Nerópolis Plantando o Futuro, uma iniciativa que busca transformar a agricultura familiar em motor estratégico do desenvolvimento econômico local. O programa é resultado de uma ampla articulação entre o município, a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES), o Governo Federal e entidades ligadas ao setor agrícola.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Nerópolis, Onofre França, o Semear nasceu de um processo de diálogo com produtores e parceiros institucionais. “Nosso objetivo é trazer dignidade ao homem do campo. Muitas vezes, o produtor sofre com atravessadores ou falta de apoio técnico. Queremos mudar essa realidade e mostrar que a agricultura é vital para a nossa economia”, disse em entrevista ao Jornal Opção.
O projeto começa com a realização de um censo rural e diagnóstico produtivo, que permitirá mapear as potencialidades e carências do setor. A partir desses dados, a Secretaria pretende implementar políticas de apoio, como formação continuada, assistência técnica, saúde rural, estímulo ao cooperativismo e empreendedorismo.
Outra frente será a comercialização direta da produção, reduzindo a dependência dos atravessadores. “Queremos ensinar como vender, como agregar valor ao produto. Isso desperta não só renda, mas também autoestima”, afirmou Onofre.

Além do fortalecimento da agricultura familiar, o Semear prevê ações para desenvolver o turismo rural, área que o secretário enxerga como promissora em Nerópolis. Ele também afirmou a importância de incentivar a sucessão familiar na agricultura.
“Precisamos compreender por que muitos deixaram de produzir e fazer com que eles voltem. Nosso município já foi grande produtor de café e citros. Queremos resgatar essa identidade e garantir que os jovens vejam futuro no campo”, explicou.
Entre os parceiros do projeto estão a Emater, o Senar, o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Já foram realizados cursos, treinamentos e atendimentos técnicos em conjunto com essas instituições.
O secretário destacou ainda a parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), que já trabalha com a prefeitura em projetos de incentivo à produção do bambu. “Nerópolis será o primeiro município goiano a ter uma lei de incentivo ao bambu. Isso valoriza nossa história e abre novas possibilidades de mercado”, disse.
Onofre França explicou que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico agora está organizada em duas superintendências: a de Economia, Trabalho, Turismo e Atração de Investimentos e a de Agricultura e Abastecimento, “Estamos estruturados e preparados para que Nerópolis se torne referência em desenvolvimento sustentável”, afirmou.
O secretário também ressaltou que a intenção é expandir o projeto para outras cidades de Goiás e, futuramente, para todo o país. “Nerópolis é um município pequeno, mas com grandes homens e mulheres do campo. Queremos que o semear seja exemplo de como políticas públicas bem construídas podem transformar vidas e a economia local”, completou. Rodrigo Zani é o gestor técnico do projeto
Agronegócio
Profissionais do agro de Sinop debatem cenário macroeconômico, negócios internacionais e mercado imobiliário

Evento tem inscrições gratuitas e acontecerá nesta quinta-feira, dia 02 de outubro, às 9h
As perspectivas macroeconômicas, as mudanças no câmbio, as oportunidades em negócios internacionais e o potencial de crescimento do mercado imobiliário no eixo da BR-163 serão discutidos no evento gratuito em Sinop/MT nesta quinta-feira, dia 02 de outubro. Realizado pelo Santander, por meio do programa Avançar, o evento reunirá empresários e profissionais do agronegócio no VIE Hotel e contará com o economista Felipe Kotinda, o especialista em comércio exterior, Ricardo Massaro, e Thiago Luciano de Freitas, especialista em negócios imobiliários.
Situado na chamada “faixa de desenvolvimento” do Arco do Agronegócio no Mato Grosso, Sinop conecta áreas de produção do oeste do estado com polos exportadores. Com amplas de cultivo de soja, milho, algodão e, em menor escala, sorgo e pastagem, a produção local se integra a cadeias nacionais de grãos, auxiliando o abastecimento de usinas de biodiesel, indústrias de ração e exportação. Regionalmente, a presença de silos, armazenagem, esmagadoras e trade houses contribui para ganhos de escala na cadeia de suprimentos.
O Santander conquistou este ano a folha de pagamento da prefeitura de Sinop, fortalecendo sua presença na região com produtos e serviços personalizados aos servidores. “O contrato reflete a confiança da prefeitura na capacidade do banco de gerir com eficiência e segurança um dos processos mais críticos para a administração pública, reforçando nossa posição como parceiro confiável para instituições governamentais”, explica Alexandre Rui Neto, responsável pela Rede Centro-Oeste & Norte do Santander.
O evento em Sinop acontecerá no VIE Hotel, Sala Marie Curie, à avenida Bruno Martini, 2249, Recanto Suíço, Sinop/MT. As inscrições são gratuitas, com vagas limitadas, e devem ser realizadas pelo link: https://www.programaavancar.com.br/eventos/cenario-macroeconomico-negocios-internacionais-e-mercado-imobiliario-sinop-mt
Programa Avançar
Gratuito e aberto a clientes e não clientes do Banco, o evento promove networking e auxilia os participantes em estratégias que permitam aprimorar seus negócios. Solução não financeira do Santander, o Programa Avançar realiza eventos presenciais em diversas cidades brasileiras para conectar empresários locais e especialistas do Banco, promovendo discussões sobre temas relevantes para a gestão empresarial e análises de cenários econômicos que impactam diretamente a economia do País. Em 2025, a expectativa é realizar mais de 300 eventos.
“Em uma década, as iniciativas do Programa Avançar contribuíram para impulsionar o crescimento e a competitividade de empresas espalhadas pelo País, além de levar conhecimento e apoiar os empreendedores no desenvolvimento de uma visão mais estratégica e voltada ao futuro a fim de enfrentar os desafios do dia a dia. Estamos preparados para oferecer todo suporte nessa jornada empreendedora”, destaca Paulo Duailibi, diretor de Empresas do Santander.
Estrutura ampla
Um dos principais diferenciais do Avançar é sua estrutura abrangente, que reúne, em um só programa, diversos formatos de aprendizagem, capacitação e networking. Estão disponíveis mais de 30 cursos on-line, 100% gratuitos, ministrados por especialistas de diversas áreas, que abordam temas como vendas nas redes sociais, educação financeira, marketing digital, investimentos, fluxo de caixa, negócios internacionais, liderança, gestão de pessoas, entre outros. Ao final de cada curso, os participantes recebem certificado de conclusão.
Os empreendedores também podem acessar gratuitamente e-books com orientações práticas sobre gestão, finanças e outros temas essenciais ao dia a dia dos negócios, além de baixar planilhas para controle de caixa. A plataforma oferece ainda conteúdo para quem deseja expandir seu negócio para o mercado internacional e entender mais sobre câmbio, importação e exportação. É possível, inclusive, se cadastrar em um grupo exclusivo de WhatsApp para receber conteúdos e informações sobre empreendedorismo, marketing digital, gestão financeira e outros assuntos relevantes.
Mensalmente, cerca de 50 mil pessoas acessam os conteúdos da plataforma do Avançar, que conta com aproximadamente 300 mil usuários ativos. Desde 2021, mais de 50 mil pessoas já foram certificadas após a conclusão dos cursos.