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Saúde

Doenças raras: cuidado especializado é essencial para 13 mi de pessoas

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© Paulo Pinto/Agência Brasil

Em um quarto à meia luz, o pequeno Enrico, de 4 anos, brinca animado em cima de um dos dois leitos. Mesmo com um cateter conectado ele pula, fica de ponta cabeça, tudo isso no limite das grades de uma cama hospitalar. Tanta energia surpreende até mesmo a mãe do menino, Gisele Paixão, que aos 43 acompanha os tratamentos do caçula.

Os quatro anos foram comemorados em casa, no último domingo (23), com um gostinho a mais, já que o primeiro diagnóstico, no hospital regional, em Cerqueira Cesar, interior de São Paulo, veio acompanhado da expectativa de que o pequeno viveria até os três anos.

O quarto aniversário é comemorado junto a outra data especial, pois é na mesma semana do Dia Mundial e do Dia Nacional das Doenças Raras, 28 de fevereiro, que em 2025 tem o lema Carregue as suas Cores. 

A estimativa é que 13 milhões de pessoas convivam com doenças raras no Brasil, algo perto de 5% da população. São cerca de 5 mil doenças registradas, segundo o Ministério da Saúde, a maior parte com incidência baixíssima, menos de um mil pacientes conhecidos no país.  

Enrico teve uma doença degenerativa, uma necrose no intestino. É uma doença rara, classificação dada pelo Ministério da Saúde àquelas doenças que acometem 65 pacientes para até 100 mil pessoas. No caso dele, após a perda do intestino delgado, ficou com apenas 5 centímetros do órgão e precisa ser alimentado por um acesso, 15 horas por dia, pois a parte que lhe restou é pequena demais para absorver nutrientes.

A condição de Enrico é uma dentre algumas dezenas de doenças raras que levam a perdas significativas do aparelho digestivo. O quarto no qual está internado fica na capital paulista, em um dos dez andares do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), concedido à gestão de uma organização social, o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), ligada ao Hospital Sirio-Libanês.

O tratamento é gratuito, pelo SUS, e a instituição tem parcerias voltadas para modernização de equipamentos e reformas pontuais, que não são atendidas no financiamento normal da instituição. Ainda assim, não faltam recursos, ânimo e interesse das equipes, segundo a diretora Jamile Brasil, que começou a trabalhar no hospital há 16 anos como pediatra residente, após se formar em medicina na Bahia.

A duas quadras da Avenida Paulista, o hospital Menino Jesus tem uma das fachadas mais recatadas na região, o que esconde um cotidiano movimentado. Atende dez mil crianças por mês e é referência nacional no atendimento da síndrome do intestino curto, sendo o primeiro centro na especialidade no país.

A especialização veio na década passada, paralela ao amadurecimento da Política Nacional para Doenças Raras, quando o hospital passou a integrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).

Tratamento domiciliar

Em 2016 começaram o programa de desospitalização, o mesmo que permitiu ao Enrico voltar para casa depois de 1 ano e 8 meses internado em diferentes unidades.

A primeira desospitalização do programa foi em 2018. Desde então, das 111 crianças atendidas, 78 já puderam voltar pra casa. Assim como no caso de Enrico, elas contam com médicos de apoio, com quem a família tem uma linha direta de contato e que orientam no caso de qualquer dificuldade ou sintoma diferente. As famílias também têm apoio de enfermeira da prefeitura, que visita regularmente e ajuda a equipe a entender como o tratamento está evoluindo. Desde 2018, mais de 50 pacientes do Menino Jesus receberam o tratamento domiciliar, 60 cirurgias foram realizadas e o índice de sobrevida dos pacientes em nutrição parenteral domiciliar chegou a 98%.

“Sempre é difícil. A gente sempre zela pela saúde dele, porque ele é uma caixinha de surpresas”, conta Gisele.

A mãe explica que os períodos de internação têm diminuído, assim como sua frequência, e que as infecções, antes constantes, são cada vez mais raras. O resultado é mais tempo com o filho em casa, sempre que possível aproveitando uma das atividades favoritas: andar de bicicleta. Ainda com a mãe pedalando, mas sempre muito animado.

Diagnóstico

A equipe multidisciplinar recebe encaminhamento diretamente das Unidades Básicas de Saúde e de Atendimentos Médicos Ambulatoriais, e é quando os especialistas começam a o processo de diagnosticar doenças raras, que pode levar anos.

Para Vitória Sophia foram cerca de 5 anos até identificar a síndrome de Coffin-Siris (SCS), que causa uma série de dificuldades para a jovem de 12 anos. Ela tem comprometimento no desenvolvimento mental e motor, déficit de crescimento, bastante agitação e crises convulsivas durante o sono, vindas de um quadro de epilepsia de difícil controle. Mesmo tendo feito o diagnóstico, a neurologista do Menino Jesus Luciana Midori explica que é necessário continuar investigando o quadro de Vitória Sophia, pois as doenças raras também podem estar ligadas a outras patologias.

Maria Ivaneide, mãe da VItória, assim como muitos outros pacientes, vem de longe e precisa aguardar a filha no atendimento, pois o deslocamento de volta para casa não compensa o esforço ou mesmo não é suficiente dentro das 4 horas de atendimento. O grau de disponibilidade que a condição de Vitória exige fez com que Maria precisasse parar de trabalhar, há três anos. Trabalhando em serviços domésticos, ela costuma atuar somente aos sábados, como diarista, quando consegue que a irmã cuide da pequena.

A neurologia no HMIMJ é uma das portas de entrada do paciente, mas é comum que eles sejam encaminhados para outros acompanhamentos e especialidades dentro do ambulatório, e para o atendimento de nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. “É dessa forma que encontramos as doenças raras ocultas e que são de difícil diagnóstico nos postos de saúde”, explica a diretora do hospital, Jamile Brasil.

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Saúde

Vamos falar de fertilidade e empoderamento

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Crédito: Pixabay

Os especialistas nas questões relacionadas aos avanços da mulher na sociedade afirmam que ao decidir controlar a sua maternidade e determinar o momento mais apropriado da sua vida para ter um filho, a mulher está exercendo o empoderamento feminino sobre o que há de mais genuíno e natural na sua vida.

 

Para esses especialistas, é nesse momento que a medicina ajuda a mulher na sua tomada de decisão. A modernização nas técnicas de Reprodução Humana acaba por amparar esse posicionamento oferecendo as condições necessárias para essa mulher adiar a gravidez além do que determina a sua reserva ovariana.

 

“A Preservação da Fertilidade é um serviço dedicado a oferecer controle e opções para mulheres que desejam estender sua fertilidade ou planejar o momento ideal para iniciar a jornada da maternidade”, afirma o Dr. Alfonso Massaguer, especialista em Reprodução Humana da clínica Mãe.

 

Segundo o médico, quando falamos de saúde reprodutiva “é importante reconhecer a importância de proporcionar às pacientes o poder de decisão sobre seus próprios corpos”.

 

Para administrar o tempo biológico da mulher existem SERVIÇOS EM PRESERVAÇÃO DE FERTILIDADE que se adequam às necessidades de cada uma. E essa individualidade precisa ser respeitada, de acordo com Massaguer.

 

“Não gosto de pensar que ofereço apenas um serviço; estou criando um meio para que aquela mulher tenha controle sobre seu futuro parental”, afirma.

 

 

O especialista enumera os tratamentos que existem hoje para a mulher que deseja adiar a maternidade se sinta à vontade para conquistar outros objetivos.

 

Congelamento de Óvulos

 

O Congelamento de Óvulos é um investimento significativo na preservação da fertilidade e no controle do seu cronograma para a maternidade, essa técnica tem o seu destaque como uma valiosa ferramenta para mulheres que desejam adiar a maternidade por seus diversos motivos. O método envolve a extração, maturação e posterior armazenamento dos óvulos em um estado criopreservado. Assim, a mulher pode escolher o momento ideal para iniciar sua jornada para a maternidade.

 

Preservação do Tecido Ovariano

 

A Preservação do Tecido Ovariano é, sem dúvida, uma opção inovadora e promissora para mulheres que buscam preservar sua fertilidade. Mais do que um procedimento, a Preservação do Tecido Ovariano é uma decisão consciente de proteger a saúde reprodutiva. Este método envolve a remoção e congelamento de uma porção do tecido ovariano, preservando as células germinativas para uso futuro. É uma salvaguarda para a fertilidade em situações que podem impactar a função ovariana.

 

Congelamento de Embriões

 

Não tão conhecido quanto o Congelamento de óvulos, o Congelamento de Embriões é um passo significativo na jornada da medicina reprodutiva que tem moldado histórias de famílias ao longo dos anos.

 

Esta técnica inovadora oferece a casais uma oportunidade valiosa para preservar suas chances de concepção, proporcionando flexibilidade e esperança. Mais do que um procedimento, o congelamento dos embriões representa uma estratégia cuidadosa para garantir que os sonhos da mulher, de construir uma família, possam ser realizados no momento certo. Após a fertilização in vitro, os embriões de alta qualidade são preservados através do congelamento, permitindo que a mulher escolha o tempo ideal para iniciar ou expandir sua família.

 

 

Segundo o Dr. Alfonso Massaguer falar de empoderamento feminino hoje passa necessariamente pelo controle da maternidade que a mulher conquistou duramentenas últimas décadas. “Queremos que a mulher se sinta capacitada a exercer esse empoderamento e tomar as decisões com base em informações sobre sua fertilidade “, finaliza.

 

Sobre Dr. Alfonso Massaguer – CRM 97.335

É Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e atua em Reprodução Humana há 20 anos. Dr. Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida, autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá.

 

Sobre a Clínica Mãe

A Clínica Mãe é uma instituição de referência em reprodução assistida, dedicada a ajudar pessoas a realizarem o sonho de se tornarem pais. Com uma equipe altamente qualificada e utilizando as mais recentes tecnologias e métodos, a Clínica Mãe está comprometida em proporcionar cuidados personalizados e de alta qualidade a cada um de seus pacientes.

 

Site: clinicamae.med.br

 

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YouTube: Clínica Mãe

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Saúde

Rio amplia para 18 anos faixa etária para vacinação da dengue

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© Paulo Pinto/Agência Brasil

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro ampliou o público-alvo da vacinação contra a dengue para adolescentes de 17 a 18 anos. A medida vale até o dia 26 de março. A finalidade é aproveitar 50 mil doses remanescentes entre o grupo prioritário neste momento. A vacina também está disponível para crianças e adolescentes de 10 a 16 anos que ainda não se vacinaram.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, dengue é sempre uma preocupação no verão, mas este ano os números são muito menores do que ano passado, quando houve uma epidemia na cidade do Rio e no Brasil.

“Temos uma preocupação grande porque o número cresce em São Paulo, que já tem mais de 58 mil casos, tem a dengue tipo 3 circulando e pode chegar ao Rio a qualquer momento”, afirmou.

A secretaria reforça que a vacina contra a dengue é segura e eficaz e foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A campanha faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do governo federal, sendo o Brasil o primeiro país do mundo a incorporar o imunizante à rede pública de saúde.

O município do Rio registrou em fevereiro a primeira morte por dengue. A vítima foi um homem, de 38 anos, morador no bairro de Campo Grande, zona oeste da capital. Mais de mil pessoas já foram contaminadas pela doença na cidade.

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Entretenimento

Colágeno pode realmente transformar o corpo sem cirurgias plásticas? Especialista responde à dúvida

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Nos últimos anos, o colágeno se tornou um dos ingredientes mais populares na indústria da beleza, sendo apontado como um grande aliado para manter a pele firme e tonificada sem a necessidade de procedimentos invasivos. Celebridades como Sabrina Sato (43), Flávia Alessandra (49), Sheron Menezzes (40), Letícia Spiller (50), Juliana Paes (45) e Grazi Massafera (41) já declararam publicamente que utilizam colágeno para cuidar da aparência e retardar os sinais do envelhecimento. Mas será que o colágeno, por si só, pode realmente transformar o corpo sem intervenções estéticas mais profundas?
Essa proteína é essencial para a sustentação da pele, articulações e músculos, sendo naturalmente produzida pelo organismo. No entanto, a partir dos 25 anos, sua produção começa a diminuir, resultando na perda de firmeza e elasticidade. A indústria da beleza e da saúde encontrou no colágeno uma grande aposta para combater esses sinais de envelhecimento, levando ao crescimento do mercado de suplementos e bioestimuladores.
Apesar da popularidade, especialistas apontam que apenas a ingestão de colágeno não é suficiente para promover mudanças significativas no corpo. O organismo precisa de estímulos para sintetizar e utilizar essa proteína de maneira eficiente. É por isso que, além dos suplementos, tratamentos como bioestimuladores e técnicas minimamente invasivas ganharam espaço, atuando na ativação da produção natural de colágeno.
A Dra. Lívia Ribeiro (CRM 521173430), especialista em estética, explica que métodos como o Harmonize Gold, que combina bioestimuladores e técnicas específicas, são capazes de promover um rejuvenescimento natural e duradouro em áreas como abdômen, glúteos e coxas. Segundo ela, o colágeno é um aliado poderoso, mas precisa ser acompanhado de estímulos corretos para realmente transformar a estrutura da pele e dos tecidos.
Essa abordagem reflete uma tendência global na busca por soluções menos invasivas e mais naturais para melhorar a estética e a qualidade de vida. O mercado da beleza tem se adaptado a essa demanda, oferecendo alternativas que não exigem cirurgias plásticas, mas que ainda assim proporcionam resultados visíveis e duradouros. O colágeno, por si só, pode ser um complemento essencial, mas para mudanças reais no corpo, sua ação precisa ser potencializada por hábitos saudáveis e tratamentos direcionados.

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