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Educação

Ensino médio: Pé-de-Meia dará R$ 2 mil por ano a alunos de baixa renda

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Pessoas
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula reuniu a imprensa, na manhã desta sexta-feira (26), para detalhar o Programa Pé-de-Meia, que é uma espécie de poupança que o governo federal fará para os alunos de baixa rende que cursarem o ensino médio.

O decreto com os valores e requisitos para receber os valores foi assinado pelo presidente durante uma cerimônia, no Palácio do Planalto.

No ato da matrícula, no início do ano letivo, o estudante do ensino médio receberá em sua conta poupança R$ 200. Além disso, a comprovação de frequência dará direito ao recebimento de R$ 1,8 mil por ano, em nove parcelas de R$ 200. Assim, o total por ano letivo será de R$ 2 mil.

Além dos depósitos de R$ 2 mil em cada um dos três anos do ensino médio, ao concluir a última série, o aluno receberá R$ 3 mil na conta poupança, que equivale a R$ 1 mil por série.

Também haverá pagamento de R$ 200 ao aluno de baixa renda da 3° série que se inscrever no Enem.

Assim, caso o estudante cumpra todos os requisitos estabelecidos ao longo dos três anos do ensino médio e se inscreva no Enem no último ano, ele terá recebido um total de R$ 9,2 mil.

Desafio

Durante a assinatura do decreto de regulamentação do programa, Lula disse que as políticas, na área de educação, tem “a responsabilidade de tirar o país da situação em que se encontra após 350 anos de escravidão”, quando uma boa formação era privilégio de poucas pessoas: “ricos iam estudar fora, enquanto pobres aprendem a cortar cana.”

Segundo o presidente, dois fatores são decisivos para que esse desafio resulte em sucesso.

“O primeiro é a qualidade de tratamento que daremos aos educadores, que estarão em sala de aula. A remuneração tem de ser suficiente para eles cuidarem de suas famílias. O segundo envolve a comunidade local. Precisamos convencer pais e mães a acompanhar a situação das escolas e de seus alunos”, disse.

Além disso, Lula defendeu que políticas como a de escola em tempo integral têm de ser implementadas como políticas de Estado, e não de governo. Para seu sucesso, é fundamental que haja participação de educadores e também da comunidade.

“Caso contrário, correrão o risco de serem alteradas durante mudanças de governos. O ideal é que façamos políticas que sejam compreensíveis para prefeitos e governadores”, acrescentou.

Programa

Lei 14.818/2024, que criou o programa de incentivo financeiro-educacional ao estudante do ensino médio chamado Pé-de-Meia, foi publicada no último dia 17. O programa é uma bolsa-poupança para incentivar estudantes de baixa renda a concluir o ensino médio.

Os recursos serão depositados em conta em nome do estudante beneficiário, de natureza pessoal e intransferível, que poderá ser do tipo poupança social digital. E os valores não entrarão no cálculo para declaração de renda familiar e recebimento de outros benefícios, como Bolsa Família, por exemplo.

Fonte: Agência Brasil

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Educação

Após fazer o Enem, candidatos manifestam confiança e expectativa 

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

O primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada em todo o Brasil neste domingo (9), concede aos alunos até cinco horas e 30 minutos para responder questões e escrever a redação. Mas a partir de duas horas de realização – tempo mínimo exigido – alguns candidatos já tinham deixado o local de aplicação, bem antes das 19h, horário final.

A Agência Brasil conversou com alguns deles em pontos de aplicação do exame no Rio de Janeiro. 

Em meio ao reencontro com parentes e amigos e a abordagens de promotores de cursinhos e de faculdades privadas, os estudantes manifestaram sentimentos como confiança, expectativa para o próximo domingo – quando acontece o segundo dia de provas – e surpresa com o tema da redação: “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”.

Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – Diego Jeferson Souza Nascimento, primeiro candidato a terminar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na Universidade Estácio, na Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – Diego Jeferson Souza Nascimento, primeiro candidato a terminar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na Universidade Estácio, na Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Diego Jeferson de Souza, de 17 anos, fez a prova no campus de uma universidade particular, no bairro do Maracanã. Ele foi o primeiro a deixar o local de provas, poucos minutos após as 15:30.

“A prova estava tranquila até, eu achei que estaria mais difícil, só deu uma dificultada na redação, porque eu estava com um tema em mente e foi totalmente outro”, disse o estudante que pretende fazer curso de ciências contábeis na faculdade.

Para ele, o fato de ter feito a prova rapidamente é sinal de confiança para o próximo domingo.

Cansativa

Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – A  candidata Pâmela Rodrigues ao terminar o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no CEFET, no bairro do Maracanã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – A  candidata Pâmela Rodrigues ao terminar o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no CEFET, no bairro do Maracanã. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Perto dali, Pâmela Rodrigues deixava o local de provas em uma unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). Na blusa que usava, exibia orgulhosa a frase estampada: “A educação transforma vidas e concretiza sonhos”. 

A candidata de 33 anos pretende fazer faculdade de direito e considerou a prova “bem cansativa”, acrescentando que piora as dores que tem nas costas.

“É uma prova bem complexa, muitas horas, o que acho que gera muito cansaço e acho que tem que trabalhar muito o nosso emocional, psicológico. Requer também um bom preparo para conseguir uma boa pontuação”, disse.

Pâmela também se surpreendeu com o tema da redação. “Eu achei que cairia algo de meio ambiente por estar muito em alta, a questão de desmatamento”, contou.

Julian de Souza, de 21 anos, que pretende cursar fisioterapia, classificou o desempenho de “razoável” e, apesar da surpresa com o assunto da redação, achou que foi um “bom tema”.

“O que eu acho do Enem é que é mais interpretação, acho que questões de texto cansam mais, mas foi tranquilo até”, avaliou.

Dificuldade

Outra candidata que vislumbra fazer faculdade na área da saúde é Caroline Rosa, de 17 anos, que quer estudar enfermagem. Ela achou a prova “um pouco difícil”.

“Com medo”, brincou. Ela já adiantou que a próxima semana será de estudo. “É matemática, né? Então tem que estudar à beça”.

Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – A candidata Graziele Silva dos Santos ao terminar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na Universidade Estácio, na Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – A candidata Graziele Silva dos Santos ao terminar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na Universidade Estácio, na Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Graziele Silva dos Santos achou a prova difícil Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil – Fernando Frazão/Agência Brasil

Graziele Silva dos Santos, de 17 anos, se imagina fazendo faculdade na área de logística e não achou o exame tranquilo.

“Achei um pouco difícil, mas talvez eu consiga”, disse ela, que considerou importante o tema da redação.

“Foi importante cair porque não é algo que muita gente pensa. Então é importante para a gente treinar”, diz. 

Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – A candidata Maria Clara Camargos ao terminar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na Universidade Estácio, na Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/11/2025 – A candidata Maria Clara Camargos ao terminar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na Universidade Estácio, na Tijuca. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Maria Clara Camargos, de 17 anos, classificou o primeiro dia do Enem como desafiador. “Mas foi bom, não foi tão ruim não”.

A estudante quer ser psicóloga e foi mais uma que ficou surpresa com o assunto da redação. “Eu estava confiante de que seria sobre a tecnologia, que eu teria mais argumentos”.

Entre os candidatos, havia os que confessaram não ter estudado muito para a prova, como Cauã Pereira Barbosa, de 18 anos. “Vou fazer área militar, então eu vim aqui só para fazer mesmo”, relatou ele, que ainda nutre o interesse em cursar ciência da computação.

Processo seletivo

Mais de 4,8 milhões de candidatos estavam habilitados a participar do Enem.

Além da redação, a prova deste domingo cobrou questões de múltipla escolha das seguintes áreas do conhecimento: língua portuguesa; literatura; língua estrangeira (inglês ou espanhol); história; geografia; filosofia e sociologia, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação.

O segundo dia de prova é no próximo domingo (16), quando serão cobrados conteúdos de ciências da natureza e matemática.

Além de avaliar o ensino nas escolas, O Enem é a principal porta de entrada em universidades, principalmente nas públicas. A nota pode ser usada pelos estudantes no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), voltado às públicas, e no Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), os dois direcionados a instituições particulares.

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Educação

Enem 2025: entenda quem pode solicitar a reaplicação das provas

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

Participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que foram afetados por problemas logísticos durante a aplicação das provas ou acometidos por algum tipo de doença infectocontagiosa listada no edital podem solicitar a reaplicação do exame por meio da Página do Participante.

Os casos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), serão julgados individualmente.

São considerados problemas logísticos, para fins de reaplicação, “fatores supervenientes, peculiares, eventuais ou de força maior”, incluindo:

  • Desastres naturais que prejudiquem a aplicação do exame devido ao comprometimento da infraestrutura do local;
  • Falta de energia elétrica que comprometa a visibilidade da prova pela ausência de luz natural;
  • Erro de execução de procedimento de aplicação que incorra em comprovado prejuízo ao participante.

A aprovação ou reprovação da solicitação de reaplicação da prova deverá ser consultada por meio do endereço eletrônico enem.inep.gov.br/participante. O Inep reforça que o participante não poderá prestar o exame fora dos espaços físicos, das datas e dos horários definidos.

“O não comparecimento às provas nas datas e nos horários informados pelo Inep caracterizará ausência do participante, não havendo segunda oportunidade para a realização das provas”, destacou o instituto.

A reaplicação das provas, para os casos previstos no edital, acontecerá nos dias 16 e 17 de dezembro.

Em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, a realização do Enem foi suspensa devido à destruição causada pela passagem de um tornado na noite de sexta (7).

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Educação

Tema da redação do Enem ajuda a debater etarismo, dizem professores 

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O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, ajuda a promover debates atuais como violações de direitos e etarismo, que é o preconceito contra uma pessoa por causa de sua idade.

A avaliação é de professores ouvidos pela Agência Brasil neste domingo (9).

Para a professora de redação Bárbara Soares, que atua em Brasília, o exame trouxe, mais uma vez, um tema relevante e atual, tendo em vista o envelhecimento da população e a necessidade de combate ao etarismo. 

Além disso, relações possíveis com violações de direitos, como a descoberta sobre os desvios de recursos das aposentadorias de brasileiros e a necessidade de novas políticas públicas poderiam ser abordadas na prova. 

“Há uma grande preocupação de como proteger essas pessoas. O Enem coloca uma lupa sobre um problema que está relacionado a grupos mais vulneráveis e de que premissas constitucionais estão sendo violadas”, afirmou a docente.

Recorrência 

A professora recordou que, há dois anos, o Enem tratou sobre a invisibilização do trabalho de cuidado de mulheres.

“Nós precisamos de uma política nacional de cuidado. Nós precisamos pensar sobre isso de uma maneira mais estruturante mesmo. Eu acho que é exatamente isso que eles querem dos alunos”. 

O professor Thiago Braga, que dá aulas no Rio de Janeiro, também contextualiza que, em 2070, quase 40% da população brasileira será de idosos. 

“É uma discussão feita interdisciplinarmente na escola. Todos eles sabem, por exemplo, que a pirâmide etária brasileira está passando por uma transformação importante nesse momento”, pondera.

Por isso, o professor entende que os textos motivadores podem ter uma importância fundamental para o direcionamento temático. “Lembrando que a gente tem um estatuto da pessoa idosa no Brasil, que é de 2003. Pode ser uma boa referência para que os alunos usem [nas redações).”

Veja imagens da entrada de alunos no Enem
 

Enem/ Galeria

Repertórios 

A professora de redação Rayana Roale, que também trabalha no Rio de Janeiro, considera o tema de complexidade mediana, e lembra que o assunto também foi abordado na Prova Nacional Docente (PND). Ela explica que a questão da idade perpassa todas as camadas da sociedade. 

“Acredito que não vai ser um tema muito difícil de abordar porque existe muito repertório e informações disseminadas sobre isso”. 

Os professores avaliam que uma outra tônica que poderia ser trazida é de como a “sociedade produtiva” tende a deixar as pessoas mais velhas de lado. 

Professora de redação, Michele Marcelino, de São Paulo, considera que o exame acertou “em cheio” ao trazer para o debate a questão. “O tema permite discutir o etarismo, os direitos das pessoas idosas e os problemas que elas enfrentam na sociedade contemporânea, como abandono e preconceito”.

Ela acrescenta que a motivação vai ao encontro das mudanças sociais significativas no país. “Trazer esse tema à luz não apenas é pertinente, mas também acessível aos estudantes, que não devem ter dificuldade em desenvolver uma reflexão consistente”.

Debate importante

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bianca Borges, defendeu que o tema provoca debate sobre os desafios para o acesso ao trabalho digno, para acesso à previdência social e à saúde pública de qualidade. 

“Todos esses desafios demandam o desenvolvimento de políticas públicas. Esse aspecto é muito importante e também  traz debate social e cultural que diz respeito à nossa compreensão sobre as pessoas mais velhas”.

Ela acrescenta que, graças à democratização do acesso ao ensino superior, o perfil dos alunos mudou muito. “A gente tem a felicidade de ver pessoas com mais de 60, 70, às vezes 80 anos realizando o sonho de estar dentro da sala de aula ao lado dos mais jovens. Isso é muito importante”.

Convívio

No início deste mês, a Agência Brasil publicou a história de três médicos especialistas que, com mais de 80 anos, continuam na ativa, vencendo preconceitos. Na mesma série especial, a reportagem ouviu especialistas que apontaram o convívio entre gerações como receita de sucesso contra o etarismo.

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