Teatro
Espetáculo Pawana marca reabertura do Ágora Teatro, em São Paulo, no bairro Bixiga
Espectadores são transportados para o universo dos navios baleeiros no único texto dramatúrgico escrito pelo francês J.M.G. Le Clézio, vencedor do Nobel de Literatura de 2008, com atuação de Celso Frateschi, em cena ao lado de Rodolfo Valente, sob direção de José Roberto jardim
Depois de quase quatro anos fechado, o Ágora Teatro, dirigido por Celso Frateschi e Sylvia Moreira, está reaberto desde o dia 15 de novembro de 2023, com a estreia e temporada de PAWANA (1992), texto do escritor francês J.M.G. Le Clézio (vencedor do Nobel de Literatura de 2008), traduzido por Leonardo Fróes. A montagem, com direção de José Roberto Jardim, constrói um relato de viagem em que as memórias de belas paisagens da costa da Califórnia e de violentas agressões à natureza são revisitadas pelos dois personagens em cena, em um acerto de contas com o passado. Importante espaço da cena paulistana, de relevância histórica não somente pelo repertório apresentado, mas também pelos artistas que já passaram por lá, o Ágora estava fechado desde o início de 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19 e das obras do Metrô, que interditaram grande parte da rua e fecharam temporariamente uma das salas. As sessões de PAWANA seguem até dia 11 de dezembro (veja a programação completa abaixo).
Pawana traz dois narradores, interpretados respectivamente por Celso Frateschi e Rodolfo Valente, um experiente capitão, Charles Melville Scammon, e o jovem marinheiro John, da cidade de Nantucket, que embarcam em um navio baleeiro rumo a um refúgio idílico onde as baleias-cinzentas vão parir seus filhotes. O objetivo é conseguir o valioso óleo desse animal, matéria-prima responsável por sustentar boa parte da economia mundial até o final do século XIX, fornecendo, por exemplo, combustível e iluminação. Assim, guiado não somente pela curiosidade e o espírito aventureiro, mas também pela cobiça (o capitão e sua tripulação não se importam em promover uma enorme matança dos animais), o navio Léonore desce a costa da Califórnia em janeiro de 1856.
Quatro relatos entrecortados – dois de Melville, dois de John – exploram a relação entre os protagonistas, e a relação entre cultura e natureza. “A obra é muito mais trágica do que dramática. Na verdade, não existem grandes dramas e, sim, uma tragédia humana planetária. O capitão Melville tem consciência do mal que pratica, mas também sabe que, se não fosse ele, outro o teria feito. A peça trata da matança das baleias-cinzentas, mas serve de metáfora também para descrever outras situações humanas, como as guerras”, afirma Frateschi.
“Um instante depois, a baleia ressurgiu na superfície da laguna, num salto extraordinário, que nos deixou sem forças, a todos nós, tão grandes eram a beleza e o vigor daquele corpo erguido para o céu. Por frações de segundo ela ficou imóvel, depois tombou num monte de espuma e ficou boiando na tona, meio de lado, e vimos o sangue que tingia a laguna, que avermelhava o vapor das suas narinas. Silenciosamente a chalupa se aproximou da baleia. No último momento, quando um frêmito na água indicou que ela ainda estava se mexendo, o índio lançou o segundo arpão, que cravou fundo em seu corpo, um pouco abaixo da articulação da nadadeira, entre as costelas, e atingiu o coração.” (excerto de PAWANA, tradução de Leonardo Fróes)
Pawana está filiada às grandes narrativas de aventuras marítimas, como Moby Dick, mas segue por outro caminho. Enquanto no clássico romance de Herman Melville, o capitão Ahab tenta enfrentar seu próprio monstro, mas falha e perde a batalha contra a natureza, na história de Le Clézio, o protagonista, ao invadir o santuário das baleias-cinzentas, está entrando em um embate maior, com toda a vida do planeta.
O escritor francês inspirou-se em uma história real para escrever o livro. Em 1856, na época em que a costa da Califórnia estava sendo colonizada, o capitão Charles Melville Scammon – que também era naturalista (na acepção que o século XIX reservou ao termo) e publicou dois livros sobre a fauna marinha – empreendeu uma violenta caça às baleias-cinzentas, estimulando a matança indiscriminada desses animais por navios que passaram a ir para lá vindos de várias parte do mundo.
“Le Clézio começa a publicar sua obra a partir dos anos 1960, mas não se deixa influenciar pelas experimentações estéticas típicas do período. Sua literatura tem caráter marcadamente sapiencial, estando filiada à tradição das grandes narrativas de aventura. Ao entrar em contato com os povos originários do México, onde morou por um bom tempo, passou a tratar da necessidade existencial e ética de o ser humano se integrar à natureza e respeitar seus ritmos, em vez de olhá-la como uma fonte inesgotável de recursos, comenta Welington Andrade, responsável por conduzir a pesquisa teórica do espetáculo.
Os direitos para a montagem do espetáculo foram conseguidos diretamente com o apoio do Consulado da França.
Sobre a encenação
O trabalho de direção de José Roberto Jardim destaca a essência do aspecto narrativo do texto, explorando as imagens evocadas pelas falas dos dois personagens. A sobriedade dos demais elementos cênicos marca o projeto de encenação. O cenário e o figurino são assinados por Sylvia Moreira, enquanto a iluminação é de Wagner Freire.
“O horror narrado pela evocação da memória dessas duas personagens ocasiona a destruição da ‘possibilidade de beleza no mundo’. No palco, luzes espectrais, faces sombreadas e sons dissonantes e agônicos caracterizam essa atmosfera. O palco converte-se em uma espécie de limbo no qual Celso e Rodolfo verão, gradativamente, esse espaço simbólico se deteriorar até a destruição completa”, conta o diretor.
Reabertura do Ágora Teatro
Fundado em 1999, o Ágora Teatro ocupa o local onde antes funcionava o Teatro do Bixiga. Durante mais de vinte anos, o espaço produziu e acolheu inúmeras montagens, sempre orientado pela qualidade do repertório e pelo nível das reflexões suscitadas, implementando ainda uma série de ações pedagógicas e de formação de público, como cursos, palestras e seminários através de seus eixos de atuação: Ágora em Cena, Ágora Formação, Ágora Livre e Ágora Publicações. No início de 2020, em razão da pandemia, o espaço fechou as portas, fez inúmeras atividades online e enfrentou dificuldades com as obras da Linha 6 (Laranja) do Metrô, que interditaram 500m² de sua área.
A reabertura em novembro de 2023 marca uma nova etapa da história do projeto. Que se inicia com a retomada do eixo Ágora em Cena, com a montagem de Pawana de J.M.G. Le Clézio, contemplado com o Prêmio Zé Renato da cidade de São Paulo. Em 2024, o Ágora retomará seus outros eixos de ação. Houve uma grande reforma para acolher essas mudanças e atender plenamente ao conforto do público: por enquanto, apenas uma sala está disponível (a outra, maior, permanece interditada até o fim das obras do Metrô).
Sobre o autor
Jean-Marie Gustave Le Clézio, escritor e ensaísta francês, nasceu em 1940 em Nice. Sua paixão por viagens surgiu durante sua visita às Ilhas Maurício.
Em 1963, aos 23 anos, seu romance de estreia, “Le Procès-Verbal,” lhe rendeu o Prêmio Renaudot. 3. Em 1980, publicou “Désert,” uma de suas obras mais aclamadas, abordando a vida dos tuaregues.
Outras obras notáveis incluem “Fièvre,” coletânea de contos, e romances como “Le Déluge,” “La Quarantaine,” e “Poisson d’Or,” que exploram a relação entre a humanidade e a morte.
“Désert” reflete sua preocupação com os povos nômades ameaçados, uma temática que ele estudou em ensaios após viver entre os indígenas emberas no Panamá e os berberes de Marrocos.
Le Clézio é um autor amplamente traduzido para várias línguas e faz parte do júri do Prêmio Renaudot desde 2002. Em 2008, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Sinopse
Dois narradores, um experiente capitão e um jovem marinheiro, embarcam em um navio baleeiro rumo a um refúgio idílico onde ninguém esteve antes. Durante a viagem, ambos entram em contato com o poder de destruição do ser humano, cujo destino parece sempre o impelir a sacrificar, tragicamente, a vida prodigiosa.
Ficha Técnica
Texto: J.M.G. Le Clézio
Tradução: Leonardo Fróes
Direção: José Roberto Jardim
Elenco: Celso Frateschi e Rodolfo Valente
Cenografia e figurino: Sylvia Moreira
Cenotécnico: Zé Valdir Albuquerque
Iluminação: Wagner Freire
Trilha sonora: Piero Damiani
Pesquisa teórica: Welington Andrade
Programação visual: Pedro Becker
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção: Corpo Rastreado – Leo Devitto e Letícia Alves
SERVIÇO
Pawana
De 15 de novembro a 11 de dezembro.
Dias e Horários: Sextas e segundas, às 20h; Sábados às 21h e domingos, às 19h.
Local: Ágora Teatro – Endereço: Rua Rui Barbosa, 664 – Bela Vista – São Paulo – SP
Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)
Duração: 100 minutos | Classificação indicativa: 12 anos
Acessibilidade total
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Teatro
Jonathan Nemer traz novo especial de Natal para o Teatro RioMar Recife no dia 23 de dezembro
Jonathan Nemer traz para o Teatro RioMar, localizado no Piso L4 do RioMar Recife, o seu novo especial de Natal. No show de stand up comedy, o humorista aborda tudo que acontece nesta época do ano e promete muitas risadas ao revelar algumas coisas que todos fazem e comentam e outras que todos pensam, mas ninguém tem coragem de falar. A apresentação acontece na segunda-feira, dia 23 de dezembro, às 21h.
O Natal é gostoso porque envolve família, comidas e presentes, mas também pode ser terrível exatamente pelo mesmo motivo: família, comidas e presentes. Após o sucesso do antigo Especial de Natal, onde a Rena, o Duende e o Papai Noel ganharam vida e ficaram em cartaz de 2016 a 2022, com recorde de público e ingressos esgotados, Jonathan Nemer traz o Novo Especial de Natal.
O espetáculo é um Stand Up com censura livre, para toda família se divertir, independentemente da idade. Haverá a já tradicional Entrada Solidária, na qual pessoas que não são estudantes ou beneficiárias da Lei da Meia Entrada podem pagar um valor promocional levando 1kg de alimento não perecível, que posteriormente serão revertidos para uma entidade da cidade.
Na internet, Jonathan Nemer já conta com mais de 3 bilhões de visualizações e, nos palcos, esse sucesso não tem sido diferente. Os ingressos custam a partir de R$ 70 e podem ser adquiridos na bilheteria e no site do Teatro RioMar (www.teatroriomarrecife.com.br) ou através do app do RioMar Recife.
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Cultura
Originais do Charme celebra 10 anos no Imperator, no Méier, com novo espetáculo: “Flashblack”
Espetáculo da aclamada companhia de dança faz uma viagem no tempo passando pelos sons, passos e momentos que embalaram os Bailes Black do subúrbio carioca nos anos 70, 80 e 90
Grande sucesso em sua temporada itinerante pelo Rio de Janeiro, o espetáculo “Flashblack” sobe ao palco do Imperator, no Méier, no domingo, dia 01 de dezembro, às 19h, para sua última sessão em 2024. Encenada pela aclamada companhia Originais do Charme, que comemora 10 anos, a apresentação propõe uma viagem no tempo, estabelece pontes entre a música, os famosos passinhos das pistas de dança e as sensações de como nossas emoções vão reagir ao reviver 40 sucessos entre os anos 70, 80 e 90 dos Bailes Black do subúrbio carioca.
No palco em performance, 14 dançarinos clássicos, entre 40 e 65 anos, oriundos dos Bailes de Charme de Madureira e sob a direção e coreografias de Marcus Azevedo e Eduardo Gonçalves. Um espetáculo inclusivo que convida o público a dançar, com vários flashes de momentos incríveis que vamos trazer ao presente e vai significar muito mais para você.
Flashblack
O termo flashback refere-se a uma técnica, na qual a ação no cinema é interrompida momentaneamente para voltar no tempo e, recuperar, trazer ao presente alguma memória, alguma referência significativa. No espetáculo Flashblack, os dançarinos / intérpretes dos Originais do Charme farão interrupções na narrativa do presente e vão contar o que marcou suas vidas nos anos 70, 80 e 90. Os cascudos (como são conhecidos os charmeiros mais velhos) vão apresentar várias histórias trazidas à tona, revividas e, depois, desdobradas nos laboratórios de construção do espetáculo, por meio de narrativas corporais. Tudo isso embalado por uma trilha sonora de 40 sucessos.
Buscando reflexões sobre as memórias entre a música Black (Soul, Charme, Funk e Disco), o corpo que dança, sobre como essas duas potências marcaram e ainda no presente marcam nossas vidas, FLASHBLACK é o espetáculo indispensável para recuperar suas melhores memórias afetivas.
Antes um grupo de dança, os Originais do Charme tornaram-se companhia pela necessidade da preservação da memória da primeira geração dos bailes, completando 10 anos de história, foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo, Governo Federal, Ministério da Cultura, chamada emergencial de apoio a dança “Giro RJ”, pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.
Ficha Técnica:
Cia. Originais do Charme
Direção Geral: Marcus Azevedo
Coreografia: Marcus Azevedo e Eduardo Gonçalves
Elenco: Aline Vasconcelos, Cleyton Santos, Andrea Gomes, Eduardo Costa, Claudia Perelli, Cristiano Guedes, Deise Cris, Katia Bispo, Jucilene Silva, Lucia Virgílio, Lula Santos, Marcelo Sales, Roberto Junior Baia e Xandy Neguitto
Técnico de Luz: Bru Trindade
Montador de Luz: Gil Santos
Técnico de Som: Eduardo Gonçalves
Edição Musical: DJ Cley 2
Direção Executiva: Himiny
Arte e Design: DJ Dudu
Mídias Sociais: Tainã Santos
Figurino: Lino Sales
Assessoria de Imprensa: Carlos Pinho
Realização: Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura (Governo Federal)
Incentivo: Funarj
Apoio Institucional: Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa
Parceria: Centro Coreográfico, Arena Carioca Fernando Torres, Giro Black e Viaduto de Madureira
Serviço:
Local: Teatro Imperator – Rua Dias da Cruz, 170 – Méier – Rio de Janeiro/RJ
Dia e hora: 01 de dezembro, domingo, às 19h
Entrada: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada), vendas pelo link https://linktr.ee/azevedocharme
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: livre
Rede social: https://www.instagram.com/originaisdoc/
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Teatro
Paul Cabannes volta ao Teatro RioMar com show de stand-up comedy nesta sexta-feira
Francês que mora no Brasil há 10 anos e faz sucesso nas redes sociais compartilhando a sua visão peculiar e com muito humor sobre a cultura e os hábitos brasileiros, Paul Cabannes volta ao Teatro RioMar, localizado no Piso L4 do RioMar Recife, neste final de semana. Ele apresenta espetáculo no formato de stand-up comedy nesta sexta-feira, dia 29 de novembro, às 21h.
No espetáculo “Alma de Brasileiro”, Paul Cabannes responde à pergunta o que é ter alma de brasileiro? O comediante é casado com uma brasileira e é pai de duas meninas e, no stand-up comedy, conta histórias vividas por ele no país, com muito humor.
Paul Cabannes realiza shows de stand-up focados no comportamento cultural e social dos brasileiros sob a ótica do estrangeiro. Ele nasceu na França, mas se apaixonou pelo Brasil desde o primeiro dia que pisou no país. Paul se casou com uma brasileira, que foi à França para estudar, e decidiu fazer do nosso Brasil a sua nova casa.
Os ingressos custam a partir de R$ 40 e podem ser adquiridos na bilheteria e no site do Teatro RioMar (www.teatroriomarrecife.com.br) ou através do app do RioMar Recife.
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