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Núcleo Experimental celebra a vida e a obra de Herbert Daniel no musical Codinome Daniel, que estreia dia 12 de janeiro
Conhecido por dar voz a grupos minoritários e por sua pesquisa sobre o modo brasileiro de se fazer Teatro Musical, o Núcleo Experimental homenageia em seu novo trabalho o jornalista Herbert Daniel (1946-1992), ativista LGBTQIAPN+ na luta pelo direito das pessoas com HIV/Aids. Codinome Daniel estreia no dia 12 de janeiro de 2024 na sede do grupo na Barra Funda, onde segue em cartaz até 4 de março, com apresentações às segundas, às sextas e aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 19h.
O trabalho tem direção, dramaturgia e letras de Zé Henrique de Paula e música original e direção musical de Fernanda Maia. Já o elenco traz Davi Tápias, Luciana Ramanzini, Fabiano Augusto, André Loddi, Lola Fanucchi, Cleomácio Inácio, Renato Caetano e Paulo Viel.
“Pretendemos levar ao público a vida e a obra, ainda muito desconhecida, do jornalista e escritor Herbert Daniel, um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto os setores da esquerda que reproduziam a homofobia e a heteronormatividade”, comenta Zé Henrique de Paula.
Um dos elementos de frente da luta armada, Herbert se exilou em Portugal e na França, onde contraiu HIV, foi o último dos anistiados e, uma vez de volta ao Brasil, tornou-se um ativista fundamental na luta pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids. Sua importância se deve ainda ao fato de ter sido o fundador do grupo de apoio Pela VIDDA e um dos fundadores do Partido Verde.
Atuou pelos direitos da população LGBTQIAPN+, das mulheres, dos negros, além de ativista ambiental. Herbert morreu em 1992 devido a complicações causadas pela AIDS.
“Acreditamos que o teatro – uma das primeiras paixões de Herbert Daniel em sua juventude (ele foi também dramaturgo) – pode ser uma ferramenta poderosa no sentido de reacender uma luz sobre essa figura menosprezada da história do movimento LGBTQIAPN+ no Brasil recente. Afinal, sendo a memória uma construção social, a peça ajuda a colaborar para que minorias possam entrar em contato com o inventário da luta pela democracia, diversidade e justiça social”, acrescenta o diretor.
Codinome Daniel é a terceira parte do que o grupo chama de Uma Trilogia Para a Vida, junto com os espetáculos Lembro todo dia de você e Brenda Lee e o palácio das princesas. Como fio condutor das três peças está um conjunto de discussões e pontos de vista a respeito da questão do HIV/Aids no Brasil, da década de 80 aos dias de hoje.
Um pouquinho mais sobre
A figura de Herbert Eustáquio de Carvalho, nome de batismo do homenageado, é uma das mais esquecidas da nossa história recente, especialmente quando se leva em conta sua importância na luta pelo movimento gay e pelo ativismo em prol da democracia durante a ditadura no Brasil. Herbert foi um elemento importante na luta armada contra a ditadura de 1964 e no processo de redemocratização do Brasil.
Estudante de medicina na UFMG, engajou-se em grupos guerrilheiros ainda no final da década de 1960. Esteve na linha de frente de assaltos a bancos e dos sequestros de diplomatas estrangeiros que garantiram a soltura de mais de uma centena de presos políticos que corriam risco de morte.
Na militância clandestina, ele descobriu e assumiu sua homossexualidade. De um lado, encontrava-se acossado pela violência de uma ditadura moralizante e LGBTfóbica; do outro, não era aceito por parte dos seus companheiros de guerrilha. Para muitos setores das esquerdas naquele momento, a homossexualidade era vista como um desvio pequeno-burguês, uma degeneração, uma fraqueza moral, um desbunde de minorias improdutivas, em suma, um “pequeno drama da humanidade” que dividiria a “luta maior”.
Herbert teve, então, que “esquecer sua homossexualidade” para “fazer a revolução”. Tanto se dedicou que seu rosto chegou a estampar os cartazes dos “subversivos” mais procurados pelo regime autoritário. No entanto, mesmo com o cerco crescente e o extermínio físico da luta armada, ele conseguiu escapar da prisão e das torturas, exilando-se em 1974 em Portugal e, depois, na França. No exterior, contraiu HIV e tornou-se, ao retornar ao Brasil como o último dos anistiados, um ativista fundamental pelos direitos das pessoas vivendo com HIV e AIDS.
Morto em 1992, Herbert foi um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto setores de esquerda que reproduziam a heteronormatividade.
Foi o responsável também pela criação da Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da AIDS, que estruturou o discurso em relação à epidemia, além de cunhar o conceito de “morte civil” – referindo-se à condição de pária em que a pessoa com HIV é colocada, uma espécie de morte social antes da morte física – mostrando que não se trata apenas de uma questão de saúde, mas também sexual, social, econômica e de direitos humanos.
“Ele trouxe ideias revolucionárias para enfrentar a doença e o preconceito social, e elas ainda são válidas até hoje, como a ideia de solidariedade no combate à epidemia”, afirma o historiador e brasilianista norte-americano James Green, que lançou uma biografia de Daniel em 2018 (Revolucionário e Gay: a extraordinária vida de Herbert Daniel). “Ele era muito corajoso, foi uma das primeiras pessoas conhecidas a assumir ser gay e soropositivo.”
A biografia escrita por Green é a grande fonte de inspiração para a dramaturgia de Codinome Daniel.
Ficha Técnica
Dramaturgia e Letras: Zé Henrique de Paula
Música original: Fernanda Maia
Direção: Zé Henrique de Paula
Direção musical: Fernanda Maia
Elenco: Davi Tápias, Luciana Ramanzini, Fabiano Augusto, André Loddi, Lola Fanucchi, Cleomácio Inácio, Renato Caetano e Paulo Viel.
Assistência de direção musical: Guilherme Gila
Assistência de direção: Rodrigo Caetano
Cenografia: César Costa
Figurinos: Úga Agú e Zé Henrique de Paula
Iluminação: Fran Barros
Desenho de som: João Baracho
Preparação de elenco: Inês Aranha
Visagismo: Dhiego D’urso
Cenotécnica: Jhonatta Moura
Produção: Laura Sciulli
Assistência de produção: Cauã Stevaux
Fotos: Ale Catan
Design gráfico: Laerte Késsimos
Textos para programa: Isa Leite
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Redes sociais: 1812 Comunica
Estagiários: Mafê Alcântara (direção), Victor Lima (produção), Verena Lopez (som), Luis Henrique (luz), Pedro Bezerra (cenografia) e Jupiter Kohn (figurino)
Serviço
Codinome Daniel, do Núcleo Experimental
Temporada: 12 de janeiro a 4 de março de 2024
Sextas, sábados e segundas, às 21h, e domingos, às 19h
Teatro do Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637, Barra Funda
Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)
Venda pelo site Sympla
Classificação: 12 anos
Duração: 120 minutos
Mais informações em @nucleoexp
Este projeto foi contemplado na 40a. edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo.
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Primeiro bebê no sul do Brasil com DNA dos pais homoafetivos vira símbolo de amor e tolerância nesse Natal
A história de Antonella e de seus dois papais tem emocionado e inspirado milhares de pessoas nas redes sociais
Por Paulo Roberto Amaral
Com tão pouco tempo de vida, a menina já é um símbolo de como o amor entre duas pessoas pode transformar o Mundo. “Pra nós ela é a filha que tanto desejamos e queremos aproveitar cada fase da vida, mas, por tudo que representa, sabemos da importância dela como um símbolo de amor, resistência e esperança em tempos de tanta intolerância”, ressalta Jarbas, um dos pais da menina.
Antonella é fruto do amor entre Jarbas e Mikael e nasceu em 17 de maio, dia que marca a luta mundial contra a Homofobia, o que reforça ainda mais a simbologia em torno da menina. A família mora em Imbé, no litoral do Rio Grande do Sul, que fica a 100 km da capital Porto Alegre.
O tratamento de reprodução assistida foi realizado a partir do sêmen de Jarbas e do óvulo doado pela irmã de Mikael, Marrie Bortolanza. Esse tratamento ele serve tanto para casais homoafetivos quanto também para mães solos, pais solos e casais heterossexuais A comadre do casal, Jéssica Konig, foi a barriga solidária que possibilitou a gestação. “A combinação de amor e ciência possibilitou que o nosso sonho se tornasse realidade e nossa missão agora é mostrar, a outros casais, que a barriga de substituição é a chance de tornar realidade o sonho de ter um filho”, destaca Mikael.
O crescimento de Antonella tem sido acompanhado de perto por uma legião de seguidores nas redes sociais, onde seus pais compartilham momentos do dia a dia e reflexões sobre a importância da diversidade e da aceitação. “Antonella é um presente que nos lembra da naturalidade da construção de uma família homoafetiva. Sua história é um farol de esperança em um mundo que, muitas vezes, ainda luta contra a intolerância”, afirma Jarbas.
Com o Natal, a história de Antonella ganha ainda mais força. A época festiva simboliza união, amor e esperança, e a pequena se torna um ícone de como a diversidade pode ser celebrada em todas as suas formas. “Neste Natal, queremos que todos possam ver Antonella não apenas como a filha de dois pais, mas como uma criança que representa o amor em sua essência mais pura”, completa Mikael.
Jarbas acrescenta que a rede de apoio nas mídias sociais, onde os seguidores têm tido um papel fundamental para espalhar o que ele chama da semente de amor no mundo. “Com o apoio incondicional de amigos e familiares, a história de Antonella continua a inspirar muitos, provando que o amor é, de fato, o que mais importa na formação de uma família”, finaliza.
Redes sociais:
Instagram:
https://www.instagram.com/2paisdaantonella/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@2paisdaantonella
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DJ Caio 22 Conquista as Pistas com “Mão no Chão, Pé na Equipe” – O Hit Que Não Vai Sair da Sua Cabeça!
Com apenas 12 anos, Caio Silva, conhecido como DJ Caio 22, deu seus primeiros passos no universo da música. Era um garoto curioso, fascinado pelos equipamentos e programas de produção, quando Felipe Brito, um produtor experiente, reconheceu o brilho no jovem talento. Felipe não apenas incentivou, mas também abriu as portas para que Caio aprendesse os fundamentos da produção musical, começando uma jornada que definiria sua vida.
“Foi ali que percebi que a música era o que eu queria fazer para o resto da vida. Felipe acreditou em mim quando eu ainda era apenas um menino brincando com ideias e sons”, lembra Caio.
Uma ascensão marcada por colaborações de peso
O talento precoce e a determinação logo levaram DJ Caio 22 a ingressar na produtora do MC Talibã, onde ele começou a montar carimbos e contribuir com músicas que faziam sucesso na cena urbana. Seu trabalho chamou atenção de outros artistas, e não demorou para que ele fosse convidado a trabalhar com MC Sabrina. Esse foi o marco definitivo de que ele estava no caminho certo.
“Desde então, nunca mais parei. Cada projeto era um desafio e uma oportunidade de aprender mais, de me aperfeiçoar. Era como se eu estivesse construindo uma ponte para alcançar o meu grande sonho”, conta.
Enquanto muitos enfrentam barreiras no início de suas carreiras, Caio abraçou as dificuldades como combustível para sua paixão.
“A música é o meu propósito. Eu vivo para isso”, afirma com convicção.
A inspiração que veio das ruas
A ligação de Caio com a música é tão visceral que até o carnaval carioca, com suas tradições e energia contagiante, serviu de inspiração para uma de suas criações mais marcantes. Frequentador dos famosos bate-bolas, No Rio de Janeiro que é uma tradicional brincadeira de carnaval que envolve grupos de amigos, conhecidos como turmas de bate-bola, que se reúnem para se divertir durante o período carnavalesco.
Essa brincadeira é tipicamente realizada em ruas ou praças, com a participação de várias pessoas que formam equipes, muitas vezes divididas por grupos de amigos ou bairros. Os participantes usam fantasias e criam suas próprias músicas, que se tornam os hinos da turma. A principal atividade do bate-bola é a interação entre as equipes, muitas vezes por meio de competições musicais e de dança, em que se disputam para ver quem tem o melhor ritmo, as melhores músicas e as coreografias mais animadas. A vibe descontraída, mas cheia de energia, é uma marca registrada dessa tradição popular no Rio de Janeiro.
Os bate bola no subúrbio do Rio de Janeiro, também chamado de “Clóvis” é uma referência a um personagem ou figura associada ao bate-bola e aos eventos de carnaval. Em muitos casos, “Clovis” é o nome dado ao tipo de evento ou à turma que participa ativamente dessas brincadeiras, em especial nas festas de rua. Alguns relatos associam “Clovis” a um tipo de ritual ou estilo de interação dentro dessas festividades, sendo um nome que pode ter se tornado icônico dentro do contexto do bate-bola, principalmente por quem é frequentador da cena carnavalesca no Rio de Janeiro.
O bate-bola no Rio é uma manifestação de festa popular, com forte influência do carnaval de rua, e Clovis é uma espécie de figura emblemática, ou até mesmo o nome de uma turma de bate-bola, que faz parte dessa cultura festiva. Nestas festividades ele percebeu a vibração e o movimento único das festas de turma.
“Foi durante um desses eventos que a ideia de ‘MÃO NO CHÃO PÉ NA EQUIPE’ nasceu. Eu e um amigo queríamos criar algo que captasse toda aquela energia das meninas e das turmas nos eventos. Decidi transformar essa visão em música”, explica.
Com a parceria do DJ Escobar, a composição saiu do papel rapidamente.
“Eu sabia que estava criando algo especial. Cada nota, cada batida tinha o peso das histórias e das emoções que vivi”, reflete.
Um mercado competitivo e o peso de um sonho
Embora a trajetória de DJ Caio 22 seja marcada por sucessos e colaborações importantes, ele sabe que o mercado musical é competitivo e desafiador. “Vivo há 14 anos na música. É uma luta constante, mas sei que vou conseguir mudar a vida da minha família com o meu trabalho”, declara.
Especialistas do setor destacam que a música urbana tem se consolidado como um dos gêneros mais relevantes no Brasil, movimentando milhões de reais anualmente. No entanto, o sucesso exige mais do que talento; é preciso dedicação, estratégia e inovação. Para o produtor cultural Lucas Andrade, “DJ Caio 22 representa a nova geração de artistas que não têm medo de apostar em suas raízes culturais para criar algo autêntico.”
Mas há também quem questione os desafios enfrentados por novos artistas no cenário musical. Segundo a consultora de mercado musical Carla Montenegro, “O talento é essencial, mas a profissionalização e o investimento em marketing são fundamentais para quem deseja alcançar grandes públicos.”
O impacto da música no futuro
Caio acredita que sua música tem o poder de transformar vidas, começando pela sua própria. “Eu não faço música apenas para mim, mas para tocar as pessoas, para criar momentos inesquecíveis. Meu sonho não é só ter um hit, é deixar um legado.”
Sua determinação é um reflexo de sua crença inabalável no potencial da arte para transformar. E enquanto ele trabalha incansavelmente em busca de seu grande momento, a cada produção, DJ Caio 22 já está moldando o futuro da música urbana brasileira, mostrando que talento, paixão e autenticidade são os verdadeiros ingredientes de um sucesso duradouro.
O brilho de quem acredita
A história de DJ Caio 22 é um exemplo inspirador de como sonhos podem ser cultivados com dedicação e resiliência. Desde os primeiros passos incentivados por Felipe Brito até as parcerias com grandes nomes do cenário musical, sua trajetória é uma prova de que a arte é uma jornada, não um destino. E enquanto o hit definitivo ainda não chegou, fica claro que ele já conquistou algo ainda mais importante: o respeito e a admiração de quem acompanha sua caminhada.
Se a música é a linguagem universal, DJ Caio 22 está escrevendo um capítulo no funk que merece ser ouvido por todos.
Fonte: revistabx.com
Conheça melhor o trabalho de Dj Caio 22 no Instagram: @djcaio22oficial
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