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Gastronomia

Picanha: paixão nacional e prato mais desejado no mundo

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Foto: Divulgação

A picanha brasileira foi eleita como o melhor prato do mundo, segundo o TasteAtlas Awards 2023. No início do ano passado havia conquistado o segundo lugar. Não era sem tempo.

Seguramente o churrasco brasileiro, nascido e criado no Pampa – a região onde se encontram a fronteira meridional do Rio Grande do Sul, o Uruguai inteiro e parte da Argentina, está presente nos 5.568 municípios do Brasil. Sem dúvidas a picanha deu, por vias indiretas, uma contribuição enorme para o crescimento do consumo per capita de carne bovina no Brasil.

Mas, quem criou ou descobriu a picanha? Segundo minhas pesquisas empíricas, o criador desta iguaria foi o gaúcho Ferdinando Carolo, ex-executivo da Sadia, notório amante dos bons churrascos,  com quem tive o privilégio de conviver nos tempos do bem-sucedido CNPC – Conselho Nacional da Pecuária de Corte, onde atuei como conselheiro. O nome picanha veio do fato de que os tropeiros gaúchos se utilizavam de um agulhão cumprido para tocar o gado, justamente no traseiro, na região do quadril, exatamente onde se localiza a picanha. Curiosamente, o nome deste instrumento é picana, que,  em espanhol, significa agulhão de gado, daí para frente o termo picanha pegou, para sempre.

Por certo os anos setentas podem ser considerados, digamos assim, o marco inicial dessa “evolução cultural” na forma de se grelhar uma boa carne. Grandes churrascarias paulistas, como o Rubaiyat,  Dinho´s Place e o Rodeio deram notoriedade a este maravilhoso corte com a invenção do não menos famoso “bife de tira”, um corte transversal da picanha. Meu inesquecível amigo, Roberto Macedo, já falecido e fundador do Rodeio, lançou a picanha fatiada, que foi um sucesso desde o primeiro dia do lançamento.

Daí pela frente, pelo país inteiro, foi um verdadeiro sucesso. Prova é que, tanto no Rio de Janeiro, quanto em São Paulo, nas comunidades carentes, por volta do ano 2000, surgia o  famoso churrasquinho de laje, bem acompanhado de rodas de samba, funk, cervejas e  boas carnes assadas nas grelhas de tijolinhos.

Pode-se afirmar, seguramente, que a picanha foi também a responsável pelo aumento da demanda de outros cortes chamados de nobres, como o bife de chorizo, bife ancho, fraldinha, entre outros.

Interessante é que poucos povos consomem picanha na forma que nós, brasileiros, a consumimos. Na Argentina é conhecida como “tapa de cuadril”, mas os Hermanos,  considerados exímios churrasqueiros, não a utilizam. Antes da explosão do consumo no Brasil, eles exportavam para a Bolívia e Colômbia por 2 ou 3 dólares. Hoje, vendem por algo ao redor de 15 dólares para o Brasil. Ostentamos o título de maiores importadores de picanha do mundo. Com muito orgulho.

Porém, convém citar que de todos os cortes advindos de um novilho especial, para se consumir em um churrasco, ou mesmo de outras formas,  a picanha representa tão somente 7%, daí acontecendo a necessidade de se estimular o consumo dos outros 93%, representados pelos cortes lombares (contrafilé, ancho e filé mignon) e outros,   tais como: a maminha, fraldinha e o alcatra. A explosão veio mesmo quando os brasileiros começaram a consumir os cortes importados da Argentina. Foi um sucesso desde o início, o que estimulou a produção de novilhos especiais da raça angus no Brasil.

A valorização, hoje em dia,  nos preços pagos por este gado especial, em relação aos novilhos comuns, foi suficiente para remunerar todos os custos marginais de produção e que dizem respeito aos investimentos em melhoramento genético, alimentação durante a fase da cria e recria e, posteriormente, no confinamento de acabamento. Nos dias de hoje, o Brasil é um dos mais qualificados produtores e exportadores de carnes de qualidade do planeta. Tudo isto e muito, louvado seja, graças à picanha, a paixão nacional.

Sylvio Lazzarini é empresário, formado em administração de empresas, com especialização em administração rural, CEO do grupo Varanda Grill, restaurantes e boutique de carnes Intermezzo Gourmet

A ImprensaBr é um portal de notícias que fornece cobertura completa dos principais acontecimentos do Brasil e do mundo.

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Gastronomia

CONHEÇA OS RESTAURANTES PARTICIPANTES DA VALE DO PARAÍBA RESTAURANTE WEEK

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CONHEÇA OS RESTAURANTES PARTICIPANTES DA VALE DO PARAÍBA RESTAURANTE WEEK
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Festival gastronômico segue até 1 de dezembro com menus que oferecem entrada, prato principal e sobremesa a partir de R$54,90

Os amantes da boa gastronomia já podem celebrar, a segunda edição do Vale do Paraíba Restaurant Week já começou e segue até dia 1 de dezembro. Com o tema “Diversidade Culinária Regional”, restaurantes das cidades de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté apresentam menus exclusivos inspirados nos sabores e ingredientes locais.

Os pratos são variados e a experiência é garantida, incluindo desde a tradicional culinária brasileira, passando pela italiana, japonesa, contemporânea, argentina, mediterrânea, francesa, e muito mais.

Para garantir uma experiência inesquecível, o festival conta com três categorias de menus no almoço e/ou jantar:

Tradicional: R$54,90 no almoço e R$69,90 no jantar.

Plus: R$68,80 no almoço e R$89,90 no jantar.

Premium: R$89,00 no almoço e R$109,00 no jantar.

“Os menus foram cuidadosamente elaborados para homenagear a riqueza da culinária regional, promovendo uma experiência gastronômica única e acessível”, conta o idealizador da Brasil Restaurant Week, Fernando Reis.

CONFIRA OS RESTAURANTES PARTICIPANTES

Menu Tradicional – R$ 54,90 almoço | R$ 69,90 jantar

Arpoador Gastrobar – Posto 012

Endereço: Avenida Lineu de Moura, 1739 Urbanova – São José dos Campos – SP

Troina

Endereço: Avenida Irere, 60 Alphaville – São José dos Campos

Menu Plus – R$ 68,90 almoço | R$ 89,90 jantar | menus com ingredientes especiais com um toque de sofisticação

Olivah Bistro

Endereço: Avenida Ironman Victor Garrido, 51 Urbanova – São José dos Campos

We Make

Endereço: Avenida Dr. Adhemar de Barros, 1050 Jardim São Dimas – São José dos Campos

Sheriff Beer & BBQ

Endereço: Avenida São João, 2375 – Jardim das Colinas, São José dos Campos

Guida Gastropub

Endereço: Avenida Major Vaz, 328 – Jardim das Indústrias, São José dos Campos

Brasileirinho & Cia

Endereço: Praça Ulisses Guimarães, 11 – Jardim Aquarius, São José dos Campos

Barbaresco Esplanada

Endereço: Avenida São João, 2200 – Jardim Esplanada, São José dos Campos

Santo Riso Cozinha e Arte

Endereço: Rua David Maria Monteiro Gomes, 56 – Centro, Taubaté

Menu Premium – R$ 89,00 almoço | R$ 109,00 jantar | menus exclusivos que proporcionam uma experiência gastronômica única

Paris 6

Endereço: Av. Andrômeda, 227 – Jardim Satélite, São José dos Campos

Santo Piatto

Endereço: Rua Irmã Margarida, 64 Centro – Taubaté

Okinawa Sushi

Endereço: Avenida Lineu de Moura, 1739 – Urbanova – São José dos Campos

Yex Boliche e Steak House

Endereço: Avenida Dom Pedro I, 7181 Jardim Baronesas – Taubaté

Endereço: Avenida Andrômeda, 227 Jardim Satélite – São José dos Campos

Vasto – São José dos Campos

Endereço: Avenida São João, 2200 Jardim das Colinas – São José dos Campos

Santo Steak House

Endereço: Rua Irmã Margarida, 84 Centro – Taubaté

Choperia do Gordo

Endereço: Rua Alfredo Schurig, 11 Centro – Jacareí

A descrição completa de cada prato dos menus oferecidos pelos restaurantes, assim como o horário de funcionamento de cada um você pode conferir no site www.restaurantweek.com.br e acompanhe @restaurantweekbrasil

PARCERIAS DE SUCESSO – Nesta edição do Vale do Paraíba Restaurant Week dois parceiros icônicos fazem parte dos cardápios. A Coca-Cola e o Chá Leão, duas marcas que já conquistaram lugar na mesa dos brasileiros. Durante o festival, quem degustar o menu week também poderá desfrutar dessas bebidas ao lado dos pratos, experimentando uma experiência completa que destaca o sabor e a versatilidade de cada receita.

AÇÃO SOCIAL – Além de estimular o mercado gastronômico da região, o festival também mira na transformação social. A cada menu vendido, o cliente poderá realizar a doação R$2,00 para o GAAC – Grupo de Assistência à Criança com Câncer, que há mais de 25 anos oferece suporte a crianças e jovens de 0 a 19 anos diagnosticados com câncer. O grupo atende mais de 500 crianças e jovens nos 39 municípios do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira. Conheça mais @gaccvale

A RESTAURANT WEEK – Presente em mais de 20 cidades brasileiras, a Brasil Restaurant Week é, há 17 anos, um dos maiores e mais esperados festivais gastronômicos do mundo. Com o objetivo de criar oportunidades e acesso à boa gastronomia, movimentando e aquecendo o mercado gastronômico em período de baixa sazonalidade. Assim, durante o evento, os principais restaurantes preparam um menu especial, temático, com harmonizações diferenciadas e valor fixo para levar aos clientes experiências prazerosas.

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Gastronomia

Dia Mundial do Vegano: especialistas alertam sobre o baixo consumo de proteínas e o alto consumo de carboidratos na dieta vegana

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Dia Mundial do Vegano: especialistas alertam sobre o baixo consumo de proteínas e o alto consumo de carboidratos na dieta vegana
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No Dia Mundial do Vegano, em 1º de novembro, a dieta vegana ganha destaque. No entanto, especialistas alertam para a importância do planejamento nutricional, especialmente quanto à ingestão de proteínas e ao controle de carboidratos

No Dia Mundial do Vegano, comemorado em 1º de novembro, o estilo de vida vegano é celebrado pelo impacto ambiental positivo e pelo respeito ao bem-estar animal. No entanto, manter uma dieta equilibrada nesse formato traz desafios, especialmente quando se trata de evitar o déficit proteico, controlar o consumo de carboidratos e preservar a massa muscular.

A nutricionista Fernanda Larralde, da Bio Mundo, explica que uma dieta vegana requer cuidados específicos para garantir o aporte nutricional necessário e sugere a importância do acompanhamento médico e nutricional.

Para quem adere ao veganismo, garantir uma ingestão proteica completa é essencial. “A dieta vegana, se não bem planejada, pode deixar de fornecer proteínas completas, levando a uma perda de massa muscular. Isso acontece porque o corpo, ao sentir falta de proteínas, utiliza a própria massa magra como fonte de energia, o que enfraquece os músculos e o sistema imunológico”, comenta Larralde. Ela explica que a proteína é essencial não só para o fortalecimento muscular, mas também para a regeneração celular e a produção de hormônios.

Segundo a nutricionista, uma das melhores formas de compensar a falta de proteínas completas na dieta vegana é combinar diferentes fontes vegetais. “Misturar alimentos como feijões, lentilhas e quinoa, ou grão-de-bico com arroz integral, ajuda a obter os aminoácidos essenciais que o organismo precisa. A variedade nas escolhas é uma ferramenta poderosa na alimentação vegana para evitar deficiências nutricionais e apoiar a manutenção da massa muscular”, orienta Larralde. Ela também sugere considerar suplementos de proteína vegetal, como a de ervilha, especialmente para quem pratica atividades físicas e precisa de um suporte maior.

Em dietas veganas, o consumo de carboidratos tende a ser elevado devido à base vegetal dos alimentos. Alimentos ricos em carboidratos complexos, como batata-doce e aveia, são recomendados, mas é necessário cautela com carboidratos refinados. “É comum que o vegano consuma mais carboidratos por conta da limitação das proteínas. Mas é importante priorizar sempre as versões integrais e associar os carboidratos a fibras e proteínas para evitar picos de glicose e garantir saciedade”, explica Larralde. Ela acrescenta que o excesso de carboidratos refinados, como pães e massas, pode levar a um ganho de peso não planejado e à desestabilização da energia diária. “Tenho observado casos de diabetes tipo 2 entre veganos que consomem muitos carboidratos refinados; a orientação de equilíbrio é sempre a resposta”, afirma.

Para quem adere ao veganismo, o acompanhamento médico e nutricional é indispensável. “Mudar a alimentação sem orientação pode deixar lacunas nutricionais, que, a longo prazo, afetam a saúde. O acompanhamento com um nutricionista especializado garante que o cardápio tenha o equilíbrio necessário e que todos os nutrientes importantes sejam atendidos”, ressalta Larralde. Ela ainda reforça a necessidade de atenção a nutrientes como vitamina B12, ferro e cálcio, muitas vezes ausentes em dietas estritamente veganas.

O Dia Mundial do Vegano é uma oportunidade para refletir sobre o equilíbrio e as necessidades de uma dieta vegana saudável e completa. Como ressalta Larralde: “A dieta vegana pode trazer muitos benefícios, mas exige cuidado e planejamento para realmente sustentar a saúde. É uma escolha que vale a pena, mas precisa ser feita com responsabilidade.”

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Gastronomia

Festivais gastronômicos movimentam economia e turismo de Salvador; veja os números

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Festivais gastronômicos movimentam economia e turismo de Salvador; veja os números
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Na Bahia, em 2023, festivais gastronômicos movimentaram mais de R$ 16 milhões

Além de promover a democratização da boa gastronomia, a Salvador Restaurant Week fortalece o turismo ao estimular visitantes a explorarem diferentes áreas de Salvador. Mais de 100 restaurantes participantes se tornam pontos de interesse turístico, contribuindo para uma experiência cultural enriquecedora. Este panorama promove um crescimento econômico e cultural, consolidando a capital baiana como um destino gastronômico de destaque no Brasil.

Para se ter uma ideia, em 2023, os festivais gastronômicos da Bahia tiveram um faturamento superior a R$ 16 milhões, segundo a Agência Sebrae de Notícias. A gastronomia é um atrativo turístico-cultural porque possibilita que se conheça, de forma prazerosa e peculiar, a partir de aromas e sabores, a história, hábitos e costumes de um povo.

A Salvador Restaurant Week (SRW), por exemplo, está realizando a 24ª edição até 03 de novembro, com mais de 100 restaurantes participantes e espera vender mais de 160 mil menus, totalizando cerca de R$ 20 milhões em vendas. Na edição anterior, foram vendidos cerca de 100 mil menus.

Segundo Emerson West, sócio do charmoso e aconchegante restaurante Zaffe, localizado no Candeal, (antigo Zafferano), eventos gastronômicos desempenham um papel fundamental na promoção da diversidade cultural e na valorização da identidade culinária de uma região tão rica como a nossa. “Além de oferecerem experiências únicas e deliciosas, esses eventos também contribuem para o desenvolvimento econômico local, impactando diretamente no turismo e na economia. É também uma bela oportunidade para chefs e produtores locais mostrarem suas habilidades e conceitos, fortalecendo a conexão entre a comunidade e a culinária. Aqui no Zaffe, por exemplo, esse caldeirão cultural está sempre vivo”, disse West.

Já o Salvador Burger Gourmet (SBG), que contou com a participação de mais de 50 estabelecimentos de gastronomia e hamburguerias na sua última edição, apesar de ser um evento novo, vendeu cerca de 40 mil experiências, injetando mais de R$ 1,5 milhão na economia local.

Ao todo, espera-se que os dois eventos promovam, aproximadamente, a circulação de 200 mil pessoas pelos empreendimentos gastronômicos da capital baiana. No Brasil, até a última edição, Salvador era a terceira cidade em movimento para a Restaurant Week, atrás apenas de São Paulo e Brasília. Hoje, proporcionalmente, a capital baiana já está empatada tecnicamente em movimentação de consumidores durante o festival.

Até o momento, foram realizadas 47 edições nacionais da SRW, com mais de seis milhões de pessoas e 4,5 milhões de experiências (menus) vendidas, totalizando mais de meio bilhão de reais injetados na economia soteropolitana. É um aumento no faturamento de cerca de 40%.

Sugestão de entrevistas: Emerson West, sócio do restaurante Zaffe e demais donos de restaurantes para falarem sobre a movimentação econômica nos seus estabelecimentos.

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