Economia
Possível reação do Brasil a tarifaço pode afetar preços de remédios

Os medicamentos e produtos farmacêuticos são os principais itens importados pelo Brasil dos Estados Unidos neste ano. A princípio, esses produtos não serão afetados pelo tarifaço de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, mas uma eventual retaliação do Brasil pode encarecer produtos como medicamentos para câncer e doenças raras.
No ano passado, o Brasil importou quase US$ 10 bilhões em itens da área médica, como produtos usados em cirurgias, reagentes para detecção de doenças, instrumentos e aparelhos para medicina. Grande parte vem dos Estados Unidos.
A possibilidade de uma retaliação brasileira ao tarifaço dos Estados Unidos preocupa o setor. Segundo o CEO da Associação Brasileira de Indústria de Dispositivos Médicos, Paulo Fraccaro, algumas alternativas para o Brasil seriam a China, a Índia e a Turquia.
“Se nós adotarmos a reciprocidade, esses produtos chegarão mais caros nas prateleiras, na ordem de 30%, e o Brasil vai ter que procurar alternativas”, diz.
O Brasil também importa medicamentos com patentes, especialmente para doenças raras ou aqueles com mais tecnologia, e os Estados Unidos estão entre os principais fornecedores e, no caso de uma guerra tarifária, esses medicamentos poderiam ficar ainda mais caros no Brasil.
No primeiro semestre deste ano, foram importados US$ 4,3 bilhões em medicamentos de alto custo e produtos farmacêuticos, alta de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. A União Europeia é o maior fornecedor, com cerca de 60%.Alemanha e Estados Unidos respondem por cerca de 15% cada.
A maior parte dos medicamentos mais comuns, especialmente os genéricos, são produzidos no Brasil, mas nesse caso, 95% dos insumos farmacêuticos para a produção vêm da China.
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), Norberto Prestes, é fundamental investir na pesquisa e na produção brasileira.
“Temos a capacidade, temos pesquisadores brilhantes, que acabam indo para o exterior. Nós deveríamos reter esses talentos aqui e desenvolver nosso sistema para aumentar a nossa soberania nesse quesito”, avalia.
Economia
Do balcão da padaria à engenharia de elite: a trajetória do brasileiro que faturou R$ 3 milhões com automação internacional

Michael Lopes saiu de um emprego modesto aos 15 anos para se tornar referência em automação industrial, com projetos conectados a empresas como Tesla, GM e Ford e soluções premiadas em sustentabilidade
Aos 15 anos, Michael Lopes servia cafés e pesava pães em uma padaria de bairro. Duas décadas depois, com mais de R$ 3 milhões em faturamento e envolvimento técnico em projetos de empresas como Tesla, GM e Ford, ele é hoje um engenheiro de automação reconhecido por sua atuação em projetos de alta complexidade e impacto internacional.
“Na época, eu fazia contas mentais para entender quanto precisaria economizar para ter uma vida parecida com a do meu sogro, que era projetista elétrico. Quando percebi que levaria 20 anos para comprar um carro como o dele, entendi que precisava mudar completamente minha realidade”, relembra.
Foi esse gatilho que impulsionou sua jornada de reinvenção. Deixou a padaria e passou por áreas como telemarketing e vendas, até descobrir na elétrica industrial o ponto de virada. Mesmo aceitando reduzir o salário pela metade para começar como auxiliar, mergulhou em cursos técnicos e, mais tarde, ingressou na faculdade de engenharia de automação. A decisão marcou o início de uma escalada rápida e sólida dentro do setor industrial.
Automação inteligente e salto global
O momento decisivo de sua carreira surgiu quando assumiu a liderança de projetos de automação em fábricas de médio e grande porte no Brasil. Em uma delas, desenvolveu uma solução de eficiência energética que gerou uma economia de aproximadamente R$ 200 mil na conta de luz, resultado que lhe rendeu um prêmio de inovação. “Falamos muito sobre tecnologia e ESG como temas separados, mas a automação inteligente pode ser um elo importante entre essas duas frentes”, destaca.
Sua reputação como solucionador de problemas complexos logo ultrapassou as fronteiras nacionais. Mesmo atuando do Brasil, sua empresa começou a receber demandas de clientes internacionais. Entre os projetos, destaca-se a participação no diagnóstico e solução de falhas em uma linha automatizada da Tesla, além da atuação no comissionamento de uma linha de produção de baterias de última geração da GM, no Canadá.
“Mesmo remotamente, consegui atuar em todas as etapas: do desenvolvimento em simulador até o start-up da linha. Muitas vezes, a automação permite que a inteligência esteja onde for necessária, sem barreiras físicas”, explica.
Futuro: oportunidades e gargalos na engenharia brasileira
Na visão de Michael, o principal desafio da automação industrial atualmente é encontrar profissionais que além de domínio técnico tenham à capacidade de liderar equipes. “É muito fácil se perder na lógica e esquecer do impacto real que aquilo vai ter lá na ponta. O bom engenheiro precisa entender tanto o robô quanto o operador que vai lidar com ele”.
Ele acredita que a indústria automotiva atravessará uma transição intensa nos próximos anos, impulsionada pela mobilidade elétrica e pela digitalização dos processos produtivos. “Projetos como os que participei no Canadá já pensam no carro de 2027. O Brasil ainda está engatinhando nesse sentido, mas tem um potencial imenso para se posicionar globalmente”.
A trajetória de Michael é, acima de tudo, um retrato da força das decisões bem tomadas. De um jovem anônimo atrás do balcão da padaria a um engenheiro consultado por multinacionais em momentos críticos, sua história mostra que escolhas corajosas, somadas a preparo e persistência, podem transformar realidades.
“Minha história ainda está sendo escrita. Mas se eu pudesse deixar um recado para aquele garoto da padaria, seria: continue. Vai doer, mas vai valer a pena”, finaliza.
Economia
Bônus Itaipu dará desconto médio de R$ 11,59 na conta de luz de agosto

Na conta de luz de agosto, os brasileiros vão receber o Bônus de Itaipu, um desconto médio de R$ 11,59 na fatura. Esse alívio vai compensar a cobrança extra da bandeira vermelha patamar 2. Serão beneficiados 80,8 milhões de consumidores.
O Bônus de Itaipu representa a distribuição do saldo positivo na Conta de Comercialização de Energia Elétrica da Itaipu. Esse dinheiro é o excedente entre receitas e despesas da hidrelétrica binacional, que gera energia a partir da usina em Foz do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, ao longo do Rio Paraná.
O montante a ser distribuído é referente a 2024 e alcança R$ 936,8 milhões. Esse dinheiro é a soma de R$ 883 milhões do saldo positivo do ano passado e R$ 53,7 milhões de rentabilidade desse valor até 18 de julho deste ano.
Os valores são informados pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar) à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que decide sobre quanto será devolvido aos consumidores.
>> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp
A ENBPar é a estatal que administra os contratos de Itaipu, e a Aneel é o órgão regulador do setor elétrico no país.
O bônus seria ainda maior se a Aneel não tivesse reservado da Conta Itaipu R$ 360 milhões para uma reserva técnica financeira da ENBPar.
Quem recebe
O Bônus de Itaipu é creditado na conta de agosto dos consumidores residenciais e rurais do Sistema Interligado Nacional (SIN) que tiveram consumo inferior a 350 quilowatts-hora (kWh) em ao menos um mês de 2024. O valor a ser creditado na fatura é proporcional ao consumo desses meses que não chegaram a 350 kWh.
A Aneel determinou que a tarifa-bônus é de R$ 0,00817809/kWh. A agência aponta também que o consumo médio dos clientes beneficiados é de 118 kWh. Dessa forma, o desconto equivale à tarifa-bônus multiplicada pelo gasto mensal do endereço e por 12 meses, chegando a R$ 11,59 (consumo médio: 0,00817809 x 118 x 12 = 11,59).
São as distribuidoras locais de energia que apuram os valores individuais. O crédito ficará discriminado como Bônus Itaipu – art. 21 da Lei 10.438/2002.
O crédito do Bônus de Itaipu em agosto vai compensar a bandeira vermelha patamar 2, taxa adicional de R$ 7,87 a cada 100 kW/h consumidos. A cobrança extra é determinada pela Aneel para custear usinas termelétricas em tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas. O adicional é necessário, pois a energia gerada pelas termelétricas é mais cara que a hidrelétrica.
Dessa forma, um consumidor que tenha consumo médio de 100 kW/h, por exemplo, terá bônus de R$ 9,81 (tarifa-bônus em reais X 100 kWh X 12 meses), superando a bandeira vermelha 2 (R$ 7,87).
Residual em 2026
O Bônus de Itaipu comumente é creditado uma vez por ano, mas este ano foi uma exceção, com dois episódios de desconto. O primeiro em janeiro, referente a 2023.
Tanto o desconto de janeiro, de R$ 13,98 para uma família com consumo médio de 100kWh, como o de agosto, foram mais altos do que o normal, segundo o Diretor-Financeiro de Itaipu, André Pepitone.
Isso porque de 2023 a 2024, a Conta Itaipu recebeu devolução de dinheiro que tinha sido retirado para que as distribuidoras utilizassem em 2021 e 2022, de forma a evitar os reajustes tarifários naqueles anos, como medida extraordinária para enfrentamento da pandemia da covid-19.
“Como esse dinheiro é do consumidor, em algum momento tinha que ser devolvido”, explica o diretor-financeiro, acrescentando que, a partir de 2026, não haverá mais dinheiro a ser devolvido pelas distribuidoras.
“Vai voltar a lógica normal da conta. Não é para ter bônus. Se tiver, é um residual por diferença de cotação de dólar ou de geração, algo em torno de R$ 40 milhões, R$ 50 milhões, R$ 80 milhões, não mais que isso”, estima.
* Matéria alterada às 15h40 para acrescentar o número de beneficiários
Economia
Super Pro Atacado desembarca em São Paulo com superloja de 1.000m² e promete agitar o mercado de ferramentas

Com mais de 25 mil itens no catálogo e preços de atacado mesmo na compra por unidade, a Super Pro Atacado, a loja do profissional, inaugura sua primeira unidade paulista nesta quinta-feira, dia 31, com brindes, café da manhã e atrações especiais
São Paulo acaba de ganhar um novo destino obrigatório para quem vive o dia a dia da construção civil, pintura, elétrica, hidráulica, jardinagem e outras áreas profissionais. A Super Pro Atacado, rede que já é referência em ferramentas no Sul do país, inaugura nesta quinta-feira, 31 de julho, sua primeira loja na capital paulista, na Av. Condessa Elizabeth de Robiano, Marginal Tietê, 5500, no Jardim América da Penha. E não chega em silêncio: a abertura da unidade contará com ações especiais para os clientes, incluindo pipoca, café da manhã, brindes exclusivos, participação de influenciadores e ativações com grandes marcas parceiras.
A nova loja ocupa um espaço de mil metros quadrados e traz o mesmo conceito que consolidou a Super Pro Atacado no Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais: oferecer preços de atacado, mesmo na compra por unidade. Com um portfólio que ultrapassa os 25 mil itens, a unidade reúne máquinas elétricas, ferramentas manuais, ferragens, acessórios, equipamentos de proteção individual e soluções para obras de todos os portes. Profissionais autônomos, empresas, prestadores de serviço e até consumidores finais encontram ali variedade, agilidade no atendimento e preços altamente competitivos.
Atacarejo inteligente: preço baixo, variedade e pronta-entrega
A principal força da Super Pro Atacado é o modelo de “atacarejo inteligente”, onde o cliente encontra o mix completo das grandes distribuidoras com o atendimento direto da loja física. Isso permite comprar exatamente a quantidade necessária, sem depender de compras em grandes volumes. A estratégia já conquistou profissionais que buscam performance sem pesar no bolso, e agora está pronta para fidelizar também o público paulista.
A loja funcionará de segunda a sábado das 8h às 22h e aos domingos das 9h às 20h, oferecendo conveniência também no horário. E quem quiser acompanhar as novidades, promoções e campanhas pode seguir o perfil oficial da rede no Instagram @superpro.atacado ou acessar o site www.superproatacado.com.br, onde é possível conferir o catálogo completo.
A chegada à maior capital do país marca um novo capítulo para a Super Pro Atacado, que segue em ritmo acelerado de crescimento, apostando em inovação, relacionamento com o cliente e soluções que facilitam a vida de quem constrói, instala, reforma e cuida de espaços. Um verdadeiro centro de suprimentos para quem não pode perder tempo e quer resultado.