Quase metade das empresas credoras de grandes grupos empresariais em processo de recuperação judicial são MPEs

Em agosto, micro e pequenas empresas lideraram pedidos recuperação judicial, com 91 requisições, seguidas por médias empresas com 31 e grandes empresas com 13

Em agosto, micro e pequenas empresas lideraram pedidos recuperação judicial, com 91 requisições, seguidas por médias empresas com 31 e grandes empresas com 13.

Setor de “serviços” foi o mais afetado, com 60 pedidos, seguido por “comércio” com 39, “indústria” com 28 e o setor “primário” com oito petições
58 pedidos de falência foram concretizados entre as MPEs, seguidos por médias empresas com 25 e grandes empresas com 20.

Uma pesquisa recente conduzida pelo Sebrae revelou que, entre as 14.924 empresas que atuam como credoras de grandes grupos empresariais em processo de recuperação judicial, quase a metade delas (47,4%) são, na verdade, micro e pequenas empresas. A situação é mais acentuada nas regiões do Sudeste e do Nordeste, onde a maioria dos credores está localizada, representando 61% e 16% do total, respectivamente.

Além disso, o estudo apontou um aumento substancial nos requerimentos de recuperação judicial por parte de médias e grandes empresas, com um aumento de 37% entre 2022 e 2023, e um incremento de 30,2% nos deferimentos entre janeiro e maio do mesmo ano.

Para Filipe Souza, especialista em recuperação judicial e sócio da LBZ Advocacia, os números evidenciam a crise econômica que o Brasil tem enfrentado, resultante de uma combinação de fatores, incluindo a escassez de crédito, altas taxas de juros e inadimplência relevante.

“Para as micro e pequenas empresas brasileiras, a situação é ainda mais desafiadora, uma vez que operam com margens mais apertadas e recursos limitados. A inadimplência de grandes empresas impacta diretamente esses negócios menores, que dependem de pagamentos pontuais para manter suas operações”, ressalta o especialista.

A pesquisa do Sebrae destaca um problema significativo na economia brasileira, com um número expressivo de pequenas empresas enfrentando dificuldades devido à inadimplência de grandes grupos empresariais. “A situação exige ações e soluções para melhorar o ambiente de negócios no Brasil, garantindo que as micro e pequenas empresas possam prosperar e contribuir para o crescimento econômico do país”, diz Filipe.

Pedidos de recuperação em alta

No mês de agosto, o Brasil registrou um recorde no número de pedidos de recuperação judicial, com 135 solicitações, representando um aumento de 82,4% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

As micro e pequenas empresas lideraram com 91 requisições, seguidas por médias empresas com 31 e grandes empresas com 13. O setor de “serviços” foi o mais afetado, com 60 solicitações, seguido por “comércio” com 39, “indústria” com 28 e o setor “primário” com oito pedidos.

No entanto, os pedidos de falência diminuíram em agosto, totalizando 103, uma queda de 9,6% em relação ao ano anterior e uma redução de 2,8% em relação a julho do mesmo ano. Novamente, as micro e pequenas empresas lideraram com 58 petições, seguidas por médias empresas com 25 e grandes empresas com 20. O setor mais afetado foi o de “indústria” com 39 pedidos, seguido por “comércio” com 33, “serviços” com 30 e “primário” com um pedido.

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