Industria
Transporte aéreo de cargas deve crescer com mudança de comportamento das indústrias
O anúncio recente de investimentos no Brasil na ordem de R$ 41 bilhões por parte de grandes empresas do setor automotivo para os próximos anos, já dá a pista de que o transporte de cargas pelo modal aéreo será demandado e tem espaço para crescer, uma vez que a indústria automobilística é um dos principais clientes deste modal.
“A emergencialidade de 5 anos atrás é a rotina de hoje e a logística passou a ser o fator decisivo para o sucesso ou fracasso dos negócios das empresas. Cada segundo conta muito neste mercado competitivo, dinâmico e globalizado em que vivemos”, explica o especialista em logística Marcelo Zeferino, chief commercial officer da Prestex, referência em logística emergencial há 20 anos no mercado, que tem grandes montadoras entre seus principais clientes.
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil, a ANAC, em 2023 (jan/dez) foram transportadas 444 mil toneladas de cargas aéreas no Brasil. Isto representa um crescimento de 3,2% em relação ao ano anterior. A rota Guarulhos-Manaus é a principal, com cerca de 15% de toda carga transportada.
Já as cargas internacionais superam em muito as nacionais no transporte aéreo. Segundo a ANAC, em 2022 o Brasil registrou recorde histórico com 1.421 milhão de toneladas movimentadas pelo modal aéreo, sendo aproximadamente 70% (984 mi ton.) composto por cargas pagas internacionais.
Segundo Marcelo Zeferino, os dados demonstram que ainda há muito espaço para crescer: “A participação do modal aéreo no transporte de cargas nacional hoje representa cerca de 3%, enquanto no exterior já chega a 6%. É claro que os custos e as condições da infraestrutura para este modal no Brasil precisam evoluir muito, mas o caminho é de crescimento”, afirmou. Agilidade e segurança são as principais vantagens da logística aérea emergencial B2B.
Entre as cargas transportadas pelo modal aéreo (voo comercial ou fretamento) estão: peças, maquinários, cargas perecíveis, cargas perigosas, medicamentos e insumos farmacêuticos.
Transporte de Medicamentos – O modal aéreo emergencial também tem sido uma alternativa às indústrias farmacêuticas, principalmente para o transporte de medicamentos de alto valor agregado, termolábeis e emergenciais. Um importante marco neste sentido é a nova norma da ANVISA – RDC 653/2022 (artigos 64 e 89), que passa a ser obrigatória a partir de março/2024 para as empresas que fazem o transporte de medicamentos.
Pela adequação, os medicamentos e insumos que necessitam de autorização da ANVISA precisam ter a temperatura e umidade monitoradas da coleta até o destino final, incluindo um mapeamento térmico de rotas no trajeto em que o medicamento é exposto. A transportadora de medicamentos também tem que sinalizar todos os materiais transportados; manter os veículos com temperatura entre 2ºC e 8ºC, para medicamentos termolábeis, e entre 15°C e 25°C, para demais medicamentos; higienização constante da frota; e ter profissionais especializados no manuseio dos insumos.
“Cumprir estas normas é fundamental para preservar a integridade do medicamento, principalmente os termolábeis, como biológicos e imunobiológicos, vacinas e insulinas que são altamente sensíveis às mudanças de temperatura”, explica o CCO da Prestex, Marcelo Zeferino. A Prestex investiu R$ 1,8 milhão em estrutura, tecnologia e capacitação dos colaboradores para obter a licença da ANVISA, dentro das novas normativas da RDC 653/2022, transportando produtos farmacêuticos, químicos e alimentícios. Além da ANVISA, a empresa também é licenciada IBAMA, Polícia Civil, Polícia Federal, Exército e homologada pela CETESB. A Prestex tem um índice de 99,8% de entregas realizadas no prazo (SLA).
INTERMODAL: Referência em Logística Emergencial, há mais de 20 anos no mercado, a Prestex é presença confirmada como expositora na Intermodal South América 2024, o maior evento de Logística, Intralogística, Tecnologia, Transporte de Cargas e Comércio Exterior das Américas, reunindo expositores de mais de 15 países, para interação de negócios e apresentação das novas tecnologias e soluções do setor. São aguardados mais de 40 mil visitantes. A Intermodal ocorre entre os dias 5 e 7 de março/2024, no São Paulo Expo (Rod. dos Imigrantes, s/n – km1.5- Água Funda/SP).
Interatividade – No estande da Prestex (L014), o visitante poderá experimentar uma simulação de voo, decolando do aeroporto de Congonhas, por meio de uma máquina e óculos de realidade virtual. E também testar suas habilidades em um jogo virtual no totem digital com as principais características do modal aéreo para a logística.
Industria
FM Logistic reforça expertise em logística de eletroeletrônicos no Brasil
A FM Logistic, um dos principais operadores de logística e supply chain do mundo amplia sua presença no setor de eletroeletrônicos no Brasil, oferecendo soluções completas com foco em armazenagem, transporte, segurança, rastreabilidade, flexibilidade e performance. Atualmente, esse mercado representa 30% nos negócios da FM no Brasil, o que demonstra a importância estratégica no portfólio da empresa.
A infraestrutura da FM Logistic é preparada para produtos de alto valor, com áreas segregadas e monitoradas 24 horas, além de rastreabilidade por número de série para garantir controle total do estoque. Entre os itens movimentados pela empresa no Brasil estão smartphones, notebooks, impressoras e eletroportáteis.
A empresa também realiza operações de peças de reposição para atendimento de assistências técnicas, processos com elevado número de referências, requerimentos específicos de identificação, preparação, embalagem e transporte.
O transporte de cargas de alto valor agregado é realizado com veículos específicos, incluindo blindados escoltados e rastreados em tempo real e apoiado por análises próprias de gerenciamento de riscos. Esses diferenciais de segurança física e financeira consolidam a confiança dos clientes em operações críticas.
De acordo com Carlos Lomonaco, diretor de desenvolvimento de negócios e soluções na FM Logistic do Brasil, na distribuição, a empresa opera de forma omnichannel, com SLAs (Acordo de Nível de Serviço) personalizados para atacado, varejo, e-commerce e marketplaces, garantindo prazos otimizados e visibilidade em tempo real. Além disso, oferece gestão completa de logística reversa, testes técnicos e serviços de valor agregado, como etiquetagem e upgrades de firmware, sempre alinhados às melhores práticas ESG.
“Nosso objetivo é apoiar empresas de eletroeletrônicos na criação de valor em toda a cadeia logística, com processos que unem eficiência, segurança e sustentabilidade. Em 2025, esperamos crescer 25% no setor, reforçando ainda mais a relevância dessas operações para os nossos negócios”, ressalta.
Industria
Cafeterias como Negócio: Da Experiência ao Lucro
As cafeterias modernas evoluíram de simples pontos de venda para negócios complexos e multifacetados, onde a experiência do cliente é o principal ativo. O sucesso de uma cafeteria não se mede apenas pela qualidade do café, mas pela capacidade de criar um ambiente único, uma marca forte e uma operação eficiente.
A escolha do local é a primeira decisão crítica, levando em conta o fluxo de pessoas, a concorrência e o perfil demográfico. A ambientação, o design e o mobiliário são elementos essenciais para construir a identidade da marca e criar um espaço acolhedor, que incentive o cliente a ficar mais tempo.
A diversificação do menu é outra estratégia de negócio crucial. Além do café, cafeterias de sucesso oferecem uma variedade de produtos: chás especiais, sucos naturais, bolos, sanduíches e até mesmo itens de café para venda, como grãos torrados e equipamentos de preparo. Essa diversificação aumenta o ticket médio e atrai diferentes tipos de consumidores em diferentes horários do dia. A gestão de estoque e a precificação se tornam complexas, exigindo um bom planejamento para garantir a rentabilidade.
No mercado atual, o modelo de negócio das cafeterias se beneficia da tendência do “terceiro lugar”, um espaço entre a casa e o trabalho onde as pessoas podem relaxar, socializar ou trabalhar remotamente.
As cafeterias capitalizam essa necessidade, oferecendo Wi-Fi, tomadas e um ambiente propício para a produtividade. A eficiência operacional é a espinha dorsal do negócio, com a otimização de processos, a gestão de equipe e o uso de tecnologia, como sistemas de ponto de venda e aplicativos de fidelidade.
O relacionamento com o cliente, construído por meio de um atendimento excepcional e personalizado, transforma consumidores em defensores da marca, criando um ciclo virtuoso de crescimento.
Por fim, o negócio da cafeteria é intrinsecamente ligado à alma do café . Ele não se trata apenas de transações, mas de construir uma comunidade em torno de uma paixão. O dono de uma cafeteria bem-sucedida entende que está vendendo mais do que uma bebida; está vendendo um momento, um refúgio e uma experiência sensorial completa que faz com que os clientes voltem.
A verdadeira rentabilidade vem da lealdade e do vínculo emocional que se cria, transformando cada xícara vendida em um tijolo na construção de uma marca duradoura e amada.
Industria
Pilares para a transformação do setor industrial em 2025
Entre os fatores estruturantes para a indústria neste momento, dois insumos têm ocupado uma posição determinante: o Cobre e o Alumínio.
Por Walter Sanches *
A indústria brasileira encerrou 2024 com crescimento de 3,3%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em um movimento de retomada após períodos consecutivos de retração. A indústria de transformação, com avanço de 3,8%, e a construção civil, com crescimento de 4,3%, foram os principais vetores dessa expansão, de acordo com o mesmo levantamento.
Esse desempenho é reflexo de uma reorganização de cadeias produtivas, da adoção de tecnologias de automação e digitalização e da incorporação gradual de práticas sustentáveis como parte da estratégia industrial. O ano de 2025 se apresenta como um período de continuidade e aprofundamento dessas transformações, ainda que com desafios relevantes no contexto industrial.
Insumos estratégicos
Entre os fatores estruturantes para a indústria neste momento, dois insumos têm ocupado uma posição determinante: o Cobre e o Alumínio. O aumento da demanda por soluções ligadas à transição energética, à mobilidade elétrica, à expansão de data centers e à reestruturação da infraestrutura urbana tem impulsionado o consumo desses metais. No setor elétrico, por exemplo, o uso do Alumínio é intensivo em componentes como fios e cabos de transmissão e distribuição de energia, além de barramentos especialmente em transformadores a seco.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os projetos de expansão das linhas de transmissão e distribuição garantem uma demanda estável até pelo menos 2027, criando um ambiente de previsibilidade para a cadeia de fornecimento. Já o Cobre, com alta condutividade elétrica e resistência à corrosão, permanece como insumo essencial em múltiplas aplicações, desde sistemas de tração elétrica em redes de metrô e monotrilho até tubos de refrigeração para os setores industriais, construção e tecnologia.
Em São Paulo, por exemplo, há atualmente mais de dez projetos qualificados de expansão de transporte sobre trilhos que demandam, entre outros itens, o fio de contato de Cobre utilizado em redes aéreas. Esses projetos, somados aos investimentos em eletrificação veicular e infraestrutura digital, tendem a sustentar o aumento do consumo de Cobre ao longo de 2025.
Resiliência e planejamento
No segmento automotivo, os incentivos concedidos em 2024 contribuíram para a recuperação da produção e deverão ter reflexos na cadeia de suprimentos ainda neste ano. A demanda por Cobre e Alumínio, amplamente utilizados em chicotes elétricos, baterias, motores e sistemas de climatização, deve crescer conforme avança a transição para veículos eletrificados.
Além disso, a pauta da sustentabilidade vem fortalecendo a reciclagem desses metais, atividade já consolidada em parte da indústria de transformação. A economia circular, por meio da logística reversa e do reaproveitamento de matéria-prima secundária, tem sido incorporada como prática de redução de custos e adequação às exigências ambientais e de governança, inclusive em contratos com grandes compradores internacionais.
O avanço da digitalização é outro componente que influencia diretamente a demanda por Cobre e Alumínio. A construção de data centers vem se expandindo em função do aumento da demanda por processamento e armazenamento de dados e da consolidação da computação em nuvem. Segundo a consultoria Gartner, os gastos mundiais do segmento de data centers crescerão 15,5% em 2025.
Esses empreendimentos demandam uma infraestrutura elétrica robusta, o que se traduz em maior consumo de Cobre para barramentos, cabos e sistemas de refrigeração, além de Alumínio em sistemas térmicos e de suporte estrutural. Na indústria como um todo, a utilização de redes neurais e Inteligência Artificial (IA) exige infraestrutura computacional com elevado consumo de energia, reforçando o papel estratégico dos metais condutores.
Em termos de políticas públicas e regulação internacional, alguns fatores exigem atenção. A elevação das tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos de Alumínio, de 10% para 25%, aplicada em 2025, afeta diretamente a competitividade da indústria brasileira. Mesmo sem isenção anterior, o aumento da tarifa coloca pressão adicional sobre exportadores e abre a possibilidade de redirecionamento de produtos estrangeiros para o mercado interno, com potencial de saturação da oferta e compressão de margens.
No plano doméstico, o setor ainda lida com limitações de crédito provocadas pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados, o que restringe investimentos em capacidade produtiva e inovação. Ademais, o poder de compra das famílias segue pressionado pela inflação, o que afeta segmentos como a construção civil, e bens de consumo duráveis, como automotivo e refrigeração, intensivos no uso de Alumínio e Cobre.
Agenda ESG
Em paralelo, a agenda ESG segue em expansão. Empresas mais preparadas já operam com métricas de desempenho ambiental, rastreabilidade de insumos e relatórios de impacto, enquanto outras avançam na adoção de processos de logística reversa e na integração de requisitos regulatórios mais rígidos em suas cadeias produtivas.
A realização da COP30, prevista para novembro de 2025 em Belém (PA), deverá ampliar o foco internacional sobre a pauta climática e ambiental no Brasil, com implicações para toda a cadeia industrial. O Cobre e o Alumínio, nesse contexto, possuem um atributo adicional: são metais recicláveis e com propriedades adequadas para aplicações em sistemas energéticos mais eficientes e menos emissores, como redes inteligentes, veículos elétricos e sistemas fotovoltaicos.
O desempenho industrial em 2024 revelou que a combinação entre eficiência operacional, adoção de novas tecnologias e uso de matérias-primas estratégicas pode ser decisiva para a competitividade em um cenário de incertezas. A resiliência demonstrada por parte da indústria de transformação no último ano é um sinal relevante, mas não suficiente.
Em 2025, o setor exigirá respostas mais estruturadas. As empresas que investirem em automação, digitalização, circularidade e integração da cadeia de suprimentos terão melhores condições de enfrentar os obstáculos que ainda persistem. O Cobre, considerado o combustível do futuro, e o Alumínio, por sua versatilidade e aplicação determinante em diversos setores, permanecerão no centro dessa reorganização produtiva, não apenas como insumos, mas como indicadores da capacidade da indústria nacional de responder a um novo ciclo tecnológico e ambiental.
- Walter Sanches é Diretor de TI e Planejamento da Termomecanica, empresa líder na transformação de Cobre e suas ligas.




