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Bloco do Seo Chico inicia os preparativos para o Carnaval 2025 com primeiro ensaio aberto
Primeiro ensaio acontece no próximo domingo, 19 de janeiro, a partir das 16h, na Cervejaria Benedith, na Av. Getúlio Vargas, 2100, bairro Daniel Fonseca
O Carnaval 2025 já começa a dar as caras em Uberlândia, e o Bloco do Seo Chico, pioneiro no movimento de carnaval de rua na cidade, está pronto para abrir a temporada de folia com o seu primeiro ensaio aberto. No próximo domingo, 19 de janeiro, a partir das 16h, a energia contagiante da folia vai tomar conta da Cervejaria Benedith, na Av. Getúlio Vargas, 2100, bairro Daniel Fonseca.
Com entrada garantida pelo site IngressoLive, o evento promete aquecer os tamborins e reunir amantes do Carnaval em um clima de festa e confraternização. A apresentação contará com a energia contagiante da Bateria da Escola de Samba Tabajara, que dará um show de ritmo e emoção.
O evento promete ser uma explosão de alegria e cultura, reforçando a importância do Carnaval de rua como um dos maiores patrimônios culturais do Brasil. O ensaio aberto também inaugura uma nova fase para o Bloco do Seo Chico, consolidando-se como referência no Carnaval de rua de Uberlândia. Além de ser uma celebração antecipada, o evento convida o público a se sentir parte do processo criativo e organizacional do bloco.
Uma história de pioneirismo e inspiração
Fundado em 2022, o Bloco do Seo Chico nasceu com o propósito de trazer para Uberlândia o encanto dos Carnavais de rua de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Inspirado em três grandes nomes da música brasileira — Chico Buarque, Chico César e Chico Science —, o bloco se tornou um verdadeiro fenômeno cultural na cidade. Desde sua primeira edição, o Seo Chico não apenas mobilizou milhares de foliões, mas também inspirou a criação de novos blocos, impulsionando o Carnaval de rua local.
Com uma banda formada por músicos e instrumentistas importantes na cena local, como a cantora Anísia Uchoa, que cantou por mais de 10 anos no Carnaval de Olinda e Recife; além três dos maiores percussionistas da cidade (Jack Will, Manoel Moura e Fabrício Penha); acompanhados de músicos como JP China no saxofone; Lustosa no trompete; Lukas Simon no violão e guitarra; e João Amâncio no baixo; o bloco tem reunido multidões a cada ano, dobrando o público em suas edições iniciais e sendo um catalisador para o surgimento de outros blocos na cidade.
Além disso, o Bloco do Seo Chico tem se comprometido a democratizar o Carnaval, promovendo ensaios abertos ao longo do ano e eventos gratuitos que atraem famílias inteiras. Em 2025, o Bloco promete ir ainda mais longe, lançando o projeto “A Bateria do Bloco do Seo Chico Mandou Chamar”, com oficinas para formação de ritmistas, ensaios abertos e apresentações ao público. É uma iniciativa que reforça o papel do Carnaval como ferramenta de inclusão cultural e fortalecimento da identidade local.
Nova Identidade Visual: Uma Celebração das Raízes Brasileiras
Para o Carnaval de 2025, o Bloco do Seo Chico apresenta uma identidade visual completamente renovada, assinada pela talentosa designer Julia Guedes. Inspirada nas tradições carnavalescas de Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro, a nova arte traz releituras vibrantes de personagens icônicos como o Caboclo de Lança e o Bate-Bola.
A ilustração traz um encontro mágico entre o Caboclo de Lança, símbolo do Maracatu Rural de Pernambuco, com suas fitas coloridas e energia guerreira que representa a força e ancestralidade do Carnaval; e o Bate-Bola, figura tradicional do subúrbio carioca, com sua irreverência e ousadia com suas roupas extravagantes e movimentos impactantes que transformam as ruas em uma explosão de energia. Juntos, esses personagens simbolizam a força, a resistência e a criatividade que moldam o Carnaval do Brasil, além de homenagear os “Chicos” que inspiram o bloco: Chico Science, Chico César e Chico Buarque.
A arte não só exalta a cultura de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, mas também reforça o espírito do Bloco do Seo Chico: uma mistura de tradição e modernidade que une diferentes culturas e estilos para criar uma experiência carnavalesca única.
A Bateria do Bloco do Seo Chico Mandou Chamar: Fortalecendo a Cultura Carnavalesca
Em 2025, o bloco lança o projeto “A Bateria do Bloco do Seo Chico Mandou Chamar”, com o objetivo de fortalecer a cultura do Carnaval de rua em Uberlândia. O projeto incluirá oficinas de formação para novos ritmistas, ensaios abertos e apresentações ao longo do ano, criando uma conexão contínua com a comunidade e mantendo o espírito carnavalesco vivo além de fevereiro.
Todas as atividades serão gratuitas, proporcionando acesso democratizado à cultura e promovendo a inclusão social. O projeto contará com a participação de pessoas de todas as idades. Detalhes sobre datas e inscrições serão divulgados em breve.
O Carnaval de Rua em Uberlândia: Uma Festa em Crescimento
Nos últimos anos, o Carnaval de rua de Uberlândia tem vivido um momento de expansão e organização. A crescente participação popular e o surgimento de novos blocos têm transformado a cidade em um polo cultural durante o período carnavalesco, atraindo turistas e movimentando a economia local.
O Bloco do Seo Chico desempenha um papel crucial nesse processo, consolidando-se como um dos maiores representantes da tradição e inovação no Carnaval de rua. Sua proposta de unir música, arte e comunidade reflete a essência do Carnaval brasileiro: uma celebração de alegria, diversidade e resistência cultural.
Ficha Técnica
Produção Executiva: Gabriel Caixeta
Produção Artística: Luiz Casado, João Amâncio, Lukas Simon, Anisia Uchoa
Produção Visual: Julia Guedes
Assistente de Produção: Renata Lima
Banda Seo Chico: Jack Will, Manoel Moura, Monzitti Bauman, JP China, Luiz Casado, João Oliveira, Lukas Simon, Anísia Uchoa
Assessoria de Imprensa: Lucas Barbosa
Serviço
Primeiro Ensaio Aberto do Bloco do Seo Chico
Data: 19 de janeiro de 2025
Horário: A partir das 16h
Local: Cervejaria Benedith – Av. Getúlio Vargas, 2100 – Daniel Fonseca
Ingressos: Disponíveis no site IngressoLive
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Ministra da Gestão defende bancas de heteroidentificação do CNU
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, defendeu nesta quarta-feira (5) o trabalho das bancas de heteroidentificação do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), estabelecidas pela Fundação Cesgranrio, organizadora do certame. “O que a gente usou no CNU foi o que é mais avançado no tema.” A declaração foi dada após entrevista ao programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
É papel das bancas de heteroidentificação de concursos públicos verificar, presencialmente, as características fenotípicas de candidatos autodeclarados pretos e pardos (negros) que concorrem a vagas reservadas a cotas raciais previstas na Lei nº 12.990/2014.
A ministra frisou que as comissões de heteroidentificação são um avanço na política de cotas raciais no Brasil e que, antes da criação delas, havia muito questionamento a respeito de pessoas que se autodeclaravam negras e não se enquadravam como pretos ou pardos. “Houve um avanço ao criar as bancas de heteroidentificação.”
Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Ministério da Gestão e à Fundação Cesgranrio a até “a resolução de irregularidades nas cotas raciais previstas em lei”, como classificou o MPF. A Defensoria Pública da União (DPU) também solicitou esclarecimentos ao MGI sobre possíveis irregularidades na etapa de heteroidentificação do concurso.
De acordo com a ministra, cerca de 46 mil pessoas autodeclaradas negras passaram pelas bancas de heteroidentificação distribuídas nas cidades participantes do certame e a maioria destes candidatos foi aprovada na banca. Entre os candidatos reprovados nas bancas e que entraram com recurso administrativos, 45% deles tiveram o pedido deferido. “Isso não é uma avaliação da pessoa. É, sim, uma tentativa de garantir que a política de cotas seja o mais correta possível.”
Explicações
A ministra confirmou que já respondeu ao Ministério Público Federal sobre a necessidade de manter a divulgação dos resultados e realizou várias reuniões com o MPF e a Defensoria Pública para esclarecer os procedimentos das bancas de heteroidentificação.
Sobre a recomendação de permitir o acesso dos candidatos aos pareceres e às decisões de indeferimento, Esther Dweck explicou que a banca não é um tribunal racial e não existe métrica para dizer se alguém é negro ou não apenas pelo cabelo e cor de pele. “A gente voltaria ao século XIX se tivesse esse laudo. A lógica sempre foi o olhar social do racismo que existe na sociedade brasileira”.
A ministra apontou que mais de 3 mil pessoas foram contratadas para formar as bancas do CNU, e que todas tiveram formação para isso. Os currículos foram publicados na internet, conforme previsto nos editais dos oito blocos temáticos no CNU. “A gente conversou com vários especialistas para montar essa lógica do certame”, disse Dweck.
A ministra voltou a declarar que o chamado Enem dos Concursos teve [24,5% do total], preenchendo todas as vagas destinadas às cotas do CNU.
Para ela, a política foi bem feita. “A gente mudou a forma de aplicação das cotas, que não são mais um teto. São um piso”. Ou seja, candidatos que concorrem por cotas e que alcançam nota para aprovação pela ampla concorrência mudam de sistema e abrem vaga para outros cotistas.
Aprimoramento
A historiadora Wania Sant’Anna, integrante da Coalizão Negra por Direitos e do conselho do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), comemora o aumento do percentual de candidatos negros aprovados no CNU, mas considera que é preciso aprimorar os processos de heteroidentificação. “Não é razoável que os candidatos autodeclarados pretos e pardos tenham dúvidas sobre os procedimentos adotados pelas bancas de heteroidentificação e seus resultados”, ressalta Wania.
“Não vejo nenhum impedimento legal na formação, por exemplo, de uma comissão ad hoc [temporária] para conduzir esses casos e, desta forma, apresentar uma solução transparente e eficiente às reclamações apresentadas.”
Já para o professor universitário e membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), Nelson Inocêncio, os maiores problemas são a forma de constituição das bancas e o curso de formação dos integrantes das comissões, com questionamentos sobre sua carga horária e conteúdo.
Membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB) Nelson Inocêncio questiona o curso de formação dos integrantes das comissões de heteroidentificação. – Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil
“Ninguém se torna avaliador de banca de heteroidentificação ou especialista na questão racial fazendo cursinhos breves, de 20 horas online.”
“Quando falo de banca de heteroidentificação, falo de pessoas que estudam relações raciais, que vêm do campo do ativismo negro, do movimento negro, com história de contribuição na luta contra o racismo. Falo de gestores e gestoras que estão, de alguma forma, envolvidos em políticas de combate ao racismo”, explicou.
Candidatos “não enquadrados”
A candidata do bloco temático 5 do CNU, Isabel Ferraz, autodeclarada negra, não foi considerada “enquadrada” na banca de heteroidentificação da Fundação Cesgranrio. No divulgado nesta terça-feira, a advogada e cientista política foi aprovada em ampla concorrência, ou seja, fora das cotas, para o cargo de Analista Técnico de Políticas Sociais (ATPS) e está na lista de espera do cargo que ela listou como prioritário: Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG).
Isabel calcula que, se tivesse sido enquadrada nas cotas raciais, já estaria convocada para o cargo que deseja. “Quando não me foi conferido o direito à ampla defesa e ao contraditório, já que nunca tive acesso aos pareceres com as motivações da decisão, meu sentimento passou a ser de injustiça”, lamentou.
Outro candidato autodeclarado negro, o cientista político Gustavo Amora, afirma que, se tivesse sido considerado “enquadrado” pela banca, estaria no cadastro reserva para o cargo de auditor fiscal do trabalho e de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG).
Ele identifica problemas no descumprimento do prazo de divulgação dos currículos dos integrantes das bancas, denúncias que o MPF está apurando. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos nega irregularidades.
Segundo o site Agenciabrasil.ebc,
Com informações: Agenciabrasil.ebc
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Governador decide revogar nova lei polêmica sobre ensino no Pará
O governador do Pará, Helder Barbalho, decidiu revogar a Lei 10.820/2014, que trata da carreira dos professores e da rede estadual de ensino, após resistência da categoria e das populações indígenas.
Nesta quarta-feira (5), Barbalho assinou um termo de compromisso pela elaboração de um novo Estatuto do Magistério e Plano de Cargos, Carreiras e Salário dos profissionais públicos da educação básica paraenses. Um grupo de trabalho deverá se formado com representantes do governo, dos professores e de populações tradicionais.
Com a medida, Barbalho pretende encerrar semanas de mobilizações contra a nova legislação. A Secretaria de Educação do Pará (Seduc) desde 14 de janeiro.
No caso dos indígenas, a maior preocupação é com o que alegam ser a substituição do ensino presencial pelo ensino à distância em algumas regiões remotas do Pará, prejudicando o acesso de diversas tribos à educação. Entidades de povos quilombolas também aderiram ao movimento.
O Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) afirma que a lei acaba com a progressão automática de carreira e, sem discussão, promove alterações prejudiciais na jornada e na remuneração de professores. A categoria está em greve desde 23 de janeiro.
Outra questão que motiva a articulação é a retirada de representantes do Sintepp na Comissão Permanente de Avaliação, o que acabaria conferindo ao titular da pasta de Educação, Rossieli Soares, mais poder decisório. Os grevistas pedem a exoneração do secretário.
O governo do Pará vinha defendendo a legislação, que foi aprovada na Assembleia Legislativa do Pará no fim do ano passado e sancionada em dezembro. A gestão estadual ao acesso das populações tradicionais à educação, afirmando haver um problema de comunicação em torno do tema.
Segundo o Sintepp, um entendimento pela elaboração de uma outra lei, em substituição à atual, havia sido alcançado em 31 de janeiro, em reunião entre representantes dos professores e do governo paraense. Na ocasião, o governo se comprometeu a “construir uma nova legislação, tornando sem efeito a lei (atual)”, segundo nota divulgada pelo sindicato.
Supremo
A decisão de Barbalho ocorre também depois da Associação dos Povos Indígenas Brasileiros (Apib) ter proposto uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que a . A relatora, ministra Cármen Lúcia, deu prazo de cinco dias para a manifestação do governo.
O Ministério Público Federal (MPF) também oficiou o Ministério da Educação para que o governo federal interferisse na controvérsia. Em comunicado divulgado em janeiro, o Ministério dos Povos Indígenas informou acompanhar de perto a situação, tendo enviado representantes para acompanhar as negociações no Pará.
Em nota, a pasta disse que atua “na mediação e no fornecimento de subsídios para que qualquer solução proposta fortaleça a educação indígena e garanta o cumprimento dos direitos indígenas à educação específica e diferenciada.”
Segundo o site Agenciabrasil.ebc,
Com informações: Agenciabrasil.ebc
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Relatório aponta 901 ocorrências de conflitos de mineração em 2023
A nova edição do relatório Conflitos da Mineração no Brasil, que vem sendo publicado anualmente pela Universidade Federal Fluminense (UFF), contabiliza 901 ocorrências no ano de 2023. O levantamento aponta que os episódios mapeados estão associadas a 786 localidades.
Os números apontam uma relativa estabilidade em relação , que contabilizou os dados de 2022. Na ocasião, foram identificadas 792 localidades e 932 ocorrências de conflito. No entanto, os pesquisadores da UFF envolvidos no levantamento apontam que o total de pessoas envolvidas saltou 308,1%, saindo de 688 mil para 2,810 milhões.
O novo relatório está disponível desde a última semana. O estudo foi coordenado pelo geógrafo Luiz Jardim Wanderley, professor da UFF. A publicação é fruto de uma parceria com o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, que congrega diferentes organizações da sociedade civil.
Estão sistematizados no relatório conflitos em meio rural e urbano. São considerados danos que vão desde o sofrimento humano até os impactos socioeconômicos nas comunidades afetadas. Também inclui tanto os casos envolvendo mineradoras como grupos que exploram o garimpo ilegal. Os registros são variados: perdas de vidas, remoções forçadas, limitação de acesso à agua, contaminação, pressões e ameaças.
Mais de 90% dos conflitos envolveram disputas por terra ou água e, em 41 ocorrências, houve registro de morte. Os dois principais estados mineradores do país – Minas Gerais e Pará – concentram a maior parte dos registros. Do total de localidades envolvidas em 2023, 31,9% situam-se em território mineiro e 13,7% em terras paraenses. A Bahia aparece em terceiro lugar com 9%.
Minas Gerais também encabeça de lista de atingidos: 31,9% de todas as pessoas envolvidas em conflitos de mineração no país vivem no estado. O percentual é impulsionado pelos desdobramentos dos rompimentos das barragens da Samarco, ocorrido no ano de 2015 na cidade de Mariana, e da Vale, registrado em 2019 em Brumadinho.
Nos dois municípios mineiros, ainda ocorrem muitos conflitos envolvendo disputas pela reparação dos danos causados aos milhares de atingidos. Constantemente há denúncias de violações e de negligências por parte das mineradoras responsáveis. Brumadinho, inclusive, ocupa pelo quarto ano consecutivo o posto de cidade com mais ocorrências: foram 28 ao todo.
Já os municípios do Pará respondem por 12% das pessoas envolvidas em conflitos de mineração. Em terceiro lugar, aparece Alagoas, que registra 10,1%. Em Maceió, na capital do estado, há também diversas mobilizações de moradores que cobram medidas reparatórias da petroquímica Braskem, responsável pela mineração de sal-gema que levou ao afundamento de cinco bairros.
O relatório mostra que os conflitos estão associados a um total 122 empresas. A Vale é a que aparece envolvida no maior número de ocorrências: 147 ao todo. Em seguida, figuram a Braskem (50), a Companhia Siderúrgica Nacional – CSN (39), a Samarco (39), a Tombador Iron Mineração (25), a ArcelorMittal (15) e a Belo Sun Mining (15).
No recorte por biomas, as ocorrências aparecem concentradas sobretudo na Mata Atlântica (48,5%) e na Amazônia (27,4%). Foram mapeados 96 conflitos envolvendo indígenas e 60 associados a quilombolas.
Mineradoras
Procurada pela Agência Brasil, a Vale informou em nota que adota diversas medidas com objetivo de garantir que suas operações sejam realizadas de maneira responsável e sustentável. “A companhia busca promover relações harmoniosas por meio de um diálogo contínuo com as comunidades vizinhas, respeitando os direitos humanos, uma condição inegociável e base para a atuação da empresa, que é pautada em padrões internacionais, como os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU, os princípios do Pacto Global das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os princípios e diretrizes do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), dentre outros.”
De acordo com a mineradora, equipes especializadas mantêm diálogo e escuta junto às comunidades e compartilham informações sobre riscos e medidas de reparação ou compensação. “Em 2023, nos relacionamos com 1.574 comunidades locais nos países onde atuamos. Em todo o período, foram implementados 452 Planos de Relacionamento com Comunidades locais, dos quais 385 foram no Brasil. Além disso, 88% das 177 comunidades consideradas prioritárias para o engajamento no Brasil foram atendidas por Planos de Relacionamento. A Vale tem o compromisso de atender 100% das comunidades prioritárias com planos até 2026.”
A mineradora afirma também já ter desembolsado 75% dos valores destinados a medidas previstas no acordo de reparação dos danos da tragédia ocorrida em Brumadinho e que já fechou acordos de indenização individual com 17 mil pessoas. No mês passado, no marco dos, o acordo foi que representam os atingidos.
Já a Braskem afirma que, desde 2019, vem atuando em Maceió com foco na segurança das pessoas e no desenvolvimento de medidas para mitigar, reparar ou compensar os efeitos do afundamento do solo. Segundo a empresa, já foram apresentadas a famílias atingidas 19.181 propostas e, até dezembro, foram pagas 18.931 indenizações.
“Além da realocação preventiva e compensação financeira das famílias, os cinco acordos principais celebrados com autoridades federais, estaduais e municipal, e homologados pela Justiça, abrangem diversas medidas”, acrescenta a Braskem. A empresa cita com destaque medidas ambientais e de mobilidade urbana, bem como iniciativas envolvendo o Plano de Ações Sociourbanísticas (PAS), que se organiza em quatro eixos: políticas sociais e redução de vulnerabilidades; atividade econômica, trabalho e renda; qualificação urbana e ambiental; e preservação da cultura e memória.
Já a CSN afirmou em nota não poder se manifestar uma vez que não teve acesso ao relatório nem foi contatada pelos pesquisadores. A empresa, no entanto, acrescentou uma observação. “A Companhia Siderúrgica Nacional não atua apenas no segmento de mineração, mas sim nos setores de siderurgia, mineração, logística, cimentos e energia. Portanto, compilar informações de diferentes segmentos em um único estudo supostamente direcionado ao setor de mineração, pode, indubitavelmente, distorcer os seus resultados.”
A Samarco também afirmou que não fará comentários sobre os resultados por não ter tido conhecimento do relatório. Responsável pela barragem que se rompeu em 2015 na cidade de Mariana, a mineradora afirma estar ciente do seu compromisso social com as comunidades onde está inserida e investindo em projetos socioambientais que buscam gerar valor para a sociedade. “A empresa retomou suas operações de forma gradual, em dezembro de 2020, em Minas Gerais e no Espírito Santo, adotando novas tecnologias para disposição de rejeitos, empilhando a seco cerca de 80% do volume a ser gerado no beneficiamento do minério de ferro, sem utilização de barragens para disposição de resíduos”, acrescenta o texto.
A mineradora destacou ainda o acordo recentemente firmado que redefiniu as medidas reparatórias da tragédia de 2015, acrescentando que as diversas cláusulas tratam de questões variadas como indenizações individuais, reassentamento das comunidades, saúde, meio ambiente, educação e infraestrutura. Ele foi fruto de negociações que se arrastaram por três anos e buscaram oferecer uma resposta para um cenário em que tramitam milhares de processos judiciais envolvendo o episódio. Segundo a Samarco, o acordo “endereça de forma integral e definitiva as ações de reparação e compensação”. O acordo na tragédia.
A ArcelorMittal informou que não irá se manifestar sobre o assunto. A Tombador Iron Mineração e a Belo Sun Mining não retornaram aos contatos.
Segundo o site Agenciabrasil.ebc,
Com informações: Agenciabrasil.ebc