Saúde
Queda de cabelo: quando procurar ajuda e quais são os tratamentos mais eficazes

Escrita por Patrícia Limeira
Dermatologista especializado em tricologia explica as principais causas da queda capilar e como as novas abordagens terapêuticas estão transformando o tratamento de alopecias
Créditos: Pixabay
Quem nunca se assustou ao ver uma quantidade maior de fios no ralo do chuveiro ou no travesseiro ao acordar? A queda de cabelo é uma preocupação que afeta homens e mulheres de todas as idades, mas que muitas vezes é negligenciada até se tornar um problema mais grave.
Segundo o dermatologista Cristiano Kakihara, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e especialista em tricologia, a queda capilar afeta cerca de 42 milhões de brasileiros e vai muito além de uma questão estética.
“O cabelo tem um papel fundamental na identidade e autoestima das pessoas. Quando começamos a perder fios em quantidade significativa, isso impacta diretamente nossa confiança e bem-estar emocional”, explica o médico, que atende na Clínica Kakihara, na Vila Mariana, em São Paulo.
Entenda as causas da queda capilar
O primeiro passo para um tratamento eficaz é identificar corretamente o tipo de queda e suas causas. O Dr. Kakihara explica que existem diferentes tipos de alopecia, cada um com características específicas:
Alopecia androgenética: É a causa mais comum de calvície, afetando cerca de 50% dos homens até os 50 anos e 40% das mulheres após a menopausa. “Tem componente genético e hormonal, com sensibilidade dos folículos à ação da DHT (di-hidrotestosterona), que leva ao afinamento progressivo dos fios até sua miniaturização”, detalha o especialista.
Eflúvio telógeno: Caracteriza-se por queda difusa e temporária, geralmente desencadeada por eventos estressantes para o organismo. “Pode ocorrer após cirurgias, infecções graves, parto, dietas restritivas, estresse emocional intenso ou uso de certos medicamentos. Geralmente, manifesta-se de dois a três meses após o evento desencadeante”, explica o dermatologista.
Alopecia areata: De origem autoimune, caracteriza-se por falhas arredondadas no couro cabeludo ou barba. “O sistema imunológico ataca os folículos pilosos, interrompendo o crescimento dos fios. Pode estar associada a outras doenças autoimunes e, em alguns casos, tem componente emocional importante”, esclarece Dr. Kakihara.
Alopecias cicatriciais: São formas mais raras e graves, onde ocorre destruição permanente do folículo piloso, sendo substituído por tecido cicatricial. “Podem ser causadas por doenças inflamatórias do couro cabeludo, infecções, traumas físicos ou químicos”, alerta o médico.
Sinais de alerta: quando procurar ajuda
Muitas pessoas demoram para buscar ajuda especializada, o que pode comprometer os resultados do tratamento. O Dr. Cristiano Kakihara lista os principais sinais que indicam a necessidade de consultar um dermatologista:
- Queda superior a 100 fios por dia (considerando que perdemos naturalmente entre 50 e 100 fios diariamente)
- Afinamento visível dos fios
- Falhas ou áreas de rarefação no couro cabeludo
- Couro cabeludo avermelhado, descamativo ou com coceira intensa
- Alteração na textura ou espessura dos fios
- Recuo da linha frontal do cabelo (principalmente em homens)
- Alargamento da parte central (principalmente em mulheres)
“O momento ideal para iniciar o tratamento é aos primeiros sinais de queda acentuada ou afinamento dos fios. Quanto mais precoce a intervenção, melhores são os resultados”, enfatiza o especialista.
Diagnóstico preciso: o primeiro passo para o sucesso
O diagnóstico das condições capilares é realizado através de uma combinação de avaliação clínica detalhada, exames específicos e, quando necessário, exames complementares.
“Utilizamos a tricoscopia digital, um exame não invasivo que permite visualizar o couro cabeludo e os fios com grande ampliação, identificando alterações sutis que não seriam perceptíveis a olho nu”, explica o Dr. Kakihara. “Isso nos permite documentar a condição inicial do paciente e acompanhar a evolução do tratamento com precisão.”
Em alguns casos, também podem ser solicitados exames laboratoriais para investigar possíveis causas sistêmicas da queda, como alterações hormonais, deficiências nutricionais ou doenças autoimunes.
Tratamentos personalizados: a chave para resultados efetivos
O tratamento da queda capilar deve ser individualizado, considerando o tipo de alopecia, suas causas, o perfil do paciente e suas expectativas. Para o Dr. Kakihara, os protocolos devem ser personalizados e podem incluir:
Medicamentos tópicos: Soluções aplicadas diretamente no couro cabeludo, como minoxidil em diferentes concentrações e formulações personalizadas com ativos específicos para cada caso.
Medicamentos orais: Em casos selecionados, podem ser prescritos medicamentos que atuam sistemicamente, como finasterida, dutasterida ou antiandrógenos para mulheres, sempre com acompanhamento médico rigoroso.
Microagulhamento capilar: Procedimento minimamente invasivo que estimula a regeneração folicular através de microlesões controladas no couro cabeludo. “Além de estimular a produção de colágeno e fatores de crescimento, o microagulhamento potencializa a penetração de ativos aplicados topicamente”, explica o dermatologista.
Terapia com luz de baixa intensidade: Utiliza comprimentos de onda específicos para estimular o metabolismo celular e a microcirculação no couro cabeludo, favorecendo o crescimento dos fios.
Plasma Rico em Plaquetas (PRP): Procedimento que utiliza o plasma do próprio paciente, rico em fatores de crescimento, para estimular a regeneração folicular. “É especialmente indicado para casos de alopecia androgenética e algumas formas de alopecia areata”, comenta o Dr. Kakihara.
Transplante capilar: Para casos mais avançados, onde há perda definitiva dos folículos, o transplante capilar pode ser uma opção. “As técnicas modernas permitem resultados muito naturais, com mínima cicatriz e recuperação rápida”, afirma o especialista.
A importância da abordagem multidisciplinar
O Dr. Cristiano Kakihara ressalta que, muitas vezes, a queda de cabelo é apenas a ponta do iceberg de condições sistêmicas que precisam ser identificadas e tratadas.
“Trabalhamos em conjunto com endocrinologistas, nutricionistas e outros especialistas para oferecer um tratamento completo. Distúrbios hormonais, deficiências nutricionais, estresse crônico e doenças autoimunes são frequentemente associados à queda capilar”, explica.
Dicas do especialista para cuidados diários
Além dos tratamentos médicos, o Dr. Cristiano Kakihara compartilha algumas recomendações para a manutenção da saúde capilar no dia a dia:
- Lavagem adequada: “Lave os cabelos conforme a necessidade do seu couro cabeludo, usando água morna para fria e produtos adequados ao seu tipo de fio. A frequência ideal varia de pessoa para pessoa.”
- Cuidado com a temperatura: “Evite água muito quente e uso excessivo de secadores e chapinhas em temperaturas elevadas, pois podem ressecar e danificar os fios.”
- Alimentação balanceada: “Consuma alimentos ricos em proteínas, ferro, zinco e vitaminas do complexo B, como carnes magras, ovos, leguminosas, oleaginosas e vegetais de folhas verdes.”
- Hidratação: “Mantenha-se bem hidratado e use máscaras capilares adequadas ao seu tipo de cabelo regularmente.”
- _Controle do estresse: _“Práticas como meditação, yoga e atividade física regular ajudam a controlar o estresse, que é um importante fator desencadeante de queda capilar.”
- Evite tração excessiva: “Penteados muito apertados, tranças e extensões podem causar alopecia por tração. Varie os penteados e evite prender os cabelos sempre da mesma forma.”
- Proteção solar: “O couro cabeludo também precisa de proteção contra os raios solares, especialmente em áreas com menos cabelo. Use chapéus, bonés ou protetores solares específicos para a região.”
Desmistificando tratamentos populares
O Dr. Cristiano Kakihara alerta sobre tratamentos sem comprovação científica que são frequentemente divulgados na internet:
“Infelizmente, há muita desinformação sobre tratamentos capilares. Óleos milagrosos, shampoos que prometem resultados imediatos e suplementos sem estudos científicos sérios acabam retardando a busca por ajuda especializada e podem até agravar o problema”, adverte.
O especialista recomenda sempre buscar orientação de um dermatologista com experiência em tricologia antes de iniciar qualquer tratamento. “Cada caso é único e requer uma abordagem personalizada. O que funcionou para um amigo ou familiar pode não ser adequado para você”, conclui.
Sobre do Dermatologista Cristiano Kakihara:
Cremesp 113216 – RQE em Dermatologia 28270
Graduação pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Especialização em Dermatologia pela SBD: Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos.
Aperfeiçoamento em Cosmiatria e Cirurgia Dermatológica pela SBD: Faculdade de Medicina do ABC.
Aperfeiçoamento em Tricologia e Onicologia pela SBD: Universidade de Mogi das Cruzes.
Pós-graduação “lato sensu” em Dermatologia, Áreas Eletivas, pela SBD: Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.
Pós-graduação “lato sensu” em Cirurgia Dermatológica pela SBD: Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Autor das 3 edições do livro “Curativos, Estomias e Dermatologia: uma Abordagem Multiprofissional”, pela editora Martinari.
Ex-preceptor dos Ambulatórios de Fototerapia e Tricologia/Onicologia da Universidade de Mogi das Cruzes.
Ex-médico assistente (concursado) da Clínica de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Municipal.
Redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/cristianokakiharadermatologia/
Instagram: https://www.instagram.com/clinicakakihara/
Saúde
Prevenir é o novo curar: a revolução da medicina nas mãos de Diego Mariano

A medicina atravessa uma transformação silenciosa e profunda. Se no passado a prática médica tinha caráter predominantemente curativo — agindo quando a doença já estava instalada —, hoje o foco se desloca para a medicina preventiva, que busca evitar o surgimento de enfermidades por meio de cuidados antecipados e integrados.
Essa mudança de paradigma responde não apenas a uma demanda por mais eficiência nos serviços de saúde, mas também a uma nova concepção de bem-estar: tratar antes que a doença se manifeste. O resultado é duplamente benéfico — maior qualidade de vida para os pacientes e redução de custos operacionais em processos de prevenção, tratamento e reabilitação.
Um dos pilares da medicina preventiva é a relação entre médico e paciente. O diálogo, a escuta e a comunicação clara tornam-se elementos centrais para identificar riscos, orientar escolhas saudáveis e construir planos de cuidado personalizados. Em uma sociedade que muitas vezes responsabiliza o indivíduo por seu adoecimento, a dimensão educativa ganha força: informar, conscientizar e engajar o paciente são passos indispensáveis para o sucesso de qualquer programa preventivo.
Hapvida NotreDame: Referência em Medicina Preventiva
No Brasil, o grupo Hapvida NotreDame Intermédica consolidou-se como um dos principais exemplos dessa abordagem. Com presença nacional, investe em protocolos, programas e projetos que priorizam a prevenção, promovendo saúde integral para milhões de beneficiários.
Entre as iniciativas de maior impacto está a valorização de práticas clínicas fundamentadas em evidências científicas, que possibilitam aos profissionais tomar decisões assertivas, assegurando não apenas o controle de doenças crônicas, mas também ganhos de produtividade e bem-estar no ambiente corporativo.
Nesse cenário, destaca-se o trabalho de Diego Mariano, profissional com mais de 12 anos de experiência em saúde, educação e treinamento esportivo. Atualmente Supervisor Técnico no sistema Hapvida NotreDame, Mariano tem contribuído de forma decisiva para a consolidação da medicina preventiva no Brasil.
Sua trajetória é marcada pela criação e implantação do Protocolo Escola da Coluna, um modelo estruturado de cuidado preventivo e reabilitacional para a saúde musculoesquelética. Esse projeto beneficiou diretamente milhares de pacientes e foi reconhecido como uma das melhores práticas da rede Hapvida, gerando impacto mensurável tanto na qualidade clínica quanto na eficiência operacional.
Além de sua atuação institucional, Mariano também é mentor de startups e negócios inovadores na área da saúde. Atualmente, ele também está ampliando sua formação com um MBA em Master of Business Administration pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), previsto para 2025. Esse aprofundamento acadêmico reforça sua visão estratégica e o capacita a unir ainda mais gestão eficiente, inovação e práticas de saúde preventiva em larga escala.
A Medicina do Futuro
A ascensão da medicina preventiva simboliza um caminho sem volta: o cuidado integral, baseado em evidências, que antecipa problemas, fortalece vínculos e coloca o paciente no centro do processo. Exemplos como os de Diego Mariano reforçam a ideia de que inovação, formação sólida e práticas fundamentadas em ciência são essenciais para enfrentar os desafios da saúde contemporânea.
O futuro da medicina não está apenas em curar doenças, mas em evitá-las. E essa mudança já está em curso, transformando a forma como entendemos a saúde e o bem-estar.
Saúde
Farmacêutica brasileira amplia atuação em harmonização facial

A harmonização facial tem se consolidado como um dos procedimentos mais procurados no campo da estética, combinando conhecimentos científicos e técnicas voltadas para resultados equilibrados. Nesse contexto, a farmacêutica esteta Larissa Uua Pino tem construído uma trajetória marcada por formação especializada e experiência internacional.
Graduada em Farmácia pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduada em Farmácia Estética pela Nepuga Fapuga, Larissa direcionou sua carreira para a área estética após atuar em empresas do setor farmacêutico, entre elas Eurofarma, Hypera Pharma, Althaia Equaliv e Gaman Pharma. Nessas organizações, participou de áreas estratégicas ligadas a assuntos regulatórios, garantia de qualidade e pesquisa sensorial.
No campo clínico, desenvolveu prática em procedimentos como aplicação de toxina botulínica, preenchimento com ácido hialurônico, bioestimuladores, peelings químicos e terapias de rejuvenescimento. Sua formação inclui ainda cursos voltados para rinomodelação, otomodelação, protocolos pré e pós-operatórios e técnicas complementares, como microagulhamento e hidratação labial avançada.
A busca por atualização levou a profissional a realizar apimoramento na língua inglesa nos Estados Unidos, incluindo o Laurel College Center, em Maryland, onde teve contato com a língua diariamente.
Com trajetória que combina experiência acadêmica, atuação em indústrias farmacêuticas e prática clínica, Larissa integra um grupo crescente de profissionais brasileiros que investem em atualização constante e contribuem para o desenvolvimento da harmonização facial em diferentes contextos.
https://www.instagram.com/dralarissapino
(Foto: Divulgação)
Saúde
Menopausa: efeitos da falta de estrogênio e como viver com saúde

A menopausa não é o fim da linha, mas sim o início de um capítulo novo, repleto de possibilidades e autocuidado! Geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos (no Brasil, por volta dos 48) e marca o encerramento do ciclo menstrual.
Porém, seu impacto ultrapassa esse aspecto: mexe com o coração, o metabolismo, a saúde óssea, a pele, o humor e todo o corpo, principalmente devido à queda do hormônio estrogênio. Com informação correta e práticas adequadas, é possível passar por essa fase com saúde, energia renovada e até um brilho especial.
Nesta leitura, vamos entender os efeitos da diminuição do estrogênio, suas consequências físicas e emocionais, com base em dados científicos e experiências reais, e compartilhar dicas práticas para você viver essa fase com força e bem-estar.
O que é a menopausa e o climatério?
A menopausa é o marco biológico que indica o fim do período reprodutivo da mulher e é definida oficialmente quando a menstruação deixa de ocorrer por 12 meses consecutivos, sem outras causas que expliquem essa interrupção.
Em geral, essa transição acontece entre os 45 e 55 anos, embora possa variar individualmente, ocorrendo um pouco antes ou depois, dependendo de fatores genéticos, ambientais e de saúde.
Antes e durante a menopausa, a mulher passa por um período mais amplo chamado climatério, que engloba o tempo de preparação e adaptação do organismo à nova fase. No climatério, os ovários começam a produzir menos hormônios femininos, principalmente o estrogênio e a progesterona, hormônios centrais para regular o ciclo menstrual e diversas funções corporais.
O estrogênio, em particular, exerce um papel vital em diferentes sistemas do corpo feminino. Podemos compará-lo a um maestro que coordena várias “partituras” da orquestra corporal: ele regula o ciclo menstrual, garantindo o funcionamento reprodutivo; mantém a densidade óssea, protegendo contra a osteoporose; atua na saúde cardiovascular, ajudando a preservar a flexibilidade dos vasos sanguíneos e o equilíbrio do colesterol; e ainda influencia o comportamento e o humor, interagindo com neurotransmissores no cérebro.
Quando a produção de estrogênio começa a cair, o corpo precisa se adaptar a essa nova realidade hormonal. Essa adaptação provoca diversas mudanças e sintomas, que vão desde alterações no ciclo menstrual até impactos no metabolismo, na pele, no sono e no estado emocional.
É nesta fase que as mulheres podem experimentar ondas de calor, suores noturnos, secura íntima, oscilações de humor e outras manifestações típicas do climatério e da menopausa.
Compreender essa dinâmica hormonal e suas repercussões é fundamental para que cada mulher possa reconhecer essa transição, buscar os cuidados adequados e adotar hábitos que favoreçam o equilíbrio e a qualidade de vida nessa nova etapa.
Os efeitos da queda de estrogênio: como o corpo se transforma
A queda dos níveis de estrogênio na menopausa provoca uma série de mudanças profundas no corpo da mulher, afetando diversos sistemas e funções essenciais.
Esse hormônio exerce um papel fundamental na regulação do metabolismo, na proteção do coração, na manutenção da saúde dos ossos, na qualidade da pele e até no equilíbrio emocional.
Quando os níveis de estrogênio diminuem, o organismo precisa se adaptar, o que pode resultar em sintomas físicos e emocionais desafiadores para muitas mulheres.
Metabolismo: a taxa metabólica basal e o ganho de peso
A taxa metabólica basal (TMB) é a quantidade de calorias que nosso corpo consome em repouso para manter funções vitais, como circulação e respiração. Durante a menopausa, a TMB cai em torno de 5 a 10%, principalmente pela perda de massa muscular e menor estímulo hormonal.
O estrogênio ajuda a distribuir a gordura corporal, favorecendo acúmulo nos quadris e coxas. Sem ele, a gordura se desloca para o abdômen, gerando aquela “barriguinha” que muitas mulheres percebem. Essa gordura visceral é metabolicamente ativa e libera substâncias inflamatórias que aumentam o risco para diabetes tipo 2 e resistência à insulina.
Por isso, muitas mulheres sentem que “comem igual, mas ganham peso”. É necessário ajustar a alimentação e o exercício para lidar com essa nova realidade.
Coração: a proteção perde força
Antes da menopausa, o estrogênio atua como protetor cardiovascular, mantendo as artérias flexíveis, equilibrando colesterol (aumentando o HDL bom e reduzindo o LDL ruim) e regulando a pressão arterial.
Com a deficiência hormonal, essa defesa diminui: o risco de doenças cardíacas aumenta, com chance até três vezes maior de infarto em mulheres na pós-menopausa. O colesterol total pode subir entre 10 e 20%, e a pressão alta se torna mais comum. A gordura abdominal e o processo inflamatório contribuem para lesões nas artérias, fadiga e inchaço.
Ossos, pele, sistema urinário e mais mudanças
O estrogênio também é essencial para a saúde óssea; sua falta acelera a reabsorção, levando à osteoporose, pode-se perder até 20% da massa óssea em cinco anos após a menopausa, aumentando o risco de fraturas.
Na pele, o colágeno diminui, o que provoca ressecamento, rugas e perda de elasticidade. Os cabelos podem ficar mais finos e as unhas mais frágeis. O sistema genital sofre com ressecamento vaginal, gerando desconforto nas relações sexuais (dispareunia) e infecções frequentes. A mucosa da uretra afina, podendo causar incontinência urinária leve.
Ondas de calor e suores noturnos ocorrem em 75% das mulheres, prejudicando a qualidade do sono e contribuindo para insônia crônica.
Saúde mental e bem-estar: o impacto emocional
A redução do estrogênio afeta neurotransmissores cerebrais como a serotonina, o que pode resultar em irritabilidade, ansiedade, depressão e “névoa mental” (dificuldade de concentração e memória). A libido também normalmente diminui, interferindo na vida sexual e nos relacionamentos.
Cada mulher reage de maneira única, com sintomas mais leves ou intensos, mas é fundamental reconhecer esses sinais para buscar suporte e autocuidado.
Como navegar pela menopausa com saúde e disposição
A menopausa é um momento de grandes transformações no corpo e na mente da mulher, mas também uma oportunidade para priorizar o autocuidado e adotar hábitos que promovem saúde e bem-estar. Embora os sintomas e desafios possam parecer intensos, existem estratégias eficazes para aliviar os desconfortos e fortalecer o organismo nesta nova fase.
A chave está na combinação entre acompanhamento médico especializado, uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e o manejo adequado do sono e do estresse. Além disso, cuidados complementares e mudanças no estilo de vida ajudam a garantir qualidade de vida e disposição para aproveitar cada dia ao máximo.
Aqui, você encontrará algumas orientações práticas e acessíveis para viver a menopausa com mais leveza, energia e confiança.
Consulta médica e terapia hormonal
O primeiro passo é procurar seu ginecologista, endocrinologista ou nutrólogo para avaliar seus sintomas e exames. A terapia de reposição hormonal (TRH) pode ser indicada para repor o estrogênio e a progesterona, aliviando ondas de calor, protegendo ossos e coração. Porém, essa decisão é individualizada e deve sempre contemplar riscos e benefícios.
Alimentação: o combustível do novo corpo
Priorize alimentos integrais: frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras (frango, peixe) e gorduras saudáveis (abacate, azeite).
Reduza açúcares e carboidratos refinados para controlar o peso abdominal.
Inclua fontes de cálcio (laticínios, espinafre, sardinha) e vitamina D (sol moderado) para fortalecer os ossos.
Consuma ômega-3 (salmão, chia) para diminuir inflamação e cuidar do coração.
Isoflavonas da soja podem ajudar a aliviar os fogachos.
Beba bastante água para combater o ressecamento.
Evite cafeína e álcool, que pioram os suores noturnos.
Faça refeições menores e frequentes para estabilizar o açúcar no sangue.
Exemplo prático: um smoothie matinal com banana, espinafre e iogurte grego é nutritivo, saboroso e energizante.
Exercícios físicos: movimente-se para rejuvenescer
Caminhadas diárias de 30 minutos aceleram o metabolismo, fortalecem o coração e elevam o humor.
Treinos de força (musculação, pilates) ajudam a manter massa muscular e ossos saudáveis.
Yoga e tai chi são aliados para o sono, relaxamento e redução do estresse.
Hidroginástica é indicada para quem tem dores articulares.
Comece com 3 sessões semanais e aumente progressivamente.
Sono e manejo do estresse: recupere sua energia
Crie rotinas para o sono: quarto escuro, fresco e sem aparelhos eletrônicos antes de dormir.
Pratique técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda.
Suplementos como magnésio (sementes de abóbora) e vitamina D auxiliam no sono e no humor.
Encontre hobbies prazerosos para diminuir a ansiedade e o estresse.
Cuidados gerais e suplementação
Não fume: o tabagismo pode antecipar a menopausa e aumentar riscos cardíacos.
Modere o consumo de álcool.
Faça check-ups anuais: mamografia, densitometria óssea e exames de colesterol.
Utilize lubrificantes à base de água para o ressecamento íntimo.
Busque apoio psicológico ou grupos para compartilhar experiências.
Consulte seu médico antes de usar suplementos ou fitoterápicos (como black cohosh).
Empodere-se e abrace a menopausa com confiança
A menopausa é um rito de passagem, um momento de redescoberta e cuidado consigo mesma. Apesar dos desafios ocasionados pela diminuição do estrogênio, como alterações no peso, coração, emoções e qualidade de vida, é possível viver essa fase com leveza, vigor e alegria.
Com alimentação adequada, exercícios, sono restaurador, acompanhamento médico e práticas de autocuidado, você pode emergir fortalecida, pronta para aproveitar hobbies, viagens e momentos com quem ama.
Você não está sozinha: milhões de mulheres passam por essa transformação e florescem!
Abrace essa nova versão de você com carinho, seu corpo e sua mente agradecerão.